I'm forever yours escrita por ColorwoodGirl


Capítulo 49
Capítulo 47




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Mais três meses se passaram voando e a vida foi se restabelecendo. Sol deu à luz Wallace Junior, prematuro de oito meses, mas forte e saudável. Trabalhou até o dia de ir para a maternidade e assim que recebeu alta do hospital voltou para o estúdio, onde a banda finalizava mais um álbum, chamado Família. Com Rominho e Paula noivos um do outro, e Luka recém-casado, a ideia de fazer um álbum voltado para a felicidade e o amor foi muito bem recebida, inclusive pelos fãs.

E enquanto isso, Pedro e Karina iam atrás dos detalhes da realização de seu grande sonho. Se casariam na praça José Wilker, palco de tantos momentos alegres e briguentos, esconderijo para tantos beijos e abraços, testemunha de tantos sonhos. A festa seria por lá mesmo, já haviam conseguido permissão na prefeitura para fechar a rua e contratar uma segurança reforçada, já que os fã clubes já confirmavam presença em peso.

“Acho que estamos movimentando as empresas aéreas mais do que a Copa do Mundo!” Comentou Pedro, lendo relatos de fãs que já estavam programadas para vir de todo o Brasil.

“Prova disso é que ganhamos passagens de primeira classe para o destino que quisermos... De três companhias aéreas diferentes!” Karina mostrou os três envelopes para ele, cada um de uma empresa mas com a mesma mensagem: os felicitando pela união que se aproximava e expressando seu desejo de fazer parte desse momento tão importante; portanto, lhes daria o conforto de ir ao seu destino de lua de mel na primeira classe e de graça.

“Vamos com a primeira até Paris e damos um role de trem pela Europa. Depois pegamos de Viena para Nova York, para realizarmos nosso sonho de passear pela Central Park na primavera, e pegamos um trem para Orlando, dar uma volta na Disney. E por último, pegamos um avião para Cancun e ficamos lá alguns dias, antes de voltar para o Brasil.”

“Pedro, vamos ficar um mês de lua de mel?” Perguntou Karina aos risos.

“Talvez dois, minha linda. É minha forma de compensar você por termos que adiar a lua de mel.” Ele disse carinhosamente, lhe dando um selinho e voltando sua atenção para os papéis. Mas Karina ficou surpresa.

“Adiar a lua de mel? Que história é essa, Pedro?”

“Ah, o Wallace nos avisou hoje. No dia que o João teve alta do hospital, ele recebeu uma ligação de um dos responsáveis pela última turnê do Coldplay. O cara já está sondando a gente faz tempo para uma grande turnê mundial, ele tem acompanhado nossos fãs. Vamos ficar na estrada por nove meses, começando duas semanas depois do nosso casamento. Mas não vou poder me ausentar para a lua de mel por conta dos ensaios. Você sabe como é, né?” Ele disse casualmente, sem realmente entender o espanto dela. Afinal, para ele, aquela havia sido sua vida nos últimos anos. Mas não para a lutadora.

“Não, Pedro Ramos, eu não sei como é.” A voz dela saiu áspera e irritada, e ele se surpreendeu.

“O que aconteceu, Ka?”

“Não sei... Talvez uma turnê de nove meses?”

“Mas é o tempo que uma turnê dura. Nós voltamos para casa por um final de semana por mês, a não ser quando estamos for do país... Aí posso ficar três meses direto, mas você e a Clarinha podem ir me ver.” A expressão dela ia se fechando a cada momento, e o homem não entendia porque. “Eu não estou entendendo a sua raiva, amor.”

“Ah, você não entende? Então você resolve que vai passar nove meses viajando pelo mundo logo após o nosso casamento e não entende porque eu estou brava?”

“Não mesmo.” Nesse ponto os dois já estavam de pé. “Karina, não é como se eu fosse passar nove meses direto sem dar as caras, como se eu estivesse, sei lá, na guerra. Eu vou vir para casa sempre que possível, e você e a Clarinha vão poder me visitar nos finais de semana. As férias dela, vocês podem passar na Europa comigo.”

“Claro, claro... Porque nós duas não precisamos ter vida, certo? Só seguir você aonde você e sua turnê forem, porque é isso o que importa.”

“Eu realmente não to conseguindo entender a sua revolta e irritação, Karina. Você sabe que a minha vida é na estrada.”

“E eu já te falei que a estrada não é lugar para se criar uma família!”

“Mas nós não estamos criando” Ele gritou de volta. “Nossa vida vai ser sempre essa, Karina: eu, você e a Ana Clara. Só nós três. E ela já está grande, vai curtir e se divertir. Qual o problema de vivermos viajando, conhecendo lugares novos, aproveitando a fama?”

“Você tá jogando na minha cara que está fazendo isso por que eu não quero ter outro filho? Você jura por Deus que está fazendo isso?” Os olhos dela se encheram de lágrimas e ela começou a tremer. Pedro recuou, massageando as têmporas.

“Não, amor, não é nada disso. Eu só to dizendo que...”

“Que eu não posso te dar o que você quer, então eu tenho que te compensar abrindo mão da minha vida e vivendo a sua?” Ele não respondeu, magoado demais para discutir. “Acho que hoje você pode ir dormir na sua mãe, ou eu durmo lá no meu pai.”

“Ninguém vai dormir em lugar nenhum que não seja a nossa cama.”

Antes que Karina pudesse responder, a porta se abriu e Gael entrou por ela com Clarinha no colo, os dois rindo e conversando. Ao se deparar com o clima na sala, mudaram de expressão na hora, sentindo que algo estava errado.

“Está tudo bem aqui?” Perguntou o mestre, desconfiado.

“Tudo sim, pai. Filha, vamos arrumar nossas coisas? Eu combinei com a tia Bi para nós três e a Luz acamparmos na casa do vovô Gael hoje, o que acha?” A loira apanhou a filha do colo do pai, marchando para os fundos da casa, onde ligaria para a irmã enquanto Clarinha arrumasse suas coisas.

“O que aconteceu aqui, capiroto?” O mestre parecia irritado, como sempre.

“O Wallace fechou uma turnê mundial de nove meses para a banda, ao redor do mundo. Até pela Ásia nós vamos passar. E a Karina surtou, mestre, começou a gritar e me acusar das coisas, até que eu perdi a cabeça e falei o que não devia.” O guitarrista sentou no sofá, bagunçando ainda mais os cabelos.

“O quê?”

“Ela veio jogar na minha cara que a estrada não é lugar para criar uma família, e eu respondi que nossa família já está criada. Nossa vida vai ser para sempre nós três, e a Clarinha já está grandinha, vai curtir a turnê. E ela achou que eu estava jogando na cara dela que ela não quer ter outro bebê e que por isso tem que fazer minhas vontades.”

“A Karina tem um gênio difícil até demais às vezes, eu tenho que admitir.” O mais velho sentou ao lado do genro, suspirando. “Mas nós não podemos tirar a razão dela, Pedro, você sabe.”

“Eu sei, Gael. Eu entendo tudo o que aconteceu, o que vocês passaram... Mas não aguento mais ficarem jogando a minha culpa na minha cara.”

“Mas ninguém está fazendo isso, Pedro, nem a Karina. O que aconteceu entre vocês foram fatalidades, mas a doença dela já existia e sempre vai existir. Quem fica se culpando o tempo todo é você, rapaz, e isso não faz bem. Não importa que você viva em casa, que vocês não briguem, nem nada assim; uma nova gravidez poderia ser fatal para a Karina em qualquer situação.”

“Mas dói, Gael, dói muito. Eu fui privado da vida da minha filha, e agora tenho que abrir mão do que eu amo... É demais para se aguentar.”

“Eu sei, menestrel, eu sei.” O homem o abraçou com carinho, suspirando. “Dê tempo para a Karina, ela vai entender. Te trancafiar em casa não vai trazer uma vida feliz para vocês ou para a Clarinha, e ela vai ver isso. Só deixe a cabeça dela esfriar.”

Pedro concordou, secando os olhos. Na porta do corredor, Karina ouvia a conversa dos dois com os olhos cheios d’água. O destino havia tratado de armar diversas peças para ela e Pedro, e agora os dois viviam uma série de desencontros que poderiam colocar em risco tudo o que o atual reencontro havia construído.

“Mamãe, eu to pronta.” Clarinha apareceu com sua mochila, ainda preocupada com o clima estranho. “Você está chorando?”

“Não, princesa, tá tudo bem.” Ela apanhou a mochila da filha e foi para a sala. “Vamos, pai?”

“Vamos sim, meninas.”

“Tchau, papai, até amanhã.” Clarinha correu até Pedro e o abraçou, logo seguindo o avô até a porta. “Você não vai falar tchau para o papai, mamãe?”

Diante do nada sútil ´comentário, Karina foi até o noivo e lhe deu um selinho. Logo sumia pela porta com o pai e a filha, deixando Pedro brigando com seus pensamentos.

Bianca e Luz já os esperavam no apartamento de Gael, a primeira já tendo explicado o ocorrido para Dandara. Julinha também estava lá, Fabi havia acabado de deixá-la para passar a noite com os avós. Não tardou para os dois babões pegarem fogo com as netas, deixando que as duas irmãs pudessem conversar.

Karina narrou o acontecido para Bianca, que como esperado deu razão para Pedro.

“Ka, não importa o que ele tenha feito lá atrás, ele perdeu anos da vida da Clarinha e sonhava em recuperar isso. E principalmente agora que ele sabe que não vai poder, pedir para ele abrir mão da carreira dele é loucura e suicídio.”

“Mas eu não pedi para ele abrir mão da carreira!”

“Karina, a Believe é uma banda internacionalmente famosa. Eles já participaram de várias trilhas sonoras, até de Hollywood. Pedir para ele não sair em turnê é o mesmo que pedir para ele sair da banda.”

“Mas vai ser como se nada tivesse mudado, Bi.”

“Mas mudou, Ka. Agora vocês três são uma família, vocês dois estão juntos. Mesmo que por alguns meses vocês passem menos tempo juntos, vocês são um casal que se amam, vão se casar. Ok, vai demorar nove meses para vir essa lua de mel, mas eu sei que ela vai ser incrível. Você só tem que ter paciência para se acostumar a essa nova realidade.”

A loira não respondeu nada, apenas ficou encarando as mãos por um tempo. A mais velha respeitou seu silêncio, focando sua atenção nos risos das três meninas.

“Eu vou engravidar, Bi.”

“Você vai o quê?” A atriz guinchou, surpresa.

“Eu vou engravidar do Pedro.”

“Karina, presta atenção no que você está falando. Se você está fazendo isso só para o Pedro não sair em turnê, isso é muito errado.”

“Mas é o único jeito de ter a minha família, Bi. É questão de tempo para eu e o Pedro virarmos um desses casais de tabloide, que só sabem brigar, e isso afetar a Clarinha. Ela merece uma família, e o Pedro merece realizar algum dos sonhos. Que seja então o que vai deixá-lo perto de nós.”

“E os riscos, Karina? Você sabe que os riscos em uma segunda gestação são ainda maiores, Ka, você não vai poder trabalhar, vai ficar de repouso absoluto... E você pode morrer.” Bianca não se conformava que a irmã estivesse louca àquele ponto.

“Então a Clarinha e o bebê terão um pai por perto para cuidar e dar todo o amor para eles, assim como nós duas tivemos.” A lutadora rebateu, suspirando. “Eu já tomei minha decisão, Bianca, e nada do que você diga vai mudar ela. O que eu quero saber é se posso confiar em você.”


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Notas finais do capítulo

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