I'm forever yours escrita por ColorwoodGirl


Capítulo 50
Capítulo 48




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“Mas ela não disse mais nada, cara? Sabe, sobre a turnê?” Pedro e João estavam sentados na sala do segundo, jogando videogame enquanto as filhas brincavam no quarto.

“Nenhuma palavra. No outro dia, voltou da casa do Gael como se nada tivesse acontecido, e não tocou mais no assunto. E preciso dizer que ela está bem estranha.”

“Estranha como?”

“Cara, nunca pude reclamar da nossa vida sexual, mas está uma coisa de outro mundo. A gente transa todas as noites, Johnny, mais de uma vez se bobear. Acho que nesse último mês eu transei mais do que nos últimos 10 anos, sei lá.”

“E você está reclamando?” A nerd riu, encarando o melhor amigo.

“Não reclamando, cara, mas estranhando. Será que a Karina tá fazendo alguma macumba, chá de calcinha? Brother, e se eu não conseguir mais tocar guitarra?” João gargalhou alto, caindo para trás. “Vai, ri da desgraça do melhor amigo mesmo.”

sabe que tu é meu brother e eu te amo, Pedroso, mas às vezes é muito batido das ideias. Macumba pra você não tocar mais? A Karina quer que você continue no Brasil, não que vire um cara sem nenhuma habilidade na vida.”

“Valeu pelo apoio, cara, to bem mais tranquilo.” Pedro largou o controle, se recostando no sofá. “Eu não consigo parar de pensar que tem alguma coisa errada. Ela tá agindo estranho, sabe? Não só comigo, com a Bianca também. Faz dias que elas mal se falam.”

“Aí eu já começo a concordar que algo não vai bem. Conversou com a Bianquinha?”

“Tentei. Ela quase chorou e mandou eu ir me danar. Acho que estava de TPM ou algo assim.”

“Ou talvez a esquentadinha esteja mesmo escondendo algo, e a Bianquinha saiba.” João assumiu um ar pensativo.

“Cara, você deveria estar me ajudando!”

“E eu vou. Eu vou conversar com a Bianca, Pedro, ver se descubro algo. E se não der certo, com a Karina. Seja lá o que ela está tramando, ela não vai falar para você.”

“Eu preferia pensar que a minha esquentadinha não está tramando nada.” Suspirou o guitarrista, massageando os olhos. “Eu prefiro pensar que ela só está meio pilhada e ansiosa para o nosso casamento daqui três meses. Mas algo está me deixando inquieto.”

“Relaxa, irmão... Faz assim, vamos para a Fábrica? Eu troco uma ideia com a Bianca, vejo se consigo te tranquilizar.”

~P&K~

Karina estava sentada no banheiro do apartamento, encarando os diversos bastõezinhos à sua frente. Havia saído mais cedo da academia, dado uma desculpa qualquer, para poder fazer os exames antes de Pedro voltar para casa.

Já era a terceira vez que fazia, mesmo sem ter sintoma algum. Fazia quase um mês que ela transava com Pedro de maneira quase compulsiva, sem proteção alguma. Não deveria demorar para engravidar, só havia precisado de um descuido para engravidar de Clarinha.

Assim que o alarme soou, começou a apanhar os testes, sorrindo a cada resultado. Positivos, carinhas felizes, dois tracinhos. Ela estava afinal grávida, esperando mais um filho de Pedro. Finalmente o relacionamento deles estava salvo.

Mas a que preço? Ao preço dos sonhos de Pedro? Ao preço de sua vida?

Naquele momento, pela primeira vez, caiu a ficha da loucura que estava fazendo. Até ali, estava sendo guiada e motivada pelo desespero, pela raiva, pela mágoa da culpa que acreditava que Pedro estava lhe impondo.

“Karina, sua imbecil.” Ela se xingou alto, começando a chorar.

Ninguém merecia o que estava por vir: nem Pedro, nem Clarinha, e muito menos aquele ser inocente que agora crescia em seu ventre. Viveriam uma amostra grátis do inferno, e tudo pelo egoísmo dela. Se ela perdesse a vida seria um castigo merecido pelas suas atitudes, mas novamente estava sendo egoísta em pensar isso.

Se encarou no espelho, secando as lágrimas. Pelo menos não teria que fingir tanto que estava desesperada quando fosse contar à notícia para o noivo.

~P&K~

João e Pedro deixaram as filhas no Perfeitão, fazendo Delma e Marcelo enlouquecerem de alegria. Aquelas crianças tinham tantos avós postiços que mal conseguiam contar nos dedos.

Chegando na Fábrica, encontraram Gael e Duca treinando a turma que deveria ser de Karina. Os dois se aproximaram, curiosos, vendo o mestre bufar.

“Capiroto, sua noiva está passando mal. O que você faz aqui?”

“Passando mal? Mas ela não me avisou nada. Eu vim aqui encontrar com ela.”

“Ela foi embora tem uma meia hora, Pedro. Disse que não estava bem, que ia para casa descansar. Acho que esqueceu de te avisar.” Duca avisou, enquanto encarava os alunos.

“Então eu vou para lá, ver ela. Johnny, quando você for pegar a Julinha, pede para os meus pais levarem a Clarinha lá em casa?”

“Peço sim, cara, vai lá cuidar da esquentadinha.” O guitarrista saiu correndo, enquanto o amigo suspirava. “Duca, a Bianca está por aqui? Eu precisava trocar uma ideia com ela.”

“Ela foi para casa, João. Mas pode ir lá.”

“Vai com o esquisito, Duca. Eu termino a aula da Karina e o pessoal me ajuda a fechar as coisas aqui.” Gael parecia irritado com alguma coisa, provavelmente porque os netos haviam pintado seus bonsais no dia anterior. De rosa. Com glitter.

Foram conversando tranquilamente, a antiga inimizade totalmente esquecida. Encontraram com Alan na porta, recém-chegado da casa do vizinho, onde estava jogando bola. Bianca estava na sala, brincando com Luz, que ria deliciada pela companhia da mãe. Ao ver o marido, o filho e o meio-irmão sorriu.

“João, que surpresa boa. Trouxe a Julinha?”

“Trouxe sim, ela e a Clarinha estão brincando no Perfeitão.”

Cainha. Juinha.” Luz gritou, começando a pular no colo da mãe.

“Acho que eu vou levar a mocinha para brincar com as primas. Alan, vai tomar um banho que seu cheiro está empesteando a casa.” Disse Duca aos risos, enquanto apanhava a filha caçula e saia pela porta. Logo Alan havia sumido, deixando João e Bianca sozinhos.

“Tá tudo bem, João? Você está estranho.”

“Bianca, eu posso te perguntar algo?” Ela confirmou. “A Karina está armando alguma coisa?”

A palidez da atriz já foi resposta. Ela se levantou, sendo seguida pelo irmão.

“O Pedro que te falou isso? Já falei para ele parar de ter ideias erradas.”

“Bianca, ele falou que a Karina está agindo estranha, atrás dele como uma cadela no cio... E o Gael falou que ela foi embora passando mal.” Ele jogou a isca e ela mordeu na hora. A mulher se voltou para ele em um salto, os olhos vermelhos de lágrimas, o rosto uma máscara de desespero. “Bianca, me diz que ela não fez o que eu estou pensando.”

“E eu sei o que você está pensando?”

“Bianca, senta aqui e me conta o que você sabe, por favor.” João a puxou para o sofá, sentando ao lado dela.

A morena então se pôs a narrar a discussão que tivera com a irmã na casa do pai, um mês antes. Contou a ideia absurda dela, deixando João horrorizado.

“E se ela tá... Tá fazendo o que o Pedro disse, se ela está passando mal, quer dizer que ela conseguiu, João.”

“Bianca, o que a Karina tem na cabeça? Arriscar a vida dela desse jeito? Por um... Um capricho, um egoísmo, sei lá?” João estava transtornado, os olhos cheios de lágrimas. “Ela não está pensando com clareza?”

“Esse é o ponto, João: não. Ela está em um ponto entre o medo de perder o Pedro, a impotência que ela sentiu quando o médico disse que ela não poderia ter outros filhos, a angústia de pensar que está falhando... Ela está simplesmente fora da casinha.”

“Mas você não podia ter escondido isso, Bianca, você tinha que ter contado para a gente.”

“João, eu não sabia o que fazer. Eu estava morrendo para contar isso para o Pedro, mas eu não conseguia. Eu não sei se consigo lidar com tudo isso.” Ela admitiu, chorando.

“Mas ele vai perceber, não vai? Depois de toda aquela briga, se a Karina chegar feliz da vida anunciando uma gravidez ele vai estranhar.”

“Ela vai falar que foi um acidente, assim como a Clarinha. Ela já pensou na desculpa, tenho certeza. Vai dizer que está assustada, desesperada, com medo. O Pedro vai desistir da turnê em cinco minutos, tenho certeza. Ele não vai deixar a Karina aqui sozinha, grávida.”

“E o que nos resta agora, Bianca?”

“Rezar, João, rezar muito.”

~P&K~

“Karina, amor... Cheguei.” Pedro abriu a porta já chamando por ela. Olhou a cozinha e se encaminhou para o quarto, ouvindo os soluços altos do choro. Se assustou e correu para o banheiro da suíte, abrindo a porta de supetão.

Encontrou Karina sentada em cima da privada, abraçada nos joelhos, chorando desconsolada. Antes que desse mais um passo em direção à ela, viu o que estava em cima da pia e travou.

“Ka... Você está grávida?” Ela concordou com a cabeça, sem falar nada. “Mas como?”

“E-eu esqueci de tomar a pílula em alguns dias, com a correria e os preparativos.” Ela disse a mentira já ensaiada, sem coragem de admitir que havia deixado os remédios de lado há um mês. “E hoje eu me senti mal, percebi que eu estava um pouco atrasada e... E aconteceu isso, Pe.”

Ele se ajoelhou ao lado dela e a abraçou apertado, deixando que ela chorasse em seus braços. Apesar do desespero que o invadiu, não conseguia segurar um leve sorriso.

Afinal, seria pai novamente. E dessa vez do jeito certo.


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Notas finais do capítulo

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