Só Por Uma Noite escrita por Rhiannon


Capítulo 9
True Love


Notas iniciais do capítulo

Hello! Esse cap foi inspirado na música True Love do Coldplay, mas eu me baseei mais no clipe, que é muito bonito, aliás, e que passa uma ideia de companheirismo e tal e-e de pessoas que não eram aceitas na sociedade e que, de certa forma, acabaram se encontrando



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Por um segundo, eu estava no controle

Havia conseguido, mas agora perdi

E o tempo todo o fogo se acendia

Nico di Angelo afundou na cadeira, ajeitando sua touca preta na cabeça, encarando a carteira que estava sua frente, com a intenção de ignorar todos que estavam a sua volta. Sua irmã lhe dissera, naquela mesma tarde, que ele parecia um emo com aquela touca, ainda mais por causa do cabelo negro que precisava urgentemente ser cortado, pela pele pálida e as olheiras roxas no rosto. Mas ele não se importava, na verdade estava alheio ao assunto, porque sabia que sua irmã estava apenas brincando consigo.

Mas sabia que eles não estavam brincando.

Depois da terceira bola de papel atingir sua cabeça, ele já desistira de, ao menos, distinguir o autor daquele ato, uma vez que toda sala explodia em risadinhas toda vez que Nico era usado como alvo. E a professora parecia alheia ao assunto.

Mas todo mundo explode alguma vez, e naquele dia Nico “explodiu” quando ouviu Luke Castellan dizer:

– Hey, Nicolindo. Ouvi dizer que os gays fazem um ótimo boquete. Por que você não me prova isso? – e novamente estavam rindo dele.

Nico cerrou a mandíbula e fechou a mão em punho, de modo que as unhas chegaram a machucar sua palma. Então apenas virou-se e encarou Luke, com aquele sorriso babaca no rosto, exibindo aquela cicatriz ridícula na cara que ele saia por aí mostrando com orgulho para a escola inteira.

– Eu até poderia resolver seu problema – disse Nico em alto e bom som, o suficiente para a sala inteira ouvir. – Mas não quero gastar minha lupa e minha pinça procurando o que você carrega no meio das pernas.

Então, como se fosse mágica, Luke tirou o sorriso, dando lugar a uma expressão de incredulidade. E dessa vez o resto da turma riu tão alto a ponto que era impossível de a professora ignorar. Nico pegou sua mochila e o livro de cima da carteira e saiu da sala antes que qualquer um pudesse dizer algo.

Caminhou pelos corredores da escola, praticamente vazios a essa hora. Ele gostava de chamar seus colegas de classe de superbobocas, na verdade fora Percy quem inventara aquele apelido, no mesmo dia em que disse para Nico não se abalar com o que eles dizem. Acontece que, as vezes, os superbobocas fazem coisas que o deixa irritado. E quando fica irritado, Nico automaticamente fica triste, o que é estranho de se entender.

Mesmo sem saber para onde iria, sua mente pareceu leva-lo para o lugar certo; Biblioteca. Mesmo cheirando a pó, era maravilhosa. Nico entrou no recinto com a mochila nas costas, com a intenção de se esconder entre as prateleiras repletas de livros, como já fizera milhares de vezes. Mas quando avistou a única pessoa dali – a bibliotecária não se fazia presente – ele parou, franziu o cenho e caminhou até ele.

– Detenção? – perguntou ao aproximar-se de Percy Jackson.

O garoto ergueu os olhos e analisou Nico de cima a baixo, logo depois fazendo um aceno afirmativo.

– Me conhece bem.

– Mais do que você imagina – respondeu Nico sentando-se ao lado de Percy e colocando sua mochila sobre a mesa da biblioteca.

Percy virou seu caderno de desenho para baixo, de modo que Nico não pudesse ver o que ele estava fazendo, o que era comum acontecer, apesar de que Percy sempre cedia aos pedidos do moreno e acabava lhe mostrando seus desenhos.

– Não devia ter um professor aqui te acompanhando? – Nico perguntou colocando as mãos nos bolsos.

Percy mordeu a ponta do lápis e disse:

– Um aluno passou mal e ele teve que me deixar sozinho. – bufou, logo depois, com um movimento rápido, tirou a touca de Nico e colocou na própria cabeça, deslizando para baixo na cadeira, como se estivesse irritado com algo e quisesse se esconder por trás de algo, assim como Nico sempre fazia.

– Você não fica tão bem quanto eu com isso. – comentou ajeitando o cabelo.

É de conhecimento universal que quando o individuo usa algo na cabeça – chapéu, boné, touca, boina, etc – geralmente, isso significa que seu cabelo está um desastre, o que era este caso. Nico daria uma voadora em qualquer um que ousasse tocar nele, mas estamos falando de Percy. E Percy tinha o dom de fazer com que Nico esquecesse que era um anti social miserável.

– Mas me diga – falou Nico encarando o outro. – O que é que você fez dessa vez?

Percy virou-se para Nico. Seus olhos verdes piscaram para ele.

– Não sou tão terrível assim. Mas, aparentemente, pichei a parede da escola. Vou ter que pintar novamente, ainda hoje, depois que as aulas acabarem.

– Hm. Ethan?

– Acertou. Ele quem colocou a culpa em mim. Mas e você? Conheço meu anjinho o suficiente para saber que ele nunca acabaria em uma detenção.

– Já falei pra não me chamar assim – ralhou Nico. Pegou novamente sua touca e a colocou na cabeça antes de responder – Luke. Ele me irritou. Sai da sala.

Percy arqueou ambas as sobrancelhas, pareceu que a irritação de Nico passou instantaneamente para ele.

– Tudo bem. – falou. – Eu não quero nem saber o que ele disse. Mas esqueça isso, okay?

Nico encarou a mesa a sua frente, mexendo a cabeça em um sinal positivo.

– Eu sei. – Nico bufou. – Só... Só queria que cada um cuidasse da sua vida.

– Devo admitir que o mundo seria um lugar melhor, mas quem não tem uma vida muito interessante, cuida da dos outros.

Nico sorriu.

– Muito poético. Posso ver seu desenho?

Percy rapidamente pegou o caderno de cima da mesa e o fechou, negando, obviamente. Nico fez beicinho, o outro riu com aquilo.

– Te mostro quando terminar.

– Você sempre diz isso.

– Certo, certo. Mas é que está horrível.

Nico lançou um olhar desafiador.

– Sua falta de confiança é questionável. Tenho certeza que seus desenhos deixariam Picasso no chinelo.

– Coloca muita fé em mim, Nico. Está esquecendo que sou um pichador. – respondeu irônico.

Nico mordeu o lábio inferior, ajeitando a franja sobre a touca.

– Falando nisso, quer uma ajudinha para pintar aquelas paredes?

– Mas nós vamos ficar até à noite aqui na escola. Achei que odiasse esse lugar.

– Posso ficar aqui com você, só por esta noite.


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