– Você está pronto? – Percy perguntou.

– Nããão! – Nico respondeu rapidamente, com a voz esganiçada.

Percy não pode deixar de rir.

– Não vou te afogar... muito. – disse ainda rindo.

Apesar de não poder ver o rosto de Nico, sabia que ele estava fazendo uma careta no momento.

– Se me afogar eu faço você ir pro mundo inferior mais cedo.

– Ah, não faria uma coisa dessas. Você me ama.

– Tenho contatos no mundo inferior. Eu sou o rei dos fantasmas! Agora nós podemos voltar para a casa? Eu acho que estou com sono.

Percy revirou os olhos, apertando ainda mais suas mãos nas pernas de Nico, que estava em suas costas, visivelmente com medo de pular na cachoeira.

– Eu te trouxe pra cá porque você estava se revirando na cama há horas, o que tirou meu sono também. Nós vamos embora daqui a dois dias e você insiste em fugir da água.

– Eu só não sou muito fã dessas coisas.

– Sei. Você prefere o subterrâneo, o que eu não entendo, é um lugar abafado e sem graça. Não disse que iríamos superar nossas diferenças como uma prova de amor?

– Tudo bem, tudo bem. – Nico resmungou sem muito entusiasmo, apertando seu aperto no pescoço do moreno.

Percy riu novamente. Ele estava se divertindo tanto com aquilo.

– Nekees, eu sou o filho do deus dos mares, nós vamos sobreviver a uma queda d´água. O seu problema é com a altura?

Percy olhou para baixo, era uma altura considerável.

– Eu não tenho medo de nada. – resmungou Nico.

– Você está mais nervoso do que no dia em que me beijou pela primeira vez.

Nico encostou sua cabeça nas costas de Percy, sentindo seu rosto esquentar com aquela mera lembrança.

– É mesmo necessário lembrar disso?

Novamente, Percy riu. Para Nico aquela lembrança poderia ser constrangedora, mas para ele era a melhor.

– Me deixe descer – Nico disse abruptamente. Percy o soltou, por um momento achando que ele sairia correndo, mas quando se deu conta Nico estava ao seu lado. - Não é tão alto. – observou.

Mas, apesar disso, segurou a mão de Percy, que sorriu.

– Vamos? – Nico disse, sem sair do lugar.

– Eu fiquei paralisado. E você tremia tanto que eu achei que fosse ter um colapso ali mesmo.

Nico deu um tapa em sua própria testa.

– Para de lembrar dessas coisas, ou guarde isso para você.

Percy fez um beicinho.

– Você não se lembra de nada?

– Todos os dias de minha miserável vida.

– Não é uma lembrança boa?

– É constrangedora.

– Engraçada.

– Pra você, que não tomou nenhuma iniciativa, seu panaca.

– Na verdade eu estava pronto para casar com você ali mesmo.

Nico sorriu, encarando a água lá de baixo.

– O sol está nascendo. Como naquele dia.

– Como em todos os dias, Nico.

Nico deu um tapa no braço de Percy, sorrindo ainda mais.

– Vamos logo. – murmurou.

– Agora está pronto?

– Só se você estiver.