Só Por Uma Noite escrita por Rhiannon


Capítulo 15
Oceano


Notas iniciais do capítulo

Eu acordei hoje decidida a dedicar esse capítulo a Srta Potter, mas sinto como se nada que eu escrevesse seria digno para tal coisa q



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Amar é um deserto e seus temores
Vida que vai na sela dessas dores
Não sabe voltar, me dá teu calor

– Oceano,

Djavan

*

Por um momento eu poderia jurar que alguém gritou meu nome.

Ni... co.

A voz é áspera como lixa, o que faz meu corpo todo se arrepiar.

As palavras entram por um ouvido e ficam lá, como se tivessem arrancado minha orelha esquerda. Viro-me para trás, mas imediatamente descarto essa ideia e me convenço de que é coisa da minha cabeça. Não teria como alguém me chamar, creio. E se o fizesse, eu iria correndo ao encontro dessa pessoa imediatamente.

O relógio em meu pulso marca onze e quarenta e quatro da noite. Eu juro que o chequei há pelo menos uma meia hora atrás, e continua na mesma hora.

Talvez esteja quebrado.

O corredor onde me encontro é, no mínimo, peculiar. Piso e teto totalmente branco. Um branco muito limpo, como se nunca nenhuma forma de vida ousasse sujar aquela obra de arte, talvez o sonho de consumo de qualquer faxineira. As paredes seriam idênticas ao teto e piso se não estivessem manchadas de sangue. Não aquele tipo de marcas de mãos, que seriam assustadoras, mas de um tipo respingado. Talvez alguém achasse interessante decorar a parede de sangue humano. Mas aquilo não me incomoda, apenas faz com que eu mantenha meu lado alerta no modo on, assim como o cheiro de morte quando impregna minhas narinas, me traz a sensação de conhecido, mesmo que eu não goste muito disso, eu apenas fui obrigado a me familiarizar com tudo aquilo.

Meus dedos passam pela espada de ferro estigío. Sei que a arma está ali caso precise, mas tenho a sensação de preciso que me certificar disso a cada dois minutos, mesmo que o tempo não pareça passar ali. Parece que tudo desaparece ali.

Continuo caminhando devagar. Meus passos emitem um som irritante quando a sola de meu tênis se choca com o piso, o que me irrita um pouco, mas tento parecer calmo. Sei que nervosismo nunca ajuda em uma hora dessas. Então tento esvaziar minha mente. Foco apenas na porta que está em minha frente.

Parece que estou caminhando há horas para finalmente chegar ali.

Viro-me para trás.

O corredor branco não tem fim.

Dessa vez não tenho a sensação de que apenas uma pessoa está chamando meu nome, mas são quatro. Não sei identificar nenhum dono de alguma das vozes, mas sei que estão ali. Sei o que querem que eu faça. Sei que é o certo, mas, mesmo assim, vou para o outro lado.

Abro a porta.

Alguém me puxa pelos tornozelos e então, nada.

Normalmente, esse é o momento em que qualquer pessoa normal abre os olhos e diz para si mesmo que tudo ficará bem, que foi apenas um pesadelo. Que não precisa se preocupar com nada.

Mas eu continuo com os olhos fechados.

Meu jeito de me certificar de que tudo está bem é tatear pelo colchão até encontrar uma mão familiar. Mesmo sabendo que está dormindo, mesmo que ele não tenha dito nada (porque sei que se estivesse acordado, certamente diria algo), sei que tudo aquilo não passa de coisas criadas em alguma parte de minha mente. Ou talvez não. Talvez seja tudo uma grande metáfora.


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Notas finais do capítulo

Confuso? eu não sei. But, yeah.



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