Por que minha mão simplesmente não se move? É só a maldita de uma porta.

Nico mordeu a própria língua, dizendo para si mesmo manter a calma. As pontas de seus dedos formigavam. Ele agarrou a alça da mochila que trazia junto a si e respirou fundo. Havia uma voz no fundo de sua cabeça que dizia: Por que diabos você tomou o caminho contrário? Vamos logo, vire-se, ainda dá tempo. Entre na primeira sombra que ver. Você pode ir aonde quiser. Pode até caçar o sol, apesar de não parecer uma boa ideia. Mas pode ir à Itália, Roma, França, Rússia, escolha, mas saia daí. Tem o mapa inteiro a sua disposição.

Nico di Angelo estava dividido.

Poderia muito bem ter saído logo dali sem olhar para trás, como era o plano original, mas algum tipo de força divina o trouxe para o Chalé 3. O chalé de Poseidon.

Foi como um imã sendo atraído até ali. Era como se, no fundo, ele soubesse que deveria, ao menos, dizer um adeus.

Estava partindo, para sempre, como disse para Jason que faria logo depois da guerra contra Gaia. E mantinha essa promessa, apesar de que no momento suas pernas pareciam gelatina, se não ele teria saído correndo dali, porque a mera ideia de falar com Percy Jackson o deixava bobo, com um sorriso idiota na cara e uma expressão semelhante a um... bem, ele não sabia como definir aquela expressão. Mas, quando o observava, era a melhor coisa do mundo. É como se o relógio estivesse sempre correndo, mas o tempo não deveria ser desperdiçado.

Por um momento, encarou os próprios pés. Eram 5 da manhã. O acampamento todo estava dormindo, seria a hora perfeita. Era como se tudo estivesse preparado para tal coisa. Não era como se ele estivesse pronto para fazer uma declaração amorosa, não. Longe disso. Só precisava dizer um adeus.

Subitamente tomado por uma coragem insana, bateu à porta.