Querida prima Anne escrita por EmilySofia


Capítulo 42
Capítulo 38


Notas iniciais do capítulo

Depois de muito tempo aqui está.
Coloquei um link no final do capítulo com uma foto de pessoas que me lembram dos meus personagens, espero que gostem e/ou concordem a minha idéia.
Lembrando que eu não sei quem são eles, menos Mary e Lizzy.



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Ele olhava pela janela absorto em seus pensamentos. Ao lado dele ouvia os cochichos do jovem casal que pareciam ter se esquecido completamente da sua presença, não que se importasse, ser invisível nesse momento era bem conveniente.

A despedida em Hunsford realmente tinha sido entranha. A sempre extrovetida srta. Elizabeth parecia terrivelmente calada, talvez fosse sua culpa. Talvez, não era sua culpa, afinal, fora ele que havia insistido em falar com ela. Em resumo naquela sala de estar haviam muitas pessoas e pouca conversa; com a sra. Collins confusa pela atitude da amiga, a srta. Lucas ainda assustada, srta. Elizabeth constrangida um sr. Darcy costumeiramente desconfortável entre muitas pessoas e um ausente sr. Collins- a ausência dele para visitar um de seus paroquianos não foi sentida.

Sobraram apenas Anne e o coronel para conversar, e mesmo eles, depois de tentar temas variados tiveram de desistir. A visita terminou logo depois, no exato momento em que o sr. Collins chegou ofegante, não querendo perder a partida dos ilustres convidados de Lady Catherine, pedindo desculpas por não ter chegado mais cedo. Pelo fato de já estarem partindo Anne e o coronel lamentaram não poder ficar pare ouvir tudo que o homem de Deus tinha a dizer.

Agora no carro Darcy repassava as memórias, principalmente a felizes, que havia criado com a srta. Elizabeth, mesmo que não pudesse tê-la ainda tinha isso.

Ele se sentia um tolo. Não se considerava um homem com falta de inteligência, apenas que talvez ele devia ter tentado mais. Ou simplesmente não ter tentado. Sabia que ela não gostava dele. Teria sofrido menos se houvesse aceitado mais cedo que ela não o queria.

Também não devia ter escutado Anne; realmente a mente de uma mulher é muito rápida e percorre o caminho para o casamente em questão se segundos ou minutos.

“Você parece péssimo.” O coronel zombou. Anne dormia perigosamente perto de encostar a cabeça em seu ombro. E assim fazia a empregada que os acompanhava, para vigiar o jovem casal, no ombro de Anne. Na viagem que ida não acreditavam necessário uma acompanhante, afinal Darcy era como irmão e o coronel, como primo. Lógicamente as coisas mudaram depois do anúncio de namoro.

“Não é muito diferente de como me sinto.” Disse numa voz sem emoção, e quando a ouviu percebeu que era como se sentia; não sentia nada. Era estranho, será que passaria o resto de sua vida assim, vazio? Parecia tolo, talvez não fosse, mas não inspirava uma existência muito satisfatória, aceitável, apenas isso.

“É… nunca pensei que um dia veria o grande Fitzwilliam Darcy de Pemberly dessa forma.” Sentou um pouco mais relaxado, pondo as mãos atrás da cabeça e esticando as pernas. Tomando muito cuidado para não incomodar Anne. “Esse é um momento que até minha velhice não há como esquecer.”

“Divirta- se então.” Ele se sentia um pouco magoado por seu primo se divertir as suas custas, no entanto não precisava de mais humilhação que nos últimos dias.

“Talvez eu vá mesmo. Seria muito divertido ver pela primeira vez alguém socialmente inferior a você te rejeitar. Na verdade acredito que até os que são seus superiores não são capazes de te recusar nada. Essa moça certamente tem muita coragem.” Então ele se curvou, apoiou os cotovelos nas pernas. “Então?”

“Então? Não há então.”

“Ora William! Não se faça de idiota, Darcy. O que vai fazer?”

“Já estou fazendo.”

“Não. Não está fazendo nada.” O coronel disse indignado.

“Estou deixando ela em paz. Se minha presença incomoda é o que devo fazer.”

“Entendo.” Ele disse com muita calma. “Então está sendo covarde novamente e fugindo. É um bom plano. Está tão acostumado a ter tudo que quando não consegue faz isso.”

“Não sou covarde.” Ele disse casualmente, mas seu primo podia ouvir o tom de mágoa na sua voz.

“Não, certamente não é. É apenas um tolo. Não espera que consiga conquistar qualquer mulher que diz amar se desistir na primeira tentativa.”

“Primeira tentativa? Não foi a primeira. Não sabe quantas vezes ou quanto tempo eu precisei para que ela ao menos passasse a me aturar.”

“Sei. Sei. Aquela história de ódio a primeira vista. Você está nisso por conta própria. É o autor da própria desgraça. Aquele seu comentário foi realmente infeliz e uma falta de consideração. Se fosse em Londres teria gerado muito mais problemas para os dois.”

“Você parece saber da minha vida tanto ou até mais que eu. Pretende publicar num jornal?”

“Não tente me despistar. Estamos falando da sua má conduta como cavalheiro.”

“Pedi perdão a ela e que começássemos de novo.” Sua voz era o mais indiferente que ele conseguia.

“Uma coisa que que Anne me ensinou foi… que em casos como esses nunca se começa de novo. É preciso lutar para chegar a esse ponto por um tempo e então começar de novo.

“Foi a própria Anne que me forçou a fazer essa loucura!”

“Não diga isso. Anne achou que vocês tinha conseguido passar por tudo o processo.”

“E então eu sou forçado a essa humilhação!”

“Se bem me lembro. Você conseguiu muito bem liberar sua frustração!”

“Eu pedi perdão. Ela me desculpou!”

“E acha que isso resolve tudo? Sabe que Anne fica prendendo os sentimentos até que eles explodem! Mas você tinha que encher um pouco mais.”

“Não sabe o que aconteceu depois. Não finja que é onisciente!”

“Não sou, mas conheço os dois!” Apesar de estarem brigando, ambos mantiveram a voz baixa para que sua companheiras não acordassem. “Já chega, dessa discussão. Vamos acabar incomodando Anne.” Ele então fez um pouco de carinho na bochecha dela, apenas para se impedido em menos de um segundo.

“Não faça isso, ainda não tem esse direito. Não pense que só porque são mais íntimos que os casais costumeiros vou deixar que ignore o decoro.”

“Certo.”

Não falaram mais nada. Apenas foram dormir como as duas mulheres.

Aquela conversa não se repetiu ou foi citada. E depois de muitas milhas e paradas na viagem chegaram a Londres.

A temporada de festas iria começar.



~/~

Dias depois da partida do Sr. Darcy Elizabeth estava se despedindo da amiga.

Charlotte Collins notou a melancolia da amiga nos últimos dias, porém não era cega como Lady Catherine para deduzir que era por ter que deixar Kent, mas Lizzy não parecia disposta a abrir o coração para ela. Tudo bem, no futuro iria descobrir o fim dessa história.

A chegada de Elizabeth foi tudo o que ela esperava, muito barulhenta. Com todas suas irmãs falando ao mesmo tempo era de se esperar.

Ela não sentia no espírito para isso porém, sabendo que todos tinham boas invenções aguentou com paciência.

A sra. Bennet mesmo sabendo que era pouco provável que ela encontrasse algum rapaz solteiro fez exatamente essa perguntas. E ficou surpresa ao descobrir que o sr. Darcy e a querida Lady Anne estavam lá também. E que com eles viajava um jovem coronel filho de um conde. Uma pena para ela que sua filha informou que esse belo homem já estava cortejando uma moça rica, que Lizzy não disse o nome. Lizzy não sabia se devia ou não contar sobre isso então resolveu deixar esse detalhe de lado.

~/~

Depois que todos estavam deitado ou estavam se preparando para deitar, Jane e Elizabeth conversavam em seu quarto sob o brilho de uma vela.

"Oh Jane eu vou sentir tanta falta de você!"

"Ah Lizzy eu vou morar em Netherfield você não pode sentir saudade assim." Jane sorriu consoladora para a irmã.

"Talvez, mas nossa vida não vai se a mesma. Vai ter um belo marido para se preocupar no futuro, querida irmã."

"Ele não vai te substituir, por mais que eu o ame."

"Tem toda razão," Elizabeth disse com uma voz zombeteira. "Imagine o sr. Bingley falando sobre as roupas que as mulheres usaram em um baile!" O sr. Bingley era um homem muito bom e paciente, mas atencioso para roupas ele não podia ser considerando.

As moças riram e riram dessa imagem. Até que Lizzy ficou séria.

"A Jane... eu não posso te abandonar agora. Você está prestes a se casar e eu estou indo ficar longe de você na Cidade." Ela suspirou.

"Ora Lizzy,você não está me abandonando."

"Eu não vou estar aqui para te ajudar nos preparativos."

"Não há muito a ser preparado. Mamãe pode dar conta disso."

"Mas... eu devia te apoiar." Ela tentava insistir

"Vou ficar bem. Não vou te impedir de ir se divertir. Sem contar que Kitty vai ficar bem magoada se não for."

"Eu sei." Elizabeth disse um pouco desanimada.

"O que há de errado Lizzy? O que aconteceu com você em Kent?"

"Ah Jane!" Ela segurava as lágrimas para que a irmã não visse. "Lembra que eu disse que Anne e o sr. Darcy estava na casa de Lady Catherine?"

"Sim..." Jane fez um gesto para a irmã continuar.

"Eles me visitaram bastante com o primo do sr. Darcy o coronel Fitzwilliam.

"Mas a verdade é que quem mais vi foi sr. Darcy. Nos encontrávamos toda manhã e ele me acompanhava. E também costumava visitar junto com seus primos."

"Lizzy o que você está tentando me dizer?"

"Jane..." as lágrimas se tornaram visíveis. "Ele... me pediu em casamento!"

"Mas e Anne?"

"Ela não está noiva dele. Na verdade ela esta sendo cotejada pelo primo do sr. Darcy." Elizabeth deixou as lágrimas escorrem. "Eu confiei em um homem indigno de confiança. E por isso eu recusei." Então Jane abraçou a irmã chorando. "Por minha tolice eu desprezei o único homem que podia vir a amar."

"Não deve ser assim Lizzy."

"Como não? Eu humilhei ele. O acusei de não pensar nos sentimentos da prima. Mas a verdade é que ele a ama sim, como uma irmã. O tempo todo era só isso, desde que eles era pequenos era só esse o sentimento que tinham. E agora eu o perdi!"

"A Lizzy não diga isso. Ele pode voltar a pedir."

"Jane como um homem que foi rejeitado pode engolir o orgulho e pedir novamente!? Mesmo alguém menos orgulhoso teria dificuldade."

"O sr. Darcy não parece esse tipo de homem. Pelo que eu observei quando ele quer algo vai lutar para conseguir."

Elizabeth duvidava mas pelo bem de sua querida irmã ela sorriu e aceitou o consolo oferecido. E decidiu que iria sim para Londres, afinal o próprio sr. Darcy havia pensado primeiramente na felicidade da da prima, ela devia pensar na de sua irmã.

Essa certamente seria uma boa oportunidade para Kitty. Ela raramente ia a Londres e obviamente nunca andava entre pessoas tão finas quanto iria nessa visita. Talvez isso ensinasse a ela como o mundo funcionava, mesmo que não fosse tão bonito.

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Personagens


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler.
Eu gostaria de pedir um favor a vocês. Se por acaso for comentar e enquanto leu os outros capítulos da minha história encontrou alguma parte que contradiz outra, como contar de duas formas diferentes algum evento. Me avise por favor.
Obrigada por ler bjs :)



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