Heavy Crown escrita por QueenB


Capítulo 4
Las Vegas




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Eu estava desesperada, o que eu poderia fazer afinal? Havia dois ogros na minha frente, e o meu salvador estava inconsciente. Ma Gasket sorria ao me ver indefesa, ou só estava observando a minha falta se carne e altura.

– Você é magra, - começou ela com uma voz grotesca. – mas vai dar um bom lanchinho.

– Ah, eu acho que não, eu sou muito magra e ontem mesmo no almoço comi um ensopado amanhecido e podre... Minha barriga deve estar com um gosto horrível!

– Ah querida, não tem problema, só vamos comer seus ossos, você tem muita pouca carne, não vai dar nem pro Sump!

– O que não vai dar pra mim mamãe? – Chegou Sump anunciando.

– Nada seu idiota, pegue o menino que eu dou conta dessa aqui.

Sump correu e jogou Nico sobre os ombros, vi ele dar uma piscadinha pra mim. Ele estava acordado e seu olhar me mandava uma única mensagem: “Me arrume tempo”.

Ma Gasket correu para me atacar então eu passei por de baixo das suas pernas. Os treinos em vão para os testes de líder de torcida serviram para alguma coisa no final. Enquanto ela estava de costas peguei a espada de Nico que se encontrava no chão e enfiei na perna dela, sangue verde escorreu.

– Argh! Sua menina imprestável, precisa mais que isso para matar Ma Gasket!

– Precisa de ajuda Ma? – Gritava Sump, entretido com a nossa luta que nem percebeu nico enfiar alguma coisa no ouvido dele.

– Não, eu dou conta.

Ma Gasket atacou, dei uma estrelinha de lado e enfiei a espada preta em suas costas. Pelo canto do olho vi Nico pular do ombro dos gigantes e ativar alguma coisa com a mão. Sump havia explodido.

– Seus pestinhas! Meu filho!

Ma Gasket correu até a pilha de areia de Sump, deixando uma trilha de sangue verde no caminho, aproveitei e joguei a espada para Nico que enfiou-a na nuca da ogra. Agora tínhamos duas pilhas de areia-monstro no chão.

– Até que foi legal. – Disse.

Já estava meio louca mesmo, eu havia acabado de ajudar a matar um ciclope, ci-clo-pe!

– Legal? – Nico me mandou um olhar frio. – Poderíamos ter morrido!

– Relaxa, não vou morrer antes de descobrir quem é o meu maldito pai ou mãe. Vamos?

Nico me puxou pelo braço até fora do beco, a luz quase me cegou, ele andou me puxando até chegarmos a uma rodoviária. Olhei para ele que apenas assentiu com a cabeça. Esperamos sentados e em silencio o ônibus que nos levaria até Las Vegas, Nevada.

– Então, - disse cutucando Nico no braço.

– Já disse para você não me tocar.

– Já entendi, solitário que não gosta de pessoas. Você é quase meu irmão gêmeo em sentimen...

– Sua voz me irrita.

– Você é muito mal educado e estressadinho, sabia?

Nico virou de lado e fingiu dormir. Mereço uma coisa dessas.

Depois do que pareceu uma eternidade, o nosso ônibus chegou, acordei ele com a ponta da minha bolsa tomando o cuidado para não encostar nele, quando ele viu o que eu estava fazendo, apenas revirou os olhos.

Subimos no ônibus e ele fez questão de sentar no banco da frente. Uma mulher com um bebê no colo sentou do meu lado.

– Que bebê lindo o seu! – Disse, era uma menina. - Qual é o nome dela?

– Ary, e qual é o seu?

– Aria, ela tem quantos meses? – Por alguma razão eu queria saber tudo sobre aquele bebê.

– Cinco só, foi um sufoco quando ela nasceu, sempre magrinha, teve que ficar em observação por dois meses no hospital, pensei em batiza-la com o nome Victoria, mas sabe como é né, marido quis e quis colocar o nome dela de Ary.

– Que coisa linda. – Disse dando oi pro bebê.

Nico virou um pouquinho, e como nós dois estávamos na janela, pelo vão ele me lançou um olhar reprovador, ignorei-o por completo.

~

Fazia duas horas que estávamos naquele ônibus quente. Parece que ia demorar mais umas seis até chegarmos em Nevada.

No meu sonho via um poço de desenhos da minha primeira cidade. Eu estava no parque olhando aquele poço e pensando como seria lá no fundo, eu só tinha seis anos na época. A mesma voz que a esquizofrênica aqui escutou a vida toda falava agora do fundo do poço.

Sempre estará sozinha na vida.

Acordei e olhei pro lado, a mulher já não estava mais lá. Não havia ninguém do meu lado. Esperei uns trinta minutos para ver se ela voltava. Cutuquei Nico com a mão mesmo. Ele parecia estar acordando e me olhou sonolento, disse para ele sentar do meu lado e ele parecia não estar querendo discutir pois sentou, e sentou como um atirado de preguiça.

– Você está acabado.

Ele me olhou e acenou com a mão como se dissesse “ta, não enche”.

Tentei puxar assunto com ele de novo, ele só acenava sim ou não para as minhas perguntas.

– Você conversa muito com o seu pai?

Não.

– Então... Tem muitos amigos?

Não.

– Tem irmãs?

Sim.

– Eu vou poder conhecer elas?

Sim.

– E sua mãe?

– Chega. – Disse ele por fim.

~

– Acorda, chegamos a Las Vegas. – Nico me balançava.


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