Heavy Crown escrita por QueenB


Capítulo 5
É tudo um jogo


Notas iniciais do capítulo

depois de quase um ano... voltei, aproveitem e comentem, beijos.



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Aria.

Eu estava zangada.

Assim que Nico me acordou, mandara eu ficar esperando feito uma besta na frente de um casino, disse que eu não deveria entrar por nada que acontecesse, que era perigoso. O que? Eu virar uma viciada, gastar o dinheiro que não tinha em jogos? Minha prioridade não é essa, a minha prioridade é chegar viva até o tal acampamento e ver se eu tenho finalmente as respostas. Eu estava na rua da frente do casino, em uma lanchonete sentada do lado da janela, de maneira que conseguia ver todo o casino exuberante a minha frente. Ele tinha um nome, se chamava Hotel e Casino Lótus.

Depois de esperar, vamos ver, CINCO HORAS! Eu não aguentei mais e levantei entrando dentro daquele casino. Meu queixo caiu quando abri as portas. Aquele lugar era simplesmente incrível. Incrível era uma palavra sutil para escrever aquele casino. Andei pelas milhares de pessoas que haviam por lá procurando por Nico, fiquei tentada em jogar alguns jogos que pareciam incríveis mas me contive. Já estava a uns trinta minutos ali dentro e não tinha achado ele, então resolvi pegar o elevador e ir pro hotel. Antes que conseguisse entrar no elevador, duas mulheres esbarraram a entrada me oferecendo um doce em formato de flor de lótus, por conta da casa peguei um e agradeci, entrando em seguida no elevador. Eu era diabética, não podia comer doces, então joguei a flor fora. Apareci no saguão do hotel, e vi uma cabeleira negra ao longe entrar em outro elevador, corri tentando alcança-lo, mas o elevador já havia fechado e estava subindo. Vi o visor, 143. Será que aquele lugar tinha mais de duzentos quartos? Apertei o botão de espera freneticamente, e assim que chegou entrei novamente.

Quando o elevador abriu revelando um quarto totalmente luxuoso, não me impressionei, apenas continuei procurando por Nico. Ouvi uma voz ao longe.

– O que acha que esta fazendo? - A voz parecia brava e irritada, não era Nico.

Me escondi atrás de um vaso gigante e observei a cena, o ar a minha volta ficou frio.

– Só estou ajudando-a. – Vi Nico conversar com um homem barbudo e carrancudo.

– Ajudando o problema! – Ele parecia ter uns cinquenta anos. – Se meu irmão descobrir...

– Zeus não irá descobrir. – Nico disse irritado. – Levarei ela até a metade do caminho e ligarei para Quíron busca-la.

– Isso é um jogo? – A expressão de Hades pareceu se suavizar.

– Sim... – O garoto pareceu pensar. – É tudo um jogo.

– Muito bem filho, - quase gritei, aquele seria Hades? – apenas fique longe dela.

– Por que? – Nico perguntou curioso.

– As parcas...

Hades parou no meio da frase quando pareceu me ver, andou até a minha direção com um olhar que me mataria se eu ficasse encarando por mais de cinco segundos. Ele parou na minha frente, com uma expressão de raiva.

– Quem é que deixou essa vassoura aqui? - Gritou, apontando freneticamente para mim.

Ninguém parece responder.

– Muito bem, - a voz do deus vibrou – irei no ultimo andar e quando eu voltar espero que vocês limpem essa bagunça.

Encarei o deus desentendida. Ele gritava para o nada e... Ele achava que eu era uma vassoura?

– Nicolas, - Hades se virou para o filho – As parcas não deixariam eu dizer, se isso é um jogo, porque justo ela?

– Ham... – Nico encarou o pai. – Achei que seria mais interessante, com ela...

Então eu era um jogo? Ele estava brincando comigo?

Hades andou até o elevador dizendo para Nico segui-lo, mas eu não consegui conter o xingamento.

– Babaca. – sussurrei baixinho.

Nico se virou pra mim e fez cara de confusão, mas logo balançou a cabeça e entrou no elevador.

Eu precisava chegar antes dele na lanchonete. Esperei o elevador e entrei, assim que cheguei ao saguão, desci as escadas correndo, vendo que Nico acabara de pegar o elevador para a entrada. Nunca desci tantos lances de escadas na vida, então quando cheguei estava toda suada, mas não parei de correr.

Umas dez mulheres me ofereceram mais doces, e eu negava todas. Quando cheguei a porta do casino, um homem me parou segurando meu pulso.

– Já vai, senhorita Campbell?

Congelei. Como ele sabia meu nome? Olhei para ele, não o conhecia, então manti a calma e apenas disse.

– Sim. Agora saia. – Arranquei meu pulso de suas mãos.

E incrivelmente ele me obedeceu, parecendo confuso. Então sai correndo em direção a lanchonete. Sentei no mesmo lugar que combinei com Nico e pedi uma agua, para disfarçar. Nico chegou cinco minutos depois, e me olhou.

– Porque esta toda suada?

– Te interessa? – Fui curta e grossa, levantei e o encarei. – Pra onde vamos?

Nico pareceu confuso por alguns segundos.

– Utah. – Nico pegou nossas mochilas e jogou sobre os ombros, peguei minha bolsa e agua. Antes que eu pudesse falar mais algumas coisa, Nico me puxou contra seu corpo e viajamos na sombra.

A sensação foi pior que a primeira vez, senti a agua que tomei – a única coisa no estômago – subir até a garganta e voltar, uma latejante dor de cabeça e uma repulsiva dor no pulso, onde o cara do hotel segurara. Pude sentir a respiração de Nico sobre minha cabeça. Que tipo de jogo eu era, o que realmente estava acontecendo? Porque Nico escolhera eu? Será porque eu pedi para que me levasse até o acampamento? Mas mesmo assim ele não foi obrigado, então sim, percebi que eu tinha sido escolhida por parecer mais interessante. Interessante para o que?

Assim que senti o chão sobre meus pés de novo, as sombras em volta se dissiparam. Nico me segurou contra seu corpo por mais dois segundos, e me soltou. Olhei em volta, estávamos em um estacionamento do supermercado.

– Me trouxe aqui para comprar absorventes para você também? – Perguntei, o trataria na ironia agora em diante. Se ele quis jogar, agora aceite dois jogadores.

– Por que... Não importa. – Nico suspirou. – Não ficaremos aqui, iremos até o ponto de ônibus do outro lado.

– Ponto de ônibus?

– Sim, viajaremos de ônibus até Vernal.

– Onde estamos?

– Cedar city.

– Ótimo. – peguei minha mochila de suas costas e andei até o ponto de ônibus, sentei no banco observando Nico atravessar a rua deserta.

Deveria ser umas dez horas da noite. Me perdi no fuso horário. Nico sentou-se do meu lado, já que o banco era pequeno – ironia fazer um banco de ponto de ônibus com apenas dois lugares. – Estava doida para perguntar porque simplesmente não viajávamos na sombra até o acampamento, mas estava brava e me contive. Nico abriu sua mochila e me entregou um lanche, e pegou outra para ele. Eu era orgulhosa e não iria comer.

– Come logo. – ele disse, parecendo ler meus pensamentos. – Sei que está com fome, não sei do porquê da rebeldia repentina mas não coloquei veneno nisso.

Revirei os olhos e comi. Ficamos em silencio por quase uma hora, quando o sono me atingiu, olhei para ele que parecia cansado também. Isso tudo poderia ser um jogo, mas eu agiria como se não soubesse de nada, o melhor jogador é aquele que tem uma carta na manga, não é? Coloquei a mochila em seu colo e deitei. Vi ele revirar os olhos. Mas não disse nada.

[...]

Quando acordei vi Nico dormindo encostado em mim, um ônibus e várias pessoas entrando nele. Ao longe ouvi duas velhinhas cochicharem:

Os dois são realmente fofos.

– Imagine ele com a minha neta! Tão protetor.

– Ela acordou, fale mais baixo. Senão, o namorado dela acorda também.

Revirei os olhos pelas decima vez na semana. Passei a mão do rosto e acordei Nico quando me levantei. Ele olhou para mim e assentiu, mandando eu levantar em seguida. Fomos os últimos a entrar no ônibus, mas ainda havia dois lugares.

Fiquei na janela e Nico se sentou do meu lado. Não conversamos nada por mais duas horas. Essa viagem seria longa.


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Notas finais do capítulo

O que acharam.? Comentem.



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