Uma Insuportável Adolescente escrita por Atena


Capítulo 10
Promessa, Revelações, Sakeshi


Notas iniciais do capítulo

Oi, volteeei.
Sentiram minha falta? Não? Ok.
Aí está o capítulo. Espero que gostem.



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– Akira, se acalme! - Eu gritava. - Eu te entendo, tudo bem? Eu também já fui solitária, sozinha e abandonada, na verdade a minha vida toda eu fui assim, mas eu me cansei de chorar. E matar as pessoas não vai fazer a sua dor passar!

A expressão dela passou de raiva para inocência.

– Não vai?

– Não, Akira. Não vai. Eu vou ajudar você, não se preocupe. - Falei em um tom calmo.

– Obrigada, Sakura. - Ela murmurou e se sentou na cama novamente.

– Tudo bem. Agora, você vai ter que me dizer como é esse Orochimaru. - Me sentei na cama também, eu precisava saber.

– Não lembro. - Ela dizia.

– Faça um esforço, Akira.

Ela pôs a mão no queixo e franziu a testa.

– Ele é bem pálido, tem o cabelo "a-vaca-lambeu" e usa maquiagem...

Do nada eu comecei a rir, lembrando do professor de química, ele era mesmo engraçado.

– O que foi, Sakura? - Ela perguntou com uma sombrancelha arqueada.

– Temos um professor bem parecido lá na Blue Bird. - Respondi ainda dando uma risadinha.

– Hum... Como ele se chama? - Ela perguntou.

– Ninguém sabe. Ele nunca falou o nome pra ninguém. - Respondi.

– Sakura! Você nunca pensou que ele pode ser Orochimaru? - Ela disse espantada.

– Claro que não, Akira. Ele não machuca nem uma mosca. - Respondi. Era verdade, o professor era bem idiota em certos assuntos.

Ela me olhou, séria.

– Está bem, eu fico de olho nele. - Falei, encerrando o assunto.

– Ótimo. - Ela finalizou. Ainda havia uma coisa me incomodando.

– Akira, você matou mesmo todas essas pessoas? - Não queria ser muito direta, mas quando se trata de um fantasma, acho que não havia problema.

Ela sorriu inocente pra mim.

– Matei...

Senti que ela falaria mais alguma coisa, mas fomos interrompidas pelos gritos do lado de fora, estavam me procurando.

– Essa não! Já amanheceu. Akira, eu tenho que ir, vou ajudar você. Prometo. - Falei rapidamente. Abri a porta devagar pra ninguém me perceber ali. Avistei Sasuke do outro lado do salão, gritando meu nome, mas não tinha me visto.

– Me procurando, Sasuke- Kun? - Falei, sorrindo.

– Sakura, onde você se meteu, sua doida? - Ele perguntou suspirando.

– Eu estava... dando uma olhada por aí. - Respondi, ainda sorrindo.

– Está bem. Agora vamos. - Ele disse e deu um beijo na minha testa.

– Vamos aonde? - Perguntei confusa.

– Almoçar, Sakura. Você está bem? - Ele perguntou arqueando uma sombrancelha.

– Muito bem.

É, Sasuke, eu fiquei a noite inteira conversando com um fantasma, que quer que eu ajude a acabar com um assassino que pode ser meu professor de química. E algo me diz que não é muito bom fazer promessas com fantasmas.

Nosso professor de química não tinha ido junto nessa viagem. Então, teríamos que esperar um pouco mais pra verificar isso. Mas, enquanto não temos nada pra fazer, por que não podemos nos divertir?

Sasuke e eu fomos até o refeitório, onde vimos nossos amigos já nos esperando. Eles acenaram freneticamente pra nós.

– Sakura, onde você se meteu? - Ino perguntava histérica.

– Fui conhecer um pouco mais a mansão. - Cara, essa mentira tava começando a ficar convincente, até eu estava acreditando.

Parece que todos acreditaram, menos Neji e Hinata, que me olhavam meio desconfiados. Mas tudo bem, deve ser só impressão.

Almoçamos rápido e cada um foi para o seu dormitório trocar de roupa, tem um lago de águas azul turquesa esperando por nós lá fora, amigo.

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Sabe aquela coisa boa que você sente quando vê que tem pessoas que morrem de inveja de você, e você percebe que só está dando o troco? Pois é. Isso que eu senti quando saímos e Sasuke e eu estávamos juntos. Eu adorava aquela cara de bunda que a maioria das garotas faziam.

Chegamos na margem do lago, as meninas e eu deitamos no sol e os meninos se atiraram na água.

– Sasuke, passa protetor nas minhas costas? - WHAT? Não, não fui eu que pedi para o Sasuke passar protetor em mim.

– Não precisa de protetor não, Karin. Fica sem, daí depois até sua pele vai combinar com seu cabelo, vai ficar melhor. - Respondi pelo Sasuke, mas ela que dê em cima do meu namorado pra ela ver, isso aqui vai virar Jogos Mortais.

– Calada, projeto de Clefairy. - Ela disse. - Então, Sasuke? - Ela insistiu piscando pra ele. Clefairy é o caralho, ela tá me comparando com um pokémon? Sério isso?

– Não. - Sasuke disse frio. Esse é o meu namorado lindo!

Karin só virou de costas e abaixou a cabeça, ignorante. Foi aí, que eu resolvi provocar.

– Sasuke, meu bem, passa protetor nas minhas costas? - Vi que Karin levantou o olhar pra mim, com cara de raiva.

– Claro amor. - Sasuke saiu de dentro da água, secou as mãos na toalha e veio até mim. Enquanto ele passava protetor nas minhas costas, eu olhava pra cara da ruiva com um sorriso de vitória.

Quando Sasuke terminou, ele simplesmente me pegou no colo e pulou comigo na água.

– Sasuke! Eu vou matar você! - Isso não vai ficar assim, ah não vai mesmo.

Comecei a jogar água nele, assim todo mundo começou uma guerrinha de água. Fazia tanto tempo que eu não me divertia assim. Até que tudo parou. Era como se tivessem pegado um controle e apertado "pause" na vida de todos. A água começou a ficar negra, como um lodo, e borbulhava. Tinha alguma coisa embaixo da água.

Senti algo raspar na minha perna, e comecei a me mexer na água, tentando ir até a margem, mas quanto mais eu mexia, mais longe ela ficava. Quando pensei que nada poderia ficar pior, eu afundei, ou melhor, fui puxada. Puxada para o fundo do lago, nas profundezas da solidão e do desespero.

Eu ia afundando cada vez mais, já podia sentir a pressão caindo, mas, a água daquele lago batia na minha cintura, como poderia estar tão fundo agora? E eu ainda tinha a impressão que não iria parar de descer tão logo. Eu sentia que a coisa que estava me puxando parecia irritada, meu tornozelo deveria estar roxo já, me puxava com força, parecia nervosa, e com pressa. Desci mais um pouco e do nada, parou.

Percebi que eu conseguia respirar de baixo da água, era estranho, então abri os olhos, devagar, temendo que o que tivesse me puxado poderia estar na minha frente agora. E adivinha? Estava. Akira estava na minha frente.

– Sakura, me desculpe por puxar você daquele jeito, mas precisamos conversar. - Fiz um sinal de "prossiga" pra ela. - Você pode falar aqui.

– Tudo bem, continue. - Falei.

– Eu descobri uma coisa. Não é bem Orochimaru que causa tudo isso. - Agora eu não entendo nada mesmo.

– Como assim não é Orochimaru? Você mesmo disse que ele matou seus amigos!

– Foi ele... Mas, não foi ele. - Ela disse, mexendo as mãos frenéticamente. Ok, deu lag no meu cérebro, bugou tudo.

– O que? - Tá, ou foi ou não foi, se decida.

– Sakura, ele estava meio que possuído. - Ela disse com uma voz nervosa.

– Possuído? Por quem? - Perguntei, já temendo a resposta.

– Por um menino. O nome dele era Sakeshi. Ele era meu amigo também. Estudava com a gente na Blue Bird. Ele era meio gorducho, e todos os alunos mais velhos implicavam com ele. Meus amigos e eu sempre acalmávamos ele. - Vi ela soltar uma lágrima. - Ele era um bom menino, não sei por que está fazendo isso. Deve ser por causa dos alunos mais velhos que zombavam dele. A gente levava ele pra comer batata frita quando ele ficava triste. - Ela sorriu carinhosamente.

Eu simplesmente não sabia o que fazer, eu abraçaria ela agora, mas provavelmente a atravessaria.

– E o que aconteceu com ele? Akira, pode me falar. - Pedi.

– Encontramos ele morto no dormitório dele. Um tempo depois descobriram os culpados. Naquele dia, um pouco antes daquilo acontecer, tínhamos combinado de pedir pizza e fazer um cinema no dormitório dele. Mas a gente não pode ir, a diretora tinha pedido que fossemos a sala dela, quando saímos de lá, fomos direto ao quarto dele, mas era tarde demais. - Ela já desabava em lágrimas. - Eu nunca vou me perdoar! Nunca!

– Akira, não foi culpa sua, nem de seus amigos. - Eu tentava acalma-la.

– Foi sim, Sakura. Eu sou tão idiota. Se não fosse eu isso não estaria acontecendo. - Ela ainda chorava.

– Akira, onde exatamente era o quarto dele? - Perguntei.

– No dormitório dos cadáveres. Última porta. Fim do corredor. - Ela disse limpando as lágrimas.

Ainda faltava quatro dias para voltarmos ao colégio. Então me lembrei de uma coisa.

– Akira, ele também veio nessa viagem, né? Digo, aqui, para a mansão do lago, ele ainda estava vivo aquele dia.

– Sim. - Ela respondeu, de cabeça baixa.

– E qual era o quarto dele, aqui na mansão? - Perguntei ansiosa, talvez eu pudesse encontrar alguma coisa.

– Escadas á direita, onde agora é o dormitório feminino, antigamente era o masculino, final do corredor, número 999.

Ah, maravilha.


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Notas finais do capítulo

Haha eu adoro ferrar meus personagens :3
Enfim, espero que tenham gostado.
Beijos.



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