O Meu Mundo Real escrita por DiAngelo


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Oii! Já li um pedacinho da Casa de Hades e já tive mais ideias para escrever a experiência de Nico e Pamela no Tártaro! Uma novidade: estou postando no fim de semana! O primeiro fim de semana desde qUe comecei a escrever essa fic que consigo ter um tempo pra sentar com meu PC e postar um capítulo pra vocês, queridos leitores. Agradeço pelas sugestões e vou tentar usá-las nos próximos capítulos. Boa leitura!



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PAMELA POV

Estar no Tártaro era totalmente assustador e angustiante. Em poucos minutos, as forças que restavam em mim se esvaíram e o frio que eu senti quando caímos agora havia se transformado num calor abafado, absurdo e totalmente desconfortável. Meu corpo ardia por dentro e por fora e quando eu olhei, o calor abafado do Tártaro havia nos causado queimaduras por toda a pele. Estávamos com a pele em carne viva, e não sei como Nico estava aguentando ficar ali sem maiores problemas. E começava a ficar sem ar e muito, muito fraca mesmo.

–Nico, eu vou morrer.

– Pam, pare com isso. O Tártaro é especialmente feito para tirar a esperança de todos e fazer com que a gente queira morrer, mas vamos aguentar firme até o final, meu amor. Me escute, está bem? Eu também estou fraco, mas temos que aguentar firme.

Assenti com a cabeça. Me sentei e percebi que o chão não era feito de areia ou terra. Cacos de vidro escuro cobriam o chão e minhas mãos, que eu tinha apoiado a fim de me sentar agora sangravam, cortadas pelo vidro.

Sentada desabei e comecei a chorar, sentindo que havia cometido um grande erro ao ir para o Tártaro e ainda por cima levar Nico comigo.

Nico abriu a mochila que Percy havia nos entregado e com grande dificuldade se acocorou ao meu lado e abriu uma das garrafas.

Me deu um pouco e também tomou um pouco.

–Nico, – comecei a falar ofegante e com a voz rouca de tanto respirar aquele ar sulfuroso – Estamos num caminho diferente do que Annabeth descreveu no diagrama. Não podemos seguir à risca.

Olhei em volta mais uma vez, minha força se esvaindo cada vez mais. Comecei a ouvir algumas vozes que não sabia dizer de onde vinham.

Não há por que tentar viver. O destino de quem está no Tártaro é a morte. A vida não faz sentido, pare de tentar se manter vivo. Venha conosco. Venha.

Logo me lembrei. Cócito, o rio das lamentações.

–Nico, essas vozes precisam parar. Não podemos continuar a escutá-las, elas vão nos atrair e nos afogar no rio. E então vamos morrer. Estamos destinados a morrer! – Mais uma vez comecei a chorar. –Por que viemos pra cá?

Então olhei o diagrama de Annabeth.

–Nico, amor – usei a força que me restava para sussurrar para ele – O Flegetonte, vamos até a margem do Flegetonte.

Nico estava fraco, com a pele cheia de queimaduras como a minha e respirando com dificuldade. Mas com a graça dos deuses, mantinha-se o mais firme que era possível estando no Tártaro. Quando eu o olhava só conseguia pensar em como eu o amava e como tinha sorte de tê-lo ao meu lado. Sem Nico eu não duraria um minuto naquele lugar asqueroso.

NICO POV

Por pior que fossem nossas condições, eu conseguia suportar aquilo melhor que Pamela. Ela havia tido uma coragem incontestável por se oferecer para ir ao Tártaro resgatar um semideus que ela nem conhecia e que poderia estar morto. Ela tinha sido abençoada por meu pai, mas não era filha do submundo. Eu sabia que suas forças acabariam antes das minhas, e tinha que me manter firme para ajudá-la. Eu estava disposto a tudo, exceto perdê-la.

Quase sem voz e com seus olhos quase se fechando, ela me pediu para irmos até as margens do rio de fogo, o Flegetonte.

Me levantei com extrema dificuldade e a segurei de modo que só seus pés ficassem no chão de cacos. Então fomos andando, ela se apoiando em mim quase desmaiando e chegamos às margens do rio, que por sorte não estavam longe. Sentamos novamente e ela se inclinou para perto das chamas do rio.

Eu sentia meu rosto arder com o calor das chamas. Ela fez uma concha com as mãos e bebeu um pouco das chamas. Me deu um sorriso fraco que logo se transformou numa careta de dor. Ela se deitou no chão cheio de cacos de vidro e começou a se contorcer, como se o fogo que ela havia bebido estivesse derretendo tudo dentro dela. Tentei abraçá-la e fazê-la parar, mas ela continuou a se encolher gemendo de dor. Parou de repente e eu pensei que tinha a perdido. Então ela abriu os olhos olhou pra mim e falou:

– Beba as chamas. Flegetonte também é conhecido como o rio da cura. Li isso no livro. Annie e Percy beberam dele para manterem-se vivos. Beba logo, Nico.

Fiz o que ela disse e senti o que ela também deve ter sentido. O fogo descia queimando como uma mistura concentrada de todas as pimentas mais fortes do mundo batida no liquidificador com lavas de vulcão. Alguns momentos depois comecei a me sentir um pouco melhor. Vi que as bolhas de queimadura em mim e em Pamela começaram a se curar e os cortes feitos pelos cacos de vidro no chão começaram lentamente a cicatrizar.

– Nico, já me sinto um pouco melhor -Ela disse- vamos andando, nos mantendo à margem do rio. Quando nos sentirmos fracos é só beber mais um pouco das chamas.

Ela disse isso como se fosse algo natural beber o conteúdo daquele rio, mas preferi não comentar e concordar com ela. Era a melhor opção mesmo.

Tínhamos que encontrar Giuliano. Para isso havíamos descido ao Tártaro. Ele tinha que estar em algum lugar ali perto. E, pelos deuses, que ele não estivesse morto.

TRAVIS POV

Era estranho, mas fiquei preocupado por Pamela descer ao Tártaro. Senti um desconforto enorme ao vê-la desaparecendo nas sombras com Nico Di Ângelo. Fiz uma prece para os deuses, para que os protegessem enquanto estivessem lá. Que os dessem alguma forma de sair lá sem graves problemas. Esperava de verdade que eles atendessem ao meu pedido. Aquela não podia ser a última vez que eu veria Pamela. Havia dias que eu estava refletindo e então finalmente cheguei a uma conclusão. Eu precisava contar a ela. Pedi mais uma vez aos deuses para que ajudassem ela e Nico a se manterem vivos e fizessem com que eles voltassem ao navio em segurança. Eu não iria sossegar até dizer para Pamela aquilo que eu já estava guardando há algum tempo. Não mesmo.


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Notas finais do capítulo

E é isso aí, pessoas bonitas! Espero que tenham gostado do capítulo. Amo ler e responder a opinião de vocês, verdade. Então é isso. E até o próximo capítulo. ;)

P.S.: O que acharam da postagem no fim de semana???