Black escrita por Artur


Capítulo 5
Capítulo 05: Silêncios São Quebrados


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores queridos! Não pensem que eu desisti da história, apenas tive muitos (MUITOS) contratempos e vários outros imprevistos que me impediram de postar aqui. Esse capítulo começará de onde o anterior parou, então quem não lembra pode ir refazendo a leitura!

Neste capítulo veremos mais da interação da Sofia com o grupo, e o que ela sente em relação aos companheiros. Terá também mais momento dela com determinadas pessoas do grupo, e claro, com Daryl! Foi algo que faltou no último e resolvi colocar nesse, para ficar bem nítido a relação dos dois mesmo.

Enfim, boa leitura! E perdão pela demora :D



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| ‘’ O silêncio é uma confissão, um turbilhão de sentimentos que quando quebrado, é a única resposta para tudo ‘’

Pov. Sofia Gibbert

Glenn foi pego e isso é terrível, não sei quem são esses homens e para onde levaram ele mas talvez, levar a mulher que me salvou para a prisão seja uma decisão sábia afinal, ela sabe mais sobre o grupo que nos atingiu e poderíamos buscar o Glenn uma outra hora, não podia fazer nada nas condições em que estava.

Sinto meu corpo todo formigar. A cada passo que dava minha cabeça doía cada vez mais, o caminho para a prisão parecia não ter fim, a escuridão da noite já prevalecia e a floresta não é o melhor lugar para se refugiar. Minha visão fica turva incontáveis vezes, mas eu tinha que chegar na prisão com consciência e alertar para todos o que aconteceu com o Glenn, temos que salva-lo o mais rápido possível.

— Logo chegaremos, não se preocupe. – Sussurrei com dificuldades para a mulher que acabara de salvar minha vida, ela permanece calada apenas assentindo com a cabeça. O som de gravetos sendo partidos se ecoa pela floresta, a negra para de se movimentar enquanto olhava cautelosamente para todo o local.

Um errante surge por dentre os arbustos rasteiros que preenchiam o espaço. A mulher retira o meu braço ao qual estava apoiado sob o seu próprio ombro, e em questão de segundos, parte para cima do transformado apunhalando sua espada e disferindo um único golpe que dilacera a cabeça do verme.

— Outro ... – Avisei mais afastada quando notei a vinda de mais um andarilho, porém, minha voz estava falha e não conseguia falar mais alto do que podia.

A negra cambaleia na direção do outro infectado, e é ai que noto uma mancha de sangue na altura de sua coxa, ela perfura o crânio do verme com um golpe verticalmente preciso voltando-se logo para a minha direção.

— O que foi isso? – Tento perguntar enquanto faço uma pausa para puxar fôlego e apontava na direção do ferimento . —Você foi mordida?

— Baleada. – Respondeu a mulher com uma expressão nada amistosa, ela olha de relance para a ferida e logo conclui a resposta. — Pelos mesmos homens que pegaram seu amigo e te machucaram.

O silencio surge e continua por alguns segundos, estava notório que aqueles homens não tinham boas intenções, e pelo visto não éramos as únicas vítimas deles. Saber que Glenn foi pego e levado para um lugar onde esses miseráveis vivem fez meu coração palpitar, ainda não sabia do que eles são capazes de fazer com ele.

Retornamos imediatamente com a nossa trajetória, o quanto antes estivermos na prisão mais cedo será para resgata-lo, e estarmos ambas feridas e cansadas no meio de uma floresta à noite não ajudava muito. As nossas passadas continuas foram aumentando, o cansaço me dominava por completo e após um longo tempo caminhando, eis que as primeiras cercas que rodeavam a prisão ficaram visíveis.

— Chegamos.

Andejamos um pouco até chegarmos bem de frente à cerca, alguns errantes sentem a nossa presença e já avançam em busca da carne fresca. A mulher partia para cima dos mesmos extremamente esgotada, os movimentos com a espada já estavam mais vagarosos e antes que eu pudesse fazer alguma coisa, minha visão fica completamente turva, meu rosto ardia intensamente além de não conseguir respirar direito.

Em questão de segundos meus olhos se fecham e uma imensidão escura surge, juntamente ao barulho de tiros disparados e de passos apressados. Não sei o que aconteceu, mas quando retornei a abri-los, o teto da enfermaria da prisão tornou-se visível, ergo minha cabeça e noto a presença de Hershel vasculhando alguns materiais em uma cesta.

— Sofia! – Cochichou Lori com um largo sorriso no rosto ao notar que eu acabara de acordar. Ela andeja na minha direção com seu filho logo atrás. Hershel me olha sorridente enquanto passava algo em minha testa.

— Não, onde está ela? Cadê a mulher que me salvou? – Questionei apressada interrompendo o ato de Hershel. Carol logo surge assustada, mas sua expressão muda ao ver que eu tinha acordado.

— Em um bloco de cela separado, Rick e os outros estão falando com ela neste momento. – Explicou Hershel, me levanto da mesa onde estava e antes que eu pudesse ir na direção do local, o velho segura meu braço com força repreendendo-me. — Você está ferida, não sei o que aconteceu mas você tem que ser tratada.

— Sofia, você desmaiou assim que chegou aqui. - Completou Lori, apreensiva.

— Depois cuidaremos isso, preciso falar com Rick. – Dou de ombros nervosa, corro na direção da cela conforme ia ouvindo a voz de Rick e da mulher e logo fica visível a presença de Maggie e sua irmã, Rick e Daryl ao lado da negra a qual estava sentada com o ferimento ainda exposto.

Todos me olham assim que chego no local. Maggie demonstrava estar bastante aflita provavelmente por eu ter retornado sem o Glenn, Rick balança a cabeça sinalizando um gesto de positivo enquanto eu caminhava na direção da mulher.

— Ela contou o que soube, mas queria ter certeza que estava falando a verdade. – Afirmou Rick em relação à ela. Não posso discordar, ela é uma desconhecida, assim como fui a algumas semanas atrás, não saberiam se ela estava falando a verdade assim que eu despertasse.

— Glenn e eu estávamos voltando para a prisão quando o carro capotou, tudo que lembro era de ver ele desmaiado com a cabeça no volante. Eu queria ajudar mas não consegui! – Comecei a esclarecer as coisas fitando Maggie com minha voz nervosa, não conseguia esconder a angustia do momento. — Precisava sair de lá, meu corpo doía bastante acabei não sendo muito útil, alguns homens vieram e o pegaram, tentei fugir e um deles acabou me espancando, foi ai que ela me salvou.

Dessa vez todos estavam presentes, apenas Glenn que se encontrava em um lugar qualquer. Um breve silencio surgiu no local, todos me olhavam assustados e apreensivos com a situação, Rick e Daryl se entreolhavam intensamente, até que o casca grossa questionou algo.

— Sabe para onde ele foi?

— Existe uma cidade, Woodbury. Cerca de setenta e cinco sobreviventes, a mercê de um homem que se nomeia Governador, tem aspirantes a paramilitares fazendo vigília nos muros. Errantes não entram lá, mas acho que podemos tentar. – Explicou a mulher convicta. Todos nos entreolhamos e rapidamente Maggie já demonstrava sua preocupação.

— Vamos, não podemos deixa-lo lá. – As lágrimas já escorriam pelo seu rosto claro, Beth logo toda nos seus ombros tentando ameniza-la. — Sozinho com esses desconhecidos que nem ao menos sabemos o que querem.

— Eles feriram a Sofia, imagina o que podem fazer com o Glenn. Principalmente ele estando desacordado. – Reforçou Carol, neste momento lembro-me das dores que se alastravam pelo meu corpo, por um breve momento as esqueci, deixei de lado o meu estado atual para contar o ocorrido a Rick e os demais, toco no meu braço assim que sinto o membro dolorido, percebo que Daryl me fitava mais afastado e acabo o ignorando.

— Tudo bem, nós iremos e você virá conosco. – Ressaltou Rick com seu senso de liderança, virando-se para a mulher da espada. — Decidam-se quem irá também, uma parte do grupo ficará aqui. Partiremos em quinze minutos.

Todos se dispersam, Rick parte apressado junto a Daryl e Oscar – o último remanescente dos prisioneiros daqui. Maggie se retira abraçada a Beth, Lori e Hershel nos olhavam com um olhar distante, tínhamos que agir logo.

Hershel fez questão de tratar dos meus ferimentos e a perna baleada de Michonne, após todo o alvoroço ela finalmente revelou seu nome mesmo que continue calada. Uma angustia se eclodia dentro de mim, juntamente a outros sentimentos que não sei bem como explicar. Lori reclamava com Carl em um tom de voz baixo, provavelmente o garoto queria ir junto aos demais resgatar o coreano, Carol e Beth surgem com armas em mãos, elas entregam para Rick e Oscar além de devolver a espada de Michonne.

— Estamos prontos, iremos atrás dele e o traremos de volta. – Avisou Rick, confiante. Todos assentimos com a cabeça, o xerife parte junto ao prisioneiro, Maggie logo se despede do pai com um abraço e volta sua atenção para mim.

— Sofia ... – Sussurrou Maggie com a voz um pouco falha, possivelmente deve estar bastante abalada devido aos acontecimentos. — Sei que você queria ajudar, mas acredite só resta agora descansar, você já fez o seu melhor.

— O que? É claro que eu irei também, eu me sinto culpada! Poderia ajuda-lo a sair de dentro do carro mas eu fui uma covarde quando ouvi as vozes dos homens. Eu vou junto a vocês, e nós resgataremos o Glenn. – Respondi determinada, erguendo-me de pé.

— Você não vai. – Uma voz rouca se ecoa timidamente, viro-me e percebo que se tratava de Daryl, escorado na parede com sua besta em mãos. — Não neste estado.

Todos o encaram como se isso fosse um dos raros momentos em que Daryl demonstra preocupação com algo, Michonne logo segura sua espada e parte na direção de Rick. Maggie repete as mesmas palavras de antes e parte junto a Michonne.

— É, não há nada que se possa fazer agora. – Completou Beth acariciando o meu ombro, fico parada observando eles se afastarem e antes que Daryl pudesse sair do interior da prisão, chamo-o pelo nome. Daryl vira-se me encarando em um profundo silencio, aproximo-me com uma coragem que não sei de onde tirei para abraça-lo, mais uma vez.

— Eu queria ajudar, agora eu te entendo. – Afirmei enquanto estávamos abraçados. Assim que nos separamos, Daryl me olhava como se não entendesse coisa alguma. — Quando você pediu para Rick me deixar ficar, você disse que eu era uma de vocês e que quando alguém mexe com as pessoas do grupo, sempre arcará com as consequências.

Fiz uma pausa enquanto suspirava e procurava as palavras certas para demonstrar o sentimento que eu estava sentindo em relação a tudo que veio acontecendo nas últimas horas, e de tudo que ainda estar por vir.

— Ao contrário de antes, me sinto parte do grupo. Me preocupo com todos vocês, sem exceção, e saber que Glenn corre perigo me deixa abalada. Quero resgata-lo, e fazer com que os culpados arquem com tudo.

Daryl permanece em silêncio, ele me olha fixamente por alguns segundos mas logo muda a direção do seu olhar para os demais que estavam mais ao fundo do local nos observando, provavelmente com o mesmo sentimento que eu estava sentindo.

— Você estava ferida, apanhou e mesmo assim não desistiu de chegar aqui e nos contar o que aconteceu com o Glenn para que pudéssemos ajuda-lo. Se você fosse pega, nenhum de nós saberíamos o que aconteceu e para onde iriamos, você fez sua parte. – Respondeu Daryl, acho que pela primeira vez eu ouvi tanto a sua voz. Assenti enquanto ia ficando cabisbaixa e procurando entender que fiz o que estava ao meu alcance, Daryl acaba dando continuidade a sua trajetória enquanto falava uma última coisa:

— Se fosse eu no seu lugar, estragaria tudo em segundos. – Dou um leve sorriso, mais uma vez fico rindo de algo que ele fala, acho que é o modo dele falar e expressas as coisas. Daryl abre a porta que levava ao pátio da prisão, e antes que o mesmo se retirasse, chamo-o mais uma vez.

— Daryl! – Faço uma pausa fitando com o olhar, ele não se vira apenas inclina sua cabeça um pouco para o lado esperando a continuação do que eu ia falar, um silencio momentâneo surge mas faço questão de quebra-lo. — Obrigada. E tentem traze-lo sem perdas.

Daryl responde apenas com o balançar da própria cabeça enquanto se direcionava para o meio exterior da prisão, fechando a porta logo em seguida. Fico parada alguns segundos olhando para lugar algum, viro-me para os demais e vejo que ninguém conseguia esconder a apreensão que se eclodia pelo momento.

— Só nos resta esperar, tudo vai dar certo no fim. – Pronunciou Hershel ficando de pé com as muletas. Naquele momento torci para que as palavras dele fossem o que realmente iria acontecer.

– X –

Passaram-se algumas horas desde que Rick e os demais foram atrás do companheiro, e nas imensas árvores que rodeavam a localidade da prisão, um homem observava o local onde os sobreviventes residiam com um sorriso impetuoso em face e um olhar ganancioso. O homem um pouco calvo vira-se para trás enquanto assentia com a cabeça para outros homens que estavam dispersos nos carros que estavam em inercia no local.

— Phillip no final das contas estava certo, vir pela floresta é mais discreto. – Esbravejou o homem enquanto dava pequenos passos aproximando-se dos demais com um largo sorriso estampado. — Não sei como ele conseguiu a localização com aquele asiático, mas parece que é logo à frente. Talvez aquela garota de ontem a noite tenha chegado a tempo suficiente, provavelmente devem estar no caminho de Woodbury agora.

Todos os demais então, falam em uníssono como se comemorassem algo que estava prestes a ser conquistado. Os carros são ligados, alguns dos desconhecidos caminhavam a pé na direção da prisão enquanto o homem calvo de antes liderava o caminho enquanto berrava:

— Mesmo que seja para assusta-los, não significa que não possa haver mortes!


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Notas finais do capítulo

Sim, já falei que não vou seguir todos os rumos da série, principalmente no arco de Woodbury. Phillip mandou alguns capangas para a prisão ( no próximo descobriremos como ele retirou isso do Glenn) e acho que ficou claro que, ao mesmo tempo que Rick e cia foram atacar a cidade e busca-lo, Woodbury e cia também realizarão um ataque surpresa na prisão, sem ambos saberem.



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