Black escrita por Artur


Capítulo 4
Capítulo 04: Ameaça Iminente


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores! Espero que gostem do capítulo, tive uma semana difícil e só pude atualizar a fic agora. Espero que gostem do capítulo, e obvio que você irão perceber o rumo que estou levando, mesmo que seja uma adaptação diferente da série.

Ah, vocês verão a Sofia interagindo com os demais membros da prisão, não só o Daryl, por enquanto :)



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| ‘’ Quando o futuro deixou de ser uma esperança e se tornou uma ameaça? ‘’

Pov. Sofia Gibbert

É estranho a sensação de desconforto que senti mesmo depois de Rick ter decidido minha presença na prisão, talvez por serem desconhecidos ainda tive esse deslocamento mas, creio que isso seja normal. Não consegui dormir direito no dia que fui agradecer Daryl por ter convencido Rick a me deixar ficar, não depois de tê-lo abraçado daquele jeito ... o que eu pensei? Sou uma desconhecida para ele, e ele também é um desconhecido para mim!

Mas, de qualquer forma, agi por impulso e isso já ficou para trás, pelo menos espero. Um novo dia surgiu, o primeiro sendo oficialmente parte do grupo e logo Hershel me recebe com aquela simpatia de sempre, ele realmente era um bom homem e via nos seus olhos, toda a esperança que possuía mesmo estando no mundo acabado. Lori logo surge com um sorriso amistoso, ela estava visivelmente exausta por conta da gravidez que agravava a situação do grupo cada vez mais entretanto, mantinha sua educação.

– Bom dia. – Proferiu Rick, adentrando no local onde nos reuníamos para realizar as refeições diárias. Ele encara todos nós por alguns segundos, me fita de relance e logo depois, assentiu com a cabeça e retirou-se do local.

Carol e Beth colocam uma cesta sob a mesa de concreto, no recipiente haviam alguns pedaços de pães, frutas secas e extremamente maduras e uma jarra de água. A filha mais nova de Hershel me cumprimenta enquanto me entregava uma fatia de um dos pães.

– Obrigada. – Agradeci com um sorriso simpático enquanto ajeitava os fios do meu cabelo por detrás da orelha direita. O barulho das grades do bloco de celas se ecoa e rapidamente surge Carl, ajeitando seu chapéu de xerife, indo cumprimentando todos, inclusive a mim.

– Hershel. – A voz de Lori ecoou-se abafada. – Acho que o bebê está nascendo.

Fico imóvel, encarando Lori como se tudo pudesse desmoronar em questão de segundos, arregalo meus olhos enquanto vejo Hershel andejar apressado na direção da mulher que fica pálida enquanto era amparada por Carol e Carl.

– Fique tranquila! – Começou a acalma-la Hershel. – Vou te analisar, sente-se aqui!

O velho ergue uma cadeira próximo de Lori enquanto a mesma suspirava intensamente. Começo a ficar apreensiva observando toda aquela situação, lembro-me da conversa que tive com Lori, de ouvir ela dizendo o quanto estava receosa diante da gravidez. Vejo Hershel colocar as mãos sobre a barriga da mulher enquanto ia mudando de direção várias vezes, Lori solta um gemido torturante enquanto Carl, já não conseguia esconder o nervosismo.

– Não se preocupe, são apenas contrações. As primeiras até agora certo? Isso quer dizer que dentro de três semanas no máximo, você poderá ter o bebê. – Explicou Hershel segurando a mão de Lori com firmeza, a mulher assente com a cabeça enquanto passava a mão na própria testa, enxugando o suor que já escorria.

– Ou antes. – Completou Carol, receosa.

Pelo visto, o grupo já se acostumou com a ideia da Lori estar esperando um filho na situação atual em que vivemos, isso realmente é suicídio. Mas, com essa prisão servindo de refugio para todos nós, talvez não seja um problema quando se trata das constantes ameaças.

Durante a tarde, Hershel me procura chamando-me para ajuda-lo em algo que pretendia fazer. O velho disse que era algo relacionado a ervas e plantas medicinais que ele pretendia cultivar no lado exterior da prisão e por isso, precisava da minha ajuda para tal feito.

– Não acho que posso ser tão útil. Por quê não chamou a Maggie ou o Glenn?? – Perguntei enquanto caminhávamos na direção da entrada principal da prisão.

– Eles já estão ocupados com o Rick e o Daryl, foram buscar alguns equipamentos que ficaram no interior da prisão, Oscar irá guia-los. Não quero sobrecarrega-los. – Explicou Hershel ajeitando suas muletas.

Caminhamos até a última camada de cercas que envolviam a prisão, Hershel aponta para o local onde pretendia plantar as ervas mas, noto a presença de alguns transformavam que surgiam da floresta e vagavam na direção da prisão. Beth logo surge com uma pequena barra de ferro em mãos, a loira sorriu para o pai enquanto voltava-se para as cercas e atraia os caminhantes para uma área especifica com inúmeros gritos eufóricos.

– Vamos, isso será breve. – Proferiu Hershel já ultrapassando as cercas. Sigo-o e vejo de relance, Beth fincar o objeto pontiagudo no crânio dos vermes, eliminando-os sem dificuldades.

– Esse solo é bom para o cultivo de plantas medicinais. Também poderemos plantar soja, tomate e qualquer outra fonte de alimento.

Hershel se agacha sob o solo arenoso, analisa tudo atentamente e logo começa a remexe-lo. Fico observando-o imóvel, as vezes direcionava minha visão na direção de Beth, que continua a derrubar os vermes que iam na direção da jovem.

– Hershel ... você acha realmente que a Lori pode sobreviver? Digo, não acho que estejamos preparados para encarar um parto. Tudo bem que você é um médico ... veterinário, tanto faz! Mas ainda assim, não demonstram estarem preocupados com a situação... – Comecei a afirmar mas Hershel logo me interrompe me encarando com um sorriso lateral.

– É claro que estamos. Mas, de certo modo, estamos esperançosos e relação a isso.

– Pai!! – A voz de Beth soa mais ao fundo, viro-me e perco do que se tratava quando alguns andarilhos, cambaleavam na nossa direção com suas presas afiadas e as faces pútridas de sempre.

– Hershel ... – Sussurrei sem saber o que fazer, os zumbis se aproximavam cada vez mais e, por mais que Beth gritasse tentando atrai-los, eles continuavam a vim na nossa direção. O velho ainda agachado, ergue sua pistola e atira na direção do primeiro errante porém, o disparo atinge o ombro direito do andarilho que continuou a caminhar na nossa direção.

Eis que Hershel atira novamente e dessa vez, acerta o crânio do zumbi que vai ao chão. Posteriormente, um dos errantes que vinha logo atrás, tropeça no corpo estendido do zumbi que fora eliminado por Hershel, e vai ao chão rastejando-se na minha direção.

A cena daquele verme rastejando na minha direção fez um pequeno feixe de lembrança passar na minha mente. Vi minha mãe e minha irmã apavoradas, diante das fortes batidas na nossa porta e logo depois, um errante surge abrindo um buraco na parte de baixo, e ia rastejando na direção da nossa mãe.

– Sofia! – Alguém me chamava mas eu não estava ali, vi novamente a cena da minha mãe sendo devorada por um grupo de famintos andarilhos, eles abocanham a carne dela com alvoroço, via Claire com os olhos fechados e abraçada a mim completamente assustada.

Tudo se desfez e eu me via em um momento crítico, o errante que rastejava, estava quase alcançando minha perna e com o susto, cambaleei para trás enquanto retirava a faca que Carol me deu e a direcionava na face do errante. Outros transformados logo surgem, cravo a faca no primeiro que surge enquanto dava tempo para Hershel adentrar na abertura de uma das cercas novamente. Deixo os demais transformados de lado, e também adentro pela abertura, que logo é fechada por Beth, suspiro intensamente diante do susto enquanto Hershel e Beth me encaram, assustados.

Duas semanas depois ...

– Ache tudo que for de utilidade. Não temos muito tempo! – Exclamou Glenn determinado enquanto saltava sobre uma cerca pequena e corria na direção do local que havíamos encontrado. A vida na prisão se tornou pacifica e sinto que a cada dia que se passa, vou me enturmando ainda mais com o grupo, é claro que haviam alguns que não conversavam muito comigo, como Daryl por exemplo.

– É muito mais simples abrir a porta. – Brinquei enquanto abria a entrada da creche que encontramos por pura sorte. Mesmo com toda proteção que a prisão nos fornecia, Lori se tornou um caso a parte, o bebê estava perto de nascer e precisávamos de mantimentos necessários.

Vagamos pelo pátio da creche em silêncio, apenas eu e Glenn afinal, Hershel dava as últimas aulas de parto a Maggie e Carol, caso seja necessário ajuda extra. Glenn não reclamou sobre ir comigo e eu até gostei da indicação feita pela Lori até porque, fiz várias compras com meu pai assim que Claire nasceu então, eu entendo do que possa ser útil.

No pátio da creche haviam alguns brinquedos e balanços enferrujados, abandonados. Passamos por eles até chegarmos em uma espécie de janela bastante larga, Glenn vai na frente e me ajuda a adentrar logo depois. O local era muito escuro e abafado, além de estar completamente revirado, claro.

– Vou por aqui. – Sussurrou Glenn dando tímidos passos mais para frente com seu facão em mãos, atento a qualquer coisa. Confesso que não é nada tranquilizante ficar sozinha em um lugar completamente escuro e com um cheiro podre no ar.

Ergo minha mochila e retiro uma lanterna q eu me ajudou a tornar as coisas um pouco mais visíveis. Glenn pede para que eu fique por perto, caminho vagarosamente sobre o piso de cerâmica lisa enquanto ia iluminando tudo aquilo que encontrava pela frente, até chegar em um local diferente, uma espécie de dispensa da creche.

Coloco a mochila em cima de uma balcão enquanto abria as portas dos armários iluminando tudo com a lanterna e por sorte, consigo encontrar várias coisas úteis como comidas infantis, talco e outras coisas. Pego-os um por um e enquanto os colocavam dentro da mochila, um barulho baixinho e distante se ecoou, paro por um segundo imaginando ter ouvido o tal barulho estranho mas logo continuo o trabalho.

Após ter colocado tudo dentro da mochila, viro-me pretendendo ir até onde Glenn estava mas, sou impossibilitada quando um errante surge bem na minha frente erguendo os braços e levando-me ao chão.

O transformado fazia inúmeros movimentos com a boca enquanto rosnava intensamente, seguro seus braços com firmeza tentando afasta-lo ao máximo e antes que algo pudesse ter acontecido, a metade da face do zumbi gira para um lado enquanto o corpo todo para de se debater. Glenn estava lá em pé, com sua foice em mãos e completamente arfante.

– Você está bem? – Perguntou o coreano ajudando-me a me levantar. Sinalizo um sim com a cabeça enquanto colocava a alça da mochila nos meus ombros novamente.

– Encontrei um berço e algumas fraldas. Achou algo? – Esbravejou Glenn mas logo nossa atenção volta-se para cerca de três transformados que surgem de outro cômodo da creche e caminham na nossa direção.

– É melhor irmos! – Exclamei enquanto corria na direção contrária, Glenn pega o berço encontrado e me segue até onde o carro estava estacionado. Colocamos o berço dentro do porta-malas enquanto a fórmula ficava dentro de uma cesta, comigo no banco do passageiro.

Tudo ocorreu bem, até agora. Glenn ia dirigindo já tranquilizado enquanto apenas ficava observando a estrada que chegaria até a prisão, fico alguns minutos me olhando no espelho e realmente .. não estava nos meus melhores dias!

– É muito vaidosa? – Ouço Glenn questionar.

– Nem tanto mas, acho que toda mulher precisa ficar bonita. Mesmo no fim do mundo. – Brinquei enquanto voltava-me para o coreano.

– Você não tem medo ... – Comecei a indagar enquanto fazia uma pausa para suspirar, Glenn me olha de relance ainda mantendo seu foco na estrada. – Medo de um dia perder a Maggie? Vocês formam um casal tão bonito, que as vezes me pergunto se isso não trás tanta esperança. Glenn me olha incrédulo por alguns segundos mas logo esboça um sorriso de leve.

– Acho que ter esperança é o que nos deixa continuar seguindo em frente. Por isso Maggie e eu estamos juntos até agora, acho que um ajuda o outro a se reerguer. E se um dia um de nós morrer, foi porque tinha que ser. – Explicou Glenn com os olhos brilhando.

Dou um sorriso enquanto acariciava meus cabelos, realmente era lindo ver o quanto os dois são apaixonados. O momento logo se desfez quando um barulho ecoou-se ofuscado e logo em seguido, um estrondo enorme.

Quando me dei conta, o carro havia capotando. Sinto algumas dores pelo meu corpo enquanto me contorcia tentando ver o nosso estado, olho para Glenn e vejo o coreano desmaiado com a cabeça sob o volante.

– Glenn ... – Foi só o que consegui pronunciar, minha cabeça doía intensamente e minha visão estava distorcida. Ouço mais vozes vindo do lado de fora do carro, consigo passar pelo vidro que havia quebrado enquanto saia para o exterior.

Deitada ao chão, noto que a roda dianteira foi estava com uma espécie de buraco, provavelmente foi furada por algo, ou um disparo. Havia fumaça saindo de dentro do carro e o Glenn ainda estava lá dentro, tinha que ajuda-lo mas logo inúmeros errantes surgem pela floresta próxima onde capotamos e andejam na minha direção. Procuro minha faca mas a mesma não estava na minha cintura, duas vozes graves e potentes se ecoam novamente, desta vez mais próximas.

– Me ajuda a virar o carro e tirar ele lá de dentro. – Proferiu um dos homens, do outro lado de onde o carro capotou já no meu lado, os errantes já me faziam companhia quando me arrasto pelo chão tentando me afastar dos vermes. Alguns disparos foram efetuados e logo um dos homens estava de pé na minha frente, segurando um revolver.

– Ora o que temos aqui. A espertinha saiu lá de dentro! – Ironizou o homem com um sorriso malicioso, ele me puxa pelo braço me levantando a força. Tento me soltar mas simplesmente não consigo, minhas condições estavam horríveis.

– Não passa de mais uma sobrevivente vadia. – Repudiou novamente o rapaz que é surpreendido com a presença de mais um andarilho, o homem me solta voltando-se para o caminhante. Tento correr completamente fraca quando o mesmo me puxa pelos cabelos e me joga no chão.

Caio sobre uma pequena elevação que existia entre o acostamento e a pista da estrada, sinto meu corpo se arrastar pelo chão até entrar em choque com uma árvore, dou um único grito de dor enquanto minha visão fica turva e minha voz, falha.

– Pegue o rapaz que está dentro. Leve-o para Woodbury! – A voz do homem que me jogou ecoou-se com uma tonalidade raivosa. – Deixa que eu cuido dessa.

Fecho e abro meus olhos inúmeras vezes. Agora, mais do que nunca, precisava me manter calma e estável diante de tudo, me ergo com dificuldades apoiando-me na árvore e vejo um pouco embaçado, o homem andejar na minha direção com um olhar fuzilante e um sorriso cínico. Não penso duas vezes e logo caminho, ou pelo menos tento correr, floresta a dentro tentando me afastar daqueles homens.

Pela primeira vez tive noção de que zumbis não são a única ameaça. Andejo com dificuldades e com minha perna mancando, seguro meu ombro esquerdo firme ao qual doía bastante enquanto a tontura me domina por completo. O homem estava bem atrás de mim, sei disso pois escutei sua voz inúmeras vezes dizendo piadas sarcásticas, ele simplesmente sabia que eu não estava bem e mesmo assim, me esperou para ver até onde conseguiria aguentar.

– É uma idiota mesmo. – Concluiu o homem quando me puxou pelo braço novamente, e apertou minha bochecha com uma força tremenda. Fico sem reação, estava esgota fisicamente mas, eis que algo fez o rapaz me largar fazendo-me ir ao chão.

Ergo minha cabeça e vejo o mesmo homem caído ao meu lado, se contorcendo de dor enquanto por trás dele, havia uma mulher negra completamente ensanguentada e aparentando estar tão exausta quanto eu. Noto que a mesma possuía uma espécie de espada e que atingiu a barriga do homem que me agrediu, a mulher me ajuda a me levantar enquanto me guiava para direção oposta.

– Não, o Glenn ... ele ainda está lá! – Murmurei com dificuldades.

– Não podemos voltar lá, mais homens do grupo dele já chegaram. Estavam atrás de mim e por isso temos que sair daqui o mais rápido possível. – Rebateu a negra enquanto olhava com desdenho para o homem que se debatia de dor no chão e logo volta-se para mim, com um olhar receoso.

– Vamos para a prisão. – Respondi por fim enquanto colocava meus braços sobre os ombros dela.

Glenn foi pego e isso foi terrível, não sei quem são esses homens e para onde levaram ele mas talvez, levar a mulher que me salvou para a prisão seja uma decisão sábia afinal, ela sabe mais sobre o grupo que nos atingiu e poderíamos buscar o Glenn uma outra hora, não podia fazer nada nas condições em que estava.Fui pega de surpresa, mas tenho certeza que Rick ou Daryl, irão saber lidar com esta ameaça iminente.


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