Isso não é normal - Perina escrita por Pipoca


Capítulo 8
Isso não é normal


Notas iniciais do capítulo

Gente mil desculpas por não ter postado antes mas, a internet aqui em casa tá ultra lixosa... Tô postando pelo 3G que tá outra porcaria, olha eu não sei o que aconteceu com o site mas o texto desse capítulo não tá como eu editei -.-... Enfim, eu fiz esse capítulo e não consegui parar de escrever, ai ficou meio grande, mas vocês gostam não é? Obrigadaa a todos que comentaram, favoritaram, estão acompanhando... Eu não pude responder por causa desse probleminha com a net, estou mega feliz porque é minha primeira fic e tem gente gostando *o* Esse capítulo meio que explica o nome da fic e particularmente é um dos que eu mais gostei... Milhares de beijos e uma ótima leitura *-*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/539000/chapter/8

Karina estava no bar da boate, pediu um refrigerante e as suas amigas pediram sucos, elas foram em direção a área na frente do palco onde estava a maior parte das pessoas esperando o show começar. Quando a banda entrou no palco todos gritaram e Karina estava explodindo de felicidade, eles começaram a tocar sua música favorita e ela começou a cantar assim como todos os outros fans.


Por que toda vez que você sai
Parte de mim também se vai
Isso não é normal

Saiba que um dia sem você

É uma eternidade para mim
Isso não é normal

Pedro e João chegaram e o guitarrista logo se animou pois sua música preferida da banda estava tocando, ele foi na direção do público, que se aglomerava no centro perto do palco, para ver a banda mais de perto. Quando ele chegou perto da multidão, viu Karina de longe cantando o começo da música com bastante animação, não ficou muito surpreso, já que ele já havia visto essa música na playlist dela, quando ouviram música juntos no banco da praça. Ele tentou permanecer onde estava mas acabou sendo levado pela multidão e acabou esbarrando na garota. Ela tomou um susto mas se deixou levar pela música e não disse nada apenas bufou e continuou a cantar, ele estranhou o temperamento mais calmo dela, mas resolveu prestar atenção no show e se deixar levar pela música, assim como ela.

Então você me disse
Nunca vai dar certo é, eu te respondo
Tem que confiar em mim
Mais uma vez, sei que errei
Não jogue fora, algo assim tão bom
Prometo que essa é a última promessa
E se depender de mim você nunca mais vai, sofrer
Não quero te perder, mais uma vez

Por que toda vez que você sai
Parte de mim também se vai
Isso não é normal

Saiba que um dia sem você
É uma eternidade para mim

No fim dessa parte ambos se olharam e se identificaram com a música, Pedro cantava como se fizesse um apelo para que Karina confiasse nele, e ela cantava como se admitisse que já não podia mais ficar sem o guitarrista. Era incrível como uma música conseguia dizer tanto sobre eles e sobre a história deles, e o fato do destino ter feito essa ser a música predileta dos dois só aumentava o impacto que a mesma causava neles. A música começou a ficar agitada e as pessoas cantavam com fervor, pulavam e se juntavam ainda mais, e por consequência os dois ficaram mais próximos se encarando, tudo sumiu. Era como se só existisse os dois, sem música, sem pessoas, sem show, só o amor de um implicante e de uma esquentadinha. Se renderam aos encantos dos sorrisos dos dois e se beijaram no meio da multidão, que agora cantava em coro o que eles queriam dizer um ao outro.
Por que toda vez que você sai
Parte de mim também se vai
Isso não é normal

Não era normal para nenhum dos dois sentir que precisava tanto de alguém, eles eram a cura para qualquer mágoa de ambos, eles se sentiam leves na presença um do outro e depois de tanto negar, era impossível não querer gritar aos quatro ventos o que sentiam. Eles se separaram e se olharam, mal sabiam que estavam sendo observados pelas amigas de Karina e por Tainá, que os olhava com nojo, mas quem liga? Aquele foi um momento só deles, nada podia estragar aquilo.
― Você sabia que seus olhos ficam ainda mais lindos de pertinho?― Disse Pedro com brilho nos olhos e um sorriso que iluminava mais que as luzes do palco.
―Não estraga isso moleque. ― Disse Karina sorrindo e tomando a iniciativa de puxar Pedro para um beijo intenso na mira das luzes coloridas da boate.
― Você é maravilhosa esquentadinha.― Disse Pedro simples e totalmente bobo. Karina apenas sorriu, olhou para ele com um sorriso bobo que ele sabia o significado. Ela, é claro, corou, mas o seu sorriso foi tão ofuscante que ele não pode perceber. ― Quer alguma coisa no bar? ― Perguntou Pedro, que estava com sede.
― Não, eu vou no banheiro e te encontro no bar. ― Disse Karina virando em direção aos banheiros e sendo puxada para um beijo de até daqui a pouco. Eles sorriram e se distanciaram, com dificuldade. Pareciam ter se fundido um ao outro, não queriam se largar mais.
Tainá observava os dois de longe, quando ela viu Karina se afastando viu que era hora de agir, mas agir como? pensou. Ela tinha que dar um jeito de fazer Karina sumir dali, e como ela tinha seus contatos não ia ser difícil. Ela já tinha ficado com um dos seguranças e decidiu fazer Karina ser expulsa do show, Pedro iria ficar esperando Karina a noite inteira e ela podeira tentar chegar junto novamente.
― Oi Carlos! Lembra de mim? ― Disse Tainá, que usava um vestido curtíssimo e apertado.
― Tainá! Como eu poderia esquecer de você? Está afim de sair comigo qualquer dia desses? ― Disse o segurança esperançoso.
― Ah, claro! Mas sabe, tem uma coisa que eu quero te pedir, um favorzinho... Você não vai me negar não é? ― Disse chegando perto do ouvido do rapaz.
― Claro! O que quiser! Pode pedir! ― Disse o Carlos achando que iria se dar bem com a garota.
― Olha é que tem uma garota aqui na boate que está me ameaçando, não está me deixando curtir o show. Você pode dar um jeitinho de expulsar ela daqui Carlinhos? ― Disse Tainá deixando o segurança receoso. ― Olha eu PROMETO que te recompenso depois... Ela é essa aqui! ― Ela disse chegando ainda mais perto do segurança que aquela altura já estava dominado pela garota, logo ela mostrou uma foto de Karina que ela tinha no celular.
― Claro, eu vou dar um jeito. Mas eu quero minha recompensa, viu? ― Disse Carlos observando a garota se afastar dar uma piscada com um dos olhos e sair rebolando em direção a pista. Ela estava num local alto, onde haviam mesas, não era muito bom para ver o show, mas dava para ver boa parte da pista, a área dos sanitários e o bar. Era como um observatório.
_*_
Pedro chegou no bar e pediu um coquetel sem álcool, sentou no banquinho do balcão e ficou esperando Karina, ele estava com um sorriso largo no rosto e não conseguiu conter a felicidade em saber que Karina gostava dele na mesma intensidade, era como nascer de novo, uma sensação incrível, e só de ficar longe dela por alguns minutos já estava impaciente. Queria beija-la o tempo todo, abraça-la e nunca mais solta-la, queria poder fazer cada segundo que passava com ela ficar interminável só para não ter que dar tchau.
Karina chegou no banheiro, se olhou no espelho e ajeitou o cabelo, até esqueceu o que iria fazer ali, só de beijar Pedro ela já se sentia amada, acolhida, e sim, ela sentiu o amor transbordar do coração durante o beijo, e outras milhões de sensações que ela nunca havia sentido na vida. Com Pedro era tudo diferente tudo mil vezes mais especial. Ela se pegou rindo sozinha e decidiu ir de uma vez ao encontro do músico e desta vez, não o soltar mais.
_*_
Tainá viu Karina sair do banheiro sorrindo, e desceu as escadas correndo, foi até o bar e chegou perto de Pedro, pois queria se certificar que a loira veria a cena.
― Pedro? Você aqui no show! Nossa que coincidência! ― Disse Tainá fingindo surpresa, Pedro achou melhor se distanciar da garota pois sabia que Karina estava pra chegar e não ia gostar de vê-la perto dele. Ele levantou e para não ser rude respondeu a garota.
― Pois é! Eu adoro os caras, são muito bons, é minha banda favorita. Olha eu estou esperando uma pessoa, mas acho que é melhor encontra-la na pista, já vou indo. ― Disse Pedro virando-se de costas.
― Pedro espera! Eu quero te contar uma coisa muito séria! ― Disse Tainá fazendo o músico se virar para ela. Ela viu os drinks e fez um movimento com o braço como se fosse arrumar o cabelo só para derrubar no vestido.
― Nossa desculpe! Eu sou um desastrado! ― Disse Pedro achando que a culpa fosse dele, ele já estava impaciente e queria ir logo para perto de Karina.
― Não que isso não foi nada! Você pode pegar um pano ai no bar pra eu me limpar? ― Perguntou a Pedro que logo assentiu e se voltou para o balcão indo pedir o tal pano.
― Olha aqui, toma. ― Disse Pedro com o pano na mão oferecendo para a garota.
― Ah obrigada Pê! ― Disse Tainá que viu Karina chegando de longe e parando para observar a cena. Depois de dito isso, ela fingiu que escorregou no drink que estava no chão e se jogou em cima de Pedro que segurou ela, logo depois ela puxou o músico para um beijo mas ele afastou o rosto, e se afastou da menina, tarde demais já que Karina tinha visto a rival se jogar para cima de Pedro e beija-lo, mesmo que na bochecha, mas a boate estava escura e devido as lágrimas que insistiam em rolar Karina não viu direito e pensou que tivesse sido enganada pelo músico.
― Olha Tainá, eu sei que a gente ficou, mas eu tô gostando de outra garota e eu não consigo ficar com nenhuma outra pessoa. Me desculpe mas eu tenho que ir.― Depois que disse isso Pedro foi Procurar Karina, mas ela tinha saido correndo de volta para o banheiro, só que foi barrada pelo Carlos, e expulsa do local, ela se recusou a sair e com isso chamou a atenção de mais dois seguranças que pensaram que ela estivesse fazendo bagunça de fato e ajudaram o parceiro. Pedro lembrou que não tinha o telefone da garota mas logo viu Pri e Fabi conversando perto das mesas.
― Oi meninas, vocês viram a esquentadinha? ― Perguntou Pedro um pouco aflito.
― Não, eu achei que ela estivesse com você. ― Disse Pri, um pouco preocupada.
― Liga pro celular dela! ― Disse Fabi tentando encontrar a lutadora. Mal sabia ela que Karina tinha deixado seu celular cair no meio da confusão dos seguranças.
― Olha toma meu número, eu vou dar uma volta pra procura-la e qualquer coisa vocês me ligam! ― Disse Pedro saindo de perto da mesa e descendo para perto da pista de dança.
_*_
Karina estava desolada, ela estava com raiva de Pedro e ao mesmo tempo sentindo um vazio gigantesco dentro do peito. Ela estava sem dinheiro para voltar para casa, já que tinha deixado na bolsa de Pri, e sem seu celular. A lutadora resolveu sentar na calçada e esperar o show acabar para poder ir embora com as amigas.
_*_
Pedro rodou a boate inteira e nada da lutadora. Ele estava preocupado e com medo dela querer desistir dele, dela não sentir de fato nada pelo músico. Isso o mataria por dentro. Já estava matando. Ele estava atordoado e começava a não ver mais nada na sua frente, esbarrou num bêbado que ficou alterado e começou uma confusão. Ele jogou Pedro no chão e começou a tentar soca-lo, mas pedro virou-se e tentou imobilizar o bêbado. Os seguranças viram a confusão e, como Pedro aparentemente estava batendo no jovem, ele foi expulso da boate. Ele não podia estar mais furioso, como iria encontrar Karina agora?
― Que maravilha! ― Disse Pedro ironicamente. ― Como eu vou encontrar a maluca da esquentadinha agora? ― Pensou alto virando-se para a calçada e tomando um susto ao ver justamente a sua esquentadinha sentada sozinha.
― Ô sua maluca, o que deu em você? Te procurei por todo lado naquela boate! ― Disse sem entender o que ela fazia ali.
― Não fale comigo ou eu vou quebrar a sua cara. ― Disse Karina de forma bruta e grosseira, também, como poderia falar de outra forma? Ela se levantou e saiu em direção ao portão da boate, na esperança de ficar longe dele.
― O que? A gente tava numa boa e agora você quer me bater? Repete que eu perdi algumas partes em COMO ESSA MALUQUICE SE ENCAIXA. ― Disse Pedro ficando pasmo com atitude da garota que ele havia, a pouco tempo, beijado.
― Quer que eu repita? Pois bem, EU VI VOCÊ E A TAINÁ SE BEIJANDO NO BAR! Se você não gosta de mim tudo bem, mas me iludir e me fazer de trouxa já é demais! EU NÃO QUERO PERDER MEU TEMPO, MAIS UMA VEZ, COM GENTE QUE NÃO GOSTA DE MIM! ― Disse Karina gritando algumas partes. Eles estavam cara a cara e Karina estava a ponto de voar no pescoço do guitarrista.
― EU NÃO BEIJEI A TAINÁ! Ela escorregou no coquetel, que eu peguei pra VOCÊ, e esbarrou em mim, foi só isso. Eu juro. Você confia em mim?― Disse ele chegando mais perto da lutadora.
― Por que eu deveria? ― Disse ela com voz chorosa abaixando a cabeça para ela não a ver chorar. Ele segurou seu rosto entre as mãos e sussurrou para ela as palavras que, ultimamente, ela havia almejado mais que tudo.
― Porque eu te amo e ninguém pode abalar o que eu sinto por você.― Disse abraçando a lutadora, que se sentiu infinitamente feliz com as palavras dele. Por mais que pudesse parecer cedo para um sentimento tão forte, o amor acontece e não tem data, não dá pra prever. Eles simplesmente se completavam, se tornaram um só a partir do que sentiam. Ele pôde sentir ela o abraçar mais forte, apertar seus ombros, como se quisesse que aquele abraço jamais acabasse.
― Eu acho que te amo seu retardado. ― Disse Karina sorrindo um pouco e sentindo ele a soltar para olhar seu rosto, ele estava sorrindo como nunca. Eles estavam.
― Eu juro que nunca faria nada pra te magoar. Você acredita né? ― Disse Pedro encostando suas testas.
― Acredito. ― Disse Karina encostando seus narizes e sentindo mais um beijo começar. Começou a chover de leve, mas eles nem ligavam, foi só quando a chuva engrossou que eles se afastaram.
― A gente tem que sair da chuva! Vem! ― Disse Pedro puxando Karina para a parada de ônibus que eles viram de longe. Chegaram na parada encharcados, Pedro olhou o celular e ele estava funcionando, passou uma mensagem para as amigas de Karina dizendo que estava tudo bem e checou o dinheiro do ônibus, que era suficiente para os dois. Eles pegaram o ônibus e foram na direção de casa.
Eles foram o caminho todo abraçados em silêncio, queriam apenas escutar a batida dos corações e a respiração ofegante de ambos, era bom ter alguém para se esquentar no frio. Quando desceram na parada de ônibus perto de casa, K e Pedro foram na direção da casa da lutadora. Ela tentou abrir, mas viu que perdera as chaves na confusão da boate, as luzes estavam apagadas, ela gritou, gritou, e nada. Ela lembrou que Bianca ia dormir na casa de ruiva e ficou um pouco nervosa.
― Nossa, não tem ninguém em casa. Onde será que o seu Gael se meteu?! ― Karina perguntou a si mesma, Bianca não ia dormir em casa, mas Gael tinha que chegar alguma hora, pensava. ― Olha pode ir, eu vou esperar meu pai chegar.
― Nada disso, tá de noite, e vai chover, vamo lá no perfeitão, você toma alguma coisa quente e liga pra ele de lá. ― Disse Pedro que parecia prever o futuro, antes que ela pudesse negar, começou a chover mais forte do que antes, ela apenas concordou e eles correram até o restaurante.
_*_
Depois de escolher as roupas de Karina para o show, Bianca se arrumou e disse que iria dormir na casa de Ruiva, Gael não gostou da ideia mas acabou cedendo, Karina estava tão empolgada que nem ligou. Bianca não contou que, na verdade, iria dormir com Duca, pois tinha medo da irmã contar para Gael, não por maldade, mas por impulso, Karina sempre agia por impulso e Bia temia isso. Gael acabou sendo convidado por Dandara para jantar no perfeitão e já que eles tinham um relacionamento assumido, eram adultos e não deviam satisfação a ninguém, decidiram passar a noite juntos. Gael achava que Karina estava com suas chaves, mandou uma mensagem para o celular da filha e foi para a casa de Dandara.
_*_
Quando chegaram ao restaurante, Delma, que estava com um sorriso no rosto e uma expressão que mais parecia de uma adolescente apaixonada, estava com o rosto apoiado nas mãos em cima do balcão do restaurante, ela estava feliz por Dandara ter finalmente achado um homem decente, Gael era uma boa pessoa e eles se amavam, inclusive a cantora havia comentado com a amiga que o lutador iria dormir na casa dela. Ela se assustou ao ver o filho e a filha do Gael chegando na maior correria totalmente encharcados.
― O que foi que aconteceu com vocês dois? ― Disse a mãe de Pedro preocupada, saindo de trás do balcão.
― A-ge-gente veio correndo n-na chuva. ― Disse Karina tremendo de frio. Já eram dez da noite e estava uma chuva que mais parecia um dilúvio, até dentro do restaurante, que tinha controle de temperatura, estava frio devido ao vento que vinha de fora por algumas brechas de janelas. Pedro abraçou a lutadora, na tentativa falha de esquenta-la.
― Mãe, d-dá pra senhora pegar alguma coisa quente pra ela? ― Disse Pedro observando o olhar de preocupação que a mãe lançava sobre Karina e sobre o filho.
― Claro! Olha sentem ali nos bancos do balcão que eu vou pedir pro Marcelo fazer dois capuccinos rápidos! ― Disse Delma saindo em direção a cozinha.
― Pedro, aqui tem algum telefone pra eu ligar pro meu pai? ― Perguntou Karina um pouco mais aquecida.
― Tem, eu vou pegar o telefone daqui. Fica ai me esperando! ― Disse Pedro indo na direção da cozinha para pegar o telefone do local, que era sem fio.
― Filho pra onde você vai com esse telefone? ― Disse Delma vindo com os capuccinos na mão.
― É que a esquentadinha tá sem as chaves, ela vai ligar pro pai pra saber que horas ee volta pra casa para ela poder ir também. ― Disse Pedro anestesiado pelo cheiro das bebidas.
― Iiih, olha a Dandara e ele foram pra casa dela, e eu acho que ele não volta hoje não. O João tá na casa do Pai, eles estão sozinhos... Olha ela não tem irmã? Liga pra ela! ― Disse Delma que chegou no balcão e entregou as bebidas.
― Olha Karina, seu pai foi passar a noite com a tia Dandara, não volta hoje não. Cadê a sua irmã? ― Perguntou Pedro pegando a bebida que soltando rapidamente, pois estava quente.
― Caramba, que droga! A Bia foi passar a noite na casa da Ruiva e não levou chave. O que que eu faço agora? ― Disse Karina ficando nervosa e passando a mão nos cabelos.
― Olha se você quiser pode dormir comigo. Q-quer dizer, na minha casa, com a Tomtom. ― Disse Pedro sem graça, ele notou o rubor nas bochechas de Karina quando ele disse que ela poderia dormir com ele, ele não teve a intenção de dizer que dividiriam a cama ou algo do tipo, mas ele é do tipo que fala sem pensar na maioria das vezes. Karina riu do jeito atrapalhado que ele tentou concertar a frase.
― Mas... Sua mãe, eu não sei... Eu acho que ela não vai deixar... ― Disse Karina insegura, e meio perdida com aquela situação.
― Deixo sim! Pode ficar Karina, eu vou arrumar a cama pra você no quarto do Pedro e ele dorme no colchão. Pode ficra tranquila! E eu tenho umas roupas antigas que acho que vão servir em você! As suas estão muito molhadas. ― Disse Delma fazendo os dois ficarem um pouco surpresos com a reação dela, talvez fosse o coração de mãe falando mais alto, ela não ia gostar do filho dela todo molhado, sem ter onde dormir numa hora daquela. Karina não esboçou reação por um tempo, apenas sorrio e concordou. ― Bom, venha comigo que eu vou te mostrar onde é o banheiro, você precisa de um banho quente, Filho toma banho lá no meu quarto! ― Disse Delma levando Karina para o banheiro do quarto de Pedro. Tomtom ficou animada com a moça lá, ela era como uma BFF para a menina. A mãe explicou tudo e antes mesmo que Karina pudesse falar com a menina, esta já havia dormido, teve um dia cheio na natação.
― Nossa dona Delma, eu nem sei como agradecer! E... Me desculpe por ter batido no Pedro aquele dia... ― Disse Karina sem jeito.
― Que isso! Não foi nada! Eu sei que o Pedro provocou...Você é uma menina boa, só tem um gênio forte. É um prazer te receber aqui, espero que se sinta em casa. Olha vai tomando banho, essa aqui é uma toalha limpinha, pode usar, eu vou pegar uma roupa pra você. ― Disse Delma entregando a toalha para Karina que entrou no chuveiro quentinho e sentiu uma sensação maravilhosa. Logo depois ela se deu conta de que estava no mesmo lugar onde Pedro tomava banho todos os dias e aquilo lhe soou estranho. Ela se enxugou e se enrolou na toalha, logo que saiu do banheiro ela abriu um pouco a porta e viu uma camisola dobradinha, ela pegou e voltou para o banheiro rapidamente. A lutadora estava torcendo para que não coubesse, mas infelizmente, coube. Deu certinho nela. Era uma camisola de ceda, branca, com renda, da época em que Delma ainda não havia tido Tomtom e estava mais magra, a lutadora se sentiu patética na roupa, mas era melhor de que ficar de toalha. Ela saiu do banheiro de fininho dobrando a toalha e nem percebeu que Pedro estava na frente do armário, que ficava do lado oposto a porta do banheiro, ela tomou um susto e soltou um gritinho baixo, ele olhou e sorrio ao ver a lutadora toda sem graça por estar vestindo aquela camisola.
―Oi esquentadinha, tá bonita em! ― Disse Pedro deixando ela vermelha.
― Ha ha. ― Disse Karina tentando disfarçar a vergonha, ela não sabia se ficava sem graça por estar de camisola ou por estar no quarto de Pedro vendo ele sem camisa, era duplamente constrangedor, e ele estava adorando ela naquela camisola, parecia uma princesa.
― Olha eu tô só pegando um lençol pra eu me cobrir, eu ia dormir na sala, mas tá cheia de caixas como você viu, e a Tomtom deu pra trancar o quarto agora, resumindo eu vou dormir aqui. Mas olha pode ficar tranquila que eu vou colocar o colchão bem longe de você. ― Disse Pedro um pouco sem graça também, Karina ficou tensa com a situação mas, resolveu não falar nada. ― Minha mãe já te deu o lençol? ― Perguntou Pedro tentando diminuir o climinha tenso.
― Não, ela falou que foi buscar o travesseiro e já volta. ― Disse K lutando contra si mesma para não olhar para o peitoral do roqueiro, que por incrível que pareça, era definido. Ela já deveria estar acostumada a ver rapazes sem camisa o tempo todo na academia, mas com Pedro era diferente, tudo era na verdade.
― Toma esse aqui! ― Disse Pedro dando um lençol limpinho pra lutadora.
― Valeu. ― Disse Karina tentada a perguntar se ele iria na viajem da escola.
― Karina, você falou sério quando disse aquilo lá na boate? ― Disse Pedro chegando perto da lutadora que já gaguejava antes mesmo de responder.
― A-aquilo o que? ― Disse K mesmo sabendo do que se tratava.
― Que você me ama. ― Disse Pedro chegando perto o bastante para ouvir a respiração ofegante dela, ele sentiu o coração acelerar e pegou nas mãos dela apertando levemente.
― Pedro... E-eu... Bem, eu... ― Disse ela enrolada nas palavras.
― Olha eu sei que parece cedo, mas desde que eu voltei pra cá que você mexe muito comigo, eu sinto algo muito forte por você, se não é amor eu não sei mais de nada! ― Disse Pedro num tom que fez Karina se derreter.
― Eu não sei, acho que sinto o mesmo por você. Mas está tudo tão confuso... Eu acho que preciso de um tempo pra pensar direito no que eu sinto por você. ― Disse Karina sentindo Pedro puxa-la para um beijo intenso, verdadeiramente apaixonado. Ela não sabia mais como resistir ao músico.
― Você quer um tempo pra pensar, mas não significa que não possamos passar esse tempo juntos, não é? Duas cabeças pensam mais do que uma... ― Disse Pedro quando soltou a lutadora.
― Você não tem jeito, né moleque? ― Depois de dito isso Karina viu Pedro mexer a cabeça negativamente e beija-la de novo, ela o abraçou e eles estavam totalmente envolvidos, mas ambos escutaram a voz de Delma e seus passos descendo a escada, se soltaram e foram se recompor.
― Oi voltei! Olha aqui Karina o travesseiro que eu fui buscar, Pedro tudo certinho aí? ― Disse Delma olhando para o filho.
― Tudo mãe eu tô arrumando o colchão. Boa noite. ― Disse Pedro abraçando a mãe e dando um beijinho na bochecha dela.
― Bom, eu tô exausta, vou dormir, vocês dois aí ó... Juízo! Boa noite. ― Disse Delma saindo do quarto. Karina ficou sem graça pelo fato de Delma pensar que eles poderiam fazer coisas durante a noite, mas viu que Pedro estava tão vermelho quanto ela e sorriu. Eles arrumaram as camas e foram deitar. Pedro acabou colocando o colchão ao lado da cama de Karina, para que eles pudessem conversar sem fazer barulho.
― Você vai naquele passeio da escola? ― Questionou Karina.
― Vou,eu vi seu nome na lista também! Vai ser show! ― Disse Pedro animado, logo depois ouviu Karina bocejar, e ele acabou bocejando também, resolveram dormir.
― Eu tô com sono... Boa noite moleque. ― Disse Karina olhando para o músico, ele tinha um sorriso perfeito, pensava consigo mesma.
― Boa noite minha esquentadinha. ― Karina sorriu ao ouvir Pedro dizendo minha, era bom se sentir amada, acolhida, e Pedro mais do que ninguém a fazia se sentir a pessoa mais especial do mundo. Eles logo pegaram no sono, mas durante a noite Karina teve um pesadelo onde um homem vestido de preto levava sua família para longe dela e Pedro dizia que não queria vê-la nunca mais, ela ficou ofegante e se mexeu freneticamente na cama, emitiu alguns ruídos e se balançou várias vezes como se estivesse lutando contra algo. Pedro ouviu um desses ruídos e se levantou do colchão.
― Karina! Karina! Acorda sua maluca! ― Sussurrou Pedro balançando a lutadora levemente, ela acordou e assim que o viu sentado ao seu lado na cama, ela o abraçou. Foi um abraço tão forte que seus dedos ficaram marcados nos ombros do músico. ― Calma, calma, eu tô aqui! Você não tá sozinha. O que foi que aconteceu? ― Disse Pedro ainda abraçando a lutadora.
― Não importa, só não me deixa. Você promete que não vai me abandonar, como todos sempre fazem? ― Disse Karina agora encarando o músico que sorriu, ela pode ver o sorriso iluminado dele através da luz emitida pela lua que atravessava a janela naquele instante.
― Prometo, agora vamos dormir que eu tô um caco. ― Disse Pedro levantando-se, Karina o puxou novamente para a cama e ele a olhou confuso.
― Fica. Por favor. ― Disse baixinho a lutadora. O músico obedeceu, sentou novamente e deitou ao lado dela, ele a abraçou e beijou o topo da sua cabeça, ela se sentiu protegida como nunca antes. Eles adormeceram ali abraçados, sentindo os batimentos do coração um do outro.
Quando amanheceu, como era sábado e Delma não sabia de que horas ela acordava e o Pedro sempre acordava de meio dia, ela resolveu não acorda-los, nem foi no quarto. O celular de Pedro começou a vibrar sem parar, e ele acordou e teve uma surpresa maravilhosa ao ver Karina ainda dormindo de frente para ele, ele foi pegar o celular que vibrava embaixo do travesseiro e ela acabou acordando.
― Pedro ?? ― Disse Karina assim que viu Pedro a observando, deitado na sua frente. Ela tomou um susto e acabou rolando na cama de solteiro dele e caindo no chão. ― Aaii! ― Disse ela se levantando.
― Nossa, bom dia esquentadinha! ― Disse Pedro rindo da reação da lutadora.
― Bom dia, que horas são? ― Disse Karina com a mão na cabeça, pois ela tinha batido no chão.
― São 9:37... O que? A Fabi, a Pri e 2 números desconhecidos me ligaram 56 vezes essa noite. Acho que é pra você... ― Disse Pedro passando o telefone para Karina.
Ligação ON
Karina: Alô? Quem é?
9876-5432: KARINA?? CADÊ VOCÊ FILHA!! VOCÊ TÁ MALUCA? COMO VOCÊ DORME FORA E NÃO ME AVISA??
Karina: Pai?Como conseguiu esse telefone? Deixa. Olha sem drama seu Gael, eu perdi meu telefone e minhas chaves, fiquei presa fora de casa e a mãe da Tomtom me disse que eu podia dormir aqui... Eu tô bem, vou me trocar e ir pra casa.
9876-5432: É BOM ME EXPLICAR DIREITINHO ESSA HISTÓRIA TODA!! VENHA RÁPIDO!
Karina: Tchau pai.
Ligação OFF
― Eai, seu pai tá muito nervoso? ― Perguntou Pedro um pouco preocupado.
― Pior que tá. Olha eu tenho que ir agora ou ele me esgana! ― Disse Karina levantando da cama, já que ela havia sentado novamente para atender a ligação.
― Eu te levo, deixa eu só tomar banho que a gente vai, é rapidinho! ― Disse Pedro levantando rápido e dando meia volta para beijar Karina novamente. ― Quase esqueci do beijinho de bom dia! Pode ir tomando banho aqui, eu vou lá pra cima! ― Disse saindo do quarto. Ele explicou para a mãe que o pai de Karina ligou e que ele iria leva-la em casa e ela concordou.
Karina tomou banho e colocou a roupa que ela usou no show que Delma havia lavado e posto para secar na noite anterior. Ela penteou os cabelos com o pente de Pedro e foi se despedir da família Ramos, agradeceu a dona Delma, Marcelo e encheu Tomtom de apertos. Pedro chegou na sala e eles saíram.
Eles foram conversando um pouco tensos o caminho todo já que Gael estava furioso por Karina não ter telefonado para ele, Bianca também estava preocupada, mas tentava amenizar a raiva de Gael. Eles chegaram e Karina bateu na porta, Bianca abriu e sorriu ao ver Pedro do lado da lutadora.
― Olha eu acho que ele tá mais calmo, você tá bem K? ― Perguntou Bia convidando os dois para entrar.
― Tô, eu passei a noite na casa do Pedro, perdi meu celular e minhas chaves numa confusão lá do show. Eu tentei mas não consegui falar com vocês... ― Disse Karina com medo de ser castigada pelo pai.
― Olha só quem apareceu! Pode me dizer como foi que a senhorita foi parar na casa desse moleque? ― Disse Gael, até calmo.
― Pai eu já disse! Eu perdi meu telefone no show, junto com minhas chaves. O Pedro foi comigo no ônibus e viu quando eu estava do lado de fora de casa GRITANDO pra alguém abrir a porta, estava chovendo pra caramba e ele me chamou para telefonar para o senhor do telefone do perfeitão, quando a gente chegou lá a mãe dele disse que você tinha ido dormir com a Dandara e achou melhor eu dormir lá. Foi isso, agora eu posso tomar café? O senhor gritou tanto no telefone que eu vim correndo e nem comi nada! TÔ AZUL DE FOME! ― Disse Karina deixando Gael sem argumentos, não tinha muito o que falar, e ele estava com fome também, silenciou.
― Bom, já que a K explicou tudo, e todos estamos com fome, não vejo motivos pra não encerrarmos o papo! Pedro, você quer se juntar a nós? ― Perguntou Bianca para cortar o climinha de tensão no ar.
― Pode vir garoto, você ajudou a K ontem e eu não sei como agradecer a você e a sua família. Pode comer conosco. Você também tá meio azul. ― Disse Gael fazendo todos sorrirem e Pedro ficar mais relaxado, eles sentaram e comeram o café da manhã feito por Bianca, que por incrível que pareça, sabia cozinhar bem.
Depois da refeição Pedro se despediu e foi embora. Bianca e K foram para o quarto e a atriz começou a puxar assunto com a irmã.
― K, você dormiu onde exatamente? ―Perguntou Bianca indo direto ao ponto, e levantando uma das sobrancelhas.
― Na casa da Tomtom, onde mais seria? ― Disse Karina que não ia revelar que tinha dormido com o músico, mesmo que nada tenha rolado.
― Eu estou falando onde EXATAMENTE! Você e o Pedro passaram a noite juntos? HÁ foi isso não foi? Eu sabia que você gostava dele! Mas rolou? ― Perguntou Bianca mais indiscreta impossível.
― Bianca para de falar tanta besteira! Eu não dei pro Pedro não se é isso que você quer saber! Não rolou nada, deixa de ser maluca... ― Disse Karina colocando seus fones e escutando música, lembrando das bilhares de sensações maravilhosas que ela sentiu quando Pedro a abraçou e de como ela se sentiu protegida ao lado dele. Ela não precisava de tempo nenhum mais para pensar, ela amava Pedro e podia sentir o amor dele transbordar a cada beijo, cada abraço, cada toque, cada sorriso, cada olhar... Ela deitou de barriga para cima em sua cama e nem percebeu que Bianca estava a observando, ela começou a sorrir e olhar para o teto como se estivesse vendo uma miragem, e estava. Pedro era seu paraíso.
_*_
Pra você guardei o amor

Que nunca soube dar

O amor que tive e vi sem me deixar

Sentir sem conseguir provar

Sem entregar

E repartir

Pra você guardei o amor

Que sempre quis mostrar

O amor que vive em mim vem visitar

Sorrir, vem colorir solar

Vem esquentar

E permitir


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Pessoas lindas que leem a minha fic, me desculpem, novamente, por toda a demora, espero que tenha valido a pena... Vocês querem que eu passe o meu twitter pra manter contato? Mandem sugestões para a fic, comentem, favoritem, vocês não sabem o quanto isso me faz bem!! Beeeeijos :3



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Isso não é normal - Perina" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.