Bad Love escrita por Jess Gomes


Capítulo 10
Capitulo 10


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeey gente, hoje eu nem demorei tanto assim, né? Well, não tenho muita coisa pra dizer nessa nota então, boa leitura e espero que gostem.



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Vinte e três, vinte e quatro, vinte e cinco, vinte e seis, vinte e sete, vinte e oito. Vinte e oito estrelas coloridas coladas aleatoriamente no teto branco do meu quarto. Eu já havia as contado e recontado cinco vezes, desde que meu pai me carregou até em casa pelos cabelos e me mandou subir pro meu quarto.

– Ele é quase dez anos mais velho que ela, Marta! Como pode concordar com isso? – Ouvi meu pai esbravejar no andar debaixo. Fazia quase uma hora que eles “conversavam” nesse mesmo tom.

– Você não pareceu ligar muito pra idade quando arranjou uma garota vinte anos mais nova que você! – Mamãe gritou de volta e eu fechei meus olhos com força. Quando meus pais se separam, suspirei de alívio achando que as noites de gritaria haviam acabado. Mas estava acontecendo de novo, e dessa vez, a culpa era minha.

Eu havia feito merda duas vezes em menos de quatro dias. Acho que é um recorde.

Depois de seu Sandro nos pegar no flagra, não se tinha muito que dizer. “Não é o que você tá pensando” era muito clichê, além de não ser verdade. Era exatamente o que ele estava pensando. O máximo que pude fazer foi me colocar na frente de Daniel quando papai quis partir pra cima dele, e dizer que ele não tinha culpa. Quase soltando fumaça pelos ouvidos, meu pai ordenou que eu o esperasse perto do seu carro, enquanto ele conversava com Daniel. Por causa da gritaria, todos os funcionários daquele andar esperavam perto da porta da recepção, e eu lhes lancei um olhar feio quando sai pisando duro. Bando de fofoqueiros.

De repente, a porta do meu quarto se abriu devagar e eu abri os olhos, confusa. Avistei minha irmã entrar lentamente, com uma expressão assustada.

– Lena, posso ficar aqui com você? – Perguntou, sua voz baixinha.

– Claro que pode. Está com medo? – Sorri pra ela, que assentiu enquanto se deitava ao meu lado.

– Eles estão brigando de novo. – Comentou, e eu a olhei ressentida. – Por quê?

– Por minha causa. – Suspirei e Mariana me encarou, confusa. – Eu fiz algo muito errado, Mari, muito mesmo.

– O quê? – Arregalou os olhos castanhos e eu senti vontade de rir. Mas não podia. A situação era séria demais pra isso.

– Me apaixonei pelo meu chefe. – Respondi sem notar e logo coloquei a mão na boca. Tudo bem, eu estava pegando o meu chefe, mas... será que estava apaixonada por ele? Daniel era bonito e charmoso, mas sabia me irritar ao extremo. Você não se apaixona por quem te irrita. Não é?

– Meeeeesmo? – Minha irmã levantou a cabeça, sorrindo. Eu escondi o rosto com a mão.

– Pare de me olhar assim! – Exclamei, envergonhada.

– Desculpa! É só que... eu pensava que você era do tipo que não se apaixonava. – Pois é, Mariana, eu também. Principalmente por Daniel. Nós simplesmente não combinávamos em nada. Nem mesmo quando ele me levava pro cinema pra me distrair de um coração partido, ou quando me olhava sorrindo ou... Puta merda, eu estou mesmo apaixonada.

– Enfim, isso não é nada bom, Mari! Papai pegou a gente– Tossi, meio sem jeito de contar isso pra ela. – Pegou a gente agindo de forma amorosa, e agora ele me odeia. E é bem provável que vá mandar o Daniel embora.

– Então faça algo, oras! – Ordenou séria e eu a encarei. – O que foi? Você é a Milena Vasconcellos. Você nunca aceita não como resposta. Você sempre faz as coisas do seu jeito, por mais que mandem você fazer de outro. E se você está realmente apaixonada, não vai deixar esse Daniel perder o emprego por sua causa.

– Quando foi que você cresceu tanto assim? – Perguntei embasbacada, um tempo depois. Ela sorriu convencida.

– Meu bem, eu já sou madura o suficiente pra muito mais do que apenas me maquiar sozinha. – Piscou um olho, exatamente como eu faria. De repente, percebi que estava de frente para eu mesma anos mais nova.

– Mariana, você é... É a luz dos meus problemas – Sorri surpresa, a abraçando. Graças a minha irmã de apenas treze anos, agora eu sabia exatamente o que fazer.

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– Querida, seu pai está aqui e quer conversar com você. – Mamãe anunciou assim que cheguei da escola, no dia seguinte.

É agora ou nunca. Repeti pra mim mesma, enquanto jogava a mochila no sofá e me dirigia pra cozinha, aonde ela disse que ele estava. Mamãe não veio atrás de mim, apenas subiu as escadas e foi pro seu quarto.

– Oi, pai. – Falei tímida, e ele se virou pra mim.

– Milena, nós precisamos conversar. – Declarou e eu assenti.

– Pai, sei que o que fiz foi errado, e me arrependo. – Engoli em seco. A última parte era mentira. – Mas broncas ou castigos não vão fazer voltar o tempo. Por isso peço que reconsidere.

– Reconsiderar? – Arqueou as sobrancelhas, confuso. Eu respirei fundo antes de continuar.

– Sim. O Daniel precisa desse emprego. Precisa muito.

– Não posso contratá-lo de volta depois do que ele fez, Milena. Farei papel de bobo.

– Papel de bobo você fará demitindo um ótimo advogado por causa de uma bobeira dessas! Não foi nada sério pra nenhum de nós, pai. – Menti novamente. Não podia dizer que estava apaixonada pelo Daniel, papai nunca permitiria que ele pisasse no prédio novamente.

– Então o que você quer? Que eu coloque vocês para trabalharem juntos novamente? – Perguntou, com tom de ironia. Eu cruzei os braços.

– Não. Você pode me trocar de lugar com outra secretária. – Sugeri simplesmente, como se não me importasse com aquilo. Mas me importava, me importava tanto quanto Daniel precisava do emprego. Então faria isso por ele.

– Tudo bem. – Papai levantou os braços em sinal de rendição. – Vou fazer o que você está pedindo. Mas antes, terá de fazer algo por mim também.

– O quê? – Franzi o cenho, impaciente.

– Terá que pedir desculpas a Celina. Pessoalmente. – Respondeu com um sorriso, e eu tive que usar todas as minhas forças pra engolir o imenso “Não!” que se formou na minha garganta. Pelo Daniel, Milena, pelo Daniel. – Estamos de acordo?

– Sim, pai, estamos de acordo. – Minha voz falhou na última parte, mas meu pai fingiu não perceber. Ainda sorrindo, se aproximou de mim, me dando um abraço rápido.

– Amanhã passo aqui para te pegar. – Disse, já perto da porta. Assenti. – E na quinta – feira vocês dois já voltam a trabalhar, como prometi.

– Ok. – Respondi com desdém, embora um bolo estivesse se formando na minha garganta. Teria que ver aquela cobra loira de novo, e ainda teria que pedir desculpas a ela. Tudo isso apenas para Daniel ter seu emprego de volta. Será que ele vale tudo isso?

Vale, ele com certeza vale. Uma voz respondeu rapidamente na minha cabeça. E eu tive que concordar com ela.


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram do momento Marilena? Amo escrever cenas dessas duas *O* o que será que vai acontecer agora, hein? Será que a Milena vai conseguir suportar a Celina pro Daniel ter seu emprego de volta? Enfim, aguardem e verão hahahahaha COMENTEM e me deixem feliz *----* beijinhos, até semana que vem e AH, hoje tem o último capitulo de Why Cliché?, então corram lá. Bye sz



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