Bad Love escrita por Jess Gomes


Capítulo 9
Capitulo 9




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Era óbvio que meu pai não ia deixar isso em branco. Ele não foi atrás de nós – como eu, no inicio, esperava que fizesse – e eu e Mari precisamos contar o dinheiro pra um táxi. E logo após chegarmos cansadas e suadas em casa, mamãe recebeu uma ligação. Não deu tempo nem de eu explicar o ocorrido pra ela.

Portanto, cá estava eu, sentada em uma cadeira de plástico na varanda do meu quarto, com os pés apoiados na grade, e um cigarro não aceso que eu peguei sorrateiramente na gaveta de roupas intimas da mamãe na boca. Trágico.

– Eu não pari você pra morrer aos vinte anos de câncer de pulmão. Então largue essa merda. – Dona Marta tirou o cigarro da minha boca de repente, quase me matando de susto. Observei ela jogar o cigarro da sacada e depois se sentar ao meu lado, quieta.

– Não estava fumando. – Sorri moleca pra ela. – É uma metáfora.

– “Ponho o que me mata entre meus lábios, mas não dou a ela o poder de me matar.” * É, já vi esse filme. – Comentou, me fazendo rir. Em seguida, ela se calou observando a lua, e eu fiz o mesmo.

– Qual é minha sentença? – Perguntei um tempo depois, acabando com o silêncio. Mamãe olhou pra mim, me observando um pouco, e então balançou a cabeça, voltando a olhar pro céu.

– Seu pai me ligou. – Começou, devagar. Assenti com a cabeça, pedindo-a pra continuar. – Me contou o que aconteceu no restaurante. E pediu para eu tomar a decisão que achasse correta em relação a você.

– E o que vai fazer?

– É complicado pra mim te julgar, querida. – Respondeu, suspirando. – Sei o quanto deve ter sido difícil pra você descobrir aquilo, principalmente depois do estado em que você me viu semanas atrás. Mas você precisa entender que o que fez é errado.

– Sei que estou errada. Mas eu não estou arrependida, mãe. Vocês deveriam agradecer de eu não ter arrancado com a unha aquele cabelo loiro sem graça dela. – Falei ameaçadoramente e ela deu uma gargalhada.

– Uma semana sem computador. – Dei de ombros. Eu sobreviveria. – E celular.

– Celular também? Mas mãe... – Comecei, desesperada. Porém ela só levantou um dedo, me interrompendo.

– É o melhor que eu posso fazer. – Se levantou, me dando um beijo na testa. – Boa noite, meu bem.

– Mãe? – Chamei, quando ela já estava perto da porta do meu quarto. – Você acha que eu fui má com a Celina?

– Promete que não conta pra ninguém? – Assenti, ainda de costas. – Acho que fez exatamente o que eu faria. – Respondeu e eu dei uma risada baixa.

– Amo você, mãe. – Olhei rapidamente pra ela, sorrindo.

– Também te amo, querida.

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– E como vai a minha esquentadinha favorita? Fazendo muitos barracos por ai? – Daniel zombou, assim que joguei os cinquenta e três papéis xerocados encima de sua mesa. Cerrei os olhos pra ele.

– Como você sabe disso?

– Meu amor, as notícias correm. O prédio inteiro já sabe. – Sorriu maroto, se inclinando e me dando um selinho.

– Bom, valeu a pena. Mas agora eu estou entediada. Minha mãe pegou meu computador e o meu celular. – Dei de ombros, fazendo careta. O loiro abriu um sorriso, se levantando.

– Por que não disse antes, baby? Eu adoraria entreter você... – Colocou as mãos na minha cintura, depositando um beijo perto do meu pescoço. Eu suspirei.

– Você é safado assim o tempo todo ou é só comigo? – Questionei, levantando uma sobrancelha. Ele riu contra a minha pele, me arrepiando. Droga de hormônios.

– Se te contasse, teria que matar. – Brincou, mordendo o lóbulo da minha orelha. Respirei fundo, cansada de toda essa tortura, e enlacei o pescoço de Daniel, o beijando.

O beijo era quente, desesperado, nossas línguas batalhando furiosamente entre si. Antes que percebesse, Daniel já me colocava sentada em cima de sua mesa de madeira importada, derrubando tudo o que estava ali. Encaixou-se entre minhas pernas, e logo percebi o tamanho da sua excitação.

– Tá animadinho, né chefe? – Sorri maliciosa pra ele, antes de atacar o seu pescoço. Impaciente, o homem grunhiu, me puxando de volta pra ele. Já começava a desabotoar sua camisa social quando a porta foi aberta de supetão, nos assustando.

– Daniel onde est... O que diabos está acontecendo aqui? – Papai exclamou, vermelho de raiva. Desesperada, olhei para o nosso estado. Eu sentada na mesa, com os cabelos bagunçados, Daniel entre minhas pernas com a boca manchada do meu batom e com três botões de sua camisa abertos. Estávamos ferrados.

* Frase de “A culpa é das estrelas” de John Green.


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Notas finais do capítulo

HAHAHAHAHA o que será que o pai dela vai fazer? Será teremos um barraco chegando? Comentem o que vocês acham e lembrando que, semana que vem tem mais! Beijinhos.