It girl escrita por lillil


Capítulo 9
Agatha




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/538428/chapter/9

Assim que Agatha e eu saímos do hospital resolvemos ir comer em algum lugar, afinal estávamos morrendo de fome e tanto ela quanto eu eramos péssimas cozinheiras.

Resolvemos ir comer em um restaurante japonês que ficava à alguns metros do hospital. Assim que chegamos recebi alguns olhares tortos para a minha cabeça, rapidamente coloquei minha toca (sim aquela com orelhas de gato) e fiquei um pouco cabisbaixa. Escolhemos uma mesa próxima ao uma janela, me sentei e fiquei olhando pela janela a chuva que acabara de começar.

–Não vai pedir nada?-disse minha tia ainda lendo o cardápio atentamente

Não respondi, apenas parei de encarar a janela e peguei o cardápio, dei uma rápida lida em todos os pratos (em apenas alguns na verdade) assim que terminei devolvi o cardápio na mesa e notei que minha tia ainda escolhia algo para comer. Fiquei reparando em suas feições, ela possuía os cabelos ruivos (porém naturalmente eles são castanhos) ela sempre tingiu o cabelo em casa, lembro-me da vez em que ela errou a tonalidade e sem querer pintou o cabelo de rosa aquele dia havia sido hilario, ela já beirava os 38 e nunca se casou ou teve filhos ela fez essa escolha, talvez fosse porque ela tinha que se desdobrar sozinha para cuidar de mim e se tivesse mais uma criança na casa ela enlouqueceria, sempre tive curiosidade em saber sobre seus relacionamentos ela mudava de assunto imediatamente.

Assim que o garçom chegou eu pedi um Tempura, um prato simples e que eu particularmente amava, quando minha tia me ouviu fazer o pedido a sua expressão de quem já esta decidido sumiu e ela pediu ao garçom que voltasse mais tarde pois ela ainda estava se decidindo. Sorri com aquilo.

–Se tivéssemos ido ao restaurante italiano era só pedir uma pizza e fim- ela disse cochichando

–Acho que você esta sendo um pouco racista com os italianos- falei franzindo o cenho e dando uma risada

Ela chamou o garçom de volta e pediu um Sushi o mesmo assentiu e foi em direção à cozinha.

Pensar sobre a historia dela me deixou um pouco encabulada, então resolvi perguntar.

–Tia...-ela me olhou atentamente-Por que que você nunca se casou?

Ela continuou me olhando atentamente, parecia escolher as palavras certas ou simplesmente decidir se me contava ou não.

–Por favor não me entenda mal, isso foi há muito tempo atras...-ela olhava profundamente em meus olhos, acho que dessa vez ela não disfarçaria ou mudaria de assunto.- Acho que eu tinha a sua idade ou um pouco menos quando eu comecei a cuidar de mim mesma, digo, a minha mãe era uma vadia e meu pai um drogado que quase nunca estava em casa e quando estava cheirando cocaína ou usando algo mais forte na mesinha de centro o dia todo. Certa vez ele...- ela parou de falar e seus olhos marejaram-Ele... tocou em mim, me estuprou para ser mais exata e foi... horrível- lagrimas desceram pelos seus olhos- não se passava um dia sem que eu pedisse aos céus que ele morresse ou as vezes eu mesma queria fazer isso, todo dia eu pegava uma faca de cortar carne na cozinha e ponderava mata-lo, contudo não o fazia- ela secou as lagrimas- E então eu comecei a trabalhar e guardei um dinheiro para mim e quando tive a oportunidade fugi de casa e aluguei um pequeno apartamento próximo ao centro da cidade, aquele pequeno cubículo não era o paraíso para alguns, mas para mim era- ela foi interrompida pelo garçom que serviu nossos pratos, dei uma leve mordida no meu Tempura que estava divino e ela fez o mesmo com o seu Sushi, e depois voltou a falar- E então depois de um tempo eu conheci seu pai, Henri Phillips era tão... Lindo- ela deu uma piscadela e sorriu- Nos tornamos amigos rapidamente, ele era o meu porto seguro e eu o dele, porém depois de um tempo eu passei a ter mais sentimentos por ele...

–Amor- sussurrei

–Eu sempre pensava em me abrir com ele e falar sobre meus sentimentos, e então em uma noite ele me convidou para jantar em sua casa e disse que tinha algo muito importante para me falar e logo me enchi de esperanças. Quando o grande dia chegou, eu fui até a casa dele e notei que a casa estava vazia, toquei a campainha e ele atendeu todo sorridente e me convidou para entrar, no sofá da sala de estar tinha uma garota loira com os olhos verdes e o rosto cheio de sardas e admito: ela era linda!- ela deu mais uma mordida no Sushi- Ele me apresentou ela como sua...Namorada, logo cai naquilo que vocês chamam de "friendzone"- ela fez o sinal de aspas com os dedos- E foram-se anos e anos que eu fiquei na sombra dela... Ela era sua mãe Jessie- agora ela estava com um sorriso amistoso em seu rosto e eu retribui o sorriso- E então ele me disse que ia pedir ela em casamento, não agantei e comecei a chorar, falei tudo o que sentia finalmente, Henri simplesmente me abraçou e disse que nunca poderia haver um "nós" e aquilo me devastou. No dia do casamento eu fui, não para dizer que tinha algo contra os dois durante uma cena dramática, apenas me sentei em um dos bancos que fiquei aguardando um "aceito". E é isso.-finalizou

–Isso não respondeu minha pegunta!- exclamei um pouco incrédula

–Jessie, isso responde sim, veja: eu nunca consegui amar mais ninguém depois dele. Transei com alguns caras sim, mas não foram nada serio e quando ele morreu me deixou você- ela possuía um grande sorriso no rosto agora.

Pagamos a conta e fomos para casa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

:,) melhor tia EVER



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "It girl" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.