- Muito bem, agora que o casal de adolescentes já se reconciliou, dá para se vestirem e virem urgente? Aloou, estamos no meio de uma guerra, e a primeira batalha está para acontecer! – Ela nos avisou, e se retirou, ainda correndo.

 Encarei Edward, assustada. Mas seu olhar me deu forças. Eu lutaria por ele. Por todos o que amo. Por tudo o que sempre defendi. Sim, eu lutaria.

 - Vamos. – Falei decidida.

 E logo estávamos lá, indo para o campo, onde aconteceria nosso primeiro confronto, nossa primeira batalha, talvez última. Sim, porque poderíamos morrer bem ali.

 Mas eu já nem me importava. Estaria com Edward aonde quer que fosse.

 Já estávamos mais afastados do abrigo, e o que vimos foi...

 Absolutamente nada. Nada, tudo vazio, sem ruídos. O que queria dizer que todos já haviam partido para o campo de batalha.

 Adentramos finalmente em uma campina.  E continuamos sem escutar absolutamente nada. Mas nossos olhos agora viam centenas de vampiros já em formação, com posturas tensas e atentos a absolutamente tudo. Todos viraram os olhos para nos fitar, provavelmente pensando já no inimigo.

 Definitivamente, havíamos chegado ao campo de batalha. Talvez, ao último local que veríamos antes de morrer. Talvez.

 - Estão atrasados! Depressa, fiquem na posição 54 e 55 do meio, eles chegaram em poucos segundos... – Jane nos alertou, apreensiva.

 Sem contestar, eu e Edward nos posicionamos um ao lado do outro ainda de mão dadas, no meio do campo “da morte”.

 Avistei os outros Cullens, meu irmão, Jane, Alec... Meu coração latejava, com medo de que algo os acontecesse, não só com eles mas... Com Violet.

 Afinal, a pequena era um dos objetivos principais, por apresentar um perigo para nós.

 Quando seu coração ama incondicionalmente seres opostos ou inimigos, qual caminho escolher? Por qual lado lutar? Qual lado deixar sangrar e junto levar uma certa parte de seu próprio coração?

 Meus pensamentos fluíam, voavam, desapareciam. E tudo o que me restava era a apreensão e preocupação.

 Até quando eu percebi que não havia mais tempo, e que a batalha já estava para começar. Quando, tão rápido que mal pude discernir, os inimigos chegaram.

 Mas eu pouco me importava, poderia esmagá-los sem um único toque só com meu ódio. Só me importava com um deles, uma, para ser mais exata. Violet.

 Avistei seus cabelos loiros e cacheados de longe, como uma pastora que escolhe sua ovelha favorita. Mas sua expressão só fez aumentar minha angústia.

 Seu belo rosto angelical de criança estava todo gasto em uma expressão de dor, medo. Desejava poder correr e atravessar todo o campo só para poder abraçá-la. Os olhos da pequena encontraram os meus, mas isso só endureceu ainda mais sua expressão. Ela estava triste. Pobre criança.

 Tentei lhe lançar um olhar de conforto, mas não adiantou muito. De repente, seu foco mudou para outro local, e quando me dei conta, era por um motivo em especial.

 As áreas de combate da frente, já estavam lutando entre si.

 A primeira batalha dessa guerra mundial estaria começando, e o destino do mundo estava em nossas mãos. Ninguém queria falhar; todos desejavam a vitória.

 Um pouco espantada, vi todos os vampiros começarem a entrar no combate, não importando a área. No entanto, só comecei a lutar quando fui atacada por três vampiros juntos de uma vez.

 Com cuidado, tentei ao máximo me livrar de todos os vampiros sem utilizar minhas habilidades especiais, que tanto me mataria, como poderia matar inocentes. Incrivelmente, consegui, e me senti orgulhosa e esperançosa por isso.

 Eu desviava meus olhos algumas vezes para ver como os outros estavam se saindo. Para meu alivio, apesar de alguns socos aqui, chutes ali, eles sempre acabavam conseguindo.

 E mais uma vez um grupo de vampiros me atacou de uma só vez. E, gosh, eles eram fortes. Recém-nascidos, logo deduzi.

 O primeiro tentou acerta-me um soco no meio do rosto, mas eu me abaixei e ele acabou socando o vento. Já abaixo dele, chutei suas pernas com uma rasteira só, e o vampiro caiu no chão, indefeso. Agilmente, peguei meu isqueiro de emergência e o queimei.

 A segunda, que sim, era uma vampira, tentou puxar-me os cabelos, chateada pela morte de seu parceiro. Cara, vou te contar, ela não podia ser menos... Mulherzinha? Sério, porque puxar cabelo já tá fora de moda, né? Rapidamente me agachei inclinando-me para frente e puxando a vampira de traz para frente, atirando-a no chão enquanto já acendia meu isqueiro e ateava-lhe fogo.

 Fitei Edward em uma fração de segundos. Ele ficava tão lindo lutando! Pisquei para voltar à realidade quando o terceiro vampiro do grupo se atirou contra mim, derrubando-me no chão.

 - Desgraçado... – Resmunguei baixo, e o prendi com minhas duas pernas, enquanto rolava ficando em cima do mesmo, mordendo-lhe o pescoço, enquanto acendia o meu velho amigo: o isqueiro. O terceiro vampiro gemeu de dor, e logo virou cinzas dentro da imensa fogueira que havia se formado e queimado seu corpo. Adios, miguxo.

 O quarto vampiro sorria cinicamente para mim. Parecia estar seguro de si. Vamos ver se ele ia continuar seguro quando eu amassasse os seus miolos um por um, rá.

 Foi quando algo desviou minha atenção.

 Primeiro vi Violet com os braços cruzados e a cara fechada, enquanto Jack Simply resmungava algo para ela.

 Depois, vi sua face retorcer-se em espanto, e logo virar medo. Jack abriu um sorriso vitorioso que me deu calafrios.

 Terceiro, vi a pequena começar a correr para algum local, com Jack correndo logo atrás da mesma.

 Sem nem me preocupar com o vampiro cínico, corri atrás dos dois, temendo pela hmm... Existência de Violet.

 Os segui cautelosamente o bastante para não ser notada. Eles correram até uma pequena clareira próxima ao campo de combate, e chegando lá, pararam. Então ouvi a conversa dos dois:

 - Vamos, Violet! Eu cuidei de você! É assim que você me agradece? Não quer me ajudar? – Jack a pressionava.

 - Mas eu não quero lutar! – A pequena reclamou. – Eu não... Não posso. – Acrescentou baixinho, encarando o chão.

 - Por quê? – Jack perguntou diretamente.

 - Não quero matar... – Sussurrou. Jack irrompeu em gargalhadas.

 - Você é uma fracote, por isso sua mãe a deixou! – Jack gritou e a expressão que minha pequena fez foi de me cortar o coração. Ela irrompeu em soluços, chorando. Não agüentei mais.

 - Simply, você é mesmo um estúpido. – Rosnei e corri para abraçar Violet.

 - Ora, ora, vejamos quem temos aqui... Isabella. – Ele não parecia surpreso com minha presença. Ele arqueou suas sobrancelhas, dando a entender que tinha ligados os fatos. – É por causa dela que você não quer lutar, Violet?

 - Sim. – Ela não titubeou, o que me fez abrir um sorriso para ela.

 - É realmente um desperdício. – Jack balançou a cabeça negativamente. – Mas terei de fazer isso, antes uma serva poderosa e fiel, do que uma garota bonita e muito poderosa, porém que não me quer. Você fez por onde, Isabella. – Ele falou. Pisquei os olhos sem entender nada.

 - Violet. – Ele chamou. A pequena prontamente pôs-se ao seu lado. – A ataque. – Exigiu. Violet me encarou boquiaberta e negou:

 - Não posso.

 - A ataque.

 - Não.

 - A ATAQUE! – Simply exigiu com fúria e logo voltou-se para Violet, encarando seus olhos. Os olhos cor de violeta perderam o foco, os olhos negros de Simply pareciam induzi-los agora. Ele estava a hipnotizando.

 Meus instintos perceberam o perigo. Em menos de um segundo, uma Violet hipnotizada lançou-me um raio roxo, agilmente fui me desviando com habilidade. Mas senti alguém se retorcendo de dor atrás de mim.

 Congelei. Será que...

 Não agüentei a curiosidade e virei-me para ver quem era. Respirei de alivio. Era o quarto vampiro, o sínico, que havia me atacado anteriormente. Até me agüentei um pouco para não rir. Mas então, meus instintos voltaram novamente.

 Me virei, mas não havia sido suficientemente rápida. De repente, aquele ditado “ a curiosidade matou o gato” parecia fazer um pouco mais de sentido para mim.

 Só pude checar minha dor, ao ser atingida por um raio roxo, que me cegou, me derrubou, me rasgou. Acabou comigo. A pior dor, a única comparada ao nascimento como vampira, pior até.

 A morte não veio calma. Veio estrondosa, como um último ato de uma peça onde o personagem principal é punido por seus erros, tão comuns e banais, e tão grandiosos, tão julgados. Ali, eu era a personagem principal. E eu estava sofrendo, como deixar esse mundo se ele não viria comigo?

POV EDWARD

 Bella havia desaparecido no meio do combate. Eu estava profundamente preocupado, mas algo me dizia que ela não me deixaria, que o destino nos uniria, como era de nosso direito.

 Demetri veio nos chamar, ela havia achado Bella. Mas pela sua expressão...

POV JANE

 Eu soluçava descontroladamente. Como minha melhor amiga pôde me deixar? COMO? Ahh Bella, porquê...

 Eu ainda me lembrava de seu último sorriso... Ah, Bella... Agora tudo o que restava de você eram suas cinzas...

 Vi os Cullen se aproximando, coitados, Bella também era muito importante para eles.

 - Onde está a Bella? – Ouvi Edward perguntar. Ninguém respondeu. – ONDE? – Ele exigiu, se exaltando.

 Sem expressão, apontei para as cinzas.

 Edward deu um gemido de dor e caiu no chão, inconformado.