Quarto capítulo – Hide VS Erza

O sol estava irritantemente brilhante naquele dia. A prova era fácil, os jogadores deviam andar pelas carruagens, eles poderiam usar qualquer tipo de magia para tal. O primeiro colocado ganharia os pontos totais, o último ganharia nada.

Quem estava competindo naquela prova era Eiko, porém ela não havia usado nenhum tipo de magia, pois não era necessário, ela era suficientemente rápida para chegar entre os quatro primeiros.

No entanto ficou intrigada ao ver quem era os três últimos competidores. Natsu Dragneel, Gajell Redfox e Sting Eucliffe. Eiko já havia ouvido falar sobre Sting, afinal ele estava na maior guilda de toda Fiore, já os outros dois havia ouvido falar quando era mais nova pelos grandes poderes que eles tinham e graças a uma grande pesquisa graças à sua missão descobriu muitas coisas sobre os três Dragon Slayers da Fairy Tail.

Fechou os punhos e continuou a correr, ignorando seus pensamentos e focando na prova, pois não poderia fazer seu trabalho na frente de todos, pois destruiria o disfarce que Azumi havia feito.

Ficou em terceiro lugar, sentindo seu peito subir e descer várias vezes para tentar recuperar o fôlego que perdeu na corrida. Devia assumir que todos aqueles magos que estavam competindo nos Grandes Jogos eram muito fortes e talentosos.

Sentiu olhares sobre suas costas e olhou ao redor, ignorando a plateia que vibrava com cada pessoa que ultrapassava a linha de chegada. Gray a olhava com uma expressão serena, indecifrável e aparentemente de felicidade, talvez o Fullbuster tinha a mesma sede de querer ser subestimado pela irmã, como ela tinha por ele.

Franziu o cenho sentindo ainda suas costas arderem por alguém estar observando-a. Virou os tornozelos atrás da pessoa que lhe observava e viu um rapaz magro, de aparência séria e de cabelos brancos... Ela nunca iria esquecer aqueles cabelos brancos. Era o mesmo garoto que estava com Gray quando ele foi embora.

Uma raiva tomou seu corpo e teve de fechar os punhos para se controlar. Saiu da arena antes de ouvir todos os resultados e foi ao banheiro lavar o rosto. O lugar ficava perto da enfermaria, e no caminho de volta para onde sua guilda estava se deparou com um grupo vindo em sua direção.

A Fairy Tail A estava de cara fechada, com os olhos levemente raivosos e com os punhos fechados. Entre eles estava um Natsu verde de enjoo é uma Erza rabugenta, que se questionava em voz alta o que deveriam fazer com o Dragneel.

Gray estava entre eles, porém ignorou a irmã e continuo a andar, em direção à enfermeira, onde Lucy continuava ali por causa da luta contra Flare. Sentiu, pela primeira vez, dó de quem deveria ter de “caçar” como dizia Hide.

Nunca gostou do seu trabalho, pois não era nada glamuroso ser paga por alguém para matar outra pessoa. As vezes era apenas dar um “susto” como seus clientes adoravam dizer, porém daquela vez não fora dito aquela palavra tão engraçada para a cinzenta.

Ela devia matar sua preza, porém devia ser algo acidental como o próprio cliente havia pedido. Seria, em teoria, fácil fazer aquilo nos Grandes Jogos, pois era só Azumi causar uma distração para o público, que Eiko tratava do restante.

Seus pensamentos logo se esvaíram quando viu que seus amigos estavam sentados, observando a arena em silêncio.

Ela estava sendo preparada para que a próxima batalha se iniciasse, o que para os espectadores era um total tédio, pois não havia nada de excitante ver alguns empregados limparem o lugar.
Minutos depois Fairy Tail A já estava no seu devido lugar e o locutor anunciou a próxima batalha.

– Erza Scarlet versus Hidetcka Slaughter – o locutor anunciou enquanto os rostos dos dois pairavam sobre a tela da lácrima.
Eiko engoliu em seco e olhou para Azumi, que suspirou e deu de ombros, não prevendo que aquilo iria acontecer.

Hide por sua vez abriu um sorriso assassino e prendeu seus longos cabelos vermelhos, saindo de onde estava e encaminhando-se para a arena. A Scarlet já estava na arena quando Hide chegou. Eles pareciam irmãos olhando de longe graças aos longos cabelos escarlate e a postura madura de encarar tudo e todos.

E é claro... A magia. Ambos possuíam o mesmo tipo de magia.

Quando a batalha se iniciou ambos se reequiparam, deixando todos boquiabertos. Hide enviou um sorriso irônico para Erza que continuou com sua expressão séria de batalha. E então sem fraquejar o rapaz partiu para cima da ruiva, que defendeu rapidamente.

Ambos eram ótimos na espada, rápidos e ágeis, como se nascessem com as espadas em mãos. Diferente de Erza que mudava de roupa e armamento, Hide apenas mudava seu armamento, pois dizia que sua roupa era boa o suficiente para lhe proteger de qualquer coisa.

Eiko observava a batalha dos dois com brilhos nos olhos. Era incrível como nenhum dos dois abaixava a guarda. A ruiva era incrível, não podia deixar de comentar aquilo com Azumi, que apenas balançou a cabeça, observando a luta do colega.

Eles usavam todo o espaço da arena, pulando de um lado para o outro, defendendo e atacando com sabedoria e calma, que Eiko não sabia de onde conseguiam tirar.

Nenhum dos dois possuía se quer um corte, não sangravam, não suavam, nem pareciam se abater com a batalha.

Hide nunca havia achado alguém ao seu nível, e Erza podia dizer o mesmo. Eles era, suficientemente bons para ficarem naquele ritmo o dia inteiro, até caírem de exaustão, empatando a batalha.

Erza modificou sua armadura, surpreendendo a todos. Ela era um vestido de metal com um volumoso decote, em sua cabeça havia uma tiara de metal que cortava sua testa. Eiko pode ver os companheiros de Erza mexerem os braços e gritarem algo para que a menina ouvisse. Talvez aquilo fosse desnecessário, produção demais. Ou poderoso demais.

Eiko se recusou a piscar, pois a qualquer momento a Scarlet poderia fazer algo surpreendente. Ela adoraria ver alguém derrotar Hide, e esfregar na cara do ruivo que existia alguém melhor do que ele na espada.

Uma dúzia, ou mais, de espadas apareceram ao redor da ruiva, que flutuava graças a asas de metais que estavam em suas costas, grudadas no vestido rodado. Hide recuou alguns passos e mudou sua espada, ela agora era mais fina que a primeira e mais cumprida.

E então as espadas avançaram para cima do rapaz. Uma grande fumaça de terra se levantou impedindo que qualquer um visse o havia acontecido. Eiko arregalou os olhos, chegando a pensar que o seu companheiro havia sido retalhado igual queijo.

Azumi ficou tão inquieta que chegou a falar que iria descer e procurar por Hide, porém a nuvem de terra foi aos poucos se abaixando, mostrando um Hide ajoelhado, cheio de cortes, apoiado na espada, porém de cabeça erguida e um sorriso irônico nos lábios.

Então a plateia gritou tão alto que os ouvidos de Eiko latejaram. A batalha havia acabado e havia sido declarado empate, pois segundos antes Hide se levantou, colocando ambos os pés no chão e estufando o peito machucado.

Erza voltou a usar sua roupa comum e se aproximou de Hidetcka, que riu, sentindo seus músculos doloridos. Ambos seguraram as mãos e se cumprimentaram. Internamente Hide queria arrancar o sorriso dos lábios de Erza e espanca-la até a morte, pois nunca em toda sua vida havia empatado em uma batalha.

Ao virar de costas e começar a andar em direção a saída suspirou e fechou os olhos se segurando para não atacar a garota e matá-la. Não estava ali para aproveitar as situações e deixar seus caprichos falarem mais alto.

Entrou na enfermaria e logo depois Azumi e Eiko apareceram, os outros dois haviam ficado para trás. As duas não calaram a boca, não deixaram nem ao menos o rapaz tentar explicar ou pensar em algumas respostas.

– Seu idiota – Azumi começou a chorar pela primeira vez na frente de Eiko, o que fez a menina arregalar os olhos. A loira se colocou sobre o corpo dolorido de Hide, que estava deitado, já enfaixado por uma enfermeira – Você deveria ter ganho essa porcaria.

A cinzenta não sabia se Azumi chorava por preocupação ao ruivo ou por tristeza por não ter ganho a batalha. Ela decidiu então abandonar os dois por alguns momentos a sós e saiu da enfermaria, andando pela parte de dentro do prédio onde acontecia os Grandes Jogos Mágicos.

Viu que os magos estavam indo embora e aproveitou para observar o rosto de cada um. Franziu o cenho ao sentir uma presença atrás de seu pequeno corpo, girando nos tornozelos e dando de cara ao dono dos cabelos brancos, que mais cedo estava a observando

– No que posso te ajudar? – disse de modo ignorante, cruzando os braços. Eiko era uma mercenária, uma matadora! Não devia, nem podia, ficar intimidada por um rapaz, que estava a passos de proximidade.

– O que você é? – Lyon disse fazendo seus olhos levemente puxados ficarem mais fechados. Eiko não pode deixar de notar que eles eram em um tom escuro muito mais bonitos do que os dela.

– Ora, que tipo de pergunta é essa? – ela disse deixando uma das sobrancelhas cinzentas se arquear, enclinando seu corpo para frente, sem mover os pés. Lyon recuou um passo e abriu os olhos de modo que ela pudesse se ver refletir neles. Lyon Vastia era um rapaz muito bonito e ela não conseguia guardar seus malditos hormônios de adolescente para si mesma, tendo de começar a suar na presença do mais velho.

Diferente de Gray que parecia ter a mesma idade de Eiko graças ao acidente ocorrido na ilha Tenrou, Lyon aparentava ser muito mais velho e mais maduro que o primeiro, o que deixava Eiko ainda mais nervosa na presença dele.

Seis anos de diferença era suficientemente grande caso aquilo fosse algum tipo de relação, porém Eiko teve de respirar fundo e se esforçar para prestar atenção no que o de cabelo branco falava, para parar de pensar em bobeiras.

– Sei que você não é uma maga qualquer, só não sei se isso é bom ou ruim – ele disse começando a andar. Ele então parou ao lado da cinzenta, que encarava o corredor vazio – Sua reação ao ver o próprio irmão não foi comum, o que monstra que você não é alguém comum... Só espero que eu esteja errado sobre você Eiko Fullbuster.