Entre dois Mundos escrita por Pedro H Zaia


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Ah, imaginem Dmitrei como um garoto magro, com cabelo castanho, dentes um tantinho grandes e olhos azuis escuros
Espero mesmo que gostem :D (e que tenha mais leitorxs que minha outra fic. huhaha)



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Sempre fui um tanto tímido... Por isso, nunca tive um amigo de verdade. Eu não chegava a ser solitário e taciturno, mas também nunca cheguei a ter uma amizade forte com alguém. Pelo menos não até conhecer Merida, a princesa de Dumbroch. Mas isto eu conto um pouquinho mais tarde, antes vou me apresentar melhor.

Meu nome é Dmitrei Bearcban Beacan, o que pode ser um dos motivos por eu ser um cara tão fechado. Meu sobrenome supostamente significa "Pequeno atirador", o que não seria problema, já que todos os meus antepassados tinham esse nome. O problema é que, bem, eu sou pequeno, pelo menos para os padrões do reino, e sei sim atirar bem. Além do fato de que, teoricamente, nem da família eu era.

Meu pai se chama Dafar, ele fazia parte da elite Guarda Real do clã Dumbroch, especialista no lançamento de adagas, e minha mãe, Althaia era a curandeira da vila. Eu sempre soube que fui adotado. Meus pais me diziam que, certa noite, meu pai fazia a vigia noturna e notou algo se aproximando pelo mar. Era um bote todo destruído, provavelmente apanhado em uma tempestade. Dentro dele, havia uma mulher azul de frio e um bebê de dois anos de idade.

- Cuide de meu Dmitrei por mim, por favor... - Dissera ela, logo antes de morrer. E assim, meu pai me levou para casa, onde ele e minha mãe me adotaram como seu filho. Eu os amava, mas ainda assim, a cada dia eu me perguntava se eu tinha outra família. Avós vivos, primos... Um irmão... Mas não falava muito disso para os meus pais, para não magoá-los

Eu era um plebeu como qualquer outro, com o que o meu pai ganhava conseguíamos nos alimentar, e o rei Fergus não era lá tão exigente quanto aos impostos. Minha mãe nunca cobrava por seus serviços.

- A saúde e a vida, querido, não são coisas que tenham um preço, embora tenham um valor incalculável. - Dizia ela, enquanto cuidava dos doentes e me ensinava as propriedades das ervas e tudo o que sabia sobre o corpo humano, o que não era pouco.

Desde muito cedo resolvi que queria aprender, explorar, conhecer... E meus pais achavam ótimo. Meu pai me ensinou a manusear uma adaga quando eu tinha apenas sete anos, e a aperfeiçoar minha pontaria desde os seis. Começamos com pedrinhas. Aos dez ele já me deixava atirar pequenos dardos em um alvo... Loucura? Talvez, mas eu adorava, e era muito talentoso, se me permite dizer.

Minha mãe me ensinou também, mas um pouco mais tarde, digamos, quando eu comecei a querer atirar as facas da cozinha pela casa. Não tinha força, é claro; os dardos que eu costumava usar eram levíssimos, e até hoje eu não sou lá um exemplar de força bruta... Além de que eu poderia me machucar seriamente.

Outra coisa que eu também aprendi desde muito cedo foi a ser furtivo. Gostava muito de brincar de pique esconde, e vendo que eu conseguia me esconder até mesmo de adultos, resolvi treinar essa pequena habilidade. Acabei ficando muito bom nisso. Bom demais, minha mãe diria.

Enfim, nas poucas vezes que eu resolvia brincar com as outras crianças do clã, inventava uma espécie de tiro ao alvo com amoras (cujos alvos eram as toalhas e roupas branquinhas secando nos varais alheios) ou de pique esconde. Eu quase sempre ganhava, mas logo ia me isolar em um canto, explorar um lugar novo ou tentar aprender a ler.

Em resumo, eu era uma criança feliz, a não ser por um pequeno detalhe: O medo da rejeição e o vazio que eu ainda sentia apesar de meus pais me amarem tanto, e a sensação de não pertencer a lugar algum...


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Notas finais do capítulo

Tadinho do Dimi, huhahaha. Tentei passar tudo o que eu senti no sonho, ok? Logo eu posto o segundo capítulo onde Merida aparece :D
Até mais