My Kind of Love escrita por Thaaai


Capítulo 6
Mal entendido


Notas iniciais do capítulo

CHAMEM UMA AMBULÂNCIAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA, ESTOU TENDO UM HEART ATTACK!!!!! Tá, não é pra tanto, mas é quase isso... '-'
Quem aí já viu o resumo dos dias 25/08 à 29/08? PQP, TÁ MUITO FODA! Tem trocentas cenas PERINA.
Vou só atiçar a curiosidade da quem ainda não viu:
— Alguém com suspeita de gravidez (Hum...qm será? :x)
— Pedro no quarto da K. (pra fazer o que? Aí vcs vão ter que conferir u.u)
— Plano #Biduca engatando.
— Beijos inesperados.
E mais outras coisas que eu esqueci no momento. MAS TÁ PERFEITO DMS!
OBS: Leiam o início do resumo do dia 26/08. E muito, muito obg pelos comentários!!!
*OOOOOOOOOOOO*



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Karina olhava para eles a fim de compreender o que estava se passando. Obviamente ela não fazia ideia!

– Eu conheci a K hoje, na praça ...– respondeu Cobra, aparentemente sem graça.

– K? – soou sádico – Hum...que legal. Bem íntimos, né? Pensei que você não gostasse de ficar de gracinha com os outros, mas pelo visto o problema é só comigo. – disse sério para Karina, que não conseguia manter o olhar.

– Vocês se conhecem? - perguntou Cobra para Karina, mas foi Pedro quem respondeu, de forma rude.

– O que é que cê acha?

– Calma. Tá nervoso? – Cobra provocou. - Procura alguma coisa pra fazer que desestressa!

Ele não tinha problemas com relação ao primo. Até seria amigo dele, se não fosse o relevante detalhe de Pedro odiá-lo. É... ele sabia, mesmo o guitarrista tentando disfarçar, na maioria das vezes. O que não era o caso daquela noite.

– Tem razão. E eu já achei até! – disse intimidador, cerrando os punhos.

Karina já estava ficando saturada com aquela conversa. Por que Pedro estava sendo tão agressivo com eles, especialmente com Cobra que recém chegara à cidade?

– Já chega, né? – interrompeu, olhando fixamente, pela primeira vez na noite, para o menino dos cabelos desgrenhados – Já foi um sacrifício eu sair de casa. Não sou obrigada a ficar assistindo essa cena idiota! Quê que foi Pedro? Pirou, pra falar com a gente desse jeito?

Cobra calou-se, no mesmo instante em Pedro parecia absorver as palavras da garota. Olhou para os dois a sua frente e franziu a testa:

– Já entendi... – E foi a vez da menina ficar confusa. – Fiquem tranquilos que eu não vou mais atrapalhar não! – pronunciou com tom gélido, indo em direção ao palco.

Karina piscou duas vezes, imóvel, antes de virar-se para o rapaz ao seu lado:

– Cobra, desculpa. Eu não sei o que deu nele! – segurava as mãos, nervosa.

– Relaxa, ele nunca foi com a minha cara...

– Espera. Vocês já se conheciam? – arregalou os olhos, fazendo- o rir.

– Sim. Pedro é meu primo e como já pode ver... – suspirou - ele não vai com a minha cara. – esperou uma resposta da menina, mas ela permaneceu calada. Marcelo acenou para ele, que se despediu da loira. Certamente resolveriam com Nando algo sobre o restaurante.

Karina parecia não estar prestando atenção em mais nada. Somente buscava a presença de Pedro. Tinha algo a incomodando. Uma sensação inusitada e angustiante: culpa. O tratara de forma ríspida e, dessa vez, totalmente sem querer. Mas ele não sabia disso.

“Qual é o seu problema, Karina? “

Perguntava pra si mesma. Já o tratara mal antes, por que estava tão perturbada assim?

*****

Pedro, ainda estressado com os últimos acontecimentos, ligou para João, que não havia dado sinal de vida:

– Tá onde, mané?

– Calma, amor, já estou chegando... – debochou João.

– Ai, não demora, gatito. – Pedro entrou na brincadeira. – Mas, falando sério agora. Vem logo senão o Nando vai infernizar sua vida.

– Falou! – desligou a chamada.

Nando tinha extrema importância na vida dos meninos, especialmente na de João, que o tinha como um segundo pai. Renê, amigo de Dandara desde os tempos de faculdade, teve que criar o filho sozinho, após a mãe dele abandoná-lo e sair pelo mundo. Nando, agora diretor da Ribalta, sempre deu apoio aos amigos, Renê e Dandara, na criação dos meninos. Seu envolvimento com a música acabou influenciando-os. Tanto um quanto o outro almejava trilhar o mesmo caminho. Pedro, com sua guitarra e João, com sua bateria.

– Tá sonhando comigo, moleque? – perguntava Jeff a Pedro, que estava completamente distraído, olhando para um ponto qualquer.

– Eu não. Se o João ouve isso fica com ciúme, hein? – abraçou o amigo, rindo.

– Mas, diz aí...Por que tá com essa cara?

– Esquece, nada não... – desconversou – Mas, é uma fofoqueira, viu? – riram.

– Olha, a princesa chegou! – disse Jeff pra João, ao vê-lo se aproximar.

– O melhor sempre fica pro final! – respondeu, piscando para o amigo - Vamos logo, antes que a frente do palco encha.

Os meninos concordaram e foram, mas antes, Pedro espiou o local onde havia deixado Karina. Ela ainda estava lá.

*****

Gritos começaram a chamar sua atenção. Nando havia subido no palco improvisado, saudando a todos. Olhou os arredores, esperando que Cobra voltasse a procura-la, mas ele não o fez. Decidiu esquecer aquilo tudo e focar no show. O vocalista dedilhava os primeiros acordes e logo ela reconhecera a música: “Fórmula do amor”. Gael ouvira tanto que acabou por fazê-la gostar também.

Seus olhos percorreram toda a praça e fixaram-se numa cena, estranhamente desagradável para ela. Pri, sua colega de academia, atirava-se sem qualquer pudor em Pedro. Com dificuldade, tentou ignorar, já estava ficando enojada.

[...]

Do outro lado da praça, Dandara brigava com Gael por querer beijá-la, em público.

– Qual o problema, Dandara? Ninguém tá vendo, tá todo mundo curtindo o show.

– Nunca se sabe...- deu de ombros – Ih, ó lá...Não disse? O Pedrinho tá ali! – apontou para o filho.

– Até quando a gente vai esconder nossa história, hein?

Depois de tanto tempo estando numa “amizade colorida” com Dandara, ele a havia pedido em namoro, dias atrás e fora surpreendido quando ela lhe pediu sigilo.

– Já falamos sobre isso, Gael. Você sabe, assim como eu, que os meninos não vão aceitar!

– Não é você que vive dizendo que eles não são mais crianças? Então... – acariciou-a, fazendo-a sorrir.

– Ainda acho melhor esperar...Mas, vamos esquecer isso e curtir o show. – encerrou o assunto, beijando-o na bochecha, sem que ninguém visse, claro, enquanto Nando anunciava a próxima música: “Solange”.

*****

–ME SEGURA, BRASIIIIL!!! Uma música com meu nome? LA-CREI – disse Sol, beijando o próprio ombro.

– Você viu a minha irmã, Sol? – perguntou Bia.

– A maluca de cabelo curtinho? –esperou ela assentir – Não...Olha, o Nando tá chamando a Mari pra cantar!!! – bateu palmas, empolgada.

[...]

Karina sorria vendo a amiga roxa de vergonha, mas logo ela se soltou deixando todos encantados com sua voz.

– Ela é boa... – disse Duca, surpreendendo-a.

– Canta muito! – sorriu. – Mas e aí, garanhão, pegou quantas essa noite? – zombou.

– Garanhão? Que nada... – Karina revirou os olhos. Odiava a falsa modéstia do amigo – Essa noite eu tô tranquilo.

– Ah tá, vai me dizer que não tem nenhum alvo? – colocou as mãos na cintura.

– Ok – rendeu-se – Eu tenho sim. – sorriu misterioso. Karina logo associou-o a uma pessoa. “Claro que era ela!” pensava.

– E por um acaso, esse alvo seria uma morena...? – gargalhou ao ver que tinha acertado o palpite – Eu sabia!!! – exclamou. Precisava falar com Bianca urgente. Claro que era ela a quem Duca se referia!

– Fica quieta aí, pirralha! – brincou, bagunçando seus cabelos.

[...]

Pouco tempo depois, Duca saiu sem revelar pra onde ia. Ao ver Bianca se aproximando, seu sorriso se alargou.

– Finalmente te achei! – disse com expressão brava - Que mania de ficar me dando perdido!

– Sem sermão, Bia! – pediu – Eu tava querendo falar contigo...

– Sobre?

– Sobre certo carinha aí...lutador de muay thai... – olhava as unhas, ensaiadamente.

– O DUCA??? Fala logo!!!

– Hum...isso porque não tava afim do cara – provocou, parando em seguida ao perceber a ansiedade da irmã – Tá bom. Vou falar logo...Acho que ele quer ficar contigo, quer dizer, tenho praticamente 100% de certeza! – sorriu ao ver o rosto da irmã se iluminar.

Se aquilo não era amor, todos os romances “água com açúcar”, que a irmã lhe obrigava a assistir, não serviram para ensinar-lhe nada.

– Cê tá falando sério?

– Tô. A gente conversou, ele disse que tinha um alvo...uma morena – piscou para a aspirante a atriz - Olha ele ali – apontou – vai lá. – incentivou a irmã, que seguiu o seu conselho.

Pegou o celular, pois havia acabado de chegar uma mensagem. Era de Pedro:

“ Foi mal. Falando sério... “

Tirou os olhos do visor para procura-lo. Ele estava no mesmo lugar, mas dessa vez sem Pri. A olhava, esperando uma resposta. Ela também havia agido mal, por isso abriria uma concessão, respondendo-o. Mas, teve a ação impedida por uma cena completamente inimaginável.

Duca beijava intensamente uma garota. Uma morena,como havia citado...Jade! E pior do que o fato de ter sido dele a iniciativa, era ver que Bianca assistia a tudo, perplexa. Antes que fosse vista pelo “casal”, saiu em disparada, olhando para Karina com uma repulsa indecifrável.

******

Karina entrou no quarto mesmo com todos os protestos de Bianca:

– SAI DAQUI! VOCÊ É SURDA? – exclamava Bianca, com o rosto tomado por lágrimas.

– Eu não vou sair daqui!

– ENTÃO VAI PRO INFERNO!! – sentou na beira da cama, desolada.

– Para de me tratar assim, Bianca! Eu tô tão surpresa quanto você!

A menina respirou fundo, antes de levantar, encarando a irmã.

– Será que você tá surpresa mesmo? – dizia com o semblante completamente transtornado.

– Eu não tô entendendo o que voc...

– Foi tudo de propósito, não foi? –semicerrou os olhos – Você sabia que ele queria ficar com a Jade. É ÓBVIO que sabia. Mas, fez isso comigo e eu sei por quê... - limpava as lágrimas, brutamente. – você gosta dele! Claro que gosta... – riu friamente. - Meu Deus, como eu fui burra! Todo mundo sempre me disse isso e eu nunca percebi. – calou-se por um instante.- Quê que foi, Karina? Ficou com raivinha, porque sabe que ele NUNCA vai te querer? Ou é só inveja de mim mesmo?

– Inveja de você? – finalmente disse – POUPE-ME, BIANCA!

– É...No fundo foi isso o que você sempre teve, né? Principalmente da forma que o papai me trata com relação a você.

– CALA A BOCA! – chorava, mesmo contra a sua vontade – Eu entendo que você está chateada, mas isso não justifica me usar pra descontar a sua raiva! Eu sei que você gosta do Duca e JAMAIS, escuta bem, JAMAIS eu faria uma sacanagem dessas contigo... Quanto ao papai, não é novidade o que você falou não, eu sei disso. E dói muito, mas não faz com que eu tenha inveja de você, nunca fez. O que eu sinto é decepção, sabe? Por não ter alguém pra desabafar, alguém que me entenda...Decepção por ver que até você, que conviveu comigo esse tempo todo, não me conhece de verdade.

Bianca não balbuciou uma palavra e Karina resolveu deixa-la só, digerindo aquilo tudo.

*****

Pedro chegou em casa assim que terminou o show. Foi direto para o seu quarto, pensando no quão cansado estava. Ao abrir a porta, não pode evitar o revirar dos olhos. Tinha pegado essa mania de uma certa lutadora...

– Quer dizer que você vai ficar aqui no meu quarto? – questionou, enquanto tirava os tênis.

– Não é o que parece? – respondeu Cobra. – Olha, não fui eu quem pedi, ok? Um quarto é da sua mãe, outro ficou para os meus pais e sobrou o seu, se é isso que quer saber. – bufou desanimado, forrando o colchão que colocara no chão do cômodo.

– Hum... – foi tudo o que disse.

– Você acha que eu tô feliz, né? Saí do lugar onde morei por anos, pra vir pra cá sabendo que não sou bem vindo.

O guitarrista analisou-o.

– Eu sei que você não gosta de mim, apesar de ninguém mais perceber isso, mas querendo ou não, meus pais vão morar aqui, eu vou morar aqui e você vai ter que aceitar. – prosseguiu Cobra. – O que eu estou tentando dizer é que podemos tentar conviver bem. Não estou sugerindo que a gente vire melhor amigo um do outro – Pedro revirou os olhos com tal ideia absurda – mas, que podemos tentar sim, se relacionar numa boa...E aí?

Pedro ponderou a ideia. Odiava admitir, mas ele tinha razão:

– É...Você tá certo. – Pronunciou. Não sorriu como habitualmente... Já seria demais.

Cobra assistiu o primo se ajeitar na cama e não hesitou em averiguar o que lhe incomodava há horas:

– Vem cá...Você e a loirinha... – Pedro sobressaltou-se.

– Eu não tenho nada com ela, se é isso que você quer saber. – encarou o primo, na defensiva.

– Sei lá...achei que tivesse com ciúme naquela hora. – provocou.

– Ciúme? – riu – Olha, eu aceitei esse trato aí de convivência, mas não abusa! Ciúme...- bufou – Acho que tá lendo capricho demais!

Cobra riu com a reação dele, preparando-se para dormir. Pedro virou-se para a parede, mas não antes de olhar o celular de novo, ansioso por uma resposta.

*****

Karina estava no sofá da sala, pensando na briga que teve com a irmã. Nunca vira Bianca daquele jeito. Foi em direção à caixa de remédios, procurando um analgésico para dor de cabeça, consequência do choro demasiado. Gael ainda não havia chegado em casa. Pelo jeito, a noite ruim de uns, teria sido produtiva para outros.

Voltando para a sala, ouviu o soar do seu aparelho. Mensagem novamente. E para destacar mais ainda a sequência de repetições, o remetente era o mesmo:

Esquentadinha? Foi mal. Falando sério... ²

Havia esquecido de responde-lo. Não estava com um bom humor naquela hora, mas preferiu ignorar o fato:

Acredito. Já é a segunda vez que me pede desculpas (hoje ¬¬). Não sabia que conhecia o Cobra, por isso, desculpa também. E pra não achar que viramos melhores amigos...Esquentadinha é a @#8@*, idiota!!!

Pedro sorriu amplamente ao ler a mensagem, desligando o celular ao ver que Cobra se remexia com a claridade. Fechou os olhos sem conseguir tirar da mente a imagem da garota. A verdade era que sempre, sempre que Karina se fazia presente, o resto do seu dia girava em torno apenas disso. Aquilo o incomodava...Bem, a verdade era incômoda.

Em meio a tantos pensamentos, perdeu o sono. Levantando-se para tomar uma ducha.


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Notas finais do capítulo

Faria um capítulo maior e com umas coisas aí...66'
mas, meu fds foi infernal! Aí deixei para o próximo, que pretendo postar hoje a noite.
E é isso. Mais uma vez, obrigada pelos comentários de vocês. *---------------*