My Kind of Love escrita por Thaaai


Capítulo 5
Visita agradável? Nem todos pensam assim...


Notas iniciais do capítulo

OIIIII, CHEGAAAY NESSA BAGAÇAAA!!!! Õ////
Gente, vocês viram o diálogo do cap. de ontem?
— [...] esquentadinha...
— Vou esquentar sua cara,hein?
Tipo...OH MY GOOOOOOD!!!! Vocês lembram? No primeiro capítulo da MKOL tem um diálogo parecidíssimooo! ~surtei
Não tô me dando com esses dois...até o fim dessa malhação já estarei num manicômio! '-'
Enfim, tenham uma ótima leitura! Agradeço (muito) pelos comentários maravilhindos de vocês. >.



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Pedro entrelaçava as mãos na cintura de Karina, numa súplica muda pela sua permanência, estranhamente, gostara daquilo.

Ela tentou impedir que o beijo fosse aprofundado, negando a passagem da língua de Pedro. Porém, a certa altura, já havia se rendido, amolecendo aos poucos em seus braços. Num rápido instante, como se houvesse recobrado a consciência, soltou-se bruscamente do rapaz, que a olhava numa completa estaticidade.

Ambos tentavam regular a respiração. Pedro olhava para Karina, tentando decifrar através de seu estado inerte, qual seria sua possível reação ao beijo, mas antes que pudesse formular qualquer resposta, sentiu seu rosto arder, virando rapidamente para o lado:

– Você me bateu, sua louca? O que você tem na cabeça? – esbravejou.

– A questão aqui é o que VOCÊ tem na cabeça pra achar que pode chegar me beijando assim na hora que quer!

– Ah, então da próxima a gente combina a hora certa... – provocou.

– Você não tem mesmo medo de morrer, né? – enrijeceu a mandíbula, esperando a resposta do garoto, que por sinal não veio, pois uma pessoa interrompeu. Uma pessoa que Karina não conhecia, mas Pedro conheceria muito bem se não tivesse ficado trancado em plena festa:

– M-Marcela? – gaguejou.

– Oi, Pedro. – respondeu fria, enquanto fuzilava Karina com o olhar. – Pensei que você tivesse outros planos pra essa noite!

Karina encarou o menino, compreendendo o tipo de “plano” que a desconhecida citava. Riu, sem humor, virando-se para Marcela:

– Não precisa se preocupar não. Já estou de saída – esboçou um sorriso, que mais saiu como uma careta, olhando novamente para Pedro, que segurava seu braço – Quê que foi agora?

– Você acha mesmo que vai encontrar algum transporte a essa hora? – estreitou os olhos.

– Karina? Nem acredito que você veio! – pronunciou Jeff, indo abraçar a amiga. Acenou para os outros dois, um pouco confuso por estarem ali juntos. Sabia da relação “pacífica” que os amigos nutriam.

– Pronto, acabei de encontrar! – sorriu sarcástica, apontando para Jeff – agora pode ir! – olhou mais uma vez para Marcela. Não havia gostado da garota. Nem um pouco, pra dizer a verdade...

– Oi? Não entendi. – disse Jeff.

– Vai entender no meio do caminho – apertou a bochecha do amigo, empurrando-o, em seguida, para o outro lado da rua.

– Tchau pra você também! – gritou Pedro, voltando para festa com Marcela em seu encalço.

*****

– Liga logo esse carro!

– Já disse que só ligo se você me explicar o que houve – respondeu Jeff, enquanto se acomodava no banco dianteiro.

– Eu quero ir pra casa. Só isso. – recostou a cabeça.

– É...não me parece um motivo bom o suficiente pra sair da festa não – abriu a porta do carro rindo, ao passo que Karina puxava-o pela camisa.

– Dirige logo, peste! Eu vou contar.

[...]

– Quer parar de rir? – perguntava já impaciente com o “ataque” do amigo.

– Altas emoções essa festa, hein? Quem diria... – riu, parando o carro, quando o sinal fechou.

–Teria sido melhor ir ver o Pelé – brincou, imitando o seu personagem preferido.

– Beleza, Chaves! - gargalhou - Mas, e aí? O Pedro apanhou muito?

– Não, mas vai apanhar se encostar em mim de novo! – deu socos no ar.

– Tapa de amor não dói... AI! – reclamou com a menina, que lhe deu um tapa na nuca.

– Tem certeza? – debochou, vendo o sinal abrir – Bora, dirige logo que eu tô louca pra tirar essa calça apertada...

– Tira não , tá gata assim... – fingiu estar “seduzido”, vendo a amiga revirar os olhos.

[...]

– Valeu, Jeff, boa noite. – saiu do carro. Estava prestes a subir a escada quando o amigo lhe chamou:

– Esqueci alguma coisa?

– Esqueceu de me falar uma coisa...O Pedro beija bem? – arrastou o carro dando gargalhadas, após a amiga lhe oferecer o dedo do meio.

*****

Karina passou pela sala andando na ponta dos pés, buscando não chamar a atenção do pai. Com certeza ele lhe faria um interrogatório por chegar em casa sem Bianca e depois daquela noite, ela só queria simplesmente deitar em sua cama. Certificou-se de que Gael estava dormindo e entrou no quarto, jogando os sapatos e as roupas num canto qualquer.

Colocara seus inseparáveis fones, ouvindo “Happiness” de The Fray, quando Bianca chegou, sem cerimônia, puxando suas cobertas:

–Que susto, Bianca! Quer me matar, é?

– Bem isso! – bradou – Aprendeu a mentir agora, foi? Você não veio com amiga nenhuma da Ribalta! Aliás, você nem falou com ninguém. O pessoal nem sabia da sua existência e até a Mari ficou surpresa quando eu disse que você foi comigo pra festa! - falava sem parar, típico de quando estava com raiva - Vai me explicar ou não?

– É pra eu escolher mesmo? – brincou, logo erguendo os braços em defesa – Tá... Eu fui embora com o Jeff. Pode ligar pra ele se não tiver acreditando! Apenas não tava afim de ficar na festa e nem queria atrapalhar sua noite com o Du – fez aspas com a mão, ao citar o nome do lutador – Era só isso? Boa noite, Bia... – desligou o abajur e recolocou o fone, dando o assunto por encerrado.

*****

Pedro acordou tarde naquele domingo. Foi um dos últimos a sair da festa, mas não porque estava curtindo. Marcela ficara no seu pé a noite toda! Tanta beleza não compensava a chatice. “Mais grudenta que caramelo”, guardou esse comentário pra si.

Após todo o ritual de higiene, foi para a sala, vendo a mãe procurando um canal pra assistir.

– Bom dia, mãe – respondeu, beijando a testa dela.

– Oi, meu amor, bom dia. Tava esperando mesmo você acordar... – deu dois tapas no sofá, chamando-o para sentar ali.

– Que foi?

– Tenho uma notícia para dar...Sobre os seus tios.

*****

A luz do sol tomou conta do quarto, fazendo com que Karina levantasse. Olhou para a cama da irmã, estava vazia. Levantou ainda sonolenta e viu que tinha um papel nos seus pertences.

Fui pro cinema com a ruiva. Pode ir tratando de arrumar essa zona que você deixou aí.

Beijos, Bia.

Começou a catar as coisas que jogou no chão, encontrando ao pé da cama, a foto da mãe. Era sempre daquele jeito. Qualquer foto, qualquer lembrança e ela se desestabilizava completamente. Não conheceu a mãe por muito tempo. Ana partiu quando ela tinha apenas 3 anos de idade, mas nunca havia superado, mesmo com o pouco convívio. Sentia falta de ter uma mãe para reclamar das suas notas baixas, uma mãe para pentear seus cabelos e opinar sobre sua roupa, ou até uma mãe para criticar seu primeiro namorado...resumindo, sentia falta daquilo que nem mesmo tivera.

Cumprimentou o pai, que se virava no preparo do almoço e seguiu em direção à praça. Sempre fazia aquilo quando lembrava de Ana. Mexia, completamente avoada, numa folha que caiu da árvore, quando uma sombra a trouxe para a realidade. Era um garoto a sua frente, que nunca havia visto:

– Oi. Sabe me dizer onde mora o Nando Rocha?

– Sei...ali – apontou desanimada, limpando algumas lágrimas que insistiam em cair.

– Desculpa me intrometer, mas...tá tudo bem? – fez menção de se aproximar, mas ela se retesou, desconfiada.

– Nada.- respondeu um pouco rude. - Eu tô ótima, não tá vendo? – pareceu mais uma ironia, diante das circunstâncias.

– Eu sei que você deve estar desconfiada, afinal, eu sou um estranho, né? – sorriu, sentando perto dela – mas, fica tranquilo que eu não sou nenhum bandido não. Acabei de chegar na cidade e queria muito falar com o Nando. Prazer, Cobra. – estendeu a mão.

– Karina – apertou a mão dele, um pouco mais aliviada – Você sempre conversa com estranhos assim ou é só comigo? Quem lhe garante que eu não sou uma assassina ou uma psicopata? – levantou uma das sobrancelhas.

– Pode me fazer de refém se quiser... – piscou. Karina não levou a sério, sabia que ele estava brincando.

– Você não é Ave Maria, mas tá cheio de graça, né? – ele gargalhou, completamente encantado pela garota. – Mas, fala aí, quê que cê quer com o Nando?

– Meus pais vão abrir um restaurante por aqui e querem que ele faça um show de inauguração...

– Hum...maneiro.

Karina nunca havia dado tanta liberdade para um desconhecido, mas Cobra parecia ser legal e ele conseguiu fazê-la esquecer, por alguns instantes, do que a levara até ali. Eles conversaram bastante e riram também, mas logo ele teve que ir embora. Além de falar com Nando, precisava voltar para a casa da tia.

*****

– Espera um pouco, mãe. – Pedro interrompeu Dandara, que estava prestes a lhe contar a novidade, para atender ao celular. Enquanto saía, ouvia o barulho da campainha.

Voltando para sala, piscou os olhos várias vezes, tentando espantar uma possível alucinação, mas logo viu que não estava enganado. Seus tios estavam parados em frente ao sofá sorrindo pra ele, mas o que chamava a atenção dele mesmo não era isso e sim o primo...Cobra.

– Então, Pedrinho, era isso que eu estava tentando te dizer – falou Dandara – Eles vão morar aqui no Rio novamente, na nossa casa. Seus tios vão abrir um restaurante aqui perto e depois que eles tiverem estabilizados vão procurar um lugar pra ficar... – sorria empolgada.

Delma, era a irmã mais velha de Dandara. Passara sua vida toda ao lado da irmã e quando teve Cobra foi uma alegria inexplicável, principalmente para a tia coruja, que mais tratava o menino como se fosse o seu filho. Marcelo, seu esposo, apostava alto em seu talento na culinária, logo, ele foi indicado para trabalhar em São Paulo, num belo restaurante. Quando eles foram embora, Cobra tinha 12 anos e Pedro 8, mas as irmãs nunca deixaram de manter contato. Agora, o restaurante em que Marcelo trabalhava havia falido e Delma teve a ideia de eles retornarem, só haveria pontos positivos. Eles continuariam no ramo da culinária e ainda perto de Dandara e Pedro.

Cumprimentaram o sobrinho e foram buscar o restante das malas. Pedro engoliu seco, vendo a mãe se aproximar:

– Que cara é essa, meu filho? Parece até que não gostou – sorriu.

– Ganhou 10 pontos pela resposta. Eu-não-gostei. – respondeu sério.

– Mas, porque? Agora a gente vai ter a casa cheia, tem seu primo também...

– Esse é o problema, mãe! Você não entende...A gente tá muito bem aqui. Só nós dois! – Dandara se assustou com o filho, que pela primeira vez falava com ela naquele tom.

– É, não entendo mesmo não! Pode começar a me explicar o porquê desse comportamento infantil! – cruzou os braços.

– Agora não. Preciso sair! – bateu a porta com força indo para a praça.

Dandara explicara tudo, mas na mente de Pedro a palavra “morar” ficava martelando incansavelmente. Nunca havia contado pra ninguém, mas odiava Cobra. Sempre odiou! Seu pai, Ricardo, tinha uma afeição muito grande pelo sobrinho. Assim como Dandara, tratava-o como se fosse seu próprio filho. Cobra sempre foi motivo de orgulho... Sua inteligência era notável e desde a infância, a comparação entre os primos era constante. Pedro, sempre fora mais travesso e vivia dando dor de cabeça para os pais. Quando Ricardo morreu, durante um assalto, tudo o que ficara marcado na cabeça de Pedro, na época com 9 anos, era que o pai havia partido sem nunca dizer que também se orgulhava dele. Para muitos pode parecer besteira, mas o sentimento sempre perseguiu Pedro e persegue ainda, sempre que o primo é mencionado. No fundo, sentia inveja, raiva, dos momentos dele com Ricardo e que ele, sendo filho, nunca teve.

Karina viu Pedro no exato momento em que ele apareceu. O menino também visualizara a loira, porém não disse nada. Não fez piadas, não a perturbou com o apelido tão pronunciado por ele, nada do tipo. Apenas sentou num lugar distante, bastante pensativo. Ela estranhou, mas decidiu ignorar. Quando eles ficaram, de início ela havia se irritado, mas agora estava completamente constrangida. Era estranho até para ela, já que poucas vezes na vida se sentira assim.

Com tanta confusão em sua mente, resolveu ir embora. Seria melhor...

*****

No dia seguinte, Karina acabara de sair do banho, quando ouviu o celular tocar.

– Oi, Fabi. Aham, sei... – Do outro lado da linha, a menina convidava a filha de Gael para ir ao show de Nando Rocha, que tocaria na praça à noite. O pessoal da academia havia marcado de se encontrar lá.

De imediato, Karina se lembrou de Pedro.

Depois de amanhã vai rolar um som lá na praça. O Nando vai tocar, você vai?

Logo, pensou no estado em que se encontrara mais cedo e tentava, sem sucesso, achar uma justificativa para seu comportamento esquisito. O que estaria deixando-o daquele jeito? Repreendeu-se por estar pensando naquilo e logo lembrou que Fabi esperava na linha:

– Show? Sei, lá...acho que eu não... - – foi interrompida por Bianca, que tomara o seu celular.

– Ela vai sim, Fabi. Eu chego aí com ela umas 20h, beijos.

– Quem disse que eu vou? – levantou-se da cama, secando o cabelo com a toalha.

– Ah, você vai sim! Sou bastante persuasiva.

– Não vou não! – bateu o pé.

– Quer apostar?

*****

Às 20h, como o combinado, as meninas chegaram na praça e a movimentação já era grande. Duca avistou elas e logo foi cumprimenta-las. Com isso, Karina tratou logo de sair de lá, não apenas para deixar eles se acertando, mas porque não tinha vocação pra vela.

Saiu à procura do pessoal da academia e avistou Fabi, perto de um carrinho de pipoca, acenando para ela. Já estava se preparando para ir lá, quando uma pessoa a segurou pelo ombro. Pretendia usar um golpe de muay thai. Tantas aulas... Tinham que servir para uma situação como aquela. Mas, desistiu ao ver quem era:

– Oi...Cobra, né? – perguntou, com incerteza.

– Quê isso...Já esqueceu de mim? Assim eu fico magoado! - brincou.

– Vou te mandar pra uma escola de artes que tem aqui. Com todo esse drama já terá vaga garantida!

Eles riram novamente.

– Pelo visto vocês já são amigos, né? – disse Pedro, revezando o olhar entre um e outro.

Dessa vez não havia se dado ao trabalho de esconder. Estava realmente irritado.


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Notas finais do capítulo

AAAAAAAI, QUE ANSIEDADE!!!! O resumo da próxima semana tá me deixando louca!!! Quem não viu ainda, correee pra ver! õ/
1 - Karina e Zé.
2- Pedro com ciuminho.
3 -Tainá sacando tudo. (caia fora mesmo, bitch. ;*)
uii, vai ferver!
Beijo, beijo e...Nathy Louise, tá sentindo o cheiro? TRETAAAAAAAAAAAAA uhsaushaushah *-*