Depois do que havia acontecido na noite em que Draco mandara a carta para Gina e ela não fora, passaram-se dois dias. Dois dias que Harry vivia grudado em Gina. Já era sexta feira. Gina não vira Draco durante esses dois dias. Ela não sabia o que tinha acontecido. Já havia mandado cartas para ele, o que não obteve respostas. Não o viu durante as refeições e nem depois delas. Isso era realmente estranho.

Sexta feira, depois da janta, Gina estava indo para o salão comunal da Grifinória, quando, alguém que ela não costumava conversar a chamou: Blásio Zabini.

– Zabini? – perguntou ela confusa. – O que quer?

– Weasley, é o seguinte: eu sei que você anda mandando cartas para o Draco, sei também que o procura todos os dias durante as refeições – quando Gina ia mentir, dizer que não era verdade, ele disse: – Eu sei, eu vejo seu olhar.

– Mas o que você tem a ver com isso?

– É o que eu tenho pra te dizer – disse ele com um sorriso malicioso.

– Já vou avisando Zabini, se for alguma brincadeirinha...

– Draco lê tudo que você manda – disse ele, interrompendo-a. – Tudinho.

– E por que ele não me responde? – indagou ela, a raiva crescendo dentro de si.

– Porque ele ainda está bravo com você – disse erguendo os ombros. – Por causa do bolo.

– Ah, mas o que? – disse ela com uma raiva ainda maior. – Eu não acredito. Não foi minha culpa e... mas espera. Zabini, como sabe de tudo isso? Foi ele que te falou? – perguntou ela desconfiada.

– Não, mas na noite que ele voltou, deixou entender que foi isso que aconteceu – respondeu. – E também, vejo ele lendo as cartas, mas nunca responde elas.

Gina tentava processar isso em sua mente o mais rápido possível. Como é que ele poderia fazer isso? Ela mandara para ele, mais de cinco cartas em dois dias. Isso não é o tipo de coisa que ela costuma fazer.

– Tá, tudo bem – disse ela, tentando manter a calma. – Acho que... obrigada. É.

Blásio olhou-a atentamente, como quem a estudava, cada traço. Depois simplesmente balançou a cabeça e disse:

– Então é isso, a gente se vê, Weasley – depois que ele deu mais uns dois passos, se virou novamente e disse: – Se o ver por ai, não deixe barato. Não deixe fazer isso com você. Você não é boa em azarações?

Falando isso ele saiu, deixando-a sozinha. Então, sem pressa, ela foi caminhando para a Torre. Ela não sabia o que pensar, o que dera em Blásio para vir falar com ela? Agora, pensando nisso, ela lembrou que esquecera de perguntar se foi Draco que mandou ele ir falar com ela.

Tudo parecia uma bagunça na sua cabeça. Quando chegou na sala principal, ela preferiu subir direto para os dormitórios, porque ela estava muito cheia. Ainda era cedo, mas ela preferiu ir deitar do que ficar lá.

O sábado amanheceu com uma névoa fria ao redor do castelo. Gina acordou mais cedo, devido ao horário em que foi dormir no outro dia. Levantou, se arrumou e desceu para tomar café no Salão Principal.

Chegando lá, se deparou com ele praticamente vazio. Quase todos os professores já estavam lá, mas as mesas das Casas, tinham poucos alunos. Gina sentou-se perto de alguns colegas das aulas, de frente para a mesa da Sonserina.

Assim que se sentou olhou para a frente, procurando por Draco. Mas nada dele. Então, tentando relevar isso, tomou seu café tranquilamente. Depois que terminou o café, ela continuou na mesa, conversando com uma colega, quando percebe a chegada de alguém em outra mesa, mas foi muito rápido: do mesmo jeito que chegou rápido, ao ver Gina, nem sentou ou falou com alguém da mesa. Girou os calcanhares e deu meia volta. Gina rapidamente saiu da mesa, deixou sua colega falando sozinha e, foi atrás dele. Agora vamos ver, Draco Malfoy, pensou ela.

Quando o viu virando um corredor, apertou o passo. No fundo parecia que ele até queria falar com ela, porque ela conseguiu rapidamente alcança-lo.

– Draco, espera! – falou Gina alto, mas ele continuou como se não tivesse ouvido. Então, ela correu em direção a ele, quando o alcançou, colocou-o contra a parede. O que ele não gostou.

– O que está fazendo? Me solta!

– Não vou até você me escutar, Draco Malfoy! – disse ela. Draco encarou-a incrédulo. Gina olhou para os lados e achou uma porta, experimentou abri-la e, encontrou uma sala vazia. – Entra aqui – falou.

Draco de má vontade, seguiu-a.

– Seja rápida, Weasley – disse ele ríspido.

– Weasley? – repetiu ela atônita. – Desde quando me chama assim?

– Desde agora – respondeu ele frio.

Gina encarava ele com uma mistura de curiosidade e raiva.

– Por que você está assim? – perguntou ela.

– Ah, não sei, talvez seja porque eu tenha levado um bolo... fiquei esperando ninguém.

– Não foi culpa minha Draco! – tentou se defender.

– Ah, então a culpa é de quem? – perguntou Draco com raiva.

Na hora de responder Gina hesitou. O que ela iria falar? Draco com certeza não ia gostar de saber disso.

– Então Gina? – perguntou novamente.

E então ela explicou rapidamente o que aconteceu, como Harry andava agindo ultimamente. E falou também que desconfiava que Hermione estava no meio da história. Gina percebeu que Draco não havia gostado muito da história, mas o que ela poderia fazer? Não era sua culpa.

– E então – perguntou ela.

– O que quer que eu diga? – respondeu Draco.

Quando ele falou isso, Gina pode perceber um quê de ciúmes em sua voz, o que a deixou feliz, de certa forma.

– Draco, você está com ciúmes?

– Ciúmes, eu? De você? – disse ele, tentando disfarçar. – Vai nessa.

– Da pra ver na sua voz e, também, quando me viu com o Harry, aquela frieza com que você olhou pra ele...

Gina não terminou de falar porque Draco a jogara contra a parede e dera um beijo, com raiva, em seus lábios. Como que se quisesse descontar sua raiva. Quando ele se afastou disse:

– Isso é uma coisa que ele não pode fazer – e saiu sorrindo, deixando Gina sozinha na sala com seus pensamentos.