Para Sempre Chiquititas escrita por SrtaTames


Capítulo 6
Ela mudou / Marian no Orfanato?!


Notas iniciais do capítulo

Pra quem num tá entendendo nada, a Cris e o Mosca tão dormindo no orfanato, ok? E não morando lá, já que eles têm pais.



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POV Bia

Ali estava... o grande prédio do orfanato. Toquei a campainha e a Ernestina atendeu.

– Xii... o zangado voltou. Vai, entra - falou estressada como sempre.

Entrei pela grande porta e vi o jardim totalmente decorado. "Se soubessem que sou eu a novata, no máximo estariam esparramados no sofá, mexendo no celular e nem falariam oi", pensei. Provavelmente teria razão. Minha teoria quase se confirmou quando entrei:

– BIA?! - se assustaram todos e ficaram boquiabertos.

– Nossa, esse lugar não mudou nada... - falei sorrindo e andando pela sala da orfanato.

– Ih, te devolveram foi Bia? Parece que não aguentaram seu temperamento - reclamou Tati.

– Cala a boca Tati! - falei enfurecida olhando pra menina, já crescidinha (olha!) de 12 anos.

– A Tati até que tem um pouco de razão. E não fala assim com a minha irmã! - disse Vivi.

– Ora, ora... Viviane, a gordinha... já começou sua carreira de modelo? Imagino que não... com esse corpo! - ri sarcástica.

– Ai, que saco, não sei como só a Mili te aguentava!

– Hmm... Mili. Há quanto tempo hein? - sorri andando em sua direção e balançando a cabeça negativamente. - Senti muito a sua falta... melhor amiga!

– Ah Bia, eu sempre tive que te aturar não é? Pirralhinha! Também senti muito sua falta! - senti energia positiva ali. Será que ela é tão boa atriz? Ela sempre gostou de livros. Ficou super contente quando me viu passar pela porta. É muita falsidade pra uma pessoa só!

Tive vontade de esfregar todos os meus pensamentos na cara da Mili e esmagá-la com meus argumentos sobre a sua "falsa timidez" e seu "falso contentamento" em me vê novamente nesse orfanato. Como eu tenho raiva dessa garota! Depois que fui adotada, me vi ainda com a mágoa daquela traição idiota da Mili. Mas com anos... anos e anos... sete, eu diria. Mudei. Estou disposta a continuar mudando mais e mais, porque simplesmente não posso me sentir menor. Eu tenho que me sentir sempre maior, mais superior. Senão, não dá certo.

POV Mili

A Bia estava muito diferente. Ela aparentou não estar contente em voltar ao orfanato... e não fui muito com a cara de quando ela falou que sentiu saudades. Deve ser imaginação minha. Enfim, comemos docinhos, salgados e conversamos. Mas ela ficou em um quanto sem ninguém, fazendo anotações. Parece que realmente as pessoas mudam em 7 anos, mas eu devia estar acostumada, como uma pessoa não vai mudar de seus 8 aos 15 anos? Decidi ir até lá.

– Oi, Bibi - dei um novo apelido pra ela e me sentei ao seu lado. - O que é isso, posso ver? Adoro ler e escrever.

Ela virou a cabeça lentamente como a menina do Exorcista e falou:

– Primeiramente, Beatriz. Para os mais íntimos, Bia. Bibi é cafona, brega. Nojo disso, sai do vocabulário para falar comigo, tá mocinha?! - wooow! - Bom, infelizmente você não pode ver, porque simplesmente NÃO É DA SUA CONTA! E terceiro, minha filha, adianta o relógio, everybody knows que você ama de paixão ler e escrever... mais que o Felipe.

– Quê?! Como você sabe dele?! E-eu gosto é do... ah você não precisa saber! - estava perplexa e assustada.

– JP? Ah, por favor, Mili. Tenho memória de elefante. E te conhecendo muito bem, sei que ainda gosta, ops, adora, ops ama ele, apesar de nem saber como anda sua aparência! - ela simplesmente mandou beijinho no ombro e saiu dali. Tipo, hã?

Felipe foi meu colega no 3° ano e depois ele nunca mais apareceu na escola... eu não entendi isso. Ele era um aluno normal, mas vivia quieto, encolhidinho, no fundo e sem conversar com ninguém... não tinha amigos, só eu reparava nele. Ele era lindo e bem fofo, apesar de introvertido. Mas então ele sumiu, do nada. Ninguém nunca soube o paradeiro. Uma vez ouvi uma mãe com uma voz muito parecida com a mãe dele reclamando que o filho fugiu sozinho e perguntou se tinha a ver com a escola. E estava saindo fumacinha dos ouvidos e das ventas.

A campainha tocou então fui atender, mas Bia deu uma carreira na minha frente e não deu pra ver quem era, mas era um menino; fechou a porta e foi falar com ele no jardim, sem mais nem menos. Estranhei, mas lembrei da Carol e da Cris. Irritada com esse assunto novamente, fui até a Carol, que estava no pátio, sentada no banco, pensando.

– Carol... Han... atrapalho? - sorri de leve, sem mais irritação, acho que devia me acalmar um pouco.

– Não Mili - sorriu. - O que foi? - perguntou ela, franzindo a testa sem mais felicidade.

– Nada não... simplesmente uma certa senhorita me prometeu que ia falar com uma certa garota sobre certo caso com certo garoto! - estourei ao seu lado, quase gritando.

– Maneira na TPM, amorzinho. Eu não falei com a Cris, porque não tive tempo.

– E como explica ter colocado eu e o Mosca juntos? A sorte foi o JP! Ahn, quer dizer, han... Jo-jota, jo-jota João P-p-pre-Pedro.

– João Pedro - ela sorriu mostrando os dentes. Eu tava querendo ver se ele pedia desculpa pra você ou algo do tipo, amor... desculpa - falou e eu a desculpei.

POV Bia

– Janjão?! O que você... tá me perseguindo é garoto ? - perguntei, todo lugar que eu ia, esse menino tava, meu Deus!

– Aff, que horror, nem parece que é minha namorada - ficou emburrado e olhou pro lado.

– Ahh nossa,o que você quer eu faça? Chegue em você, toda toda fofa, pulando em você, abraçando, beijando, etc e tal? Oh, bonitinho, me dá um beijo? - fingi compaixão.

– Não... mas seria bom! Deixa pra lá, vim aqui pra te ver. E falar uma coisa.

– Desembucha! - falei impaciente.

– É a Marian. Ela vai morar aqui no orfanato com você.


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Notas finais do capítulo

Não avisei, mas Tati e Ana têm 12 anos e Bia,Vivi,Mili,Cris,Mosca e Duda têm 15.