NO ÚLTIMO CAPÍTULO DE WE BOTH EVER KNOW...

A cerimônia aconteceu e o mausoléu onde antes jaziam os ancestrais de Charlie e seu filho mais velho, agora recebia os pais de Bella, foi fechado novamente. Bella ficou lá até todos irem embora. Logo um homem chegou e tocou em seu ombro, assustando-a.

            Capítulo 8:

            - Você é Isabella Swan? – disse uma voz grossa, firme e ríspida, pronunciando o nome com serto nojo, repulsa.

            Bella respondeu afirmativamente com um meneio de cabeça enxugando mais algumas lágrimas. O homem á sua frente tinha cabelos grisalhos nos ombros uma face severa e cruel, seus olhos lembravam a Bella os olhos de seu pai, só que sem o brilho que os de Charlie possuía toda vez que estava com a família. Isso a fez supor um possível parentesco. A pele dele era desbotada como um aristocrata ou um homem de negócios. Esse cara definitivamente intimidava Bella e esta ficou vermelha enquanto observava o homem.

            -Você ficará comigo a partir de agora. Vou levar até onde você morava para pegar suas roupas e objetos pessoais. – Morava? Como assim morava ? Ele iria levá-la embora?

            Bella estava em um estado do tipo “automático” e levou um tempo para absorver a informação. Só se deu conta do que estava fazendo quando se viu colocando algumas roupas escuras em suas malas, onde também estavam uns de seus livros favoritos. Então ela desatou a chorar novamente. “será que essas lágrimas não irão secar?” se perguntava angustiada.

            Ela se despediu de Ágata e quando entrou no carro deu uma última olhada em seu antigo lar, onde nasceu e cresceu, despedindo-se silenciosamente. Enfim, o carro se pôs em movimento. Bella estava deixando para sempre o único lugar que passara sua infância, o lugar onde por muito tempo, foi feliz.

            A viagem toda foi silenciosa, o homem que a buscou apenas disse que se chamava Caius e era irmão de Charlie, ou seja, tio de Bella. Ela estranhava muito seus pais nunca terem falado em Caius. Ah! Como ela sentia falta deles. E começou a chorar novamente.

            - Sabe, Isabella... Não chore. Chorar é para os  fracos. Se bem que você não é nada forte. Mas em todo caso, o seu choro está me incomodando. – Ele, por algum motivo, continuava a falar seu nome com nojo e sua voz saiu fria e cortante.

            Bella lutou para engolir o choro, mas, mesmo assim, lágrimas ainda escorriam de seus olhos e uma vez ou outra seu corpo tremia com soluços silenciosos. Mais da metade do caminho foi assim e pouco a pouco, Bella foi se acalmando.

            Logo chegaram á uma mansão com uma belíssima fachada, porém apenas as salas mais importantes eram bem cuidadas. A parte de trás da casa, onde ficavam os quartos e outros aposentos de lazer estava abandonado e aos pedaços.

            Os moradores daquela casa eram bem singulares. Dois garotos estavam jogados confortavelmente nos sofás e sorriam de modo maléfico para Bella. Em uma das cadeiras afastadas estava sentada uma mulher magra, de aparência doente e de olhar vazio.

            Caius entrou e trouxe as malas de Bella. Sua expressão era de pura irritação e desagrado. Ele grunhiu para Bella:

            - Da próxima vez , isso se tiver, vou largar as suas coisas na chuva, me ouviu? – e depois acrescentou – Félix, Demétri! Essa é a Isabella!

            Os dois a analisavam como que admirando um brinquedo novo. Destrutivos, perversos. Bella ficava cada vez mais nervosa e gaguejou deploravelmente:

             - Po... Po... Pode me... Me... Chamar d...de Bel...Bella.

            Félix e Demétri gargalharam como duas hienas. Bella, com isso, ficou muito vermelha arrancando mais risos deles.

            - Olhe Félix! Ela é gaga! HAHAHA!

            - E vermelha! – Acrescentou o irmão se dobrando de rir e imaginando o quão divertido ia ser magoá-la.

            Bella com lágrimas nos olhos pediu para Caius para mostrar o seu quarto, e este com um sorriso debochado, como que achasse graça da atitude dos filhos, virou-se para a mulher mais afastada, que mais tarde Bella saberia ser esposa de Caius, e gritou:

            - Helena! Deixe de ser inútil e mostre onde Bella irá ficar.

            A mulher olhou para Caius com puro ódio antes de se levantar e se aproximar. Nesse momento Bella agradeceu a Caius:

            - Obrigada, tio Caius! – Helena olhou para ela alarmada.

            - JAMAIS OUSE ME CHAMAR DE TIO DE NOVO, VERME! EU SOU SENHOR PARA TIPOS COMO VOCÊ! – Urrou ele furioso e balançando Bella violentamente pelos ombros.

            Bella tremia muito e tinha os olhos muito arregalados de medo, quando Helena a levou para mais dentro da mansão, por corredores e escadas até o último andar, no caso, o terceiro.

            Então entraram num quarto onde tinham: dois criados mudos de carvalhos com os mesmos detalhes de flores entalhados como os do imenso guarda-roupa também de carvalho em uma das paredes que um dia tiveram uma coloração rosada e com detalhes de borboleta. A cama que mais parecia de casal com cortinas dos dois lados e uma colcha que um dia foi de seda e agora servia de ração para traças. A janela estava literalmente lacrada com tábuas de madeira e não passava nem um feixe de luz sequer. O quarto todo cheirava a mofo e parecia não ser aberto há mais de um a década.

            - O...Obrigada, se...se...senhora.- Bella murmurou tremendo.

            - Oh. Bella, me chame de Nelly! Eu definitivamente não sou como seu tio e seus primos. – ela pronunciou os parentes com ódio e desgosto. – Sou sua tia.- completou sorrindo fraco.

Então percebendo que Bella estava prestes desabar puxou-a para uma poltrona. Só que ela nem nisso chegou. Apoiou-se em Nelly e chorou até dormir.

Nos dias que se seguiram á chegada da Bella à mansão do tio, Nelly a ensinou como suportá-los todos os dias. Á noite deveriam ficar no quarto porque Felix e Demetri chegavam bêbados dos bares que freqüentavam e ficavam muito agressivos. Era bom sempre evitar estar na presença de Caius, pois ele odiava as duas e sempre tinha alguém com ele, tratando de negócios e Caius odiava quando interrompiam seus assuntos, concluindo, só apareça quando ele chamar ou ele não estiver.No final das contas, elas ficavam a maior parte do dia fechadas no quarto.

Tudo estava suportável quando um novo golpe atingiu Bella. Nelly falecera subitamente. Bella ficou arrasada, porque Nelly era a única pessoa civilizada naquele lugar e a ajudava a enfrentar tudo com força e paciência e ela também foi como que uma mãe para Bella.

Novamente Bella ficou sozinha naquele covil de lobos ansiosos por devorá-la no jantar.