Let Me In escrita por Mercury


Capítulo 6
Capítulo 6 - New Perspective




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Igor.

Abro meus olhos. Um novo dia chato como todos os outros começou, tento me lembrar do que digo a mim mesmo todo dia "são só mais 24 horas". Todo dia é essa merda que chamam de "rotina", isso cansa um dia, não? Eu por exemplo já não suporto mais, quero dormir ate ano que vem, ou sumir, ir parar em alguma ilha, ate que tudo se resolva. As pessoas podem pensar "ah como você é fresco! A vida é boa.", e simplesmente não entendem que pra mim, no momento minha vida não está lá grande coisa. Decido que hoje não vou ao ensaio da banda, não quero ver a cara de algum daqueles caras e principalmente do meu agente. Simplesmente quero fazer algo diferente hoje, quem sabe ate faltar a escola. Desço as escadas, procuro por minha mãe, pra dar um bom dia a ela, mas ela não está. Depois que meu pai nos abandonou minha mãe passou a ter que trabalhar muito mais, o que faz com que eu sinta muita raiva do meu pai, e muita dó da minha mãe, por isso quero um dia terminar a escola e conseguir ajuda-la em casa, ou ate mesmo antes de terminar os estudos, como estou tentando fazer. Meu pai levou meu único irmão, Vitor, eu amava muito ele, lembro-me do dia em que minha mãe disse que ia tê-lo, estávamos todos felizes almoçando em casa, ate mesmo meu pai. Ele com um tempo se tornou um psicopata, idiota. Não gosto muito de lembrar dele.

Decido ir tomar café em algum café pelo bairro, tem um que sempre ia com minha mãe quando faltava a escola e ela ainda não trabalhava de manhã. Vou andando ate ele e passo por um banco, banco onde me sentei com a Astrid.... Astrid. A ultima vez que a vi foi ali, e ela estava muito bem ate certo momento, não sei o que exatamente aconteceu mas ela desmaiou do nada, e carreguei ela ate o pronto socorro e liguei para os pais dela, me mandaram embora porque ela ficou de observação e só podia receber visitas da família e minha mãe já estava preocupada comigo, eu não queria ir embora, queria ficar lá acompanhando cada inspirar e expirar dela. Mas espero que fique tudo bem com ela, não sei o que farei do meu dia hoje, mas assim que tiver um tempo visito a casa dela.

Sento-me em uma cadeira próxima a janela e uma garçonete surge:

"-O que o senhor deseja? Deseja dar uma olhada no nosso cardápio?"

"-Não, obrigado, quero somente um café com leite e canela"

Ela era nova, praticamente da minha idade, parece que estava só trabalhando por diversão ou porque algum familiar dela era dono dali e ela gostava de ajudar.

"-Simples. Gostei. Você vai longe garoto." - Diz e sai pra buscar o que eu pedi.

Espero ate ela voltar com o café olhando pela janela e imagino se eu não fosse quem sou, fosse sei lá, rico, minha mãe tivesse uma vida boa, e eu tivesse um pai presente. No meio da minha imaginação da vida perfeita a garçonete volta e colocar o café sobre a mesa e um pote com colher cheio de canela, que perfeição. Mas ai eu percebo que no pires da xícara há um papel, ela me olha, pisca e vai embora. Era o telefone dela. Tipo, que puta.

Tomei meu café ate rápido de mas e quando estava saindo do café a garçonete, que a propósito assinou como "Jessica" no bilhete, assobiou pra mim e eu me virei, ela fez símbolo de telefone com a mão e moveu a boca como um "call me maybe". Eu m olhei em volta e disse "Tenho cara de cachorro por acaso? E de que gosta de puta atirada? Acho que não." sai. Se tem algo que eu odeio é menina atirada e que faz esse tipo de coisa, gosto de menina que não tente me ganhar com um número de telefone no pires da xícara. Ainda bem que Astrid não é assim, apesar de que ela não quer me ganhar, o que ela já conseguiu. Eu realmente gosto dela, mas acho que ela não percebeu isso, eu amo ela.

Decido que é agora, vou ir ate a casa dela. Não pra me declarar nem nada, mais para saber como ela está mesmo. Sigo caminho pela rua que dá ate a casa dela, paro na porta e bato. A mãe dela atende.

"- Oi senhora Andrea."

"-Igor! Quanto tempo, nunca mais te vi por aqui"

"-Sim, faz tempos que não venho na sua casa, mas a senhora me viu na sexta!"

"-Sim, mas senti saudades já, Astrid perguntou por você"

"-Sério? É justamente o que eu vim te perguntar, como ela está?"

"-Ela está ótima, eu ate te convidaria para entrar mas ela está dormindo ainda, não ira a escola hoje, e seria chato você ficar sentado aqui esperando ate o milagre de ela acordar acontecer, não?"

"-Ah, sim, eu entendo, seria mesmo... Obrigado, diga a ela que mandei um abraço e pra ela ficar boa logo."

"-Claro."

Não sei mais o que fazer do meu dia, já é tarde pra me arrumar pra escola, e eu não quero mesmo ir.
Lembro-me de alguns tempos atrás quando minha mãe pedia pra que eu tocasse violão a noite, uma musica bem lenta e calma enquanto ela lia para o meu irmão, era divertido pois quando meu irmão dormia eu tocava algumas musicas que minha mãe gostava e ela cantava comigo. Hoje não fazemos mais isso, ela trabalha ate tarde e meu irmão não precisa mais disso, as vezes me pergunto, será que meu pai conta histórias pro meu irmão antes dele ir dormir? Queria tanto um jeito de tirar o meu irmão das mãos do meu pai, me preocupo muito com ele, e meu pai as vezes bebe de mais, vai que ele fica louco e faz algo com meu irmão. No caminho passo próximo a casa da amiga da As, a Bella, será que ela está em casa? Ela deve saber mais coisas da As do que eu...
Bato na porta da casa dela e o irmão dela atende.
"- Oi Isaac, a sua irmã está?"
"- Você que é o namorado dela?!! Mãeeeeeee Isabella tá de namorado novo de novoooo!"
"-Não não! Isaac, eu sou só um amigo da escola, só queria saber como ela tá, e conversar com ela."
"-Aham, tá. Ela tá na escola."
"Ah... imaginei... obrigado Isaac, diz que mandei beijos pra sua mãe."
"Mãe o bofe da Isabella mandou beijos!" - Disse enquanto fechava a porta.


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