Irmãos da Revolução Francesa. escrita por G V Gomes


Capítulo 2
Um toque do Destino.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/529536/chapter/2

Doze anos depois, Heron cresceu como um jovem recluso sentia que não fazia parte do mundo dos pais, tudo o que eles roubavam o rapaz tentava devolver, o mais breve que conseguia. Quando criança chegou até a apanhar por devolver um relógio de prata para um velho.
Heron crescia e buscava nos pais traços iguais aos dele, mas nem seus olhos azuis eram como o deles, os Leons já tinham outros filhos, sem contar o garoto; Carlota e Jean, os dois mais amados do que Heron iguais aos pais em exatamente tudo.
Seu irmão Aaron cresceu igual ao pai, cheio de ideias e valores humanitários, repudiava a ideia de ter que sustentar as classes “superiores”, mas também desejava um dia conseguir um título de nobreza, somente para se tornar isento de impostos.
Certa noite o destino dos dois se cruzaram, Aaron viajava com o pai para Trévoux, quando a carruagem em que estavam passou em uma pedra e quebrou o eixo dos cavalos.
–O que aconteceu?
–O eixo dos cavalos se partiu, Monsieur*. –O condutor avaliava os danos com preocupação.
–Não esperava por isto. E logo agora que íamos a Trévoux comercializar com a família do Duque e da Duquesa. –Pierre ficou preocupado, a aparência dele envelhecera pouco com exceção de suas sobrancelhas, que se engrossaram. Enquanto Aaron cresceu forte e belo, ganhará os olhos azuis da falecida mãe, assim como sua personalidade gentil.
–Pai, onde vamos passar a noite, enquanto o eixo é consertado? –Aaron pareceu decepcionado com o incidente.
–Bem... -Pierre olhou e volta, procurando algum lugar em que pudessem ficar pela noite. –Tem um Albergue ali, creio que podemos passar a noite por lá. –Ele aponta para o Albergue dos Leons.
O burguês rico caminha até o lugar, onde tinha uma placa escrita: “Ne pas entrer si vous n'avez pas d'argent, c'est pour vous, Franck son trou du cul!”*( Não entre se não tiver dinheiro, isso é para você, Franck seu bundão!). Aaron sentiu medo, de entrar em um lugar assim, onde estivera tão perto dos pobres da França, mas estranhamente ao entrar viu dois olhos azuis que o acalmou, era Heron, que carregava uma enorme bandeja de cerveja para três homens enormes e feios, e depois varria o chão.

Jack observou as finas vestes de Pierre, se levantou da cadeira de madeira e fez um sinal, sua esposa compreendeu o olhar e falou que havia vaga. Jack entrou por uma passagem secreta que dava em um longo corredor, por ele conseguia-se ver pelos furos da parede o que os hospedes faziam. No primeiro um casal brigava, no segundo uma mulher se trocava; tirava o espartilho estava com os seis virados para o buraco, Jack perdeu muito tempo naquele em especial, no terceiro um homem alto e forte, Jack passou correndo por este, no quarto um casal desfrutava a noite de núpcias, só foi no quinto que encontrou um homem magro e que aparentava estar bêbado; voltou correndo para o salão, subiu as escadas foi até a porta do quarto 5 e bateu na porta varias vezes, enquanto isso Helena conversa com Pierre, tentando lhe roubar dinheiro.
–Tem só esse menino? –Helena arriscar-se seduzir o burguês, ao ponto de conseguir colocar a mão no bolso do homem.
–Sra. Helena, já terminei de... –Aaron deixa cair uma bandeja de cerveja, no chão.
–Moleque! –Helena dá uns tapas no garoto, que começa a limpar a bagunça.
–Minha esposa faleceu no parto de meus filhos e ainda tive a infelicidade de ter um dos meus roubados... –Quando Pierre disse isso, o sangue de Helena congelou, aquele homem não a reconheceu, tinha que manda-lo embora o mais rápido possível.
–Sinto Senhor, mas não há vagas... –Quando Helena falou aquilo um homem é lançado para fora do estabelecimento, era o bêbado do quarto 5, que estava sento despejado do Albergue.
–E da próxima pague o aluguel em dia! –Jack joga as coisas do homem na rua. –Desculpe o papelão, Monsieur*, mas é que se não pressionar esses vagabundos não recebo. –Jack finge se desculpar da situação que criada. –Vamos acertar o quarto.
–Não! –Helena se coloca na frente do marido, Aaron pulou de susto para perto do pai. –Cher*, não temos vagas.
–Besteira mulher! Acabo de expulsar um clochard*. Digo que temos vaga. –O homem começou a empurrar Pierre para dentro.
–Se digo que não tem vaga, é por que não tem vaga!
–Calada mulher! –Jack perde a paciência.
–Não quero dar problemas...
–Não se preocupe, ela está doente, não sabe o que diz, entre. –Jack leva o banqueiro para uma sala privada, como se fosse um escritório. Aaron ficou no salão, que funcionava como uma taberna observando tudo e a todos; cinco homens bêbados discutiam sobre a conta e jogavam cartas, duas mulheres, que parecem prostitutas flertavam com um velho, um casal conversava sobre a situação do país e do rei, outros homens gritavam e cantavam e outro canto, e aqueles olhos azuis tristes o encarava, Aaron sentia que eram familiares, mas não se lembrava de onde poderia tê-los visto.
Heron varia o chão a limpava as mesas, o garoto que veio com o homem rico não parava de olhar para ele, estava ficando sem jeito; imagina ser vigiado por um estranho. Quando ele chegou perto do menino ele disfarçava, Heron esboça um sorriso, e Aaron o imita rindo; mesmo sem palavras estavam se tornando amigos, o filho do banqueiro então se apresentar para o servente.
–Olá, sou Aaron Gerard, meu pai é o banqueiro da cidade, qual é seu nome? –Aaron estende a mão para o menino sujo de terra, magro e tímido Heron tenta se esconder atrás do balcão, o outro se vestia com roupas finas, enquanto ele com trapos velhos. –Não tenha medo, sou amigo. -Heron o olhou com seus enormes globos oculares azuis.
–Meu nome é Heron. –Enfim ele aperta a mão do pequeno burguês, depois que ganhou coragem sorriu, estranhamente seus dentes eram brancos.
–Menino, pare de flautear e vá servir os fregueses. –Helena ordena batendo na cabeça de Heron.
–Desculpe Senhora Leon. –Heron sai de cabeça abaixada, Helena e o marido tratavam o garoto como um servo, já que não era filho legítimo do casal assim como os amados Jean e Carlota.
Depois de vinte minutos, Pierre retorna da sala e leva seu filho para o quarto, deixou a cama para o filho e fora dormir em uma cadeira, o menino Aaron quis ficar um pouco no salão antes de dormir, tinha poucas pessoas lá. O menino tinha o hábito de ler antes de dormir, sempre que podia levava consigo um jornal do mês, que os empregados compravam para ele.
–Parece que perdemos a Batalha de Negapatam. –Aaron se irrita com o fracasso da força naval francesa, Heron observava a expressão do garoto, não sabia como ele poderia saber isso.
–Como pode saber isso?
–Está escrito aqui, olhe. –Aaron, mostra para Aaron aos papéis amassados, mas o menino fica sério. –O que foi não consegue ler? –Aaron abaixa a cabeça e fica quieto. –Você sabe ler? –Ele pergunta com caridade, e a resposta foi tão dura para si, Heron nega com o balançar da cabeça. –Gostaria que eu te ensinasse? –Heron arregalou os olhos azuis que brilharam de alegria, e ele aceitou...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Clochard->Vagabundo.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Irmãos da Revolução Francesa." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.