Dezesseis Anos e Meio escrita por Lady Padackles


Capítulo 38
Capítulo 37




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Brian acordou nervoso. Mas um vez sonhara com o tal do Nando. Dessa vez, era apenas um, e seu nome verdadeiro era Dominic... Um garotinho pra lá de pervertido, que imprimiu a história que escreveu e lhe entregou sorrindo, na maior cara de pau. Brian leu e ficou horrorizado. Era ele e Sam Winchester se chupando, comendo, trepando e lambendo em posições inimagináveis... Uma sucessão de passagens horrivelmente eróticas e de muito mau gosto. O jovem Dominic praticamente revolucionara o Kama Sutra, enfiando seu nome no meio!

Aquilo não podia ficar como estava... Era compreensível que ele estivesse tendo tantos pesadelos. Sabe-se lá o que o menino de fato havia escrito a seu respeito... Era bem possível que fosse algo similar ao que lera no sonho...

Trêmulo, Brian só pensou em fazer uma coisa: ligar para a polícia. O telefone só dava ocupado... Sem pensar duas vezes, o treinador discou 911.

– 911 - falou alguém do outro lado da linha.

– Aqui é Brian Scott... Eu sou professor, e um aluno pervertido andou escrevendo coisas a meu respeito, e postando na web... Coisas desrespeitosas, caluniosas e que degredam minha imagem... - disse, nervosamente.

– Qual é a emergência, senhor?

– Vocês precisam me ajudar a descobrir quem foi! Esse menor delinquente precisa ser punido com severidade! - explicou o treinador.

– Senhor Brian Scott... Isso não é uma emergência! Por favor, entre em contato com a polícia local para abrir um processo de investigação.

– Não! - gritou o homem, antes que desligassem. - Eu estou tendo pesadelos terríveis! Esse aluno precisa ser pego. E a polícia local não atende... Eles não trabalham direito e...

– Sinto muito, mas não posso ajudá-lo - respondeu a voz, terminando a ligação em seguida. Brian ficou furioso. Tentou novamente falar com a polícia local, mas não conseguiu. O jeito era tentar mais tarde...

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O clima no colégio naquela ensolarada manhã de quarta-feira era de alegria. Os alunos e professores comemoravam a semana encurtada pelo feriadão. Seriam liberados as 4h da tarde naquele dia, e então teriam quatro maravilhosos dias de descanso e diversão.

Pablo era um dos poucos que não parecia feliz. Seus pais iriam até o colégio conversar com o diretor a tarde, e o garoto tinha certeza que não ficariam nem um pouco satisfeitos quando ele lhe falasse sobre suas notas baixas e sua falta de atenção.

– Seus pais vão entender, Pablo... - tentava amenizar Christian - O diretor não quer fazer queixa de você, ele quer te ajudar...

Christian não dizia o que realmente achava para evitar discussões. Pablo precisava de um psicólogo, e, principalmente, precisava se livrar do padre Matthews! O garoto torcia para que o nome do padre viesse a tona e o diretor fosse sensato o suficiente para desaconselhar que o menino continuasse com os encontros na paróquia. Por causa disso, o que Pablo lhe falou em seguida, caiu como um balde de água fria.

– Eu pedi para o treinador Scott participar da reunião...

– Por que? - perguntou Christian, alarmado.

A verdade era que Brian era como um segundo pai para Pablo. As vezes, até melhor que o primeiro, que era violento e pouco compreensivo. O treinador o defenderia. Ajudaria seus pais a entenderem o que se passava com ele...

Christian suspirou desolado. Sim, Brian defenderia Pablo... Mas defenderia padre Matthews também, com unhas e dentes... E isso, aos seus olhos, era uma grande desgraça...

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Outro que parecia não compartilhar da animação dos colegas era Dean. Esse só pensava no terrível fim de semana com Mackenzie, e, pior que isso, sem Sam. Aquele dia tão bonito não combinava com seu estado de espírito... O louro não se espantou quando viu em um aplicativo em seu celular que o tempo estava para mudar.

– Eu vou pescar com o meu pai amanhã! - contava Justin, com animação.

– Vai cair uma chuvarada mais tarde... E amanhã também vai chover o dia inteiro... - Dean apressou-se em anunciar, acabando com a alegria do amigo.

– Jura? Ahhh não! Que droga! Como você sabe?

Dean então mostrou o aplicativo, e Justin suspirou pesadamente.

– Essas previsões do tempo vivem errando... - falou então Misha, dando ao outro um pouco de esperança.

– É... Quem sabe? - concordou Dean. - de qualquer forma seu feriado não será nem de longe tão horrível quanto o meu... - concluiu o menino, amargamente.

Justin e Misha se entreolharam. Ahhh não... Lá vinha aquele papo de novo de que ficar longe do Sam era a pior coisa do mundo, e que Mackenzie era uma chata... Para eles, era só o que Dean dizia sobre a irmã: que ela era chata. Eles nunca chegaram a saber sobre Saul, o empurrão da escada, o fato da moça ter sido deserdada ou as ameaças que fizera a Dean...

– Ahh Dean... Deixa de drama, vai... - retrucou Justin. Era só um feriado afinal, que passaria depressa...

– Drama por que não é você que vai ficar longe do seu amor tanto tempo! Nem mandar mensagem vou poder, porque o celular dele vai ficar fora de área... - reclamou o garoto.

– Por que vocês não tentam dar uma fugidinha hoje? Assim podem pelo menos matar as saudades antes dele ir... - sugeriu Misha.

Dean gostou da ideia, e os dois amigos estavam dispostos a ajudá-lo. Depois que as aulas terminassem o garoto poderia dar uma saidinha com Sam. Era só dizer para os pais que tinha que ficar até mais tarde para concluir um trabalho em grupo. Isso se o Winchester concordasse, é claro... Dean sabia que o namorado iria dali direto para a tal casa do lago.

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Durante o intervalo do almoço, Sam estava em seu quarto, terminando de arrumar as coisas que levaria para a viagem, quando a mensagem de Dean chegou. Então seu bebê queria vê-lo no final da tarde? Claro... Por que não? Megan e seus pais iriam viajar mais cedo, levando Ben com eles. Sam os encontraria depois, e não haveria nenhum problema se se atrasasse um pouquinho.

O Winchester então combinou de encontrar o namorado as 4:15h no estacionamento dos fundos. Era um lugar muito pouco utilizado, e que, naquele horário, com certeza estaria vazio. Dali poderiam dar uma saidinha rápida e voltar antes dos pais de Dean chegarem para buscá-lo, as 5:15h.

Tadinho do seu bebê... Se Sam pudesse levaria Dean consigo. Mas os dois ainda haveriam de passar muitos feriados juntos... O moreno estava distraído pensando no louro, e saía de seu quarto para dar aula, quando ouviu um grito desesperado.

– Ahhhhhhhhhhh!!! - berrava uma voz feminina.

Sam assustou-se e correu assim que viu Jo caída no chão, a poucos metros de distância de seu quarto.

– O que houve? Você caiu? Se machucou? - perguntou o homem preocupado.

– Aiiiii! Caí! Está doendo! - gritava ela.

Sam ajoelhou-se ao lado da garota e tentou examiná-la, mas Jo não dizia onde doía, nem aceitava ajuda para se levantar. Apenas gritava sem parar...

– Espera um pouco que eu vou trancar a porta do meu quarto e já volto... - disse então o professor, certo de que a garota estava exagerando. Afinal, não via nenhum sinal de dor em sua expressão facial.

– Nããããõooooo!!! Professor, fica aqui!!! - berrou Jo.

Mas Sam não lhe deu ouvidos... Não pretendia ficar perdendo tempo ali ouvindo a aluna gritar. Tinha que trancar a porta e levar a garota para a enfermaria. Com sorte não se atrasaria para sua próxima aula.

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Enquanto Jo fazia seu teatro, e Sam corria para socorrê-la, o que o professor não viu foi Ruby saindo de seu esconderijo e correndo para dentro do quarto dele. Seu grande plano era vasculhar as coisas do Winchester a procura de alguma pista sobre o namoro dele com Brian.

Jo achara o plano arriscado, mas Ruby não via outra opção. Se não fosse ousada, nunca encontraria as evidências de que tanto precisava para manter sua obsessão alimentada. Para a morena, bastaria uma foto dos dois juntos, ou quem sabe um bilhete... Qualquer coisa que fizesse seu coração de fã disparar. Ela precisava daquela adrenalina...

A morena, entretanto, não previra que Jo não conseguiria manter Sam ocupado por dez minutos, como combinado. A conversa dos dois durara apenas dois minutos, se tanto... Ruby jamais imaginara que não teria tempo de sair do quarto antes do professor voltar para trancá-lo...

– Você está melhor? - Sam perguntou para Jo que havia parado de gritar e o olhava assustada.

O que dizer? A menina sabia que sua amiga estava em grande apuros, mas não conseguia pensar em nada que pudesse ajudá-la. A ruiva apenas balançou a cabeça afirmativamente e se retirou, deixando Sam confuso.

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Ruby ficou apavorada. Pensou em pular a janela, mas era alta demais... Pensou em gritar, mas quando a descobrissem não saberia como explicar o que fazia ali dentro... Sorte que pelo menos estava com seu celular... Em pouco tempo já trocava mensagens com Jo, que sentia muito pelo acontecido, e prometia justificar sua ausência para os professores dando um desculpa qualquer.

Sam estava dando aula. Ela não corria risco... Não por enquanto... E já que o que não tem remédio remediado está, Ruby tratou de ocupar-se vasculhando os pertences do professor. E agora ela tinha tempo... Muito mais que apenas dez minutos...

A menina olhou tudo, desde as miudezas que estavam em cima da mesa, até o conteúdo das gavetas e o banheiro. Tudo o que pegava, colocava cuidadosamente no mesmo lugar. Depois que olhou por tudo, e não encontrou nada que prestasse, ela passou para o laptop. Por sorte, ele não estava protegido por senha...

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O tempo passou depressa, mas Ruby estava frustrada. Não encontrara nada... Absolutamente nada... Nem no computador... E agora preocupava-se com a volta do Winchester. Precisava dar um jeito de sair dali sem ser descoberta... Já havia ligado para a mãe e pedido para ser buscada mais tarde. Dera a ela a mesma desculpa que Dean dera aos seus pais: precisava terminar um trabalho em grupo. Afinal se a mãe chegasse na escola para buscá-la e ainda estivesse presa ali dentro, seria um grande desastre...

Assim que ouviu passos se aproximando, um pouco após o término das aulas, Ruby se escondeu no armário. Seu plano era sair quando o professor entrasse no banheiro... De lá era impossível enxergar o trajeto entre seu esconderijo e a porta de saída, e ela poderia então fugir sem ser vista.

Mas e se ele não precisasse usar o banheiro? Ruby havia pensado em tudo... Considerando essa possibilidade a menina deixou o chuveiro e a pia ligeiramente abertos, pingando água. O homem haveria de escutar o barulho e ir até lá averiguar...

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Enquanto isso, Dean se encaminhava para o local do encontro.

– Onde pensa que vai, mocinho?

– Eu... Eu... - gaguejou o menino, tentando arranjar uma desculpa convincente, enquanto Benbow o fitava com cara de poucos amigos.

Mas Dean não precisou dizer nada... No instante seguinte o inspetor via-se diante de Misha e Justin, que rolavam no chão simulando uma briga daquelas. As lutas que ensaiavam para a peça de teatro pelo jeito serviam para as mais inusitadas situações...

Dean agradeceu com um olhar e saiu correndo em direção ao local onde se encontraria com Sam. Escondeu-se atrás do Jipe do professor e ficou bem quietinho, torcendo para que meninos conseguissem se livrar daquela confusão sem serem punidos. Ele era abençoado por ter amigos como eles...

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Sam entrou no quarto apressado e olhou o relógio. Já eram quase 4:10h e ele precisava correr para encontrar Dean no horário combinado. O professor não reparou que suas coisas tinham sido vasculhadas, nem ouviu o barulho da água vazando... Estava prestes a pegar suas coisas e sair.

Ruby, que assistia cada movimento do professor através de uma fresta, já estava quase surtando... Sam Winchester não podia sair assim, ignorando o barulho da água! Mas e se saísse? Haveria ela de se entregar, se esborrachar saltando da janela alta, ou passar todo o feriadão escondida, sobrevivendo com meio pacote de biscoitos que tinha na mochila? Trêmula e nervosa, a menina sem querer bateu com a mão contra a porta do armário, fazendo um pequeno ruído, que chamou a atenção do professor. A morena viu quando Sam virou o rosto em direção ao seu esconderijo, e engoliu em seco. Estava prestes a ser descoberta... Estava perdida...


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