Por um acaso escrita por Madu Kordei


Capítulo 2
Capítulo 2 - O pesadelo.




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Então, ouço o barulho, do meu celular vibrando em cima da cama, era a Ludmila:

@poxaleon: @leonseduz bom dia trouxa ♥

@leonseduz: @poxaleon só se for pra você né.

@poxaleon: @leonseduz o que aconteceu?

Tentei explicar pra ela, ela tentou falar algo pra mim, mas não seria o suficiente, além de ficar sem conhecer minha melhor amiga virtualmente, aquela que me entende em tudo, eu não iria realizar meu sonho novamente, mas uma vez vou perder aquela chance, eu poderia saber que eu nunca mas iria ter uma chance como aquelas, mesmo morando em Buenos Aires, era tão perto do local do show que eu não conseguia acreditar, que mas uma vez, a minha vó impediu novamente de sentir a tal "vibe maravilhosa", que a galera fala, fiquei conversando com a Ludmila, com o Andres, e com a Naty no twitter, não comi nada o dia inteiro, não estava com nem um pingo de fome, quando a minha vó me chama:

–Violeeeetaaaaaaaaaaa! - Disse ela gritando olhando pra cima.

– Oi? - disse eu descendo das escadas.

– Tem gente te chamando aqui, vai lá ver quem é.

Desci as escadas por completo, abri a porta, era a Francesca, a minha única amiga, também era fã dos meninos, ela era minha vizinha, nunca faltava nos shows, e evento dos meninos, sempre que podia ia atrás.

– E aí tu vai no show que vai ter? - Disse com um sorriso estampado no rosto

– Não acredito que tu veio perguntar isso justo pra mim! Você sabe muito bem como é as coisas aqui em casa, não eu não vou ir, talvez nunca eu vou ir realizar meu sonho, e pra sem pre vou ficar aqui presa nessa casa. Por favor Fran não faz mas isso? Doi muito.

– Poxa Vilu! Desculpa cara.

Não disse nada, fiquei observando a expressão de decepção dela por ter feito aquilo, apenas caiu uma lágrima do meu rosto na frente dela, e logo em seguida, várias lágrimas percorreram em meu rosto, poderia parecer besteira, mas não só de pensar que talvez eu nunca ia conhecer os meus ídolos, eu nunca ia realizar meu sonho.

– Para com isso poxa, me abraça. - Disse ela erguendo os braços.

Eu abracei ela, era ela minha melhor amiga da realidade, era muito raro encontrar
Alguém como ela, alguém do mesmo fandom que eu, mas que more "de frente" pra minha casa, porém nossos destinos eram diferentes, pra mim, eu nasci pra sofrer, e ela nasceu pra ser feliz, pra realizar o sonho dela, pra ser livre de tudo que impedia ela de fazer o que quiser, ela era uma menina feliz, andava sempre com um sorriso no rosto, aquele abraço foi o mais confortável que eu já pude ganhar, e durante alguns minutos, eu fechava os olhos, e sentia o abraço dela como se estivesse tudo mil maravilhas, como se a minha família toda estivesse ali, me abraçando, e os meus ídolos, era uma mistura de sentimentos, era apenas outra ilusão minha, que tudo acabou na hora que me soltei dela.

– Melhor?

– Melhor.

– Tá, agora olha aqui pra mim, eu não quero nunca mais te ver assim beleza? Entendeu Violetta Castillo? Acredite que tudo vai ficar bem e que as coisas boas logo virão, que a dor tem seu lado bom, que a vida é bela, que só você pode te fazer feliz, acredite em tudo o que vale a pena acreditar, não tenha medo você pode ser tudo o que quiser, amar qualquer um, lutar por qualquer coisa só não desista por qualquer motivo.

Aquelas palavras, que ela me disse, me fez sentir muito melhor.

– Eu te amo, você é um anjo. - abracei ela de novo.

– Se eu pudesse, pegava a sua dor, a colocava dentro de um envelope e devolvia ao remetente.

Eu dei um sorriso, ela era tipo minha irmã, não consegui parar de olhar como ela era tão perfeita, um anjo que caiu de frente da minha casa pra me acolher, me aconselhar, e além de tudo, era fã dos meninos.

– Agora, eu vou ir embora, fica bem tá? - disse ela forçando um sorriso.

– Tchau! Até breve.

Fechei a porta, e subi para o meu quarto, sem mais, aquilo que ela disse era inexplicável, eu não conseguia acreditar. E aquelas palavras ecoaram em minha mente, até eu adormecer... Com o celular na mão.

(...)

Acordei, e vi uma fumaça subindo pro meu quarto, o cheiro do fogo, estava muito forte, não sei o que estava acontecendo. Peguei meu celular, e desci pro cômodo de baixo, observei lá em baixo, e tinha uma pilha de roupas pegando fogo, e a metade do sofá dominada pelo fogo, encontrei minha vó no chão, com o secador ligado na tomada, . Sai peguei uma toalha que estava em cima da mesa, cobri a boca e o nariz com aquilo, e tentei tirar minha vó dali, mas já era tarde, o fogo não me deixava passar, eu não sabia o que iria fazer, já era umas 2h da manhã, as lágrimas, mas uma vez, tomou conta do meu rosto, sai de casa, não tinha ninguém na rua, mandei uma mensagem para a Francesca, uma não várias.

Caixa de saída:

FRANCESCA, SOCORRO ME AJUDA

FRAN, MINHA CASA TÁ PEGANDO FOGO, ME AJUDA CARALHO

FRANCESCA ACORDA

FRAN, SOCORRO MANO, ME AJUDA.

FRANCESCA, ME AJUDA MINHA VÓ TÁ LÁ DENTRO JOGADA COM O SECADOR LIGADO, E A SALA TÁ PEGANDO FOGO CARA, ME AJUDA.

Liguei para o bombeiro:

Violetta: ALO? ALO? ME AJUDA MOÇO PELO AMOR DE DEUS, VEM MAS RÁPIDO POSSÍVEL, A MINHA CASA TÁ PEGANDO FOGO, A MINHA VÓ TÁ JOGADA NO CHÃO, O FOGO TÁ DOMINANDO A MINHA CASA, POR FAVOR MOÇO, FAZ ALGUMA COISA, NÃO TEM NINGUÉM AQUI PRA AJUDAR! SOCORRO MOÇO

Bombeiro: Mantenha a calma, me diga o endereço de onde você mora?

Não, aquilo não poderia está acontecendo comigo, pior que isso, não existe.

Expliquei tudo pro moço, não entendia o porque da minha casa estava pegando o fogo, o bombeiro disse que já e estava a caminho da minha casa, não sabia o que fazer, já era tarde, minha vó estava morta, eu comecei a andar sem rumo algum, não sabia pra onde eu estava indo, só queria ficar em paz, sem ninguém perguntando o que aconteceu, como, e quando, há que horas... Eu amo a minha vó, mesmo com todos os erros dela, os pensamentos foram a milhão enquanto eu andava sem rumo, sem saber pra onde ir. Não iria saber o que ia acontecer comigo, só sobrou eu, e meus pensamentos de valioso. Comecei a andar naquela estrada, desconhecida, escura, e silenciosa, quando ouço alguns passos, fiquei muito assustada, mas qualquer coisa que iria acontecer, não era pior do que perder alguém que eu amo muito. Quando alguém tampa a minha boca, e senti algo no pescoço, e alguns segundos, minha vista escureceu.

(...)

Acordei, tonta, com a vista apagada, pensei: Graças a Deus! foi tudo um pesadelo.

Mas observei o lugar, estava em um quarto que mais parecia uma caverna. Não era o meu quarto, e não foi um pesadelo, infelizmente.

A luz era laranja, o quarto era escuro, e tinha um homem, aparentava ter uns 48 anos, me olhando e dando risada, não tinha ideia o que estava acontecendo, não sabia quem era aquele homem, minhas mãos e pés estavam totalmente amarradas por cordas muito fortes na cama, tentei me soltar... mas não consegui, aquelas cordas prendia o meu sangue, percebi que eu desmaiei por pouco tempo, e aquele homem que eu mal sabia quem era, me golpeou, e eu desmaiei. O frio de Buenos Aires, tomava conta de mim, e percebi que eu estava semi-nua, apenas de calcinha e sutiã.

– Quem é você? Porque está rindo? Onde estou? Por que fez isso comig...

– Cala a boca piranha. - Disse aquele homem com um sorriso malicioso.

– Não, moço... Por favor não, minha casa está pegando fogo, e minha vó est...

– EU MANDEI CALAR A BOCA! - Disse ele alterando a voz, e dando um tapa em minha cara.

– ... - Fiquei em silêncio, e as lágrimas percorriam novamente em meu rosto.

– Quanto mais tu sofre, mas eu gosto, continua que eu gosto.

– CALA A BOC... - Ele me interrompeu.

– Você é tão bonitinha, que eu tenho pena de encostar a mão em você HAHAHA.

Fiquei olhando com ódio daquele cara, barbudo, nojento, velho, e gordo.

– Tô brincando.

Ele começou a tirar as roupas dele, aquilo ali era um pesadelo pra mim, eu só queria paz aquela hora, não tinha como piorar essas situação, mas infelizmente foi o que aconteceu. Depois dele ter tirado as roupas dele, ele subiu em cima de mim, e começou a me beijar, não aprovei, virei a cara, e cada vez mais, ele me batia, era horrível. Ele abusou de mim, e aquelas horas não passavam, depois disso ele iria me matar, como tinha dito. As horas não passavam de jeito nenhum, e a cada minuto, aquele homem ridículo, explorava mais o meu corpo.

(...)

Depois de algumas horas de tortura, e abuso, ele me "vestiu" como se fosse uma boneca, me devolveu o meu celular, me empurrou pra rua, saiu daquele lugar, e trancou aquele lugar. Entrou em um caminhão, e foi embora...

Tentei caminhar mas um pouco, e sentei em uma calçada, não aguentava mais, eu estava muito fraca, descabelada, com roxos no pescoço, e na cara, muitas marcas por todo o meu corpo, não sabia o que eu iria fazer depois daquele momento, parecia que ia dar tudo errado, que nunca iria acontecer algo de bom em minha vida, sentei ali naquela calçada daquele bar, que estava fechado, estava com frio, dor, e falta de ar. Encolhi minhas pernas, e coloquei os braços em cima dos joelhos, e abaixei a cabeça, e mas uma vez, aquelas cenas horrorosas não saia da minha mente, não sabia o que fazer.

Escutei alguns carros passando naquela estrada, não liguei, não me preocupava mais com nada, quando ouvi uma van muito barulhenta, e barulho de gente conversando, rindo, e bem alegre.

"Hahahaha! e aquela garota que pegou na minha bunda no shopping?"

"nossa, eu vi hahahaha, essas meninas são malucas sério"

" malucas e as melhores, fala aí hahaha, a outra me encheu de beijos, até perdi o ar."

"ih, tu não gostou? hum... baitola! Hahahaha"

" Deixa de ser ótario, seu otário, babaca, bundão! hahahaha"

"gente, para a van aí, para a van aí."

Era vozes de garotos, e depois que aquele ultimo falou "para a van aí" eu não escutei mais nada, talvez tenha a sensação de ter dormido, ficou tudo em silêncio, meus olhos estavam ardendo de tanto chorar.

– Oi. - A voz de um deles.


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Notas finais do capítulo

Bom gente, acho que vocês vão gostar!Vou postar outro ainda HOJE! fui :)



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