A atenção de todos estava voltada em minha direção, alguns curiosos que haviam acabado de chegar entravam no meio da multidão olhavam as fotos em seguida direcionavam seu olhar a mim, alguns com raiva, alguns incrédulos e confusos. Eu era uma incrédula e eu estava confusa Lara tinha raiva ela me olhava como se seus olhos fossem capazes de fazer meu rosto derreter.

–Você Castillo, sempre nos julgo pela nossa crueldade, mas agora eu vejo com clareza que dentre todos nós você é a pior, pelo menos todos aqui são verdadeiros ao contrário de você. -Ela disse e avançou em minha direção puxando meu cabelo com tanta força que fez com que me ajoelha-se aos seus pés.

–O QUE VOCÊS ESTÃO FAZENDO!?-Leon disse entrando em meio à multidão, derrubando um dois no chão no meio do caminho, não me senti aliviada, ao contrário ele era a pessoa que eu menos queria ver naquele dia.

–O que vocês pensam que estão fazendo...

–Acredite Vargas você faria bem pior. Porque não dá uma olhada. -Lara disse mostrando uma das fotos, ela sorria como nunca ao ver sua expressão. Eu nunca seria capaz de esquecer sua expressão, ao contrário do que eu imaginei ele não foi tomado pela raiva e sim pela tristeza e pela decepção, ele tomou a foto em mãos como se precisasse ver mais de perto como se seus olhos estivessem lhe pregando uma pressa.

–Leon...não é o que parece. -Eu disse engasgando com minhas palavras. Como eu poderia convencê-lo de algo que eu nem mesmo tenho certeza? Mas eu acreditava mesmo que tudo indica-se o contrário eu acreditava e eu queria que ele acredita-se também. Ele olhou dentro dos meus olhos, fazendo menção de que diria algo, mas as palavras não saíram como se ficasse mudo por um instante, em seguida ele foi embora em passos lentos, como se acabasse de se levantar de uma queda e estivesse zonzo, desconcertado, abalado.

Em seguida palmas e gritos histéricos preencheram o ambiente,é claro que eu nunca acreditei na falsa devoção dos alunos por mim, mas quando eu olhei em volta eu olhei em volta no canto do refeitório eu vi Franchesca ela exibia um sorriso gigantesco enquanto observava a cena, aquilo me abalou ainda mais, o que aquele sorriso queria dizer? Ela estava feliz com tudo aquilo? Eu não tinha tempo pra pensar sobre isso, o que eu mais desejava no momento era sair do meio daquelas pessoas.

Mas já era tarde, quando me dei conta eu já estava cercada.

–O que você está olhando? Como se você não soubesse...É como se você tivesse recebido a Tarja Vermelha de novo.- Disse Lara se aproximando de braços cruzados. -Você enganou a todos nós...

–E agora você tem que pagar.

–Peguem ela! -Gritou Lara.

Eu tentei fugir, mas era inútil, eu não tinha como escapar.

Dois meninos me agarraram pelos braços e uma multidão me cercou a briga maior foi pra saber que daria o primeiro soco.

(...)

Meia hora depois eu me encontrava no chão descabelada, me joelhos estavam ralados, meus olhos roxos a dor me consumia, física e emocionalmente eu me sentia um lixo, o que no momento não era mentira.

–Vilu...-Eu sabia que era Franchesca não só pela voz, mas talvez porque ela fosse a única que me chamaria de uma forma carinhosa depois de tudo aquilo, um lado bom de tudo isso é que eu não teria mais pessoas falsas puxando meu saco, além da voz, o apelido, o tom de Franchesca ao menos era sincero.

Ele me levantou lentamente, mas não pude evitar o gemido de dor. Assim que vi seu olhar de preocupação o sorriso de alguns instantes atrás desapareceu em minha mente.

–Você está bem? -Ela disse me olhando de cima abaixo. Eu respondi que sim, mas minha voz falhou os gritos provavelmente haviam me deixado roca, então eu fiz que sim com a cabeça.

Eu limpei minhas feridas e com o tempo minha voz voltou aos poucos.

Assim que sai do banheiro do colégio Franchesca fez menção que diria algo, mas eu a interrompi.

–Ele nunca acreditara em mim. -Eu disse me lembrando de Leon.

–Você precisa encontra-lo dizer que você nunca faria algo assim. Ele vai acreditar eu tenho certeza. - Algo na sua voz na me passava segurança.

–Ele provavelmente está em casa agora. Você sabe onde é, certo?

(...)

Leon...eu não fiz nada com aquele cara acredite em mim. -Ele finalmente desviou o da janela pra mim, seu olhar se direcionou a todos os meus machucados e finalmente ele olhou em meus olhos.

–Olhe bem. -Ele disse jogando uma das fotos no chão.

–No que eu deveria acreditar?

–Eu não faço ideia de onde saíram essas fotos. Isso tudo, essas fotos, não te parece suspeito? -Ele olhou de relance para a foto no chão.

–Por favor! Acredite nela. -Disse Franchesca em desespero.

Bem é fato que a Violetta e aquele cara estavam num quarto de hotel juntos.

Afinal,há fotos. Mas é obvio que há uma explicação racional e....

–A intenção dela era realmente me ajudar?

–Chega! Com quem você pensa que esta falando!?-Grunhiu Leon

–Não fale assim com ela!

–Vilu pare, este tudo bem.

–O que?-Perguntei confusa.

–Leon está realmente magoado. -Eu só queria que vocês fizessem as pazes. -Ela disse cabisbaixo.

–Você me traiu.- Leon disse amargurado.

–Eu já te disse que não é verdade!E o que você quer dizer com te trair,nós nem estávamos namorando.

–E então o que você ainda faz aqui?

Você...você tem razão.-Eu dizia enquanto ele saia da sala.

–Não há razão nenhuma para eu me explicar!-Eu disse gritando a última parte.

–Desculpe o incomodo! Senhor Vargas.-Continuei gritando e por último fiz uma reverencia, mesmo que ele nem mesmo pudesse me ver.

(...)

“Não é obvio? você é a garota que eu aprovei”

“Não me diga que estava com outro homem, na noite passada.

–Não diga isso a Violetta não é esse tipo de garota”

Como ele pode dizer isso se nem mesmo acredita em mim?Eu refletia enquanto olhava para o meu jantar, que estava intacto.

O que mais me incomodava naquilo tudo é que nada naquela noite havia acontecido por a caso.

Por eu não me lembro de nada?

Por essas fotos surgiram, na escola no dia seguinte? -Eram perguntas que não saiam da minha mente.

(...)

–Alguém fez isso, e eu pretendo descobrir.-Eu dizia a Franchesca no telefone mais tarde naquela noite.

–O que você quer dizer com isso...isso tudo é pelo Leon? Deixe isso pra lá não importa o que ele pensa.Ele nem tentou te entender. Além do mais aquelas coisas horríveis que ele te fez até agora, você já esqueceu?

–Bem...isso é, mas...

–Eu sinto muito, mas se você estiver fazendo isso por ele eu não posso te ajudar.

–Que...?

–Mas eu sempre estarei ao seu lado,okay?

–Certo, então eu te ligo depois, ta?

–Hum,tchau.-Ela disse apressada e desligou.

(...)

–Vilu, não é perigoso procurar o suspeito sozinha?-Perguntou Camila.

–É sim...mas eu não tenho escolha. -De repente a porta se abre acompanhado pelo som de um sininho, o que indica que termos clientes.

Olga que quase cochilava sobre o balcão, desperta instantaneamente pulando da cadeira.

–Olha se não são, os meus clientes favoritos! -Ela diz indo em direção a dois homens, com uma voz infantil, eram Marco e Federico. Olga apertava suas bochechas toda feliz.

Federico olha para o balcão com um sorriso sapeca, ele caminha em nossa direção, mas para minha surpresa ele se direciona para Camila.

–Olha a ruivinha esquentadinha, é bom te ver de novo.

–De novo? -Eu pergunto arqueando uma sobrancelha, e Camila desvia o olhar.

–Enfim...o que vocês dois vieram fazer aqui?

–Eu acabei de terminar um relacionamento...e me senti tão solitário, e tem uma moça que teve fotos eróticas espalhadas pelo colégio inteiro, e mesmo não parecendo está triste, então nós viemos aqui animar essa moça.

–E aparentemente você não tem nada pra fazer. -Disse Marco olhando para a loja completamente deserta.

–Ah...e isso é seu?-Disse Federico tirando um lenço bordado com flores do bolso.

–Não.

–Ah, então deve ser daquela outra garota, ela deve ter perdido no dia que vocês foram na casa do Vargas.

–Certo, agora vão embora, eu vou sair mais cedo, preciso investigar algo...

–Ta bom a gente te espera lá fora, que horas você sai?

–Não foi isso que eu quis dizer-Eu resmunguei.

–Okay, esperam lá fora.-Eu disse empurrando os dois.

–Você quer mesmo a ajuda deles? -Perguntou Cami.

–É melhor que nada.-Eu disse dando de ombros.

Pov`s Leon

–Leon eu gostaria que você me ajudasse a encontrar quem fez isso com a Violetta. -Disse aquela mesma amiga que veio aqui no dia anterior.

–Eu não tenho nada a ver com isso. -Eu disse sem nem mesmo olha-la

–Você não quer saber a verdade, se ela realmente teve alguma coisa com aquele cara ou não?

–Eu estarei esperando por você do lado de fora. -Ela disse por fim.

–Espera! Qual o seu nome coisinha?

–Franchesca.-Ela disse olhando para o chão, a sua falta de dignidade era muito familiar e muito irritante, mas ela tinha razão.

Eu realmente queria saber a verdade.

Pov´s Violetta

–Se ao menos tivesse alguma pista.-Disse Marco analisando a foto em seu computador.

Do nada foi como se seus olhos tivessem um clic,ele deu um zum na foto, e na mão do homem havia um anel preto extremamente chamativo.

–Eu reconheço esse anel. -Disse Federico, eu quase o comprei uma vez, ele é um item único, somente uma pessoa pode tê-lo, e eu sei onde foi que ele comprou.

–Ainda bem que você não comprou.

–É muito cafona.-Eu disse e o dois olharam pra mim sorrindo.

(...)

–Quem o comprou? –Federico perguntou apontando pra foto.

–Nós não podemos revelar informações sobre os nossos clientes senhor. Respondeu o gerente.

– Então talvez eu deva abrir uma boutique para homens aqui do lado.-Federico disso o ameaçando.

–Ele trabalha como um acompanhante! -Disse o homem em desespero.

–Ele trabalha como um acompanhante de mulheres num clube aqui perto.

–Que clube? -Pergunta Federico o pressionando.

O homem parecia nervoso, por revelar as informações, ele olha ao redor,e faz um gesto com a mão para uma funcionária.

–Por Favor! Compre um café para esse jovem. Na cafeteria perto ao clube “S”, o clube “S”, entendeu.

(...)

Federico sorria ao saborear seu café, já nós encontrávamos de frente ao tal clube, se eu o visse novamente com certeza não o reconheceria, estava muito escuro naquela noite, e eu não observei os detalhes, nunca pensei que precisasse voltar para aquele lugar.

Já prontos para entrar esbarramos com um casal nada agradável.

–Leon! -Grita Marco entusiasmado.

–Vocês dois também estão procurando pelo culpado.- Disse se referindo a Leon e Franchesca.

–É claro que não!-Diz Leon nervoso e com raiva ao mesmo tempo.

–Então o que você está fazendo com ela? -Pergunta Federico.

Franchesca fez menção que diria algo, mas Leon a interrompeu.

–Não é obvio!?Estamos saindo.-Ele disse e Franchesca pareceu confusa.

–Vamos! -Ele disse para Fram e saiu andando, logo em seguida ela o seguiu.

Pov´s Leon

Alngus minutos antes...

–Ah...essa garota,eu me lembro dela.-Respondeu o barman,olhando a foto.

–E você se lembra para onde eles foram depois?-Perguntou Franchesca.

–Bem pelo comportamento deles,quer dizer...ela estava quase desmaiada de bêbada e caindo em seus braços.

(...)

–Bem,certemente eles estiveram aqui.-Disse o gerente do motel.

–Nós poderíamos dar uma olhada no quarto? -Perguntou Franchesca.

Pov´s Violetta

–E então Violetta...-Perguntou Marco, eu olhei ao redor pela terceira vez mas nenhum homem, me lembrava o...Alex...

–Eu vou ver se encontro alguém que esteja usando o anel por aqui...-Disse Federico se levantando da mesa.

Por onde ele passava arrancava suspiros e risadinhas de todas as mulheres.

Pov`s Leon

–A Violetta e aquele cara...eles passaram a noite toda aqui, nessa cama, nesse quarto...eu sinto muito Leon.-Franchesca lamentava enquanto olhávamos estáticos o para o quarto.

O cenário é exatamente igual as fotos os lençóis brancos, os traviseiros vermelhos em forma de coração.

Eu tomei as fotos de sua mão e rasguei em milhares de pedaços. Eu não queria acreditar, eu queria que existisse algo, somente uma pista, seria o suficiente para me convencer do contrário. Mas eu não podia fugir aos fatos.

Eu fui em direção a cama e me joguei como seu eu estivesse em meu próprio quarto, eu estava exausto, era como procurar o dia inteiro por um objeto que se perdeu, e chegar ao final do dia e perceber que você nunca o terá de volta.

Francheca se sentou próxima a mim, na cabeceira da cama.

–Você está bem?-Ela disse tocando em meu ombro. Mas eu ignorei a pergunta e permaneci calado.

–Ela...ela também me traiu. -Ela disse acariciando meu peitoral

–Eu me sinto com nojo. Você sente do mesmo jeito, certo? -Ela disse permanecendo com o gesto.

–Não fique triste...eu...eu não serei capaz de te deixar sozinho. -Ela disse se aproximando de meus lábios...ela ficava cada vez mais próxima.

E por algum motivo eu permiti que ela se aproximasse, talvez eu devesse fazer o mesmo que Violetta naquele quarto, eu olhei ao redor, e meu coração ficou tomado pela raiva.

E num pulo eu me levantei daquele cama, deixando Franchesca assustado com meu gesto.

–Eu vou matá-la. -Eu disse com raiva, deixando Franchesca desconcertada com o momento.

–Como ela pode! Quer dizer eu sei que nós não estávamos namorando, mas...

Aquela garota...aquela garota está me fazendo de bobo! -Eu disse revoltado.

Pov´s Violetta

As “investigações” tinham sido um fracasso assim que anoitecia Federico ficava cada vez mais desanimado, não havia nem sinal de Alex naquela noite, Federico resolveu ficar por lá mesmo para aproveitar a noite, eu estava extremamente frustrada , mas essa não era minha única preocupação.

–Sabe Cami, por um tempo eu realmente acreditei que eu gostava do Diego...

–Sim, disso eu já sabia- Ela disse se sentando em minha cama.

–Mas hoje quando o Leon e Franchesca caminhavam juntos...

Meu coração doeu, eu não pude evitar me sentir assim, eu nunca me senti assim, nem mesmo quando o Diego foi embora. -Eu disse me deitando em seu colo.

–Na minha opinião, a paixão chega quando a gente menos espera, né?

–P..aixão?-Eu disse pronunciando as palavras lentamente, enquanto Camila me fazia um cafuné.

–De jeito nenhum! -Eu disse me levanto rapidamente.

Por ele! eu jamais iria...-Mas de repente o toque do telefone impede que eu complete a frase.

–É a Franchesca. -Eu disse mostrando o visor do celular a Camila.

–Violetta...?

–Sim?

–O Leon me pediu para falar com você...

Ele quer fazer as pazes com você.

–Ele quer!?-Eu disse demonstrando mas empolgação do que eu gostaria.

–Sim venha até a minha casa agora, ele está esperando por você. -Ela disse por fim e desligou e durante todo percurso que eu corri até casa de Franchesca essas palavras não saíram da minha mente.

Pov`s Federico

Acho que nunca me senti tão culpado por estar cercado de tantas mulheres. Certo eu não tinha sido muito útil em tentar ajuda Violetta,e talvez por isso eu olhava a cada instante para a mão dos homens. Mas eu não tive culpa eu fui praticamente atacado no momento que entrei no clube. Eu precisava esfriar a cabeça então resolvi ir a bar tomar uma bebida. Assim que me sento vejo um homem com uma mulher em seu colo sussurrando algo em seu ouvido, nada de incomum para um ambiente como aquele mas o que me chamou atenção foi a mãe que acariciava o seu cabelo. Violetta tinha razão o anel era realmente cafona e já estava na hora de acabar com aquela putaria, literalmente...

Pov`s Violetta

Onde está o Leon? -Eu perguntei assim que avistei Franchesca em seu quarto. Ela sorriu pra mim e fez um gesto para que eu esperasse.

–Eu farei um pouco de chá para nós. -Ela disse e logo em seguida saiu me deixando sozinha naquele quarto e por algum motivo o sorriso de Franchesca acompanhando pela ausência da resposta de onde estava Leon me causou calafrios.

Pov´s Federico

–Quem te contratou pra isso!?

–Quem mandou você tirar aquelas fotos!?-Eu gritava ao homem enquanto o pressionava contra parede.

–Seu desgraçado!-Ele grunhiu indo para cima de mim,mas eu mantive contra parede.

–Ela não me disse seu nome,só o sobrenome “Rays”

–“Rays!?”

–Sim ela disse que frequentou o jardim de infância na Eitoku Gakuen. Ela é como uma princesinha de luxo.

–Jardim de infância...-Eu sussurrei o soltando o mesmo saiu disparado.

Pov´s Violetta

Eu olhava de um lado pro outro, o quarto de Franchesca era enorme, e agora sozinha eu podia observar cada detalhe.

E de repente eu dou de cara com um anuário escolar, o mesmo de quando vim aqui outra vez, eu me recordo o quanto o comportamento bizarro de Franchesca quando tentei vê-lo no outro dia. O que demais poderia ter ali, talvez alguma foto constrangedora do jardim de

Infância? E no fim a curiosidade falou mais alto.

Eu o peguei o anuário e me sentei em sua cama, olhei mais uma vez para porta para me certificar de que não havia ninguém, e mais uma vez nem sinal da Franchesca.

Assim que eu abri vi uma imagem que eu nunca esperei ver novamente desde o quarto e Ludmila.Eram os F4 no jardim da infância. Aquilo significava que aquele anuário era de alguém que estudou com eles. Não havia nada de mais até ali, afinal eu não sabia quase nada da vida de Franchesca. Mas assim que eu virei a pagina o desespero tomou conta do meu corpo.

Era uma foto de um menino com a cebeça decepada.

E no título logo a baixo da foto se lia “Leon Vargas”.

–Eu não gosto dessas fotos, eu estou horrível nelas. -Franchesca sussurrou em meu ouvido.

Com o susto eu me virei rapidamente derrubando a bandeja com o chá quente no chão.

Pov´s Leon

–Leon!?-A voz irritante de Franchesca me chamava ao telefone.

Obrigado por me acompanhar hoje. -Ela disse eu revirei os olhos.

–Você é mais inocente do que eu imaginava. -Ela disse num tom completamente diferente, ela era sarcástica.

–Hã?

–Você não percebeu?No clube,no hotel?Nós só procuramos por fatos que já estavam comprovados?Ela foi até o hotel,mas você não sabe como?Sabe?

–O que você quer dizer com isso?

–Venha ao restaurante da Eitoku Gakuen,foi onde tudo começou é onde tudo vai terminar!

Pov`s Violetta

–Por quê? por que, Franchesca?

Ela me mantinha de joelho aos seus pés, três homens me seguravam, e a luz era pouca permitindo, que eu visse apenas um vulto.

–Eu pensei que eu podia confiar em você eu achei que nós éramos amigas...

–Amigas!?Não me faça rir. -Ela disse irônica.

–Eu mandei aquele cara para você no clube.

–Fui eu que ordenei que ele colocasse aquelas pílulas na sua bebida ,

Não se preocupe seu corpinho ficou intacto

–Também fui eu que tirei aquelas fotos.

–Mas...

–CALE A BOCA! -Ela disse dando um tapa na minha cara, eu ignorei a dor, eu só respirei fundo, eu não queria demonstrar fraqueza em frente dela.

–Desde o jardim de infância eu tenho vivido para me vingar de Leon.

Então eu te usei no processo.

–No começo foi tudo coincidência, mas quando eu esbarrei no Leon foi de proposito, e você na sua mais pura inocência me defendeu. A partir do momento que você declarou guerra, ele entrou completamente na sua vida.

–Eu poderia ter minha vingança por meio de você.

–Mas eu calculei mal, eu nunca imaginei que ele gostaria de você.

–Mas alguma pergunta? -Ela disse perguntou sádica.

–Afinal...-Eu disse com receio de levar outro tapa.

–O que o Leon te fez? O que ele te fez pra que você fizesse tudo isso?

–Desde de criança ele não presta!E ele nunca, nunca vai mudar!-Ela gritou com raiva.

–Mas não se preocupe, você não vai sofrer muito. A partir de agora você não tem mais utilidade pra mim.

–Como... como assim?

–Você foi só serviu isca para que o Leon viesse até mim.

Pov´s Leon

–Leon! -Federico chamava meu nome ao telefone em desespero.

–Onde você está!?Você está com aquela garota? Franchesca?

–Não! -Eu respondi ofegante, e para o meu desespero eu não me encontrava nem perto da casa daquela...

–Você deve tomar cuidado com ela. Você é o alvo dela!

–Sim eu sei. -Eu disse com pressa.

–Leon, você precisa me escutar...Por que sua respiração está tão acelerada? A onde você está indo?

–Eu estou indo pra casa, pra casa ,okay?

–Você está mentindo! A onde você está indo!?

–Nós iremos com você! A onde você está indo?

–Eu não posso dizer, eu já feri gente demais. -Eu disse desligando e em seguida voltando a correr.

Pov`s Violetta

–Leon não virá. -Eu insisti mais uma vez.

–Ele deu as costas pra mim.

–O jeito que vocês casais apaixonados fazem joguinhos. Ela disse se aproximando me deixa enojada. Ela disse me dando outro tapa, desta vez tão forte que não pude evitar um grito de dor.

–VIOLETTA! -Gritou Leon.

–Você...-eu sussurrei

–Por que você veio seu idiota! -Eu o reprendi.

–Eu sinto muito. -Ele disse sem olhar em meus olhos.

–Eu sinto muito por não ter acreditado em você. -Ele disse desta vez revelando seus olhos marejados.

–Você...você veio pra pedir perdão, né?

–O que você pretende fazer? -Perguntou Leon se aproximando dela com raiva.

–Eu quero saber...eu quero saber o que você é capaz de fazer por essa garota.- Ela disse se agachando e sacando uma faca que logo se encontrava ao redor do meu pescoço.

–Se você levantar um dedo, eu rasgo o rosto bonitinho dela.

–Violetta feche seus olhos. -Leon pediu paciente.

–O..quê?

–Apenas feche. -Ele pediu novamente. E mesmo com receio eu obedeci, o som de socos e gemidos tomou conta do ambiente, e então eu não consegui permanecer de olhos fechados.

Os três capangas que até então me seguravam espancavam Leon.

–Uau! até que você é bem bonzinho, em?

–Pare! Pare com isso! -Eu implorei, eu preferia apanhar, porque eu duvido doirai mais que presenciar aquela cena.

–E então, você sempre age como um rei como se sente em apanhar desse jeito?-Franchesca tripudiou, e os capangas pararam por um instante, deixando Leon caído ao chão como um saco de batatas, ele fuzilou Franchesca mas não ousou pronunciar uma palavra.

–Se está doendo, então por que você não revida?-Ela perguntou e Leon se pôs de pé novamente.

–É só isso? -Ele disse cuspindo sangue no chão.

–Isso é tudo que você pode fazer? -Ele respondeu na mesma moeda.

–Batam nele! -Ela grunhiu.

Eles socavam seu estomago, e ele gemia e gritava, eu jamais esqueceria aquele som.

–Por que!?-Eu gritei

–Você... nunca deixou ninguém te bater. -Eu disse num sussurro enquanto as lagrimas escorriam pelo meu rosto.

–Por que? Por que você não reage! -Eu gritei em desespero.

E eles o jogaram quebrando uma das mesas ao meio.

–Esse cara...-Disse um dos homens.

Ele não é normal...-Disse por fim exausto

–É o bastante! Parem! -Eu implorei.

–POR QUE!?POR QUE VOCÊ NÃO REAGE!?-Perguntou Franchesca enfurecida.

–Por que você está fazendo tudo isso por ela? Por que tem que ser ela? -Ela perguntou chorando, mesmo depois de eu ter voltado tão bonita.

E novamente eu escutei aquela história, só que desta vez de outro ponto de vista.

–A um tempo atrás...eu gostava de um menino, seu nome era Leon e no dia dos namorados eu finalmente tomei coragem para falar com ele,e le estava lá com seu amigo Diego, eu tive coragem de revelar meus sentimentos a ele. Mas então ele disse:

–Saia daqui, Feia! Nariz achatado, Feia! Quem você pensa que é?

A partir de então eu usei toda a herança dos meus pais em cirurgias plásticas. Eu mudei tudo...cada detalhe. -Franchesca dizia sombria.

–ENTÃO POR QUE NÃO EU? -Ela perguntou desesperada.

–Violetta...-Leon sussurrou sem forças.

–Se ajoelhe pra mim! Se apaixone perdidamente por mim!

DIGA QUE SOU BONITA! -Ela gritou se descabelando.

–Violetta...-Ele sussurrou novamente.

Então Franchesca me soltou e pegou uma cadeira do restaurante a levantado na direção de Leon.

Mas para sua surpresa o golpe não o acertou, porque eu estava sobre ele, recebendo a dor.

Eu olhei no fundo dos olhos de Franchesca, era um misto de sentimentos, raiva decepção e frustração. Então ela foi em bora.

“Humanos são animais terríveis, de repente a pessoa em quem mais confiamos nos traem.”

“È sempre bom olhar duas vezes, porque a primeira impressão sempre pode estar errada.”

Olhando agora Leon desmaiado naquele galpão e Franchesca dando as costas para nós, aquelas lições de vida de Olga que eu costumo ignorar pareciam se aplicar perfeitamente aquela situação.