—Você tem certeza? —Perguntou a mulher, com um sorriso enorme no rosto que fazia sua filha, Yumi, se sentir enojada.
—Sim. —Ela engoliu em seco, fitando o chão.
—Okay, pode se divertir com eles, mas não esqueça. Quando acabar, —Ela se aproximou do ouvido da filha. —você irá virar a minha filha perfeita.
Yumi cerrou a mão em punhos. Não acreditava que estava se sujeitando aquilo. Mas ela queria aquilo, mesmo que fosse só por enquanto.

{...}

—O QUÊ?? —Aisaka gritou não conseguindo controlar sua alegria, fazendo com que Yumi já começasse a cogitar se tinha tomado a decisão certa.
—Sim, eu estou entrando para o time. —Yumi respondeu, pela décima vez naquele dia.
—Isso, isso, isso! —Aisaka abraçou a si mesma feliz. —Pode repetir?
—ARGH.
—Deixa a Aisaka, é que ela só está feliz por realizar um sonho dela. —Maya explicou colocando a mão sobre o ombro da garota das orbes castanhas, Yumi apenas revirou os olhos.
Era manhã de sexta-feira e apesar do dia anterior ter sido para Aisaka super entendiante, ela não podia estar mais feliz agora. Agora o time tinha 6 jogadoras, incluindo ela. No dia anterior elas não haviam conseguido um jogador sequer e Aisaka esperava conseguir cobrir esse atraso.
—Aisaka está tão focada em futebol ultimamente. — Stéfanni disse, soltando um suspiro cansado.
—Claro, somos um time de futebol, você queria o quê? Que falassémos de como despir as pessoas? —Tanabe provocou irritada, causando uma briga pararela entre as duas. Como sempre.
—Parem! —Aisaka pediu. —Hoje, eu chamei todas vocês por um motivo. E esse motivo tem haver o por quê de eu ter dito para vocês não terem trazido nenhum garoto consigo...
—Aisaka fica mandando a gente se afastar dos garotos, mas é louquinha por um chamado Shirou Fubuki, lo...
—DÁ PARA CALAR A BOCA E ME DEIXAR EXPLICAR!? —Aisaka gritou tão alto que fez os cabelos da outra voarem. Ela não estava só com raiva, estava envergonhada também. —E se te responde a pergunta, não tenho tempo para me preocupar com garoto nenhum agora.
E ele também estava distante novamente. Sempre ocupado com os trabalhos do conselho estudantil e Aisaka não ficara brava por isso, ao contrário, achava que deveria se esforçar como ele, deveria saber conduzir o time para a vitória e assim provar que garotas também podiam jogar.
—Continuando, —Aisaka começou, limpando a garganta. —eu acho que deveríamos agora, que o time está mais popular, fazer outra seleção de jogadores, mas para isso, eu gostaria de pedir a ajuda de vocês, para espalhar de várias formas.
—Fora, que também temos o problema com o dinheiro. —Shine disse pensativa.
—Mas o namorado da Aisaka não é o presidente do conselho estudantil? Ele pode mudar essa regra, não pode? —Stéfanni começou, fazendo o rosto de Aisaka queimar.
—ELE NÃO É MEU NAMORADO! — Ela gritou fazendo Stéfanni quase cair da cadeira.
—E também tem o fato de que a decisão não é só do presidente do conselho-estudantil, tem muitas outras vozes. —Emiko disse antes que Aisaka explodisse. —Eu acho que o melhor seria organizarmos algo para arrecadar dinheiro.
—Hey! Eu posso dar um jeito. —Shine disse animada. —Hiroto trabalha como contador no conselho-estudantil e parece que terá daqui 12 dias, uma festa na escola.
—Isso! Poderíamos organizar alguma coisa. —Ponderou Maya agitada.
—Então podemos deixar esse trabalho com você, Shine? —Aisaka perguntou e a outra assentiu logo depois, confiante. —Nós que sobramos poderíamos dar um jeito de decorar e espalhar cartazes por toda a escola.
—Eu sou uma guitarrista, eu poderia usar os meus meios para divulgar o time. —Stéfanni falou.
—Eu sou do clube de debate, eu poderia fazer alguma ação defendendo os direitos feministas e dizendo o quanto o time apela para os direitos femininos ou algo assim. — Tanabe disse pensativa.
—Boa ideia! —Aisaka disse animada por todas estarem cooperando.
—Eu não participo de nenhum clube. —Emiko disse carisbaixa. —Mas posso ajudar vocês a confeccionar os cartazes, sou boa com essas coisas.
—Eu também levo algum jeito! — Maya sugeriu animada.
—Se quiserem posso grafitar a escola com o nome do nosso time! — Yumi disse já pensando em aprontar alguma encrenca.
—Mas nem nome para o nosso time temos! —Aisaka falou intrigada e logo um sorriso se iluminou em sua face. —É isso! Precisamos de um nome!
—Mas qual seria? — Stéfanni perguntou se esticando na mesa, cansada.
—Eu pensei em algo que tivesse haver com uma estrela, porque afinal foi a primeira coisa que me fez apaixonar por esse colégio. —Aisaka comentou, sentindo uma nostalgia percorrer pelo o seu corpo.
—Mas o time local já se chama, time Sutã —Yumi comentou irritada.
—Hey. Lá nos Estados Unidos, nós chamamos as estrelas por outro jeito, —Shine disse fazendo todas as atenções caírem sobre si. —Stars.
—Stars? —Emiko perguntou confusa.
—Isso! Stars significa estrela em inglês, —Shine explicou e se virou para encarar Aisaka. —o que acha capitã?
—Stars... —A garota das orbes castanhas comentou com os olhos brilhando. —Eu amei! Isso, a partir de hoje, seremos as 'STARS'!
—É um ótimo nome. —Comentou Maya.
—Então, pessoal! Mãos a obra! —Disse Aisaka animada, levantando as mãos.
—OIha, olha. Não é que existiam mesmo garotas tão idiotas quanto a Aisaka? —Aquela voz era tão familiar para a Aisaka quanto qualquer outra, ela odiava ele e sabia que o sentimento era recíproco, Noboro. —Ainda acreditam que podem nos vencer?
—Nós não acreditamos, nós iremos vencer! — Stéfanni falou determinada, fazendo o garoto que estava ao lado de Noboro, rir alto.
—Vamos, não perca seu tempo com elas. Elas são inuteis. —O garoto disse dando tapinhas no ombro do amigo, que riu.
—Você tem razão. Vamos. Mas se te ajudam, nós também treinamos bastante desde aquele dia.
E saíram, deixando o ar pesado para as garotas. Eles haviam treinado mais? Seria mais difícil do que elas pensavam ganhar deles. As novatas que até então não haviam presenciado o capitão do time que elas teriam que enfrentar, estavam pensativas e Aisaka não queria nem saber e muito menos que o pensamento delas, se instalassem pelo o seu cerébro:
—Vamos Stars, ele só está querendo nos amedrontar! —As meninas a encararam. —Lembram-se que temos um trabalho a fazer, que dizer, bastante trabalho a fazer.

Aisaka Taiga P.O.V.

As meninas foram saindo aos poucos, todas em direção opostas, para prepararem seus trabalhos.
Eu também precisava ajudar.
Talvez isso fosse o lado ruim de ser capitã. Eu odeio ser a líder, é como se todos tivessem que fazer o que eu mando, enquanto eu só tenho que ficar sentada dando as coordenadas.
Mas eu era Aisaka Taiga. Eu queria ajudar de alguma forma. Eu odiava ter que mandar nas pessoas, eu queria ajudá-las como pudesse. Mas como? Já não tinha mais o que fazer para mim...
Ainda restavam 10 minutos.
Meu olhar me traiu, me pegando encarando a quadra de futebol, onde os jogadores—provavelmente do colégio—treinavam. Treinar!
Mesmo que tívessemos jogadoras o bastante, se elas não fossem boas, acabaríamos por perder. Eu precisava arranjar um lugar para fazermos isso, mas qual? Tinhamos sido extritamente proibidas de entrar na quadra, porque não pertenciamos ao time, o que era totalmente injusto!
Mas só havia aquela quadra disponível em toda a cidade, só tínhamos ela, mas não podíamos usa-lá senão seríamos punidas pelos diretores e francamente, minha mãe já estava começando a reconsiderar a ideia de ter me posto nessa escola, dizendo que eu só me metia em confusões.
Talvez fosse verdade, mas também tinha um fato, pessoas se metiam em confusões piores e não sofriam punição alguma, mas por que eu sempre levava? Ah sim, porque eu sempre me entregava. Eu sempre era obediente, obediente até demais. Talvez Yumi tivesse razão, ontem ela havia me dito que se alguém falasse "Aisaka Taiga, levante a mão por favor para nós atirarmos em você", eu levantaria a mão só porque respeito tudo e obedeco a todos.
Isso me fez pensar uma coisa, se só somos punidos quando somos pegos, não seremos punidos se não formos pegos, não é? O que significa que se entrarmos na quadra escondidas... Meu Deus, o convívio com a Stefanni está começando a me deixar paranoia!
—Mas até que seria uma boa ideia. —Resmunguei comigo mesma, levantando os olhos para encarar mais uma vez a quadra de futebol.