PVO Alex

Depois do dia em que Emily viu o irmãozinho na incubadora, ela não foi mais ao Hospital e Lucy e eu tomemos conta dela.

– A minha mãe acabou de ligar - disse Bia, saindo da cozinha acompanhada por Vitor. - Ela contou que o bebê já conseguiu respirar sem a ajuda de aparelhos.

– Isso é ótimo! - exclamou Lucy. - Quer dizer que ele não corre mais riscos de vida!

– E a mamãe? - pergunta Emily.

– O que tem sua mãe? - questionei.

– Quando ela volta pra casa, tio Alex?

– Em breve.

– E em breve demora muito pra chegar?

– Não, princesa - a peguei no colo. - Sua mãe só quer vir pra casa quando o seu irmãozinho vir também.

– E por que não pode ser hoje?

– É que pra vir pra casa, eles tem que estar bem fortes e saudáveis. E eles ainda não estão prontos, entendeu? - falei.

Emi olha para o chão e depois para mim.

– E se eu for visitar eles? Será que eles vem mais rápido pra casa? - questiona ela.

– Pode ser que sim - fala Lucy. - Mais antes temos que ligar pra vovó Marta avisando.

PVO Belisa

Três dias se passaram desde o nascimento do meu menino, ele está melhor e hoje nós dois sairemos do Hospital. Todos estão esperando para nos ver, até Emily veio. Há alguns dias atrás ela já queria ter vindo mais dona Marta falou que seria melhor ela vir apenas quando o bebê e eu sairmos do Hospital, e esse dia chegou.

– Olá meu amor! - Brayan diz entra no quarto com Emily. - Viemos te ver!

Sorri ao vê-los. Imediatamente Emily corre me abraçar.

– Que saudades eu estava de você, minha princesa! - dei vários beijos no rosto dela.

– Eu também, mamãe.

– O tio Alex e a vovó cuidaram bem de você? - perguntei.

– Sim - responde ela. - Cadê meu irmão?

No mesmo momento, uma enfermeira entra no quarto.

– O pequeno príncipe chegou, mamãe! - ela entrega meu filho para mim. - Vocês já estão prontos para irem pra casa?

– Sim - olhei pro meu filho. - Estamos prontos.

– Felicidades com o novo integrante da família - disse ela e saiu do quarto.

Brayan pega a bolsa com as minhas coisas e com as coisas do bebê.

– Não quer curtir o momento? - questionei.

– Pensei que você queria sair logo daqui.

– Lá fora toda a família está esperando para mimar ele, aqui está apenas nós – falei. - Não quer pegar seu filho no colo?

Brayan olha pro nosso filho.

– Claro que quero - e ele o pega. - Olá filhão! - ele beija a testa do pequeno.

– Pai, posso pega ele também? - pergunta Emily.

Brayan olha pra ela, surpreso.

– Você me chamou de pai? - questiona ele.

Emily assentiu, inocentemente.

– É isso que você é, meu pai.

Brayan me olha com os olhos cheios de lágrimas e os meus olhos também estavam prontos pra chorar.

– Minha filha... - diz ele. - Claro que o papai deixa você pegar ele no colo.

– Senta do lado da mamãe, querida - falei.

Emily se senta do meu lado e Brayan entrega nosso filho para ela, e ela o segura com a ajuda de Brayan.

– Ele é tão pequenininho - diz ela.

– Você também já foi assim, Emily. - falei e acariciei os cabelos dela.

– Como é o nome dele, mãe?

– Eu ainda não escolhi um nome pra ele - confessei.

– Eu gosto de João... - fala Emi, entregando o irmãozinho dela para Brayan.

– Gostei do nome, Emi - diz ele, colocando o bebê em meu colo.

Olhei para meu filho e depois pra Brayan.

– Ele se chamará João Pedro - falei.

– Bem-vindo João Pedro á família! - exclamou Brayan, eu e ele beijemos o rostinho de João enquanto Emily deu o dedo indicador pra ele segurar.

– O João é foite! - disse ela, ao ver a força que ele segurava o dedo dela e fez com que Brayan e eu ríssemos.

PVO Brayan

Depois que saímos do quarto e contemos o nome que foi escolhido para o bebê, todos o mimaram. Isa voltou para o apartamento com os outros enquanto eu fui ao cartório para fazer a certidão de nascimento do João.

Quando voltei para o apartamento, Emily estava assistindo desenho e comendo bolacha recheada.

– Onde está a mamãe?

– No quato com o João - disse ela, sem tirar os olhos do desenho.

– E os outros?

– Tio Alex e tia Lucy folam vê um apartamento pra eles, tio Vitor saiu com a tia Bia, tio Guto está domindo e a tia Vale tá no quato com a mamãe.

– E o tio Patrício?

– Saiu com a gilafa!

“Igualzinha á mãe..." - pensei.

Entrei no quarto e vi Isa deitada ao lado de João e Valentina estava do outro lado.

– [...] Concordo, ele tem a cara do Brayan! - fala Belisa.

– Ah, ele saiu um gato como o pai? – pergunto. - Eu sei, eu sei... - falei e nós rimos.

– Incrível a sua humildade - diz Vale.

– O que é certo, é certo! - falei.

– Olha só, ele sorriu! - exclamou Isa.

Corri ver João sorrir, não vi nada.

– Quando que ele sorriu que eu não vi? - questionei.

– Ele sorriu pra mim - Valentina diz. - Não pra você, Brayan.

– Não porque foi pra mim! - fala Belisa.

– Admitam, ele sorriu só de ouvir a minha voz! - provoquei.

– Ah claro, pai e filho já viu! - Vale levanta- se da cama. - Vou deixar os pais corujas sozinhos com o João.

– Vai tarde! - falei.

– Cala a boca! - disse ela, fazendo-me rir.

Depois que Vale saiu, deitei onde ela estava deitada antes.

– É sério que ele sorriu? - questionei.

– Ele está dormindo, deve estar sonhando algo bom por isso dá um pequeno sorriso.

– Mesmo tendo poucos dias de vida?

– Uhum, mais esses momentos é raros nos primeiros dias de vida. Geralmente os bebês recém- nascidos só ficam fazendo bico.

– Como está fazendo agora! - falei, rindo.

– Exatamente - ela riu também.

Olhei seriamente para Belisa e perguntei:

– Se a Valentina não tivesse ligado me avisando que ele nasceu, você não iria me ligar?

– Se dependesse de mim, eu nunca mais iria falar com você.

– Por quê? O que foi que eu fiz?

– Você disse aquele dia que sua vida está toda na Europa, se eu te contasse sobre a gravidez iria atrapalhar a sua vida!

– Você não esqueceu do que eu falei aquele dia? - questionei.

– Eu sou mulher. Não esqueço tão rápido do que falam pra mim.

– Eu disse aquilo porque estava preocupada com a saúde do meu pai – falei. - E gostaria de ir pra lá para cuidar dele antes de ele morrer, mas ele morreu antes. Por isso agora tenho que cuidar da minha mãe.

– Então, ainda não desistiu da ideia de ir morar lá?

– Isa, ela precisa de mim e a empresa da família está toda lá.

– Mais eu tenho minha família toda aqui no Brasil, sabia? - ela altera a voz.

– Não vamos discutir na frente do João, né?

– Ele está dormindo - ela diz e o coloca no berço, depois se vira pra mim. - Você só pensa em você, né?

– Claro que não!

– Não? Meus pais estão aqui, meus amigos estão aqui, as pessoas próximas a mim e a Emi, estão aqui - ela cita. - E na Europa só a sua mãe é a pessoa que eu conheço!

– Ela está sozinha lá e quando a gente se casar devemos ir morar com ela!

– Morar com ela? - repetiu Belisa. - Brayan, você acha mesmo que vou deixar as pessoas que amo aqui e ir morar na Europa por causa da sua mãe e da empresa da família Marchiori?

– Ah então quer dizer que você não me ama? - questionei.