Ela e os Caras escrita por Tay Pereira


Capítulo 34
Capítulo 34 - Boas e Más Notícias


Notas iniciais do capítulo

Oi meninas!
Mais um capítulo da fic, espero que não tenha demorado tanto.
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/526130/chapter/34

PVO Marta

Durante um bom tempo, Isa e Brayan ficaram olhando o filho deles pelo vidro da incubadora.

– Vovó - Emi me chamou. - Quando vou poder ver meu irmãozinho?

Olhei para Júlio, e ele disse:

– Se quiser, a vovó Marta pode te levar para vê-lo através de um vidro - disse ele.

– Por que através de um vidro, vô?

– Ele precisa ficar lá porque ainda é muito fraquinho – diz ele. - Mas quando ele ficar mais forte, ele vai sair de lá.

– Então, posso vê ele pelo vidro?

– Claro – falei. - Quer que a vovó te leve até lá? - perguntei e Emily assentiu.

Andemos até onde o irmão dela está, durante o trajeto ela pergunta:

– Onde está a mamãe?

Nunca fui boa em respostas para crianças, isso sempre ficava para Júlio.

– Sua mãe? – repeti. - Ela está descansando.

– Ela já viu meu irmãzinho?

– Sim.

– E a senhola?

– Também.

– Só eu que não? - ela pergunta, triste.

– A tia Bia, a Vale e a Lucy também não viram ele ainda.

– Hum - resmungou.

Paremos em frente a incubadora.

– Esse é seu irmão, Emily! - mostrei pra ela, o primeiro bebê perto do vidro.

– Ele ainda não tem nome?

– Sua mãe ainda não escolheu - respondi.

– Ele vai demolar pra sair desse lugar?

– Não, querida - respondo, olhando pra ela. - Vamos voltar pra sala de espera?

– Tô com fome, vó! - consegui ouvir a barriga dela roncar.

– Bastante fome! - arregalei os olhos. - Vamos á lanchonete, então.

PVO Brayan

Sentei na poltrona do quarto de Isa e fiquei a observando dormir - depois da enfermeira dar um comprimido pra ela dormir -, era evidente que ela estava nervosa pelo fato de nosso filho não estar bem. Apesar de ter conversado bastante com ela, pareceu em vão porque ela ainda pensava no pior.

Estava quase dormindo na poltrona quando bateram na porta. Abri a porta com cuidado pra não fazer barulho que pudesse acordar Belisa.

– Oi Brayan - diz dona Marta. - Já está anoitecendo e hoje eu irei dormir no quarto com a Isa.

– Não se preocupe, eu posso ficar.

– Brayan, sua mãe está no telefone e você precisa atender - diz ela. - Ah, e o médico também quer falar com você!

Respirei fundo e tentei esconder o cansaço que já estava me tomando conta.

– Tudo bem – falei. - Se a Isa acordar, me chama. Não quero ficar longe dela.

– Eu te entendo - Marta assentiu com a cabeça e eu sai do quarto.

Quando cheguei na recepção, a recepcionista logo me deu o telefone onde minha mãe estava na outra linha.

– Brayan - percebo que ela estava chorando.

– O que aconteceu, mamãe? Por que a senhora está chorando?

– Seu pai...

– O que tem ele?

– Ele não resistiu - ela chora, desesperada. - O câncer foi mais forte e tirou a vida dele. Seu pai está morto, Brayan. Morto!

– Não... Não pode ser! - falei, já começando a chorar. - Mamãe, ele...

– Eu sei que você voltou pro Brasil por causa do seu filho, por isso o corpo do Pedro vai ser levado pra ser velado aí no Brasil por sua causa.

– Mãe se quiser eu vou...

– Não, Brayan! - diz ela. - A Belisa não pode ficar sozinha nesse momento. Por isso, se for aí vai ficar mais fácil pra você!

– E a senhora? Como a senhora fica, sem meu pai?

– Vou ficar morando aqui, é aqui onde está as coisas da família.

– E se a senhora vier morar aqui no Brasil?

– Não, o meu lugar é aqui - ela respira fundo. - Depois te ligo, até mais querido.

– Até... - resmunguei e desliguei o telefone.

Fiquei um bom tempo parado, um filme passava pela minha cabeça. Todos os bons momentos que tive com meu pai veio em minha mente. Como um homem que parecia tão saudável, de uns meses pra cá fica tão doente ao ponto de perder a vida por causa de um câncer?

Foi esse câncer o real motivo que eles quiseram tanto que eu voltasse pra Europa. Eles sabiam que meu pai não tinha muito tempo e resolveram me ensinar todas as coisas da empresa pra no futuro - não muito distante - eu pudesse ocupar o lugar de meu pai.

– Com licença - alguém toca meu ombro e eu me viro para olhar a pessoa. - Você é marido de Belisa Fonseca e pai do filho dela? - o médico pergunta.

– Noivo – corrigi. - E sim, sou eu o pai dele.

– Certo - ele respira fundo. - Eu tenho boas novas sobre seu filho!

– Pode falar, doutor.

– Você acredita em milagres?

– Depende - resolvi dizer. - Por quê?

– O seu filho teve grandes melhoras nas últimas horas - falou o médico. - Os aparelhos que tinham nele já foi retirado.

– Ele já pode respirar sozinho?

– Sim - o homem sorri. - Eu acredito que seja um milagre porque melhorar em algumas horas não é normal, geralmente leva dias!

– Eu sabia que ele ia conseguir! – sorri. - Quanto tempo ele ainda vai ficar na incubadora?

– Em alguns dias, ele já pode sair e ir pra casa.

– Que notícia ótima! - olhei pra cima e depois para o médico. - A Isa já sabe disso?

– Não - disse ele. - O remédio que foi dado para ela, fará com que durma até amanhã.

– Nossa! - falei, surpreso. - Irei falar com a Marta e depois irei resolver algumas coisas pendentes, ok?

– Fique a vontade.

Fui até o quarto, Marta estava olhando para Isa. Contei pra ela o que o médico me falou e lhe disse que terei que resolver as coisas sobre o velório de meu pai. Saí do Hospital e pensei o quão longo o dia está sendo.

PVO Emília

Quando cheguemos ao Brasil com o corpo de Pedro, tudo para velório e enterro já estavam resolvidas. Vi os homens levando o caixão para dentro do salão, e ao longe Brayan veio correndo em minha direção, logo lembrei-me de quando ele era apenas um garotinho.

– Mãe! - ele me abraçava aos prantos. - Como a vida é injusta, ele não merecia isso!

– Era a hora dele, querido - baguncei os cabelos dele. - Se for pra pensar bem, ele está num lugar melhor que a gente.

– Como a senhora consegue ser forte nessas horas? - questiona ele saindo do abraço.

– O Pedro sempre me falava pra não ficar pensando em coisas ruins quando ele morresse. Mais pensasse que ele está bem e que não importa onde ele esteja, ele sempre vai estar aqui - coloquei minha mão no coração de Brayan.

Brayan olha para o céu e depois de um tempo diz:

– Meu pai morreu no mesmo dia que meu filho nasceu.

– É um sinal - falei.

– Sinal do que?

– Seu pai que sempre foi um exemplo pra você, partiu. Mais agora, você é pai e será um exemplo pro seu filho como o Pedro foi pra você.

Brayan sorriu, me abraça pela cintura e me leva pra dentro.

– É uma pena que papai não pôde conhecer meu filho – sussurrou. - Mais a senhora vai poder conhecê-lo! A senhora vai poder conhecer o melhor presente que a Belisa me deu. O nosso filho.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Ela e os Caras" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.