Dentro do Espelho escrita por Banshee


Capítulo 21
Entre Sem Bater


Notas iniciais do capítulo

Oe gente, então, acabou a semana do niver de Hope e voltam os capítulos semanais (Cry), e temo ter que lhes contar uma enorme desventura: Hope está acabando :c Sim, a história está se desenrolando e por esse capitulo vocês já podem notar.
Bem, não se esqueçam da surprise modafoca que terá dia 31, fiquem com a história aqui.
Bjs de Luz do Tio Marco.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/526031/chapter/21

— Tem alguma novidade? — pergunta.
Analiso outra vez o dormitório, que está vazio. Todos estão tomando café da manhã, como exige nosso horário. Pedi a Uriah e Christina que pulassem o desjejum para que eu pudesse dizer-lhes algo. Meu estômago está roncando.

— Sim.

Sentam-se na cama em frente a minha, e lhes conto como fui encurralada em um dos laboratórios da Erudição na noite anterior, sobre a fronha, os Convergentes e a reunião.

— Me surpreende que a única coisa que fez foi bater em um deles — Uriah comenta.

— Bom, estava superada em número — respondo, na defensiva.

Não era muito Audacioso da minha parte simplesmente confiar neles de imediato, mas estes são tempos estranhos. E não tenho certeza de quão Audaciosa sou na realidade, de qualquer modo, agora que as facções se foram.

Sinto uma pequena dor estranha ante ao pensamento, bem no centro do meu peito. Algumas coisas são difíceis de deixar ir.

— Então, o que acredita que querem? — Christina pergunta. — Apenas sair da cidade?

— Soa desse modo, mas não sei — respondo.

— Como sabemos se não é gente de Evelyn, tentando nos enganar para que a traiamos?

— Não sei também. Porém vai ser impossível sair da cidade sem a ajuda de alguém, e não vou simplesmente ficar aqui, aprendendo a conduzir ônibus e indo pra cama quando me mandam.

Christina dá a Uriah um olhar de preocupação.

— Ouçam vocês não tem que vir, mas eu preciso sair daqui. Preciso saber quem era Edith Prior, e quem nos espera fora da cerca, se há alguém. Não sei por que, mas tenho que fazê-lo.

Tomo uma respiração profunda. Não sei de onde veio essa onda de desespero, mas agora que a reconheci, é impossível de ignorar, como se algo vivo tivesse despertado de um longo sonho dentro de mim. Retorce-se em meu estômago e garganta. Preciso ir. Preciso da verdade.

Pela primeira vez, o fraco sorriso brincando nos lábios de Uriah se foi.

— Eu também — ele fala.

— De acordo — Christina diz. Seus olhos escuros continuam preocupados, mas ela encolhe os ombros. — Então vamos à reunião.

— Bom. Um de vocês pode dizer a Tobias? Supõe-se que devo manter distância, já que “rompemos”. Encontramos-nos no beco às onze e meia.

— Eu direi. Acredito que estou no grupo dele hoje — Uriah fala — aprendendo sobre fábricas. Mal posso esperar — ele sorri. — Posso dizer a Zeke também? Ou ele não é suficientemente digno de confiança?

— Vá em frente. Apenas certifique-se de não compartilhar com todos ao redor.

Examino meu relógio de novo. Nove e quinze. O veredicto de Caleb já deve ter sido decidido, é quase a hora de todos conhecerem seus postos de trabalho sem facção. Sinto como se a mínima coisa pudesse me fazer saltar do corpo. Meu joelho salta por vontade própria.

Christina põe a mão em meu ombro, mas não me pergunta sobre o acontecido, e estou agradecida. Não sei o que diria.”


– Sky? Skie, por favor, me escute!
Anthony tentava se comunicar comigo há mais de uma hora, porém não queria ouvir. Me afundei na leitura de Convergente e o deixei no vácuo, visualizei suas mensagens, mas fiz questão de não responder. Mas doía, ainda dói.
– Skie! – Anthony tomou o livro das minhas mãos e o colocou no criado mudo. – Você tem que me ouvir!
Não. Eu não precisava ouvi-lo. Não queria ouvi-lo. Diane estava morta e a culpa era minha. Raven quebrou uma das mãos e a culpa era minha. Velazques, Edgar, Piet e Nicolai estavam mortos e sim, sim, a culpa era minha.
Eles me pegaram. Sim, eles me pegaram.
A ultima coisa que me lembrava foi de ter sido acertada por uma bíblia por Tony, e quando acordei... Estava aqui.
Manicômio St. Louis era como o chamavam.
14h42min, terça-feira, 7 de março de 2017. 18 minutos para a primeira consulta.
– Você tem que entender que isso não é sua culpa, Skie, não é sua culpa.
Mas era. Sempre foi. Pelos crimes que cometi eu iria pro Inferno, pelas almas que roubei eu iria pro Inferno.
– Olhe pra mim... Por favor.
Mas eu não iria olhar. Dois dias atrás olhei em seus olhos verdes, tão verdes, e me vi refletida ali. Um olho azul e o outro verde. Era eu mesma de novo.
– O que você quer que eu diga? – Perguntei – Que está tudo bem? Que essa tal consulta vai me fazer bem? Que esse psiquiatra vai me ajudar? Pois entenda uma coisa Anthony Gottes: Ele não pode me ajudar. Nada pode. Eu ainda tinha esperanças em exorcistas, contudo, depois daquela cena lastimável com Raven...
Senti sua mão macia acariciando minha pele. Aquilo estava prestes a me fazer chorar, porém eu não iria. Não, eu não iria.
– Essa doença, ou sei lá o que isso for, não vai te destruir. Cadê aquela Skie persistente que conheci? Onde você a colocou?
– Ela está morta – Eu ainda não queria olhar em seus olhos – Foi encurralada numa sala de espera e teve seu crânio lançado contra uma mesa de vidro. Morreu, morreu sem ter a chance de se defender.
– Skie...
– Antes eu precisava que pensava de um exorcista, sabe? Eu tinha certeza absoluta que eu estava possuída, e daí vem Raven e diz que eu não estou?! O que diabos está acontecendo comigo?
Se ao menos o relógio falasse, talvez eu não me sentisse tão só.
– Sky...
– Vá embora. – Eu retruquei, indicando a porta.
– Por favor, não faça isso com sigo mesma...
– Eu já disse pra ir embora!
Estava acabado. Anthony me olhou com tristeza e pude ver uma pequena lágrima descendo de seu olho. Patético, pensei.
– Seja forte e valente como um leão. – Ele disse antes de se retirar.
Como um leão. As palavras de Godric Gryffindor, criador da minha casa.
Meus pulsos ardiam devido às correntes que colocaram para evitar que matasse mais alguém.
Mas isso não iria prendê-la e eles sabiam.

♀ ♂ ♀ ♂

– Sky, eu sei que está acordada, abra os olhos.
Olhos castanhos, quase verdes, pele pálida e cabelos pretos. Um par de óculos, um jaleco médico e um grande sorriso estampado no rosto.
Meu psiquiatra.
– Já disse pra eles que não quero falar com você. – Retruquei e voltei a fechar os olhos.
Um minuto de silêncio que me fez sentir em um velório, a sensação de saber que ele me encarava era tão desconfortante. Pois bem, o jeito era não ligar.
– Sky Delavigne, certo? – Ele perguntou – Bem, minha querida Sky, temo ter que lhe contar uma enorme desventura: Ou você me escuta, conta seus problemas e deixa-me te ajudar, ou você vai mofar o resto da sua vida aqui, sem poder ver a luz do dia de novo. Não poderá ler suas adoráveis aventuras juvenis, não irá comer suas panquecas preferidas e também não poderá se matar, afinal, esse lugar é feito exatamente pra evitar esse tipo de situação. Então, o que vai querer pra hoje?
Okay, uma coisa eu já sabia: O cara era bom.
– Você não pode me ajudar, então do que adianta tentar? – Perguntei.
– Mas se não tentar, irá ficar batendo a sua cabeça com a possibilidade de ter dado certo. – Ele retrucou.
Ele tinha razão, de certa forma. Não precisava pensar, puxei meu ar e o soltei, fique sentada e abri meus olhos de modo em que ele pudesse me encarar.
O médico abriu um sorriso.
– É bom te conhecer, Sky – Disse ele – Me chamo Daniel Callum, mas pode me chamar apenas de Callum se preferir.
Daniel anotou alguma coisa em sua prancheta e voltou a atenção pra mim.
– Um passarinho verde me contou que você anda... Como posso dizer? – Disse ele – Perturbada?
– Você fala com pássaros e eu quem preciso de psquiatra?
Callum riu. Uma doce e jovem risada melodiosa de uma pessoa que era, aparentemente, feliz com seu trabalho.
– Você não é daqui. – Eu disse.
– E o que te faz pensar isso?
– Seu sotaque não é daqui, e seu holandês é péssimo. Eu sugiro que você seja francês.
– Não mesmo – Ele riu – Canadense.
– E o que um psiquiatra canadense faz nessa merda de cidade?
– Bem, estava em Amsterdã para dar algumas palestras para futuros médicos na área psicológica e me avisaram sobre uma garotinha heterocrômica de Nerfoni que fez coisas inacreditáveis na semana passada. – Disse Callum – Apenas quis ver com meus próprios olhos. Você é bem rara, se quer saber.
Uma garotinha heterocrômica, esse foi seu primeiro erro.
– Mas... Por que Holanda? – Perguntei.
– Minha querida esposa é... Era daqui.– Ele respondeu com certa tristeza na voz – Fazia muito tempo que não voltava pra cá depois do que aconteceu.
E todos viveram infelizes para sempre. Fim.
– Mas a questão é que minha vida é chata. Agora quero saber da sua. – Disse ele.
– O quer saber sobre mim?
– Primeiramente: Cadê seu pai?
– Morto.
– E como ele morreu, se me permite perguntar?
– Devorado por cães... Bem, quase isso.
– E você não se sente mal em falar desse assunto?
– Eu não gostava do meu pai. – Retruquei.
Daniel fez mais algumas anotações em sua pequena prancheta, tentei expiar, porém estavam escritas em francês.
– Qual era o nome da sua esposa? – Perguntei.
– Helena. – Respondeu.
– É um belo nome.
Callum tirou sua carteira do bolso e dela um foto que me entregou. Uma bela mulher de cabelos cor de fogo usando uma coroa de tulipas estava sorrindo, seus olhos eram tão verdes e seus dentes tão brancos que desviavam a atenção de suas pequenas sardas.
– É ela? – Perguntei.
– É sim.
– Wow – Eu disse – Esse rosto... Ele me lembra de alguém.
– Hum... Hope? – Perguntou Callum.
Deixei a foto cair e voltei a me encolher.
– Quem te disse sobre Hope? – Perguntei apavorada.
– Você mesma me disse – Retrucou o médico – Quando você esta dormindo começa a dizer coisas como Hope; Alaska; Glass; Palhaço; Corvos; Mate; Faith; Diane; Joshua... Mas o que realmente me surpreendeu é que, exatamente às três horas da manhã os outros médicos dizem que você acorda gritando “Mate o palhaço, ele é tão falso.” E isso acontece desde que você chegou.
Pude ouvir a risada de Hope de algum lugar, nem um pouco melodiosa que lembrava o som de unhas arranhando um quadro negro. Uma risada de palhaço.
Callum aproximou seu rosto do meu e pude sentir o frescor de seu hálito de menta.
– Quem são os donos desses nomes e o que eles significam pra você? – Perguntou.
Minha mão estava tremendo e minha testa estava úmida, senti gotas de suor descendo pela minha bochecha e pingando em minha roupa. As algemas que prendiam meus braços pareciam ter se apertado e meus pulsos formigavam.
Parecia ser um sinal. Um sinal de que eu deveria manter a boca fechada, não cruzar a linha, não insistir nessa besteira de psiquiatra. Eu estava acabada de qualquer modo e não iria fazer diferença.
Porém foi esse mesmo pensamento que me fez voltar atrás: Não iria fazer diferença.
O que Theresa Gray faria nessa situação?
Teresa abandonou seus filhos logo após a morte de Will, você sabe o que ela faria: Iria correr.
Não. Theresa iria se inspirar num ato heroico de alguma de suas heroínas literárias.
Vá e se inspire. Inspire-se no exemplo de Hermione que apagou a memória dos próprios pais.
Hermione foi uma heroína, a maior de todas elas.
E quanto a Lena Duchannes que abandonou Ethan por outro homem?
Ela voltou atrás no fim.
Mas, e Jessamine? Jessamine foi e persistiu em seu erro e acabou morta! É isso que queres no fim?
Jessamine após sua morte se tocou de seu erro e ajudou o Instituto de Londres.
Katniss não foi capaz de salvar a própria irmã! Siga o exemplo dela.
Eu também não fui capaz de salvar o meu próprio, porém Catnip salvou um país inteiro.
Hazel deixou Gus morrer.
Eu sempre odiei a Hazel, e o que ela tem haver com uma metástase?
A voz se calou.
Nada. Era essa a resposta. Elas não tinham culpa de nada, a voz não poderia me impedir de nada e eu não precisava guardar nada. Não precisava guardar nada.
– Sky? Você está bem?
E eu não guardei nada.
– Há cerca de 9 anos tenho um sonho estranho, e não sei se isso tem alguma conexão – Eu disse, tentando abafar a voz que dizia não – Nele eu estou num enorme labirinto onde não dá pra ver nada há mais de um palmo de distancia, e daí escuto o grito de uma garotinha e saio correndo. Quando enfim encontro-a aparece um palhaço que começa a me sufocar, porém eu acordo antes que ele me mate.
Callum me fitou por alguns segundos antes de tornar a escrever em sua prancheta, voltou seus olhos pra mim com olhar pensador, como se engrenagens em seu cérebro estivessem analisando a situação.
– O palhaço ou a garotinha falam com você?
– O palhaço não, mas ela sim. “Mate o palhaço, ele é tão falso”, é o que ela sempre diz.
– E como a garotinha é.
– Ela é... É... – Nunca havia parado pra pensar como ela era. Sim, me lembro de sua imagem, porém a cena nunca fez tanto sentindo... Até aquele momento – Loira. E... Sei lá, tinha um olho azul e o outro verde, uma pele translucida e...
E foi ali que me dei conta de algo que nunca pude perceber.
– Está me dizendo que ela é uma versão mais jovem de você mesma?
Assenti.
– E você tem alguma ideia do por que dela ser assim?
Neguei.
– E quem são Hope, Alaska e Glass?
– Hope é a garota má da história. Eu não sei dizer o motivo, mas ela é uma espécie de demônio que me possui e...
Mata. Era essa a palavra certa, entretanto não conseguiria usa-la.
– Hope seria como... O seu lado negro?
– Não. – Respondi. – Isso já passou de negro há muito tempo.
Callum fez mais algumas anotações.
– E Alaska? – Perguntou.
– Não sei ao certo. – Respondi – Ela é nova, entende? Tipo, nova pra mim e também parece ser uma criança extremamente inteligente, mas, ela me lembra d’A Órfã por alguma razão. Ás poucas vezes que nos vimos não deu muito certo.
– Se viram? Tipo... Na sua mente ou ela é alguém real?
– Ao menos que o senhor ache que pessoas podem ter cabeças de corvos. Na minha mente, com certeza.
– E Glass?
– Glass? Alaska me falou sobre uma Glass, entretanto não a conheci, e se levar em consideração as outras duas, também não quero conhecer.
Daniel sorriu de um modo um tanto cruel. Não era pra ser engraçado.
– Bem, essa tal Alaska já fez coisas parecidas com as que Hope faz?
– Tipo dar saltos super humanos, desmembrar pessoas e me possuir? – Perguntei sarcasticamente – Não mesmo.
Callum anotou de novo, e de novo nas próximas perguntas.
– Sky, você... Se lembra de... – Ele pausou a pergunta como um médico vai devagar ao tocar numa ferida perigosa – Se lembra de matar Diane? Afinal, você matou mais alguém, não foi?
Ah, claro, claro. Era obvio que ele faria essa pergunta. Além de uma consulta médica aquela cena era algo um pouco maior: Um inquérito policial.
Era sabido que fui quem matou Diane, e desde o principio era uma das principais suspeitas do homicídio de Nicolai e Pietro. Ele não poderia deixar passar.
– Sinceramente? – Perguntei retoricamente – Sim, eu matei Diane Scott. Não exatamente eu, e sim Hope. Da mesma forma que matou Pietro, Nicolai e mais dois homens que não me recordo o nome. Anota aí bem grande e destacado pra mostrar para os policiais mais tarde.
Meu psiquiatra parou de escrever e voltou sua atenção pra mim. Seus olhos agora eram cor de mel, como eram os de Alaska. Ele abriu a boca como se fosse falar algo, porém tornou a fecha-la e tornar a escrever.
Depois de feita a ultima anotação o homem colocou a prancheta sobre a mesa.
– Transtorno Dissociativo de Identidade. – Ele disse por fim.
– Como...?
– Sou um psiquiatra, Sky, meu trabalho é diagnosticar sua doença e ajudar a combatê-la – Respondeu – E o nome do problema em questão é Transtorno Dissociativo de Identidade, antes conhecido como Transtorno de Múltiplas Personalidades ou Dupla Personalidade.
– Mas... Sem demônios?
– Sem demônios.
– Sem exorcistas?
– Sem exorcistas.
– Há... – Demorei-me em perguntar. Era tão bom pra ser verdade que gostaria de ficar mais tempo naquela situação. Um pouco mais – Há cura?
– Se você colaborar, sim – Disse Callum – TDI é caracterizado pela impossibilidade de se integrar as personalidades. São conhecidos casos de pessoas que possuíam mais de 100 alter-personas vivendo em suas cabeças, e várias delas vieram a óbito, geralmente através de suicídio. Pode se demorar anos até integrarmos seus alter-egos, mas não é impossível. Principalmente se você quiser se ajudar.
Senti desejo de chorar de novo, e quase o fiz se ele não me interrompe-se.
– Porém, entretanto, contudo seria muito bom sabermos o motivo dessas personalidades terem surgido. A psiquiatria junto com a psicologia criam hipóteses e várias hipóteses do por que de várias pessoas habitarem no mesmo corpo, e nem sempre em harmonia...
Callum deu uma parada dramática, e nunca soube no dia qual era sua intenção com aquilo. Me por medo? Receio? Esperança?
– Espero poder falar com Hope na próxima consulta. – Disse ele sorrindo antes de sair da sala.
Tentei argumentar, dizer que era um erro e que ele estaria morto se isso acontecesse. Tentei me livrar das algemas, entretanto eu não tinha a força dela. Da minha alter-persona, como ele a chamou.
Pela janela do enorme quarto branco, pude ver Callum entregando a prancheta para uma enfermeira que logo se retirou.
Hope estava ao seu lado e olhava pra mim. O demônio colocou a mão sobre o peito do psiquiatra e começou a massagea-lo, movendo seus lábios carnosos e rosados, com algumas mechas flamejantes caindo sobre os olhos.
Entretanto parecia que ela não a via e que não a sentia, o que era obvio.
Hope deixou o médico em paz e atravessou a janela como se ela não estivesse ali, sentou na cadeira ao lado da minha cama e começou a fumar um cigarro que eu não sei de onde tirou.
– Você não vai fazer isso com meus pulmões, vai? – Perguntei.
Ela deu uma forte tragada na bituca, fazendo questão de liberar a fumaça na minha cara.
–Afinal, por que você é tão idiota? – Ela pergunta – Não percebe o que é tão obvio? Onde está Glass num momento desses?
– Até agora eu não faço a mínima ideia do que você está falando.
Hope deu mais um tragada bruta no cigarro e liberou pequenas argolas de fumaça pelo ar.
– Você não precisa saber. – Respondeu ela – Eu te mostro.
A garota ruiva colocou usou a droga mais uma vez e olhou pra mim lançando um circulo de fumaça em mim. O cheiro da erva fez minhas narinas arderem, a fumaça embaçou minha visão e quando abri meus olhos já não sabia onde estávamos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Hey, curtiram o Callum? Callum não é um personagem de minha autoria e sim da July e da Lilith. Querem saber mais sobre ele e qual será o desenrolar dele na trama? Então leia A Sala dos Gritos e deixem um comentário lá :D Okay, se não quiserem ler, não leiam, mas eu acho lecau fazer a propaganda pras amigas.
Link da fic: http://fanfiction.com.br/historia/485778/A_Sala_dos_Gritos/