Dentro do Espelho escrita por Banshee


Capítulo 20
Tempestade Perfeita


Notas iniciais do capítulo

Gente, é hoje! Hojeeeeeeeeee!
Hoje, dia 17 de outubro, Hope faz três meses de vida!
Vocês devem se perguntar por que tanto escarcéu, pois bem, vou dizer.
Quando comecei a escrever essa fanfiction, disse a mim mesmo que aos três meses de existência eu deveria ter certos números. Fiz uma aposta comigo mesmo. E hoje vence o prazo.
A aposta era essa:
Aos três meses eu deveria ter 20 comentários, 20 favoritamentos, 20 seguidores, uma recomendação e 700 visualizações;
Pois bem, fico feliz em dizer que passei minha meta! Essa fic teve 76 comentários, 30 pessoas acompanhando, 23 favoritamentos, 6 recomendações e 1597 visualizações!
E, UAU, SÃO EXCELENTES NÚMEROS!
Quero dedicar esse capitulo não há um, ou dois leitores, mas todos! Até mesmo vocês, meus leitores fantasmas! Adoro vocês, fofinhos da minha vida!
E Lembrem-se: Dia 31 haverá uma surpresa e tals, avisem seus amiguinhos. Bjos de Luz.



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Hope ajoelhou-se docemente sobre o corpo de Diane, olhou pela última vez em seus olhos que já não eram mais violetas e os fechou delicadamente.
Existem certos momentos em que até o Diabo ousa se compadecer de suas vitimas.
Sirenes de policia apitavam lá embaixo e a gritaria era total, várias e várias pessoas fugindo de qualquer coisa que eles não sabiam o que era. Na verdade, nem eu mesma sabia o que era.
– Não se flagele Sky – Disse Hope, sem tirar os olhos do cadáver – Ela era um deles. Fiz o que era necessário.
– Necessário? – Gritei – Você a mat... Você a matou e agora todos pensaram que é minha culpa. Você é má, seu nome não tem nada haver com você. Má você mata por prazer e eu deveria ter ouvido Alaska!
A garota me fitou de novo, põem não tive medo. Nada mais me faria temê-la. Ela era eu, da mesma forma que eu era ela... E como diria Kelly Clarkson “Ela não pode me fazer nada, ela não pode nos fazer nada”. E de certa forma eu me sentia bem.
– Você não entende, não é? – Hope estava indignada – Você não sabe o que eles são. Você não sabe o que eles fizeram. Escute só uma vez Sky: Diane Scott não era sua amiga.
– Mentiras. – Retruquei – Diane era uma das minhas poucas amigas e você a matou. Você a matou sem dar a chance dela se defender! Você fica aí falando deles, mas nem ao menos sei quem são. Você é louca! Louca e mais nada!
Ela riu, porém soube que era algo forçado. Ela estava com medo, de certa forma e a lembrança deles, seja lá quem fossem, lhe fazia mal.
– Olhe pra você, Sky. Olhe pra você.
Eu não precisava, pois sabia como estava. O mesmo vestido rasgado de noiva e uma presilha infantil na cabeça.
– Olhe ao nosso redor, Sky. Olhe pra mim, olhe pra Alaska, para os corvos, para o palhaço...
– Você é o palhaço. – Interrompi – Você é má, eu tenho medo de você...
– Da mesma forma que você tem medo de corvos? Você diz que deveria confiar em Alaska, mas ela tem o rosto de um de seus medos. Você pode estar certa quanto ao fato de que eu mato pessoas, mas não pense que Alaska é um anjo, pois ela não é! – Pude sentir no tom de voz que ela estava ofendida – Foram eles que me criaram, e foram eles que criaram Alaska, da mesma forma que criaram Glass. Eles criaram os corvos, as borboletas e os palhaços. E Diane era uma deles e você não pode dizer que confiava em alguém que mal conhecia. Não seja estúpida, vadia! Você realmente pensou que poderia confiar em alguém que conheceu há um mês? E se a resposta for sim, eu digo que a única palhaça aqui é você.
Já não havia mais argumentos. Hope matou Diane e o que eu viesse a falar ou fazer não a traria de volta. Nada a traria.
Respirei fundo e tive que perguntar.
– Afinal... O que você é?
– Sky... Você pode não querer acreditar, mas sou sua única esperança.
De repente as poucas janelas que ainda estavam intactas se quebraram, o lustre ameaçou despencar e um forte vento ameaçou destruir tudo. As luzes se apagavam e tornavam a acender, até que todo o cômodo foi mergulhado na escuridão e nem eu ou Hope podemos ver o que estava por vir.
– Demônio arrependa-se dos teus pecados! – Disse alguém. A voz soou como um relâmpago cortando o céu, e parecia que toda a cidade ao nosso redor havia sofrido um blackout e até mesmo as estrelas perdessem seu brilho. Nada. Não era possível ver nada.
– Quem está aí? – Gritou Hope – Covarde! Apareça!
As luzes tornaram a acender, porém num clarão mais forte do que antes estavam. As estrelas lá fora retomaram seu brilho e a cidade voltou à vida, porém era como se o tempo e o espaço tivessem parado para contemplar aquele evento, e até mesmo o relógio da parede interrompeu seus ponteiros.
Ela era negra, tinha grandes cílios e olhos negros como o fundo do oceano. Seus cabelos tão longos, pretos e tão lisos que me fizeram desconfiar se era humana. Seu vestido tão escuro que parecia ter drenado as trevas da noite só para si... Mas eu só pude reconhecê-la graças ao seu colar que se assemelhava com uma coleira: Um colar com um pentagrama e uma cruz lado á lado.
Raven.
– Demônio, essa é sua última chance de misericórdia! – Gritou Raven – Abandone esse santuário que habitas, abandone a cidade e abandone esse plano espiritual. Seu lugar não é aqui!
Raven bateu suas mãos com força e raios começaram a cortar à noite, sendo seguidos de uma forte chuva. Os cacos de vidro no chão começaram a flutuar como se a lei da gravidade já não mais os afetassem, formaram uma espécie de cúpula ao redor de Hope, tendo suas pontas viradas para ela.
Raven estava com um pó branco e suas mãos e começou a espalha-lo ao redor da cúpula enquanto rezava em uma língua estranha.
– In nomine Patris, et Filii, et Spiritus Sancti – Disse ela – Nunquam unum iubeo cibus, qui nunquam fuit, sanctum corpus relinqueret materia aut numquam.
Os céus lá fora ameaçavam ruir, e imaginei as futuras geração de Nerfoni contando a história de quando a cidade quase fora destruída por uma tempestade perfeita.
– Lucifer ut minister, et urbem hanc relicturum ab ipsa plano spiritualibus – Prosseguiu Raven – Non est, quod non ex te. Paegnium non est nobiscum, abi.
Hope, ainda rodeada pela cúpula de pedaços de vidro, olhava Raven como uma louca, com olhar de desdém, com olhar de pena.
Ela estava se divertindo.
Raven terminou de criar o circulo de sal, se ajoelhou em frente a ele, fechou seus olhos e abriu suas mãos.
– Per mare, quod ardet ignis: reliqua meretricibus vanus magnificus. Qui nunc Brutum et Cassium Judas. Lavabit aqua omne quod fecit nobis est.
Ela fechou as mãos numa palma violenta, e o sal se tornou fogo.
As chamas pareciam ter vida, cresciam e se expandiam conforme o movimento dos braços de Raven. Todos os objetos da sala começaram a sair do chão, como se fossem levados por um tornado sobrenatural.
Me senti sendo puxada com o espelho de onde eu via a cena, e quando ele passou por cima da cúpula pude ver do que se tratavam os símbolos que o fogo fazia.
Uma prisão de demônio.
– In nomine Trinitatis, ego expulit Legio!
As chamas cresceram e iluminaram como uma supernova. As luzes eram ofuscantes, e quando me dei conta o circulo de fogo havia sumido e todos os objetos caído no chão.
Raven estava ajoelhada sobre meu corpo inerte.
As duas respiravam com dificuldade, e era tão obvio que aquilo havia drenado tudo delas, e até mesmo a tempestade havia cessado.
– Skie... Por favor... – Disse Raven com voz tão baixa que soou como um gemido.
Mas isso não adiantou. Soube que não adiantou, pois eu ainda continuava presenciando a cena pelo espelho.
Hope ficou de pé e arrancou o colar do pescoço de Raven, segurou os pulsos da garota com tanta força que a fizeram gemer de dor.
– Que diabos você é? – Perguntou Hope – O que você é? Eu soube que você iria ser encrenca quando Sky insistiu em ir à sua casa! Diga-me! Diga-me o que você é!
Hope segurou o pescoço de Raven e a ergueu. Era exatamente igual à cena dos sonhos, só que agora Raven era a garotinha indefesa e eu tive 100% de certeza que aquilo era real. Sim, era real.
– O que... O que você é? – Perguntou Raven.
A resposta nunca veio. Hope fora atingida na cabeça e caiu inconsciente no chão, deixando minha amiga cair junto.
Anthony estava atrás dela com uma enorme bíblia na mão.
Tentei alerta-los de que ela era mais forte. Mais forte que eles, mais forte que eu mesma. Mas forte que tudo e todos.
Mas isso nunca aconteceu.
Senti minha visão ficar turva, embaralhada. Minha cabeça doía como se algo a tivesse atingido. Como se uma bíblia a tivesse atingido. Estava voltando para meu corpo como se estivesse descendo pela areia movediça.
Mas antes de minha vista escurecer eu pude ver as lágrimas nos olhos de Raven. Pude ver sua dor e ouvir suas palavras.
– Aquilo... Aquilo não era um demônio. É Skie... Apenas Skie.


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