Dentro do Espelho escrita por Banshee


Capítulo 12
Raven


Notas iniciais do capítulo

Oe gente, voltei com mais um capitulo semanal de Hope!
Olha, eu sei que deve ser chato pedir, mas gente, eu ODEIO leitores fantasmas. O que custa comentar? O que custa? Eu recebo no máximo cinco comentários por capitulo sendo que tenho 16 favoritamentos e 15 acompanhantes? Por favor, comentem, é rápido, fácil e grátis. Obrigado.



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O despertador tocou no mesmo Toc incógnito de sempre, então abri meus olhos e senti como se estivesse respirando pela primeira vez após ter saído de dentro de águas turvas de um lago.
Nada.
Absolutamente nada. Nenhum pesadelo, nenhum corvo, choro de criança ou palhaço. Uma noite bem dormida.
Sorri e coloquei meus pés no chão lentamente, sentindo o encontro da minha pele com o frio do piso. O abajur estava mais forte e as cores da pintura do meu quarto se intensificavam como num poligrama, os anjos de olhos vazios no meu teto pareciam sorrir e o papel de parede brilhava.
O papel de parede brilha, um dia saberão o que acontece na cozinha.
Meu celular vibrou no exato momento em que uma pedra era jogada na janela. Era Tony.
“Estou aqui embaixo.”
Dei um sorriso fraco e me dirigi até a janela para ele poder entrar. Nunca foi seu forte, mas Tony se acostumou a subir pelo parapeito, ora, se minha mãe descobrisse que tinha um menino no meu quarto com certeza me colocaria dentro da Iron Lady*.
– Skie, que diabos...
– Xiu.
Coloquei a mão em sua boca, não tinha certeza, mas acho que minha mãe ainda não tinha ido para a reunião da IDS*.
– Tony, eu sei que você deve estar com raiva por ter te obrigado a faltar aula e não ter dado motivo, mas, por favor, fica quieto, minha mãe ainda está lá embaixo.
Tony piscou pra depois me olhar com ar de negação. Sempre fora assim: Eu fazia uma chantagem emocional e ele cedia.
– Sky Marie Delavigne é bom que tenha uma ótima explicação para me fazer perder a aula de Anatomia.
– Antony Sohn Gottes, sim, eu tenho.
Respirei fundo e contei. Falei sobre meus sonhos e sobre os corvos, a visita que fiz a Faith e quando conheci Diana, uma garota bizarra. Contei sobre Piet e Nicolai e seus corpos dilacerados, sobre meu reflexo no espelho do banheiro e o estranho acontecimento da noite passada.
O ar parecia estar rarefeito e por um minuto parecia que todo tempo parou. O relógio deu a impressão de ir mais devagar e os olhos de Tony me encarando me deixava cada vez mais desconfortável. Tive que segurar minha mão para não soca-lo quando começou a rir.
– TONY!
– Desculpa – Disse ele gargalhando, colocando a mão na barriga – Sky, que merda você andou cheirando?
Ah, perfeito! Filha de uma puta com um pai morto, irmão desaparecido, conheço uma cigana, quase fui estuprada (se é que realmente não fui), acordo e sou atacada por demônios e agora meu melhor amigo, que por sinal sou apaixonada há quatro anos, diz que sou louca. O que mais falta? Um cometa atingindo mina casa?
Peguei o travesseiro e o estapeei com o máximo de força que pude reunir.
– Escuta aqui. – Disse quando enfim consegui seu foco – Você é meu melhor amigo e tem a obrigação de me ajudar! Nós fizemos um juramento de sangue, lembra? Sempre iríamos nos ajudar, e se você não o fizer, terá que prestar contas á Deus!
Por um momento pude ver o medo em seus olhos. Ora, eu nunca fui uma pessoa exaltada e Tony era ateu, porém a parte do juramento era fato. Ele ia me ajudar, eu sentia isso.
Ficou de pé e arrancou o travesseiro da minha mão, arrumou a gola de sua camiseta de TBBT escrito Banzinga!; Limpou seus óculos-fundo-de-garrafa e voltou á me encarar. Ah, como eu odiava aquilo.
– Okay, Delavigne – Ele disse – Só que ainda não entendi como irei te ajudar nesse conto de fadas.
– Huff, conto de fadas? Cara, você rezava ao Goku até o ano passado, nem venha apontar pra mim – Eu disse, sabendo que Tony sempre odiava quando o lembrava dessa pequena parte irracional da vida – E outra: Você é nerd. Faça sua Magia de Nerd.
– Magia de Nerd? Ah, e como espera que eu faça isso?
– Filho, pegue sua varinha, oras. Não era você o Ravino daqui? Preciso que descubra o que são Pretas.
Por um momento vi seu olhar se esvaziar para depois voltar à vida. Isso nunca fora um bom sinal.
– Pretas? Bem... Não faço à mínima. Parece o nome de alguma comida chinesa.
Peguei um travesseiro e o esbofeteei.
– Não use de ironia comigo, Gottes, estou falando sério.
Antony pegou o travesseiro da minha mão e olhou bem no fundo dos meus olhos antes de me bater. Covarde.
– Não estou sendo irônico, Delavigne, realmente não sei que diabos são isso.
Peguei o travesseiro e revidei de novo, liberando algumas plumas artificiais que estava lá dentro.
– Não se bate em uma dama, Gottes, o que sua mãe diria se visse você fazendo isso? Ah, e você acertou na parte de “diabos”.
Tony reergueu a cabeça, olhou-me com ar frio antes de puxar meu cabelo.
– Não há nenhuma dama num raio de 120 quilômetros. – Disse ele, sem largar mão dos meus cachos – E não entendi a parte do “diabos”.
Me debatia e arranhava seus braços, porém Tony era um nerd e nerd’s não eram humanos. Dei um chute em suas partes baixas, o que o fez arfar e soltar minhas mechas louras.
– Cansei dessa brincadeira. – Respondi, sentando em minha cama – Quando estava tendo a visão, ou sei lá o que foi aquilo, fui atacada por demônios. Pareço estranha, eu sei, mas quando os vagalumes me revestiram com aquela glória, eu soube exatamente o que eles eram: Pretas. Faz algum sentindo?
Anthony segurava o escroto sob a calça, me olhou por cima dos óculos com olhos de Não, você não parece louca. Você realmente é. Ficou ereto, se recompôs.
– E você quer que eu use... Como você chamou mesmo? Ah, minha Magia Nerd pra tentar descobri o que são Pretas?
– Exatamente.
– Já ouviu falar do Google.com? É uma boa pedida.
Ah, Anthony Gottes, delicado como uma bundada da Nicki Minaj.
– Procurei sim, Sr. Óbvio, acontece que a única coisa que achei foi um funk chamado Pretas Gostam de Levar Acordadas. – Respondi, sentindo um refluxo subir a garganta com a lembrança.
– Pois bem... Nunca ouvi falar desses tais de Pretas em nenhum livro do mestre Tolkien, então não sei o que posso fazer por você.
Finalmente chegamos ao ponto onde eu queria chegar. Quase pude sentir a risada maléfica presa na minha garganta. Tony me odiaria por alguns dias, mas iria superar.
– Ah, me diz quem desse Show de Putas é a mais indicada para nos falar sobre demônios, independentes de quais sejam eles? – Perguntei, tendo o prazer de colocar um ar maldoso em minhas palavras. Estava feito.
Observei com doçura enquanto Tony tentava descobrir de quem eu falava. Tive a certeza que ele acertou quando suas pupilas se dilatarem, fazendo com que o verde de seus olhos ficasse quase que completamente negro.
– Não... Isso n...
– Sim, meu caro Tonynho.
Iríamos fazer uma breve visita à Raven Enders.

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– Me solta, Sky! – Ele gritava enquanto eu o arrastava pelos cabelos na Rua Daren – Você não tem o direito de fazer isso comigo!
Bem, eu tinha. Raven era a única que poderia me ajudar, e eu com certeza não entraria na casa daquele ser humano sem companhia. Antes a Pomba-gira entrar no corpo de Anthony do que no meu.
Chegamos á casa da família Enders, o lugar onde demônios e espíritos faziam suas brincadeiras insanas, onde a vizinhança dizia ter avistado crianças sendo sacrificadas e orgias muito loucas acontecendo. Nada para se preocupar.
Larguei o cabelo dele e dei seis batidas na porta. Sim, seis.
– Skie, ainda dá tempo de voltar – Disse Tony, usando uma tonalidade apavorada nada habitual. – Podemos ir pra biblioteca e pesquisar sobre todos os demônios de todas as religiões que você quiser, mas, por favor, não me faz entrar aí.
Ignorei-o e dei mais seis batidas na porta. Detesto confessar, mas seu tom de desespero estava me angustiando... Mesmo assim era minha única chance.
– Tony, qual problema? Você não era ateu até vinte minutos atrás? Qual vai ser o problema então?
– Skie, minha filha, todo mundo é ateu até o diabo puxar o pé à noite.
Não precisei contestar, fui impedida quando a Sra. Enders abriu a porta. Pude ver em seus olhos a surpresa de ter dois adolescentes normais na entrada de seu lar. Okay, Pude ver em seus olhos a surpresa de ter dois adolescentes quase normais na entrada de seu lar.
– Bom dia Srta. Enders – Usei o tom mais lisonjeiro que consegui falsificar – A sua filha se encontra?
– Hum... Bom... Dia, Sky e Anthony – Disse ela. Com toda certeza: Não estava acostumada a ver adolescentes quase normais visitando sua filha – O que querem com a Raven? Ela fez alguma coisa? Ah, que merda! Já a mandei parar de lançar maldições nas pessoas!
Tony riu, mas pude ouvir em sua voz que gostaria de estar do outro lado da cidade agora. Bem, nenhum adolescente que não queira morrer socialmente se atreveria a falar com aquela garota. Era suicídio social até para nós.
– Não Sra. Enders, na verdade precisamos discutir sobre nosso trabalho de química... Ela está no nosso grupo.
A ultima frase quase fez a mulher cair. Onde antes havia uma cara de medo, agora estava estampado um sorriso de orgulho.
– Ah, eu sabia! Sabia que aquelas visitas ao Guru iria tirar o encosto do couro da minha menina! Entrem, ai meu Deus, entrem! Raven está lá em cima se arrumando.
Senti que Tony estava prestes a sair correndo, segurei seu braço com firmeza e forcei-o a entrar. A sala era branca, a mobília parecia ser mogno e a tintura translucida das paredes vazia um contraste perfeito com o forro azul. Seria uma linda sala de estar se não fossem os pentagramas desenhados por toda parte. Tony engoliu em seco.
– Perdoem minha filha, é que ela tem essa coisa de acreditar em demônios e falar com espíritos. Desenha essas coisas por toda parte... Como ela as chama mesmo? Ah, lembrei! Prisões de Demônios.
Okay... Aquele lance definitivamente estava ficando bizarro.
Subimos as escadas em direção ao quarto da garota, na porta dizia “É difícil dançar com o Diabo no seu pé, livre-se dele.”. Senti meu crucifixo arder em meu pescoço como se quisesse pular, criar pernas, sair correndo. Meu pai sempre disse que ele alertaria sobre os maus que estavam me rondando, e se fosse verdade, aquela casa estava impregnada com o sangue de Lúcifer.
Dei seis batidas na porta. Ela se abriu, e lá estava a garota.
Raven Enders não era o tipo de pessoa que você convidaria para uma festa na piscina, numa cidade onde todas as figuras femininas deveriam seguir um padrão, pessoas como eu e ela sempre nos destacávamos por algo. Era meio que uma ligação. Seus olhos negros realçavam ainda mais seus cabelos cor da noite e seus dentes eram tão brancos que quase me cegavam graças ao contraste com sua pele cor de café. Hoje usava sua habitual Pentagram Necklace no pescoço, maquiagem pesada composta de lápis de olhos fortíssimo, mascara de cílios e um batom preto. Jeans surrados, uma camisa do Slipknot e All Stars escuros. Era gótica e emo, apenas dava sua opinião.
– O que querem? – Perguntou ela com uma voz doce que não combinava nenhum pouco com sua personalidade.
– Os espíritos não te contaram... Ai! – Disse Tony quando lhe dei um soco na barriga.
– Hum... Oi Raven... Podemos entrar?
– Não.
– Mas...
– Olha, eu nunca falei com vocês na vida. Não sei o que querem aqui e essa conversa está indo rápido demais. Como esperam que lhes dê permissão para entrar no meu quarto? Para todos os fatores vocês podem ser Eidolons* que vieram me pegar e levar minha alma pro Inferno! Ora, Deus e Lúcifer devem estar discutindo quem deve ficar comigo, aposto que um me empurra pro outro. Não, eu não serei uma Exilada.
Era oficial: Aquela garota era retardada. Procurei fingir um sorriso, não podia assusta-la. Por enquanto aquela demente era a minha melhor alternativa, iria usa-la até poder descarta-la depois.
– Não sou um Eidolon, estou usando um crucifixo... Mesmo com seus poderes, Eidolons não podem tocar no que é sagrado. Sabe, é a regra.
Tony me olhou com cara de Garota, o que você está falando?!; e Raven parecia estar pensando no que disse. Eu já sabia qual era o jogo.
– E por que diabos Eidolons estariam atrás de você?
Raven se colocou ao lado da porta indicando que poderíamos entrar. Puxei Anthony pelos braços e senti que seu corpo estava frio.
– Eles sempre vêm quando realizamos uma maldição que não pooderia ser realizada – Respondeu como se fosse a coisa mais óbvia do mundo – Foi o que aconteceu com Vênus há algum tempo.
Sim, eu lembrava. Há cerca de dois anos a melhor amiga de Raven, Vênus Stillian, desapareceu misteriosamente sem deixar vestígios de seu paradeiro. Ora, eu não ria perguntar o por que.
– Bem, mas não é por isso que vocês estão aqui – Disse ela – O que querem?
Olhei para Tony e ele olhou pra mim. Era agora ou nunca, minha chance.
– Hum... Raven, o que você sabe sobre os Pretas? Os demônios, quero dizer.
A garota me olhou com ar curioso, como se estivesse me estudando. Quando se é fitado por uma bruxa, é melhor tremer.
– Por que a filha da mulher mais devota da cidade quer saber sobre criaturas como os Pretas? Não estou te entendendo, Delavigne.
Ela era desconfiada, isso era obvio. Não iríamos conseguir informações com facilidade, mas tudo bem... Eu sempre fui ótima em manipulação.
– Trabalho de filosofia. – Respondeu Anthony.
– Ah, sério? Que eu me lembre, estamos na mesma turma de filosofia, porque não me lembro desse trabalho?
A garota é esperta, vai ser difícil arrancar a informação; disse a voz na minha cabeça.
– Ah, Tony, por que não falamos a verdade? – Perguntei, colocando medo nos olhos dele, me voltei á ela – Bem, Raven, se nos contar sobre as criaturas, eu com certeza te contarei o motivo da nossa procura...
Você está blefando!
Raven me estudava, eu podia notar. Seus olhos iam dos meus pés até a cabeça, um óbvio sinal de que não acreditava numa mínima palavra que saia da minha boca. Talvez eu ainda tivesse uma ultima carta na manga, afinal.
– ... Ao menos que você não saiba o que as criaturas são. – Eu disse deixando obvio que sim, aquilo era um desafio.
– Jamais brinque com uma Oftospectrísta, Sky. – Ela respondeu, indo em direção à estante de livros ao lado da janela. Tateou em busca de um deles.
– Oftoquê? – Perguntou Anthony.
– Oftoespectrísta – Respondi – É o nome dado a pessoas que conseguem ver e se comunicar com espíritos e demônios. Estou certa?
– Em parte sim – Disse ela, ainda procurando o livro – Mas é bem errado atribuir ao meu dom apenas essas características. Oftoespectrístas podem fazer coisas bem mais poderosas, inclusive lançar maldições – A garota pegou um enorme livro de capa preta e levou-o até sua cama – Bem, não quer dizer que eu seja boa nisso.
O livro não tinha titulo, mas em sua capa um homem azul sem roupa sentava na posição de meditação. Seus olhos eram vazios e possuía oito mãos, cada um segurava um objeto diferente que não consegui distinguir e acima de sua cabeça estava o símbolo de Ganesha de cabeça pra baixo. A imagem me dava calafrios.
– O que é esse livro? – Perguntou Tony, carregando um tom fascinado e aterrorizado em suas palavras. – É alguma espécie de livro de bruxaria? Por que não tem titulo?
– Não seja patético, Gottes! Bruxaria não existe – Ela respondeu enquanto soprava a poeira da capa – E só por que não tem titulo, não quer dizer que o livro não tenha nome. Esse é aqui é o Ahsenag, e não, não serve pra fazer bruxaria... Apenas pra Invocar demônios.
Demônios, aquela palavra estava mais presente do que nunca.
O vento soprou e os Apanhadores de Sonhos na janela se moveram, liberando uma doce melodia bizarra.
– Você pretende...?
– Invocar demônios? Óbvio que não, está vendo o sal na minha janela e as prisões de demônios espalhadas pelo quarto? – Disse a garota, indicando os pequenos pentagramas distribuídos pelas paredes – Nem Azazel ousaria colocar os pés nessa casa.
Raven esfolheava o livro e a cada página virada, parecia que o vento na janela ficava mais forte, como se algo ou alguém quisesse entrar. Lembrei-me da velha música que a Sra. Collen cantava na escola dominical.

Um, dois, os ventos batem à janela
Três, quarto, o Diabo bate nela
Cinco, seis, pegue uma cruz
Sete, Oito, isso não é um espírito Luz
Nove, dez, criancinhas mal educadas ele seduz

– Ah, achei! – Disse Raven, livrando-me do torpor, indicou uma página com o desenho de uma grande mulher sendo rodeada por pequenos demônios cuspindo fogo – A diferença precisa entre as três classes determina que os Pretas sejam fantasmas de crianças ou de pessoas que nasceram deformadas, com imperfeições físicas, monstruosidades que, no passado, eram atribuídas à negligência no proceder a certas cerimônias destinadas a propiciar a boa formação dos membros do feto. Pretas também podem ser a encarnação de pessoas más, que praticavam o pecado da Gula quando vivas... Sua aparição sempre é o aviso de que os outros dois demônios estão prestes a aparecer: Butha e Pisacha.”
Senti os pelos do meu corpo se ouriçarem e minha espinha ficar fria. Ainda vinham mais dois. A garota mudou de página e uma grande imagem de um humanoide cuspindo fogo estava estampada.

– Olhem, aqui temos um feitiço pra conjuração das criaturas. – Disse ela, limpando a garganta pra poder citar – “Āga aura andhere taka pahum̐ca sakate haim/
prakasa aura garmi sighra hi ravana hogi/ kaham vahmam jivana aura khusi chaya katana nahim kara sakatê/ghara ke bica aura daravjava banda/yā usakê vyaktitva mr̥ta kala hoga/ Dila kyā dēkhatā hai.
Fechei os olhos esperando que os pequenos monstros aparecessem do nada e me levassem pro Abismo. Nada. Apenas o mesmo som do vento em contato com os Apanhadores.
– Pois bem... Vocês me devem uma explicação. – Disse Raven.
– Raven, Sky, Anthony! Vocês vão se atrasar pra aula.
A garota nos fitou com seus grandes olhos negros e eu soube que não estava acabado. Pelo menos não ainda.
– Bem, pelas suas roupas deduzo que não vão pra escola. – Disse ela – Mas vocês ainda vão me contar essa história.
A garota deu o que parecia ser um sorriso, pegou sua mochila e se foi.
O vento parou... E os apanhadores também.


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Notas finais do capítulo

Iron Lady: Dama de Ferro em inglês. Era um instrumento de tortura parecido com um sarcófago onde eram haviam vários espinhos em seu interior. Pessoas eram colocadas lá dentro vivas.

IDS: Irmandade Derrama Shekhinah