Capitulo 26

O almoço com Thea foi divertido. Felicity contou o que Isabel falou pra ela e a amiga tomou as dores.

– Você sabe que eu nunca gostei dela....e acho que sua visão do pelotão de fuzilamento é perfeita!!!

Depois de se despedirem Felicity voltou a pé para a empresa. Ela gostava de caminhar pela cidade e raramente tinha oportunidade de fazê-lo.

Quando estava se aproximando da empresa foi abordada por uma mulher que deveria ser uns dois ou três anos mais velha que ela.

– Oi, você é Felicity Smoak, certo?

Ela estranhou, mas concordou.

– Será que podemos conversar?

– E porque? – Ela estava achando tudo muito estranho e para garantir fingiu verificar a hora e na verdade se certificou de que o GPS do celular estava ligado.

– Sei que você namora com o Oliver, vi as fotos nos jornais. Sei que você trabalha com ele na empresa e na verdade preciso de sua ajuda.

Felicity pensou e acabou concordando.

– Está certo, mas podemos ir na cafeteria da empresa? Na verdade tenho somente mais meia hora de intervalo.

– Ok!

Elas sentaram numa mesa e pediram um café.

– Então, podes falar.

– È difícil e nem sei por onde começar. Eu deveria começar dizendo que minha intenção não é em nenhum momento prejudicar o relacionamento de vocês. Eu sei que ele passou por maus momentos enquanto esteve desaparecido. Eu estou casada e sou muito feliz no meu casamento...

– Ainda não entendi onde você quer chegar...

A garota suspirou e recomeçou:

– Meu nome é Barbara. Há um tempo atrás, antes do Oliver sofrer o acidente, a gente teve um curto relacionamento – Felicity gelou, mas não falou nada, deixou a garota continuar – eu sabia que ele estava namorando. Eu era uma pessoa um tanto fútil e irresponsável. Me envolvi com ele por motivos egoístas e na verdade eu não o culpo exclusivamente pelo que aconteceu.

– Você engravidou...

– Sim, parece que ele te contou essa história.

– È verdade, mas acredito que elas tenham um final diferente...

– Provavelmente. Nós dois entramos em pânico, ele me disse conversou com a mãe dele e que ela iria nos ajudar com o bebe. Na verdade, na época, eu realmente não tinha certeza se queria ter o bebe ou não. Eu só pensava no que iria perder...Quando a Moira me ligou me chamando para conversarmos ela me fez uma proposta: ela me daria suficiente para custear a gravidez, o parto e outras despesas que eu pudesse ter com a condição que eu sumisse da vida do Oliver. E eu ainda teria que ligar para ele e dizer que eu tinha perdido a criança. Eu aceitei porque achava realmente que seria melhor. Nunca falei para ninguém, só minha mãe e a Moira sabem da história. E fomos eu e minha mãe que cuidamos dele.

Ela parou para tomar fôlego.

– Foi isso que ele me contou. Mas porque você resolveu aparecer agora?

– Sabe, eu gostava dele. Ele tinha aquele jeito despreocupado dele que fazia a gente querer estar perto, do jeito dele ele se preocupava e cuidava de mim...apesar da nossa situação. Eu percebi uma confusão de sentimentos na voz dele quando eu liguei para dar a noticia para ele.

– Ele me disse que ficou aliviado mas que também se imaginou com um filho.

– Richard, esse é o nome dele, tem sete anos agora. Está indo na escola e todos perguntam quem é o pai dele. Você sabe como as crianças podem ser cruéis as vezes...

– Sim...

– Eu me casei de novo, há três anos. Mas ele sabe que o Martin não é o pai dele, apesar deles se adorarem...Faz um tempo que ele me pede para contar sobre o pai dele. Eu nunca disse que ele estava morto ou coisa assim. Só disse que ele não poderia estar conosco. E até agora essa resposta tinha servido, mas eu não sei mais o que falar...

– E você pensou em procura-lo e contar a verdade...

– Sim, mas tenho medo da reação dele e da Moira....não quero prejudicar a relação dos dois.

Felicity pensou, suspirou fundo e disse:

– Deixe o numero do seu telefone comigo. Vou conversar com os envolvidos e depois entro em contato com você.

– Muito obrigada! Ele realmente achou alguém especial...poucas mulheres me tratariam como você...

– Obrigada....Mas você sabe que provavelmente vai haver duvidas e acusações, você está preparada?

– Sim, faço qualquer coisa pelo meu filho.

– Certo. Vou te ajudar!

As duas levantaram e se despediram. Quando Barbara estava se virando para ir embora Felicity a chamou:

– Barbara!

– Sim?

– Você tem uma foto dele? Posso ver?

Ela sorriu e tirou da bolsa uma foto de um menininho loiro de olhos claros e com os cabelos espetados, fazendo pose junto de uma bola de futebol.

Felicity se emocionou.

– Meu Deus! È a cara dele!

– È sim! E pelo jeito vai fazer o mesmo sucesso que o pai com as mulheres. As duas riram e se despediram.

Capitulo 27

Felicity voltou ao escritório pensativa. Oliver já estava preocupado. Ela nem percebeu que estava atrasada.

– Aconteceu algo?

– Não eu só encontrei uma amiga da faculdade e nos perdemos no tempo.

– Certo...o que temos para hoje a tarde?

– Uma reunião com os acionistas...Ah! E o que o Digg queria te contar?

– Ah! Ele vai te contar pessoalmente...não tenho permissão para revelar!!

– Ah! Legal! Agora nem vou me concentrar no trabalho de tão curiosa!!

Ele sorriu e foi para a sala de reunião.

Quando ela se viu sozinha, voltou o pensamento para a situação de Richard e de Barbara. Iria precisar de toda ajuda possível.

Primeiro, iria falar com Moira. E só depois com Oliver. E iria ter como aliado John...ele poderia ajudar.

Oliver tinha ido jantar com a mãe e com a irmã na mansão. Felicity foi mais cedo para a cave porque John queria lhe contar a novidade.

– Oi, John!

– Oi!

– Tá...pode parar com o suspense e me contar tudo!

– Eita! - rindo ele sentou numa cadeira perto dela e continuou – Já falei com o Oliver e agora com você...quero que você seja minha madrinha de casamento!

– Jura!!!! Eu aceito sim!!! Estou muito feliz por vocês!! Mas pera ai...vocês já não são casados¿

– Na verdade nos divorciamos, então podemos casar novamente no civil.

– Ah! Que ótimo!!! – e abraçando o amigo ela desejou toda felicidade para os dois.

Eles começaram a trabalhar. Mas como ela estava com o coração apertado resolveu tocar no assunto que tanto a incomodava.

– John...

– Fala...

– Preciso de uma ajuda num assunto muito sério. Vou te contar toda a história e depois você me diz o que acha que eu devo fazer.

– Parece ser uma coisa séria..

– E é...

Ele sentou na sua frente e ela contou tudo, desde o dia que Oliver contou a historia para ela até quando Barbara a procurou.

Ele a ouviu concentrado, quando ela terminou ele pediu:

– E ele nem faz ideia que ela mentiu¿

– Não, ele acredita que ela realmente perdeu o bebe. E a Moira nunca mais tocou no assunto. E sabe, não sei se ela estava errada ou não. Não estou aqui para julgar ninguém.

– Até porque não conhecíamos o Oliver daquela época. E pelo que ele nos conta ele não era muito maduro ou responsável.

– Sim, apesar de que isso não é uma boa justificativa....mas na verdade eu só estou pensando no menino. John se você visse ele, é a carinha do Oliver...o olho do mesmo tom e o cabelinho espetado...

– E enfim, a pergunta do dia....será que é tudo verdade, que esse garoto é mesmo o filho do Oliver¿

– Ela está disposta a tudo, eu pedi...

– Bom o que eu posso te dizer, converse com a Moira, confirme a história e ai você conta para ele. Depois faz a aproximação.

– Exatamente o que eu tinha pensado.

– Se precisar eu fico junto quando você contar...

– Acho melhor não, mas de qualquer maneira obrigada!

Oliver chegou logo depois, estava feliz e puxou Felicity para um beijo demorado. Digg só riu e tossiu....

Capitulo 28

Felicity ligou para Moira na manhã seguinte, queria resolver tudo o mais rápido possível.

– Felicity, que surpresa você me ligar!

– Será que podemos almoçar juntas hoje¿

– Claro que sim! O Oliver também vem¿

– Na verdade eu queria falar em particular com você, é um assunto delicado.

– Claro que sim, minha querida. Te espero para o almoço então!

Ela disse para Oliver que estava indo almoçar com uma amiga dos tempos de faculdade que estava na cidade.

– Nos vemos depois¿

– Claro que sim! – Ela lhe deu um beijo e saiu. Topou com a “querida” Isabel no elevador...uma descida muito agradável, se a pessoa gostasse de sadomasoquismo.....rindo por dentro ela saiu do elevador e foi pegar seu carro.

Moira a recebeu contente e as duas foram para a cozinha.

– Como somos só nós duas resolvi fazer algo mais aconchegante. Você não se importa não é¿

– Claro que não!!!! Até prefiro!

Começaram falando amenidades e depois Moira perguntou qual o assunto que ela queria falar.

– È muito delicado e se fosse outra a situação eu não me envolveria. Mas na verdade fui envolvida involuntariamente.

– Fala, Felicity...estou ficando nervosa.

Ela pegou na mão da Moira e falou:

– Olha primeiro quero te dizer que estou sem fazer julgamento nenhum. Só estou pedindo tua ajuda e na verdade para ter certeza da história toda.

– Ok!

– Um dia desses Oliver me contou a história da garota que ele se envolver e que engravidou. Ele me disse como se sentiu, tanto ao saber da gravidez quanto ao saber do aborto espontâneo.

– Sim, foi algum tempo antes dele desaparecer...

– Sim, eu sei. Moira, a Barbara me procurou. Ela me contou o que houve. Me falou que tanto ela quanto o Oliver eram imaturos e que por descuido aconteceu a gravidez. E ela me contou que aceitou a tua proposta de sumir da vida dele por um valor, não falou nada desse valor a não ser que ela pode se manter por um bom tempo.

Moira nada falou e ela continuou.

– A Barbara se casou novamente, me disse que é muito feliz com o marido e que nunca voltaria a procurar vocês senão fosse pelo menino...

– È um menino¿

– Sim, está com sete anos e já está na escola. O problema todo começou ali. Todos pedem do pai dele e ele não tem o que responder. A única resposta que ela dava para ele, que o pai não podia estar com eles, não está mais funcionando e ela está disposta a tudo para ver o menino feliz.

– Você tem certeza que é a mesma pessoa¿

– Não, na verdade por isso que eu vim falar com você antes de qualquer coisa. Eu a achei sincera, mas nem sempre sou boa julgadora de caráter. Minha sugestão é que vocês se encontrem e conversem. Ela me pareceu disposta a tudo. E pelo que entendi só quer dar uma chance do Richard conhecer o pai.

Ela percebia que Moira estava pensativa, e um pouco emocionada.

– Olha, eu acho que Oliver e o menino tem o direito de se conhecerem.

– Oliver vai me odiar....

– Pode ser, por um tempo. È um direito dele, afinal todo esse tempo ele poderia ter o filho por perto. Mas é um risco que você corre, mas acredito que a verdade seja o melhor caminho.

– Você tem razão. Peça para ela vir hoje a tarde aqui. Vou conversar com ela e depois veremos como contar para o Oliver.

– Certo. E desculpa por qualquer coisa....

– Não precisa de desculpar. Você fez a coisa certa. E fico muito feliz por você ter aparecido na vida dele. Acredite em mim, você trouxe nova vida para ele. Eu não quero nem pensar se ele estivesse com a Laurel, ela ia surtar!

Rindo um pouco ela agradeceu.

– Bom, eu preciso ir. Antes vou ligar para a Barbara. – enquanto ela fazia a ligação Moira ouvia com atenção – Pronto! Ela consegue chegar pelas três horas.

– Obrigada!

– Qualquer coisa me liga.

– Sim...Ah! Felicity...como ele é¿

– Ele é uma miniatura do Oliver...até o cabelo é parecido. Na verdade quando você vê-lo não vai achar necessário DNA...

Sorrindo ela se virou e foi embora.

No caminho de volta pensou que até que não tinha sido tão difícil.

Capitulo 29

No meio da tarde Felicity recebe uma ligação da Moira. Oliver estava na sala dele conversando com o gerente do departamento fiscal.

– Oi...

– Ela acabou de sair daqui...

– E então¿ Felicity estava apreensiva.

– Você tem razão, ele é a cara do Oliver. Tão lindo e tão educado. Ela fez um bom trabalho com ele, e ela mudou muito. Nossa conversa foi muito sincera e concordamos em contar para ele.

– Fico feliz em saber. E quando pretendem fazer isso¿

– Combinamos amanhã...e queria que você estivesse presente.

– Vou estar, mas vocês querem que eu adiante o assunto¿

– Não, só queremos que você esteja com ele quando contarmos.

Combinaram tudo e desligaram.

No dia seguinte Oliver falou para ela que a mãe havia chamado os dois para um jantar.

No dia seguinte Felicity estava uma pilha de nervos. Ela sabia que ele ficaria bravo e com certa razão. O problema é que poderia sobrar para ela.

No horário combinado eles foram para a mansão. Barbara e Richard já estava lá.

Oliver logo reconheceu a garota e olhou confuso para a mãe e para Felicity.

– O que significa isso¿

– Felicity, querida – Moira a olhou com receio no olhar – você pode levar o Richard para o quarto da Thea? Ela vai brincar com ele...

– Claro. Vamos Richard¿

Ele olhou para a mãe e esta fez sinal afirmativo com a cabeça.

– Tudo bem....como você se chama¿

Felicity sorriu, se abaixou para ficar da sua altura e respondeu:

– Felicity...

– Que bonito...seu cabelo é bonito!

Meu Deus!! Ela pensou, todas as mulheres vão ficar a seus pés!!

– Obrigada, meu amor! – Ela já estava apaixonada pelo pai e o filho já a tinha conquistado – vamos lá pra cima¿

– Sim – ele parou na frente do Oliver e pediu – Como é seu nome¿

Oliver olhou o menino e se viu nele.

– Me chamo Oliver...

Ele pareceu pensativo e pediu:

– Você também vem brincar¿

– Não, depois talvez...vou conversar com sua mãe agora.

– Está bem...

Ele deu a mão para Felicity e os dois subiram. Ele tagarelando e ela rezando para que tudo desse certo.

Oliver que estava observando Felicity subir com o menino, se virou para as duas mulheres e falou:

– Será que agora eu posso saber o que está acontecendo?

As duas se olharam e Moira pediu:

– Vamos esperar Felicity descer. Esse assunto é de interesse dela também.

Ela logo desceu. Estava muito apreensiva. Pela fisionomia do Oliver ele estava começando a entender sozinho a situação...

– E então? – com os braços cruzados ele esperava a explicação.

Moira começou:

– Você, claro, se lembra da Barbara – ele sinalizou um sim com a cabeça – na época que vocês tiveram o relacionamento e ela engravidou, você era muito diferente do que é hoje, como pessoa. – olhando para Barbara, ela continuou – ela também era imatura e estava contigo pelos motivos errados. Acredito que vocês tivessem continuado juntos seria por causa da criança, a Laurel teria terminado com você e haveria muito acusação e culpa no meio dos dois. Iria ser ruim para vocês e para a criança.

Oliver só escutava, seu rosto não demonstrava nenhum sentimento. Felicity estava com medo disso.

Moira continuou.

– Não quero que você pense que acho certo o que eu fiz, até porque hoje eu faria diferente. E talvez na época também tivesse outro meio. Mas o fiz está feito.

– E o que exatamente você fez, mãe?

Barbara que estava quieta até o momento falou:

– Ela me ofereceu dinheiro para sumir da tua vida. Dinheiro o suficiente para me manter até depois do nascimento do bebe. Eu aceitei porque realmente não acredita num final feliz para a gente. Eu nunca pensei em tirar a criança e não me arrependo. Ele é a melhor coisa da minha vida. Você pode me odiar o quanto quiser e até acho que tens o direto, mas peço que você o aceite...

Oliver estava com raiva. E não sabia o que pensar. Ele tinha um filho de sete anos...e nem sabia...

– Com que direito vocês tomaram essa decisão por mim? Era do meu filho que vocês estavam falando!!!

– Oliver! Pense um pouco....você lembra como você estava desesperado??? Você....

– Eu lembro e lembro também que a gente podia ter dado um jeito. Você deveria ter falado comigo antes mãe...eu perdi muita coisa da vida dele... – ele parecia triste no meio da raiva – Vocês simplesmente não tinham o direito!!!

E dizendo isso ele saiu da casa. Moira estava com lágrimas nos olhos e Barbara estava contida, provavelmente por já esperar uma reação dessas!

Felicity pediu desculpas e foi atrás dele. Ele a esperava no carro.

No caminho para a casa dela ele não falou uma palavra e ela achou melhor deixá-lo remoer o assunto.

Ao chegar ao apartamento ele foi para a sacada e ela foi fazer algo para os dois comerem. Não tinham chegado a jantar.

Ele ficou lá até a ela ir chamá-lo.

– Vem, Oliver...vamos comer algo.

Ele foi, em silencio.

Depois de um tempo ele disse:

– Elas não tinham o direito...

– Não, não tinham. Mas está feito. O que você vai fazer agora?

– Como você soube?

– Barbara me procurou primeiro. Pediu ajuda, pois não sabia o que fazer. Ela só não queria ver o menino sofrer com as provocações dos colegas.

– E você acreditou nela?

– Sim, mas só quando ela me mostrou uma foto dele....ele é a tua cara, amor....

Ele suspirou e ficou quieto novamente. Depois de terminar o jantar foram para a cave.

Capitulo 30

John percebeu o clima e enquanto ele se preparava para a ronda ele conversou com Felicity.

– Contaram para ele, então?

– Sim...

– E pelo jeito ele não recebeu muito bem a noticia.

– Você o conhece tão bem quanto eu. Realmente você achou que ele reagiria diferente?

– Não...e o que ele vai fazer?

– Não faço ideia.

Mudaram de assunto quando ele voltou e logo depois os dois homens saíram para a ronda.

Quando voltavam para casa ela resolveu tocar no assunto.

– Oliver?

– Eu já sei o que você vai me perguntar. Eu estou com muita raiva ainda. Sei que o menino não tem culpa, mas antes de qualquer coisa eu preciso assimilar tudo isso.

Ao chegar em casa ele foi para o banho e depois que ele saiu, ela foi. Quando saiu do banheiro ela o encontrou olhando para fora pela janela do quarto.

O abraçou pelas costas e encostou a cabeça nele.

– Você sabe que eu estou aqui por você, não sabe?

– Sei sim...e você sabe que é só por isso que eu estou me mantendo assim. Se não fosse por isso eu já teria feito besteira.

Ele o virou para si:

– Olha, eu sei que você vai fazer a coisa certa. E sei que você tem todo o direito de sentir raiva, de se sentir traído. Não sei o que eu faria numa situação dessas e nunca quero passar por isso. Mas o fato é que agora temos que pensar no Richard. Na escola as crianças estão o cercando de perguntas por que perceberam que ele é o único que não sabe quem é o pai. Eu sei o quanto as crianças podem ser cruéis quando querem.

Ele suspirou fundo.

– Ele está pedindo pelo pai...e a Barbara não sabe mais o que dizer. A desculpa de que o pai não pode estar com eles não está mais sendo o suficiente.

– Eu sei, mas é que por hora eu não consigo tomar uma atitude...e acho que é melhor. Não posso me aproximar dele me sentindo assim, ele vai perceber.

– Vai sim. Espere uns dias então. Eu ligo para a Barbara e peço para ela esperar uns dias. Ela não vai se negar. E depois vamos juntos conhecer ele, ok?

Oliver a abraçou...

– Obrigada! Não sei o que eu faria sem você – e a beijou e eles se amaram com todo ardor do momento.