Beacon People Story escrita por Guga673


Capítulo 10
Capítulo 10 - Pequeno caso de Agrabah




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Regina está analisando perplexa as pegadas dos cavalos que há no chão. Ela caminha lentamente ao longo da trilha pisando com seu pé dentro de cada marca.

— Hm. — Murmura Regina.

— Encontrou alguma coisa? — Pergunta Snow. Ela está impaciente andando logo atrás de Regina na esperança de encontrar algo também.

— Para nossa sorte sim. — Regina caminha alguns pequenos passos apressados até próximo de onde as pegadas somem. Ela se abaixa e apoia a mão no chão. — Eles não sumiram assim do nada. Eles utilizaram um portal. Feijõezinhos mágicos para ser exata.

Snow se abaixa também próximo de Regina e observa melhor.

— Parece que eles utilizaram mais de um. Veja como as pegadas formam duas filas. Acho que eram muitos cavalos para um portal só. Será?

Regina levanta-se e bate a palma de sua mão em sua roupa. Ela bufa como se quisesse desesperadamente sossego mas sempre tem algo no caminho. Um desafio, uma batalha, uma guerra.

Charming, Will e Hook estão ajudando os aldeões a colocarem as coisas caídas nos lugares delas, concertar o que foi quebrado e Will designou um dos guardas para que ouvisse e fizesse um levantamento de tudo o que foi roubado. Pelo tamanho da fila não era muita coisa, mas se somar com os estragos o valor subia.

Will caminhava a passos apertados quando dois aldeões o seguiram.

— Rei Will. Você sabe se esses ataques que aconteceram são passageiros? — Perguntou um deles.

— Rei Will, quais serão as medidas de segurança que você tomará?

Will continuava a caminhar apressadamente tentando se livrar da multidão.

— Rei Will, esses bandidos pagarão pelos seus crimes?

Will não conseguiu mais fugir. Ele parou de andar deixando que as pessoas acumularem ao seu redor. Will não queira demonstrar fraqueza mas sua expressão era a de que ele não tinha a menor noção do que estava acontecendo e de que não sabia o que fazer. Ele bufa e exclama para si mesmo:

— Bloody Hell.

Will fez como quem daria as respostas que os aldeões queriam depois de pensar um pouco mas Charming intervêm:

— Fiquem tranquilos pois não sabemos de nada sobre o que está acontecendo.

Os aldeões olharam com expressões preocupadas para Charming que percebeu que não foi a melhor estratégia dele. O pequeno grupo apenas murmurou algo, Charming se aproximou de Will e segurou seu ombro.

— O que eu quis dizer é que não temos noção ainda. Mas o Rei de vocês não enfrentará isto sozinho. Sem mais perguntas por agora.

— Obrigado, amigo. — Agradece Will estampando um sorriso no rosto. Charming sorri de volta.

— Vida longa ao Rei Will. — Exclama um dos aldeões e logo todos do pequeno grupo repetem em coro. Charming e Will seguem andando.

— Percebo que você entende melhor de toda essa coisa de governar. — Comenta sutilmente Will para Charming.

— Não que eu tenha muitas experiências. Mas você quer saber o segredo?

— Sim, claro. Qualquer coisa pode ajudar um ladrão como eu.

— Você tem que se colocar no lugar deles e ver o que eles precisam para que prosperem.

— Mas eu já faço isso. Porém às vezes eu sinto como se não fosse suficiente e parece que tudo começa a te sufocar.

— Exatamente. E você tem que continuar, não desistir pois eles precisam de você.

— Hm.

— Se não for o Rei deles para resolver os problemas, eles em conjunto se perderiam.

Alguns passos mais a frente Hook e Grumpy estavam sentados num tronco de madeira que estava caído, em frente a uma fogueira. Hook havia insistido para que todos fossem ali. Regina e Snow se aproximam da fogueira assim como Will e Charming.

— Como vamos descobrir algo sobre Jefferson ou sobre os 40 ladrões observando uma fogueira? — Questiona Regina aparentando cansaço.

— Shhh. Apenas observe Regina. — Respondeu Hook.

Regina se ajeita em outro tronco que ali estava. Todos observavam com atenção a fogueira até que uma centena de vaga-lumes saíram do fogo e voaram para longe. Will todo desajeitado tentava acompanhá-los com os olhos e nessa ele não viu que havia uma raposa em frente a fogueira. Will se assustou ao perceber que a raposa vestia uma camiseta e um óculos. A raposa pediu silêncio para Will e logo ele se desculpa. A raposa fica em pé sobre suas patas inferiores e começa a falar:

— Vou contar uma história para vocês. Proveniente de regiões não tão distantes do Reino de Agrabah, haviam certas vilas, onde todos eram felizes inclusive um jovem comerciante chamado Ali Babá. Ali certa vez estava em uma zona deserta ao sul de Agrabah, voltando de outra cidade que havia no entorno, quando percebeu uma movimentação estranha de cavalos indo em sua direção, e então instintivamente ele se escondeu atrás de uma árvore seca e se abaixa. Quando o barulho dos cavalos ficou mais forte, Ali verificou que eram os temíveis 40 ladrões e logo observou com bastante atenção todos eles. Um deles se aproximou de um paredão, na base de uma montanha, e disse uma frase mágica como “Abre-te Sésamo!” e as pedras rolaram abrindo uma passagem aonde todos os ladrões e seus cavalos entraram. Ali esperou por todos saírem de lá para que ele possa entrar e olhar a estranha caverna. Quando Ali conseguiu entrar usando a frase mágica ele encontrou imensos tesouros e riquezas que os ladrões guardavam para si. Mas Ali era um homem de bom coração então ele não tocou no tesouro até por que ele sabia que poderia ser perigoso. Então ele saiu da caverna, voltou às pressas para sua família e naquela noite ele confessou para o seu irmão mais velho, Kasim, sobre todos os tesouros que estavam guardados na caverna. Para o azar de Ali Babá, seu irmão era um tanto ganancioso e na mesma noite, Kasim foi até a caverna, usou as palavras mágicas para entrar e alguns minutos depois, enquanto Kasim colocava os tesouros em um carrinho, os 40 ladrões entraram na caverna e ao o verem, o mataram. Os ladrões não podiam deixar o corpo do lado de fora pois levantaria suspeitas, então decidiram deixá-lo dentro da caverna para que...

— Dona raposa mística. — Pigarreia Hook. — Será que você pode avançar mais para o final por favor?

— Ah Hook! — Exclama Snow. — A história estava legal até você interromper.

A raposa olha fixamente para Hook e dá de ombros.

— Bom se você quiser tanto assim que eu avance, aqui vai. Ali Babá foi atrás do irmão, tirou o seu corpo de lá depois que os ladrões haviam saído. Os ladrões procuraram pela cidade atrás do corpo e de quem ajudou a tirá-lo da caverna, coisas aconteceram, Ali deu um jeito, os ladrões foram presos e alguns morreram, Ali ficou com os tesouros e enriqueceu e fim da história.

Hook sorriu pela história acabar curtamente mas Snow não. Ela queria saber os detalhes de como Ali Babá enfrentou os ladrões para tentar pensar no que fazer. Agora era tarde. A raposa havia desaparecido.

— Pra onde ela foi? — Exclama Regina.

Grumpy balança a cabeça.

Charming pensativo percebe algo:

— Mas essa lenda eu já ouvi falar e até onde eu sei ela não é nada recente. Então não faz sentido serem os mesmos 40 ladrões originais. A não ser que sejam mortos-vivos.

— Provavelmente são 40 fãs da história que agora querem repeti-la. — Comenta Regina.

— Talvez... — Interfere Snow. — Se de alguma forma pudéssemos viajar para o reino de Agrabah e surpreendê-los com o elemento surpresa.

— Eu não tenho nenhum Bloody feijãozinho. — Comenta Hook.

— Eu acho que sei um amigo que possa nos ajudar mas precisamos ir até a toca dele. — Diz Will. — Mas pode ser uma longa jornada achá-lo.

Por um instante Hook e Will se encaram.

— Gostei do seu sotaque parceiro. — Diz Will para Hook.

— Eu diria o mesmo.

Os dois sorriram no mesmo momento e ficam sérios, sincronizadamente.

Will levanta-se do tronco e ajeita sua roupa.

— Vamos voltar para o castelo e partimos ao amanhecer. — Will caminhava na direção do seu cavalo até tropeçar em uma raiz e se desequilibrar. — Ele me deve uns favores de qualquer forma.

Naquela mesma noite quando todos já estavam dormindo, Snow percebe um barulho estranho no quarto dela e sua boca é tapada por uma mão. Snow entra em desespero no mesmo segundo mas era Regina e ela pedia para que Snow fizesse menos barulho. Regina fez um sinal para que Snow a acompanhasse para fora do quarto. As duas saem na ponta dos pés e Snow fecha a porta do quarto para que Charming não acordasse.

— Você é doida? Quer me matar de arritmia? Se for essa sua intenção então já arranque meu coração e o esmague. — Exclama Snow sussurrando.

— Menos drama, por favor. Preciso de sua ajuda.

Snow arregala os olhos. Ela não esperava que Regina fosse precisar de sua ajuda na calada da noite.

Por mais alguns corredores abaixo do castelo Snow corta o silêncio.

— Eu estou morrendo de sono. Precisamos fazer uma jornada que envolva algum flashback de nosso passado logo agora? Não pode esperar?

— Se este castelo alguma vez pertenceu à minha mãe... — Snow revira os olhos. — Então é capaz dela manter um cofre com as coisas dela. Precisamos achá-lo.

— Mas você está procurando alguma coisa específica lá?

— Talvez. — Regina ficou em silêncio para pensar um pouco. Ela apenas agiu partindo da ideia da existência de um cofre mas ela não pensou em nada além disso, tornando esta busca possivelmente inútil. — Se houver alguma coisa que possa nos levar para casa, vale a pena procurar. — Snow acena com a cabeça.

Após algumas escadas e corredores, Snow cambaleava de sono quando alguém aparece atrás delas surpreendendo-as.

— Vocês estão procurando por alguma coisa? — Pergunta Anastasia assustando Snow que se coloca em posição de defesa.

— Ah, nós estávamos... — Snow olha para Regina esperando que ela invente alguma boa desculpa.

— Eu estou atrás do cofre da minha mãe. Ela viveu aqui e eu acho que seus pertences mais valiosos podem nos dizer alguma coisa para deixarmos este lugar.

Snow e Regina ficaram com um certo receio de que Anastasia possa mandá-las para fora do castelo por estarem bisbilhotando. Em vez disto, Anastasia aponta para dois corredores atrás delas e diz:

— Vocês passaram reto então, por que é por ali.

Snow e Regina suspiram aliviadas elas não esperavam que Anastasia pudesse ajudá-las.

— Eu iria te contar isso Regina, mas não tive tempo. — Anastasia começa a falar e Snow mais uma vez desaprova a jornada que envolve flashbacks, tamanho o seu sono. — Eu e sua mãe por algum tempo tivemos um certo relacionamento onde ela me ensinou o pouco de magia que eu sei.

Anastasia cria uma bola de fogo com sua mão e a lança na direção de uma tocha na parede acendendo-a. Regina olha com curiosidade mas nada impressionada.

— Entretanto. — Continua Anastasia. — Minha magia não é nem um pouco poderosa. Algo em mim mudou e eu deixei de lado pois vi que não era importante. É aqui. — As três param em frente a uma porta larga e alta de madeira. — Então nunca consegui abrir esta sala. Eu suponho que por estar fortemente fechada por magia, alguma coisa importante tem aí dentro.

Regina ficou pensativa. Por todo esse tempo que sua mãe viveu aprisionada em Wonderland, achar alguém para passar sua magia possa ter suprido uma necessidade materna em Cora. Regina sente o peso do tempo que passou longe de sua mãe nessa época mas ela se lembra do que sua mãe a forçou a ser. Ela passa a mão pela porta e sente o tipo de magia utilizada.

— Você e nem ninguém conseguiria abrir isto. Foi lacrado com magia de sangue. E como sou a única filha dela... — Regina se afasta estica os braços na direção da porta e se concentra. — Só eu posso abrir.

Alguns estalos de fechaduras soam mas nada acontece além disto.

— Acho que tem que girar a maçaneta agora. — Diz Snow. Ela se aproxima da porta e tenta girar a maçaneta mas não consegue. — Ou não. Talvez essa seja a parte da magia de sangue.

Regina então se aproxima da maçaneta e gira. A porta se destrava mas Regina não empurra a fundo. Ela aperta a maçaneta contra sua mão, sente o frio do metal em sua pele, respira fundo, puxa a porta em vez de empurrar e solta a maçaneta.

— Regina? Você não vai abrir? — Pergunta Snow mas Regina não responde nada, ela apenas mantém um olhar fixo na porta.

— Eu não sei. — Diz Regina.

— Se você estava tão decidida a descobrir o que tinha aí, por que parar agora? Ainda mais que você me arrastou até aqui.

— Mas ela não precisa fazer isso se não quiser. Está tudo bem. — Diz Anastasia.

Regina solta um suspiro de coragem e abre a porta com tudo.


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Notas finais do capítulo

Para aqueles que gostam de flashbacks das histórias infantis ao longo de OUAT, tentei fazer algo parecido...



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