Back to Wonderland escrita por Clara Cavalcante


Capítulo 2
Preciso ir salvá-lo


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal!
Desculpa a demora!
Uma mudança nesse capítulo: o flashback a partir de agora será narrado pela Annya.
Falo com vocês lá embaixo :*



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Acordei com uma enorme dor de cabeça. Demorei para abrir os olhos, suspirei e olhei para o teto, eu não sabia onde estava, mas pelo cheiro percebi que se tratava de um hospital. Torci o nariz e alguém ao meu lado me chamou.

– Annya?! - reconheci a voz de Regina.

Devagar eu olhei para ela e sorri de lado. Eu pude ver a preocupação em seu olhar, o olhar de uma mãe preocupada. Acho que eu nunca tinha percebido esse olhar maternal dela por mim, apenas por Henry e talvez Roland, o filho de Robin.

– Graças a Deus, você está acordada. Fiquei muito preocupada. - ela disse e me abraçou.

– Há quanto tempo estou desacordada? - perguntei a ela.

– Desde ontem.

Arregalei os olhos surpresa e suspirei. Parecia que só tinha ficado desacordada por alguns minutos, poucas horas eu diria, mas não um dia inteiro. A porta se abriu e Emma entrou no quarto seguida de Henry. Ele não deveria estar na escola?

– Henry, o que faz aqui? - perguntou Regina.

– Vim ver a Annya, eu já sei de tudo. - disse Henry.

"Garoto esperto", pensei. Mas sei o que Regina quis dizer, eu também estava desconfortável com ele aqui e não queria que ele se metesse, muito menos que me visse tendo outro daqueles ataques por conta da dor no lugar de meu coração. Eu nem percebi, mas involuntariamente coloquei a mão em meu peito, fazendo os três me olharem. Então, Emma perguntou:

– Annya, por que tem tido essas dores e por que invadiu aquela casa?

#Flashback ON#

Emm e eu estávamos correndo na floresta, fugindo dos guardas da rainha de Copas. Não sei qual o problema daquela mulher e nem o que ela quer comigo, mas depois de tudo que Emm me disse sobre ela, tudo que eu quero é manter distância dela. Sei que ela usa magia e aprendi que magia, principalmente a magia negra, não é coisa com que se deva brincar. Nos escondemos em uma espécie de toca e respiramos fundo.

– Acho que os despistamos. - eu disse, tentando recuperar o meu fôlego.

– É, acho que sim. - ela disse.

Endireitei o meu corpo e foi o tempo de alguém segurar meus braços e posicionar uma faca em meu pescoço. No momento, fiquei um pouco apavorada pensando ser um dos guardas da rainha, mas pelo olhar de Emm, notei que não era.

– Quem são vocês? - perguntou o rapaz. - Trabalham para a rainha? Vieram me buscar? Ou trabalham para Jafar? Ou o cara de capuz negro?

Eu não sabia quem era Jafar, mas não gostei muito de ouvir esse nome e nem de saber que tinha um cara de capuz negro à solta por ai.

– Não trabalhamos para ninguém. - eu disse.

– Também estamos fugindo da rainha e não sabemos quem é Jafar ou...o homem de capuz negro. - disse Emm.

O rapaz hesitou por um momento, mas logo em seguida me soltou e eu me virei para finalmente ver seu rosto. Eu já havia passado umas semanas com Emm rodando por quase todo o País das Maravilhas e nunca o tinha visto. Ele tinha pele morena, cabelos castanhos e olhos castanho escuros, era mais alto que eu, devia ter uns 1,80 de altura, pouco mais alto que Emm, era forte e vestia uma calça larga nas laterais e um colete, deixando à mostra seu abdômen.

– Desculpe, eu não conheço muito bem este lugar e...depois de todos eles virem atrás de mim eu passei a desconfiar de qualquer um. - ele disse.

– E como vamos saber que não trabalha pra um deles? - perguntou Emm.

– Emm, se trabalhasse acho que não teria me soltado e já estaria nos levando para o palácio da rainha. - eu disse olhando para ela, que simplesmente respirou fundo e eu voltei a olhar o rapaz: - Como se chama e de onde vem?

– Eu me chamo Aladdin e venho de Agrabah. - ele disse.

– Já ouvi falar de Agrabah...mas nunca vi ninguém de lá por aqui. - disse Emm. - Eu sou Emily, sou daqui do País das Maravilhas.

– E eu sou Annya...ao que tudo indica sou da Floresta Encantada, perdi a memória então...não tenho certeza.

Ouvimos barulho de passos do lado de fora e nos escondemos dentro da toca para que os guardas não nos encontrassem.

#Flashback OFF#

Emma ainda aguardava minha resposta, respirei fundo e comecei a dizer:

– Acredito que tenho sentido essas dores por conta de uma ligação que Regina disse que eu tinha com alguém, um...amigo meu que conheci no País das Maravilhas, é como se alguém o estivesse torturando. Quanto à casa, eu estava atrás do sinalizador para chamar o Coelho para que ele possa me levar de volta pra lá...eu preciso salvá-lo. - olhei para ela.

Emma respirou fundo e olhou para Regina preocupada também. Olhei para Regina que parecia um pouco inquieta.

– Annya...enquanto você tava desacordada, você teve alguns...ataques cardíacos...não queremos que você vá, porque temos medo de você não resistir. - disse Regina ao encontrar o meu olhar.

Eu fiquei surpresa com a notícia. Olhei para Henry e ele parecia estar ciente do que acontecia, pelo visto tinha ficado muito tempo no hospital.

– E eu acho que encontrei o que você procurava. - Regina disse retirando um item de sua bolsa.

O item parecia com um chapéu coco como um enfeite para casa e cabia perfeitamente na mão de Regina. Eu sorri fraco ao observar o enfeite e o peguei. Ele era como um comunicador que o Coelho tinha entregado ao Valete para o caso de precisar voltar para o País das Maravilhas, mas algo me dizia que ele não o tinha usado.

– O que isso faz? - perguntou Henry.

– É um comunicador, para que eu possa falar com o Coelho. - respondi.

– E como sabia que estava naquela casa? - perguntou Emma.

– Porque quem morava naquela casa era o Valete de Copas. - sorri ao responder. - Ele me ajudou uma vez, assim como Alice e Cyrus.

– Alice?- perguntou Emma.

– Sim. - eu disse. - Alice, a mesma do conto "Alice no País das Maravilhas" que você já deve ter lido quando criança.

Voltei a olhar para o pequeno chapéu em minhas mãos, pensando em como usá-lo, nunca tinha chegado a ver realmente o objeto, mas já tinha ouvido falar dele. Eu precisava descobrir logo como usá-lo para voltar o mais rápido possível para o País das Maravilhas.

#Flashback ON#

Ficamos por mais o que pareceram horas dentro daquela toca. Ainda bem que Emm e eu tínhamos comida e demos um pouco a Aladdin, ele parecia não comer fazia muito tempo. Conhecemos cada vez mais nosso novo amigo. Combinamos de que íamos ajudá-lo a fugir dos soldados e de quem quer que estivesse atrás dele, já que ambas conhecíamos o País das Maravilhas.

– Annya, você não se lembra de nada do seu passado? - ele me perguntou.

– Não... - eu disse, tentando não deixar a tristeza aparecer em minha voz. - A única coisa que me lembro é de ter acordado na Floresta Encantada e vagado por lá sem rumo.

– Ah... - ele disse sem graça. - Bom, se eu puder fazer algo pra te ajudar a lembrar é só avisar.

Olhei para ele e ele abriu um sorriso. Eu logo devolvi o sorriso e voltei a olhar para baixo. Emm riu de nós e isso me deixou envergonhada. O que ela tava pensando? Que eu já tava caidinha por ele? Não sou tão fácil assim.

– Eu vou dar uma olhada em como está lá fora. - eu disse, me levantei e olhei para o Aladdin. - Vê se descansa um pouco.

Eu dei um sorriso e saí da toca, alerta a qualquer som. Fiquei um pouco afastada da toca, para que caso eu fosse pega, eles não soubessem da toca, mesmo ela ficando escondida, era bom se prevenir. Me sentei em uma pedra enorme e fiquei pensando sobre o que Aladdin me perguntou, eu queria tanto poder me lembrar de minha família, lembrar o que acontecera antes de acordar na Floresta Encantada. Emm era o mais próximo de família que eu tivera desde o ocorrido e algo me dizia que o nosso novo amigo seria importante para mim assim como ela é importante para mim.

#Flaskback OFF#

Enquanto eu ficava pensando sobre como fazer o pequeno chapéu funcionar, o Dr. Whale apareceu.

– E então, Senhorita Anastasia Romanoff... - ele começou.

– Por favor, me chame de Annya... - eu pedi.

– Ahm, ok, Annya...eu não sei ao certo o que você tem e que te faz ter esses desmaios, mas devido às suas duas paradas cardíacas...receio que deva ficar no hospital até descobrirmos o que você tem.

– O quê? Não, eu não posso ficar! O Al precisa de mim! - eu disse e olhei para Regina. - Regina, você sabe que eu preciso ir.

Regina suspirou como se não gostasse nem um pouco da ideia, mas ela sabia que era verdade e que eu precisava voltar para o País das Maravilhas. Ela sabe que o que eu estou passando envolve magia. Ela suspirou e olhou para o Dr. Whale.

– Dr. Whale, eu preciso que ela volte pra casa. - ela disse, fazendo com que Emma e Henry a olhassem surpresos.

– Regina, ela não está em condições... - ia começar o Dr. Whale, mas Regina o interrompeu.

– O que ela tem, Dr. Whale, não tem nada a ver com o que você pensa...tem a ver com magia.

Suspirei um pouco aliviada por ela estar me ajudando. Ele apenas assentiu, verificou as máquinas conectadas a mim e depois saiu para providenciar minha saída. Assim que ele saiu, Emma disse:

– Regina, você está louca? Ela não pode sair assim!

– Ela pode! Ela tem que voltar para o País das Maravilhas e salvar o amigo dela. O que está acontecendo com ela é o mesmo que aconteceria com seus pais se um deles estivesse sendo torturado. Ela possui apenas metade do coração dela. A outra está com esse amigo que ela fala. - respondeu Regina.

Eu estava tão surpresa quanto Emma e Henry. Regina parecera saber exatamente o que aconteceu e um vislumbre do que acontecera passou rapidamente pela minha cabeça. Fechei os olhos e ignorei as lembranças.

– Mas ela não pode ir sozinha para... - começou Henry.

– Ela não vai sozinha. - disse Regina. - Eu irei com ela.

#Flashback ON#

Continuei observando e vigiando a toca quando ouvi um barulho estranho. Olhei para o local de onde vinha o som, mas não havia nada. Mantive minha adaga em minhas mãos e fique alerta para qualquer som. Ao ouvi o som novamente me virei e pude ver alguém vestindo um capuz preto. Preparei minha adaga para se fosse preciso investir contra ele, mas não foi preciso, ele ficou apenas parado lá. Eu tinha a estranha sensação de que o conhecia e de repente um calafrio percorreu meu corpo.

Fechei os olhos e tive um vislumbre de estar correndo numa espécie de rio congelado e esse mesmo cara estava atrás de mim, quando estava me alcançou e me segurou pelo calcanhar, o gelo se partiu embaixo dele, ele perdeu o equilíbrio, eu o acertei no rosto com minha perna livre, ele caiu para debaixo do gelo e eu saí correndo junto de uma outra pessoa.

Abri os olhos novamente e ao olhar, o cara de capuz negro já não estava mais lá. Olhei em volta ainda em estado de alerta e acabei dando de cara com Emm e Aladdin vinha logo atrás dela. Respirei fundo e ela me observou.

– Que aconteceu, Annya? - ela perguntou. - Você está bem? Está pálida.

– Eu não sei... - eu disse olhando para ela. - Eu vi...o cara de capuz preto...ele estava ali - apontei. - mas ele não fez nada, apenas ficou me observando e então eu tive uma visão.

– Visão? - perguntou Aladdin. - Do futuro?

– Não. Visão do passado. - respirei fundo. - Do meu passado.

#Flashback OFF#

Olhei surpresa para Regina. Ela me olhou e deu um leve sorriso, mas eu sei que ela não deveria ir comigo. Seria muito arriscado.

– Regina, é melhor não vir comigo. Vai ser muito arriscado e... - comecei, mas ela me interrompeu.

– Eu vou com você e está decidido.

Suspirei. Sabia que não tinha como discutir com ela. Dr. Whale voltou e me liberou. Assim que me levantei, Regina moveu as mãos e quando menos esperei me vi vestindo roupas diferentes da camisola do hospital. Sorri e olhei pra ela que sorria. Emma ainda olhava pasma para Regina, suponho que ainda achava a ideia uma loucura.

– Eu quero ir com vocês para ajudar a Annya. - disse Henry.

Como que sincronizado, Regina e Emma olharam para ele e disseram uníssono:

– Não! É muito perigoso.

Precisei segurar a minha risada pela sincronia das duas. Henry cruzou os braços e olhou com raiva para as duas. Eu fui até ele e o chamei para me acompanhar até a saída. Ele assentiu e sai na frente andando com ele.

– Henry, por mim eu iria sozinha, sem a ajuda de sua mãe, Regina. Eu não quero que vocês vão porque será muito perigoso. Da última vez que ouvi falar no País das Maravilhas ouvi dizer sobre um monstro terrível que se alimenta do seu medo. É conhecido como Jaguadarte. E tem também a Rainha Vermelha, a Rainha de Copas, Jafar...são muitas pessoas que querem qualquer um que passar por lá mortos. - eu disse.

– Rainha de Copas está morta, é uma a menos. - disse Henry.

– Eu sei, Henry. - eu disse revirando os olhos. - Mas foi ela quem ensinou tudo que a Rainha Vermelha sabe. E você ouviu suas mães, você não deve ir. Preciso que fique aqui para me ajudar caso necessário. Afinal não podemos deixar que o vilão que mantém Al preso venha para Storybrooke, certo?

Ele suspirou depois de pensar um pouco assentiu. Ele sabia que não tinha como discutir comigo e ao mesmo tempo com suas duas mães. Logo Regina e Emma apareceram conversando, ao que parece Regina conseguira convencer Emma de que sua ideia de me acompanhar até o País das Maravilhas não era de tanto louca.

– Bom, Annya, agora temos que ir pra casa para ver do que iremos precisar e depois descobriremos como usar esse comunicador. - disse Regina apontando para o pequeno chapéu em minha mão.

Eu sorri e assim todos entramos no carro e seguimos até a casa de Regina.


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Notas finais do capítulo

Heey, gente!!
De novo, desculpa pela demora!
Estava sem tempo e tava um pouco sem ideias para esse capítulo!
Tá péssimo? Tá ruim? Pior coisa que já leram?
Comentem por favor, é muito importante pra mim os comentários!
E ai, agora descobriram quem são meus personagens principais? haha
Beijos e tentarei não demorar pro próximo! :*



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