– Até que enfim eu te achei! – Percy disse meio alto e bufando.

Levantei-me devagar e meus olhos se encontraram com o mar verde que eram os dele.

– Vamos sair daqui, te explico no caminho.

Enquanto andávamos, contei tudo que acontecera a ele: Luke, o General, os esqueletos e os gatinhos fofinhos. A única parte que omiti foi a que os esqueletos agora já eram familiarizados com o meu cheiro, e provavelmente me caçaria e a quem estivesse perto de mim até a morte. Achei que ele não ficaria muito feliz com essa notícia.

Chegamos ao Museu do Ar e Espaço. A parte principal era uma grande sala com foguetes e aviões pendurados no teto. Três níveis de balcões circundavam, então você podia olhar as exposições de todas as diferentes alturas. O lugar não estava lotado, somente algumas famílias e alguns grupos de crianças, provavelmente fazendo uma excursão escolar. Percy parecia procurar por alguém, e eu sabia muito bem quem era. Já eu estava preocupada com outra coisa: a qualquer momento, os caras esqueleto iriam invadir o museu, e eu não achava que eles se acalmariam para um áudio tour.

Percy correu sem controle em direção a Thalia, chocando contra a mesma e lançando-a contra a cápsula espacial de Apolo.

Enquanto Percy se recuperava, Grover soltou uma exclamação de surpresa, e Zoe preparou sua flecha, já mirando-a.

– Tu! Como te atreves a mostrar tua face aqui?

– Percy – Grover disse, aliviado. – Graças aos deuses! – Zoe o lançou um olhar mortal e, bem, digamos que eu teria ficado com medo de ter meu pé puxado de noite no lugar dele. – Quer dizer, hum, caramba, você não deveria estar aqui.

– Luke – foi a única coisa que ele conseguiu dizer. – Luke está aqui.

Thalia o encarou como se toda a sua raiva tivesse ido embora.

– Onde? – ela perguntou e eu segurei uma risada.

Percy pediu pra que eu contasse novamente toda a história do Museu de História Natural, e essa foi a primeira vez que eles pareceram me notar. Novamente eu ocultei a parte do cheiro, apesar de que uma hora eu sei que eles vão descobrir.

– O General está aqui? – o olhar de Zoe parecia distante e preocupado. – Isso é impossível! Tu mentes.

– Porque ela mentiria? – Percy se intrometeu porque ele é assim mesmo – Olha Zoe, não há tempo para discussões – ele continuou. – Guerreiros esqueletos...

– O que? Quantos? – essa foi a vez de Thalia falar.

– Doze – respondi. – E isso não é tudo, aquele cara, o General, disse que iria enviar algo pra nos distrair.

Todos me olharam pensativos e meio assustados, até mesmo Percy, já que eu havia esquecido de contar isso pra ele também.

– Nós estávamos seguindo o rastro de Ártemis – Grover disse. – Eu estava certo que trazia aqui. Algum odor monstruoso… Ela deve ter parado aqui procurando pelo monstro misterioso. Mas nós ainda não achamos nada.

– Não pode ser! – Zoe insistiu. – Bianca devia ter visto uma mensagem de Íris ou algo do tipo.

– Ilusões não quebram pisos de mármore – disse Percy se lembrando do meu relato.

Zoe respirou fundo.

– Se estais dizendo a verdade sobre os guerreiros esqueleto nós não temos tempo para discutir. Eles são os piores, os mais horríveis… Nós devemos ir agora.

Todos concordaram.

– Eu não estou incluindo a ti garoto. Tu não fazes parte dessa missão – não deveria, mas fiquei feliz por Zoe ter dito aquilo diretamente a Percy, é como se eu fosse da missão desde o princípio.

– Ei, eu estou tentando salvar as suas vidas!

– Você não devia ter vindo, Percy – Thalia começou. – Mas você está aqui agora. Vamos. Vamos voltar para o ônibus.

– Esta decisão não é tua!

– Você não é a chefe aqui, Zoe. Eu não ligo para o quão velha você é! Você ainda é uma pirralha convencida!

– Tu nunca tiveste sabedoria quando se tratava de garotos. Nunca pudestes deixá-los para trás.

Por um segundo achei que elas iriam começar a lutar, caçadora contra semideusa, no meio do museu, só que um barulho nos chamou a atenção antes que isso chegasse a acontecer. Um rugido.

Algumas pessoas começaram a gritar e a voz de uma criança ecoou:

– Gatinho!

Virei-me para ver se era um daqueles gatinhos maravilhosos do outro museu, mas esse não era tão fofinho ou nada inho. Era gigante, com garras prateadas e um pelo dourado brilhante.

– O leão da Nemeia – Thalia disse. – Não se mexam.