Capítulo 15: Beijo.

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Após aquele conflito todo entre Jack, Nathaniel e eu... cheguei em casa com uma baita dor de cabeça. Talvez também com os olhos bem inchados.

Dou um longo suspiro, parada em frente a porta de casa.

Certo... não sei se devo entrar. Bom, é claro que devo, mas não quero que me vejam assim. Ah, já sei... – Depois de pensar um pouco, vou até a porta dos fundos onde por sorte não há ninguém e a escada para o segundo andar é bem do lado.

Abri a porta lentamente, olhando para os lados procurando algum sinal de vida. Então, vendo que ninguém iria vir, corri escada à cima e entrei no meu quarto. Tranquei a porta e suspirei aliviada.

Estou cansada... por que eu fui com eles? Eu poderia ter simplesmente dito não. Eu sou uma idiota, apenas.

Me jogo na minha cama e fecho os olhos.

– Oee, Yuiiii!! – Ouço meu irmão Kouta me chamar do outro lado da porta – Por que entrou pela porta dos fundos? E além disso, por que a porta está trancada? – Ele tenta abrir, dando alguns empurrões e giros na maçaneta.

– Cale-se, isso não lhe interessa! Agora pode parar com esse barulho irritante? – Achei que ele estivesse no clube esquisito dele...

– Afe, estou tentando te ajudar, sua idiota.

Não respondo, espero ele sair. Ouço Kouta resmungar mais um pouco até ele ir embora. Finalmente paz... que saco, tenho que dar motivo para ele por acaso?

– Ei, pirralha.

Olho para trás e vejo aquela maldito cupido voando na minha janela. Dou um grito e pulo da minha cama.

– PUTA QUE O PARIU, O QUE CÊ TÁ FAZENDO AÍ?

– Céus, você é escandalosa... – Diz ela fazendo um careta e tampando os ouvidos com as mãos – Vim ver como está.

– Obrigada pela preocupação, agora me faz o favor de sair da minha janela? Além disso, você não deveria estar com o Kaoru?

– Não se preocupe com isso. – Disse ela entrando no meu quarto. Ok, eu disse pra ela sair da minha janela, mas não dei a liberdade de entrar no meu quarto e deitar na minha cama como se fosse a dona do pedaço – Sua cama é muito desconfortável... além de ser cheia de pelo. – Ela fez cara de nojo? Essa cupido maldita fez uma cara de nojo? EU VOU MATAR ESSA DESGRAÇADA! – Ah sim... se você não fizer algo o seu pretendente pode acabar com aquela pirralha e você irá ficar com um zé ninguém, acredite.

Olho para ela sem muito ânimo.

– Olha... Nathaniel pode ter um lago legal, mas não tira o fato e que no começo foi um completo babaca. Além disso, eu me sinto mal por ter falado várias coisas pelas costas dele... ainda mais pro cara que fica me bajulando. Sim, eu sou uma trouxa. Entretanto, se ele ficar com a Luma, não verei problema.

– Se você diz... tenha certeza de não se arrepender mais tarde.

– Não irei, Nathaniel já deve me odiar o suficiente.

– Hum... – Park se levanta da minha cama e se aproxima, me olhando fixamente em meus olhos – Ódio, talvez não seja essa palavra que você tenha de usar para descrever o que ele sente. Eu diria que ele está magoado. Sério, quem não ficaria? Ódio é a última coisa que se passa pela cabeça. Primeiro, ele vai ficar magoado. Segundo, ele vai tentar de várias maneiras tentar de perdoar e se você não for falar com ele... ele pode passar a te odiar. E a regra básica quando coisas assim acontecem. Você nem percebe.

– Certo, apesar de se denominar minha cupido, você não tem outras pessoas pra ficar de olho? Tipo o seu namorado, vulgo meu irmão idiota?

– Apenas estou te avisando, mas se quiser que eu mude de pretendente... dou uma semana para pensar. A propósito, sua cara está horrível. Parece um tribufu.

Dito aquilo, a fedelha saiu voando pela janela.

– Ora sua... VOLTA AQUI SUA CUPIDO DE SEGUNDA CATEGORIA! – Grito alto na janela, mostrando o dedo do meio.

Sério? Uma semana? Não posso responder agora?

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No dia seguinte, acordei com uma disposição que meu Deus... parecia que eu havia acabado de voltar da guerra e tinha de ser internada em um manicômio.

– MÃEEE! TEM UM TRIBUFU AQUI NA COZINHA! – Grita Yuuma.

– VAI SE FODER! – Dou um soco na cabeça dele.

– YUI! – Ai, puta que pariu, minha mãe apareceu – O que você disse pro seu irmão?

– MAS ELE ME CHAMOU DE TRIBUFU!

– Foda-se!

Sabe, se minha mãe deixasse, eu pegaria meu irmão e o mandaria pro quinto dos infernos. ELE E AQUELA CUPIDO QUE ME CHAMARAM DE TRIBUFU! MALDITOS!

– Agora peça desculpas ao seu irmão.

Olho para ele que sorria como um vitorioso. Vou pegar esse sorriso e quebrar todos esses dentes.

– D-desculpa...

– O que? Não ouvi.

– DESCULPA!

– Ótimo, agora se arruma que você tá meia hora atrasada pra escola.

– O QUE? E POR QUE NÃO ME ACORDOU?

– Não é minha obrigação.

Diz ela saindo da cozinha.

– Huuhuhu, tá fodida.

– Cala boca, projeto de verme. – Digo, roubando seu cereal.

– EEEI!

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Depois de me virar nos trinta segundos, eu corri que nem uma louca pela rua em direção a escola. Eu mal consegui tomar meu café da manhã sem ser importunada pelo Yuuma, depois só vesti a roupa e o cabelo ó... tá uma bosta.

Mesmo em sendo rápida, acabei chegando atrasada para a primeira aula. Por isso, tive de ficar de fora e só irei entrar na segunda. Então, decidi ir ao banheiro para dar continuação ao meu momento de "Se arrumar para ir à escola".

Porém, assim que ia em direção ao banheiro. Avistei Luma e Nathaniel.

Hora de se esconder. – Olho para os lados e merda... NÃO HÁ UMA SALA DE QUÍMICA NESSAS HORAS? POR QUE SENHOR? POR QUÊ?

Então, antes que eles pudessem me ver, virei de costas e continuei a andar. Acho que o banheiro pode esperar.

– YUUUIIII!

– Steph! Idiota, não grite no corredor! E pare de correr ou você vai–

Antes que eu pudesse terminar de falar, Stephanie que corria com vários papéis em mãos, tropeçou no próprio pé e tentou se manter em pé, mas ela acabou derrubando as folhas e assim que foi pisar para manter o equilíbrio, escorreu na folha. A idiota aqui foi tentar ajudar, mas não vi que a garota ia cair em cima de mim. Alguns professores olharam para nós para saber o que havia acontecido, nada demais.

– Ai... – Me levanto e olho para a Stephanie furiosamente – SUA IDIOTA! POR QUE ESTAVA CORRENDO?

– Ué, porque eu vi você.

– Nossa, que motivo em...

– É claro! Se você fosse você, não faria o mesmo?

– Você iria correr antes.

Vejo Nathaniel e Luma passarem. Olho para ambos, mas nenhum dos dois olha para mim. É, eu mereço.

– Por que chegou atrasada? – Pergunta Stephanie juntando as folhas.

– Acabei dormindo demais e depois minha mãe também não me acordou e ela me deu um sermão por ter xingado meu irmão. – Começo a ajuda-la – O que diabos você fez no cabelo?

– Ah, eu descolori ele... o que achou dele branco?

– Sei lá... sua pele já é branca, agora com o cabelo desse jeito... – Olho para ela mais um pouco – Bom, mas acho que fica melhor do que aquele azul.

– Sério? Obrigada!! Bom, obrigada por me ajudar a juntar as folhas, agora tenho que ir para a sala dos professores e advinha? O professor representante da nossa turma usa óculos!! Aquelas armações quadradas e de duas cores, pretor por fora e bordô por dentro... aaah... combinou tanto com aqueles olhos verdes...

– Vá logo, eu preciso ir no banheiro.

– Certo, certo. Até depois!

Assim que nos despedimos, continuo o caminho contrário do banheiro. Acho que eu sobrevivo com esse cabelo deplorável. Então, resolvi ir ao pátio e enquanto descias as escadas. Vejo Nathaniel e Luma... se... beijando?

Nathaniel se separa imediatamente assim que me vê, parecia surpreso e Luma, estava com o rosto virado. Provavelmente com raiva que os interrompi.

Não disse nada. Passei por eles e continuei meu caminho.

Droga... me sinto mal. Eu não queria ter visto aquilo. Céus, está muito quente.

– Yui?

Olho para frente um pouco atordoada, essa voz...

– Lys?

Depois daquilo ficou tudo escuro.