"And all I've seen since eighteen hours ago
Is green eyes and freckles and your smile"

–Então vocês se beijaram?

Era hora do almoço, eu e as meninas estávamos no pátio conversando.

–Sim Oli, nos beijamos.

–Na boca?

–Não Summer, no pé.

–Ai, desculpa, era só pra confirmar!

Eu tinha contado para as meninas do acontecimento, não conseguiria guardar segredo por muito tempo, já que Thomas não parava de me olhar...como posso dizer? De um jeito meio estranho...

–Ei Olive, olha quem ‘tá vindo aí, seu namorado!

–Ele não é meu namorado! Que coisa Summer, eu já disse!

–Oi meninas- Matt nos cumprimentou. Pelo menos ele, né? –Oli, eu hum...- ele coçava a nuca, parecia envergonhado- Será que eu podia falar com você?

–Pode falar.

–Sozinhos.

–Se tiver que falar alguma coisa tem que ser na nossa frente- Summer interviu.

–Mas é que...

–Mas nada, ou fala ou vai embora!

–Tudo bem- ele respirou fundo- Então Oli...eu queria saber se...- AI MEU DEUS! –Você gostaria de sair essa semana, hum...comigo.

Olive parecia pronta pra pular nos braços dele a qualquer momento, mas se conteve.

–Eu adoraria.

–Sério? –ele parecia aliviado- Sábado ás três?

–Pode ser.

–Tudo bem então...tchau!

–Tchau.

Ele se foi embora deixando uma Olive boquiaberta e uma Summer com cara de missão cumprida.

–Até que enfim ele tomou coragem, por Deus!

–Por favor me diga que você não se meteu no que não deveria...

–É claro que eu me meti...mas bem que você gostou, não foi?

–É claro que eu gostei...obrigada amiga.

–Eu sei, eu sei...sou demais...

–Convencida...

–Então combinamos de ir à sua casa depois do almoço pra te arrumar? –Amber perguntou.

–Eu consigo me arrumar sozinha- Oli se pronunciou.

–Não, você não consegue. E eu quero que você abale as estruturas do Matt nesse sábado.

–Ok, ok, eu deixo, mas só dessa vez, entendido?

–Você é quem manda.

–-----

Sábado. 2:00 p.m.

Hoje era o ‘grande dia’, Olive experimentava roupas e mais roupas...mas não achava nenhuma que a agrada-se (leia-se ‘agrada-se Aby’)

–E essa? –Summer apontou uma saia preta, colada, e uma blusa branca com transparência.

–Você só pode estar brincando comigo...- Oli reclamava. Ela tinha acabado de tomar banho e estava com um roupão e uma toalha na cabeça.

–E essa? –Meg opinava.

–Nunca.

–Sabe Aby, eu realmente acho que eu é quem deveria escolher a minha própria roupa...

–Sem chance...

–Ei, que tal essa daqui– eu havia achado uma saia floral rodada e uma blusa rosa, eu tinha achado lindo. Mas precisava da aprovação da ‘chefa’.

–Hum...você poderia colocar um cinto- ela analisava a roupa-...e uma sapatilha preta, uma bolsinha. Poderíamos prender parte do seu cabelo e PRONTO! –ela gritou, nos dando um susto.

–Então acabamos?

–Só achamos uma roupa, minha cara Olive, ainda faltam seu cabelo e a maquiagem...

–Ah não...

2:50 p.m.

–É isso aí! Terminamos! –Aby exclamava.

–Graças a Deus! Eu não aguentava mais!

Olive estava linda. Deixamos seu cabelo, loiro, como sempre liso, mas com alguns cachos nas pontas. A maquiagem estava leve, realçando a beleza natural...linda.

–Agora pega a bolsa e nós vamos lá embaixo espera-lo.

–Tudo bem...

3:07 p.m.

–Ele está atrasado.

–São só sete minutos! Fica calma...- eu tentava acalma-la, em vão.

Algum tempo depois ouvimos a campainha tocar.

–Eu atendo! –Aby correu para a porta- Matt, pensamos que não viria mais!

–É que o trânsito estava uma droga- se justificou- Desculpa.

–Não foi nada não...

–É...acho melhor irmos...vamos? –Oli o apressou.

–Claro...- ele a viu por inteiro e arregalou os olhos- Você está...linda!

–Ah- ela corou- Obrigado, você também.

–--

(Uma semana depois...)

As provas iriam começar daqui a uma semana. A primeira iria ser de geografia...então era moleza, mas parecia que as outras pessoas não achavam o mesmo, já que minhas aulas eram muito mais procuradas agora. Eu estava fazendo sucesso!

Ah, já ia me esquecendo! Olive não quis contar como foi o encontro, aquela chata, mas pelo jeito foi bom, já que ela e o Matt não se desgrudam mais. Uma nojeira, na minha opinião.

Nesse momento estou com o livro de física aberto, mas não estudando nada, já que estou com fones de ouvido, ouvindo música no último volume e pensando na vida (N/A: Entendam isso como ‘Pensando no Thomas’, ok?)

–Charlie- Thomas me despertou do transe, nós não nos falávamos direito desde aquele dia, o que eu achei ruim, já que não parava de pensar nele (N/A: Não disse?) - Eu estava pensando...as provas estão chegando e...vai ter prova de química também- não me diga...- Será que nós não poderíamos recomeçar a estudar?

Pensei sobre o assunto. Não era uma má ideia, eu pelo menos iria tira-lo da cabeça (eu acho, né?)

–Tudo bem...- fechei o livro- Senta aí- ele se sentou- Mas só uma coisa: Prometa que não vai mais me beijar.

Ele deu risada

–Vou tentar.

–E que- eu não podia perder essa chance- Você não vai se apaixonar por mim.

(N/A: Se você não entendeu a referência, assista o filme “Um Amor pra Recordar”, obrigado, de nada)

–Por que eu me apaixonaria por você? –ele perguntou intrigado.

–Porque eu tenho uma beleza singular, ok?

–Uii, ok!

–Agora vamos, porque eu não tenho todo o tempo do mundo, meu filho!

–Eu não sou seu filho.

–Cala a boca e vai buscar seu livro!

Ele saiu do quarto e me deixou sozinha pensando em como era bom conversar (leia-se brigar) com Thomas, ele me passava uma sensação de proteção que só Henry me dava. Era bom. Eu tinha com quem contar.

–Pronto! Agora você precisa me ensinar a...- ele foi interrompido pelo toque do meu celular.

–Espera um pouco- vi na tela que era meu irmão- Desculpe, eu tenho que atender.

–Por favor me diga que não é o Ethan!

–É o meu irmão...- expliquei.

–Então ‘tá bom.

–Alô?

–Charlie, sou eu.

–Eu sei que é você.

–Ah...oi! Tudo bem por aí?

–Tudo ótimo, e por aí?

–Poderia ficar melhor, mas...

–Ué, o que aconteceu?

–Foi por isso mesmo que eu liguei. Eu preciso de ajuda, da sua ajuda.

–Tudo bem. O que aconteceu?

–Você ‘tá ocupada?

–Não, não ‘tô fazendo nada.

–Claro que você ‘tá! –Thomas gritou.

–Quem é esse? Ouço voz de garoto!

–É só o Thomas...

–Só?

–Só? –os dois falaram ao mesmo tempo.

–Sim, só! E você- apontei pro individuo sentado na minha cama- Cala a boca e espera um pouco- ele ergueu as mãos em sinal de rendição- Agora o Henry pode me contar toda a história...

–Como eu ia dizendo...eu preciso da sua ajuda porquê...eu e a Rebecca meio que brigamos.

–Brigaram? Como assim brigaram? Mas já?

–Deixa eu terminar, filha de Deus! Bom, eu como o bom namorado que eu sou...

–Vai nessa...- o interrompi.

–Eu sou um bom namorado, ok? Mas continuando...eu fui busca-la na escola pra podermos sair juntos. E o que eu vejo?

–O que você vê?

–Ela e um garoto conversando e rindo juntos!

–Wow, ela está traindo você completamente com esse cara! –ironizei.

–Cala a boca Charlie, não vê que o assunto é sério?

–Quem era o garoto?

–Um tal de Tomy...Bobby...Carlos...sei lá! –meu irmão é ótimo em guardar nomes, dá pra perceber.

–Certo, e o que ela disse?

–Ela disse que eles “Estão fazendo um trabalho juntos” e não sei mais o que, e ainda disse que se fosse pra eu ser um idiota ciumento nós não deveríamos mais ficar juntos.

–É fácil. Você só precisa pedir desculpa e dizer que vai se esforçar pra não ser mais um ‘idiota ciumento’ e logo depois pega ela e dá o maior beijão, estilo filme romântico! Ela vai te perdoar.

–Não pode ser tão fácil assim...

–Mas é, pode apostar!

–Hum...tudo bem então. Te ligo semana que vem?

–Claro. A qualquer hora.

Desligamos e só então fui perceber que Thomas havia se levantado e ido até o meu mural de fotos (sim, eu tenho um mural de fotos no meu quarto, problema?).

–O que ele queria?

–Seu curioso...ele brigou com a namorada e queria minha ajuda.

–Virou conselheira amorosa agora?

–É mais um dos meus talentos...

Ficamos em silêncio até ele apontar uma foto minha com meu irmão e Becca.

–Você consegue ver o jeito que eles se olham...

Prestei atenção só nos dois e pude perceber que eles se olhavam de um jeito diferente...pareciam...Apaixonados?

–Como eu sou burra! Como nunca pude entender o que acontecia bem debaixo do meu nariz por tanto tempo e você, só de olhar uma foto, consegue entender tudo?

–É mais um dos meus talentos.

–Você não tem muitos, não é?

–Se você contar “Ótimo Beijador” já são dois.

–Você não beija tão bem assim...

–Ah não? –ele parecia ofendido.

–Não mesmo!

–Mas nós nos beijamos por, tipo, cinco segundos...não tem como você ter uma ideia formada sobre a minha boca na sua.

–E como você quer que eu tenha uma “ideia formada sobre a minha boca na sua”?

–Desse jeito...- foram instantes pra mim sair de onde eu estava e ser puxada por Thomas, que agora segurava minha cintura com uma mão e passava a outra na minha bochecha. Eu já imaginava o que estava prestes a acontecer.

–Você prometeu...

–Promessas foram feitas pra serem quebradas...

E me deu um beijo ‘estilo filme romântico’.