Para o Meu Amor, Emmett escrita por thysss


Capítulo 100
Capítulo 100




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Diferente do que eu imaginava – ou queria imaginar – a ameaça sobre a Guerra Civil continuou nos meses seguintes, repleta de avanços e recuadas, e devastando parte do que chamavam de fronteira entre o sul e o norte dos Estados Unidos da América. E cada noite, como nesse momento, eu voltava a sentir meu coração batendo a partir do momento que entrava em casa e Rosalie vinha me abraçar, durante o tempo que passava com meu filho e acariciando o ventre inchado de Rosalie, até a hora em que estávamos na cama só nós dois. Mas como sempre, o sol volta a nascer e trazendo meu medo de volta, medo que se tornava cada dia maior.

            Como uma cidade pequena e do interior de um estado não visado, porque milagrosamente Indiana não estava se metendo nos confrontos, tínhamos a nossa favor o ponto de que talvez não fossemos requeridos, mas enquanto mais nós – os possíveis soldados – pedíamos e rezávamos para permanecer em Rochester, parecia que mais meu pai desejava exibir seus soldados de ferro, como ele costumava chamar em raras ocasiões em que exibicionismo era necessário, frente a Guerra Civil Americana.

            De qualquer modo, maneei a cabeça prometendo novamente a mim mesmo que quando estivesse em casa nada disso me incomodaria, como dias atrás, novamente eu queria voltar a estar apenas com a minha mulher e com o meu filho, aguardando e curtindo a chegada do próximo bebê.

            Por falar nisso, Rosalie já alcançava o sexto mês de gestação e estava com uma barriga maior que quando estivera grávida de Victor, mas eu ainda a achava linda, e toda noite quando conversávamos com o bebê vendo-o se mexer na barriga dela, eu a achava ainda mais maravilhosa.

            Victor já havia feito dois anos, e estávamos em êxtase com tudo que se passava em nossa vida naquele momento, ele estava ficando cada vez mais esperto e mais falante, usufruindo de um idioma que muitas vezes não entendíamos, mas que ainda assim era encantador. Foi assim que fomos aprendendo os códigos para os objetos, e Rosalie entrava em êxtase cada vez que Victor criava um novo.

            Apesar de tudo, eu me sentia bem porque eles me faziam felizes, e todas as noites quando chegava e via os dois me esperando era como um lembrete de que eu tinha um motivo ainda mais forte para seguir em frente, e de que se eu tivesse de ir para a guerra, eu tinha um motivo enorme para voltar para casa.

            Uma noite dessas eu havia prometido a Rosalie que sempre estaria presente ao lado dela, e que criaria meus filhos da forma como ela havia sido criada pelo pai, com muito amor e dedicação – o que eu não podia dizer ter recebido do meu pai. Então eu tinha que cumprir a minha promessa, e agora todas as vezes que Rose me via cabisbaixo ou que ouvíamos algo sobre a Guerra Civil, ela pegava minha mão e colocava sobre seu ventre, lembrando-me da promessa que eu havia feito.

            E eu não poderia decepcionar você.

            Naquela noite não foi diferente, estando a família dela em nossa casa para jantar em uma sexta feira, Rosalie estava radiante sentindo os movimentos mais intensos do bebê – porque antes ela dizia que era apenas ondulações, mas agora ela afirmava sentir como ele chutava – e ela adorava isso. Lembro-me bem da primeira vez que Victor havia mexido, o êxtase em nossos rostos, e com esse bebê não era diferente.

            Anne sempre querendo ficar próxima de Rose, puxou sua cadeira – com o auxilio de seu pai – e ficou entre Rose e eu, sempre passando a mão na barriga da irmã querendo que o bebê movesse. E para nos surpreender, Victor não parecia nem um pouco enciumado com a aproximação de sua “tia”, pelo contrário, parecia alheio a tudo sentado no colo da avó que lhe dava uma sopinha.

            Olhei para Rosalie, que me olhou de volta e apontei para nosso filho, ela apenas riu e eu sabia o que ela queria dizer. Rosalie há alguns dias já havia me dito que Victor era tão igual a mim que sua vontade de ter um irmão não deixava o ciúme florescer, e eu não podia argumentar com isso nem saber se era certo, afinal eu nunca havia tido um irmão. Eu só dizia a ela que então ele não havia puxado mesmo a família Hale, porque Rosalie quando sua irmã nasceu havia inclusive querido não voltar para casa. Jogando a cabeça para trás ao dar uma de suas gostosas gargalhadas, nós ficamos relembrando aquela época.

            - Eu quero mais – a voz infantil de Anne me trouxe de volta de meus pensamentos, e continuei sorrindo a minha família. Só faltava minha mãe estar presente, então tudo estaria completo.

             Atenciosa como era, Rosalie continuou ajudando a irmã e sempre sorria, o que me fazia sorrir também. Mandei um beijo para ela, e ela retribuiu logo voltando a prestar atenção em Anne, que voltava a brincar com sua barriga enquanto Rose cortava um pedaço de carne.

            - Anne sossegue – a mãe de Rosalie disse querendo rir, enquanto a pequena Anne só olhava de volta para mãe, com aquele par de olhos tão expressivos quanto os de Rose, certamente pensando em algum argumento que faria todos baixarem as defesas.

            - Eu só estou cuidando do bebê – ela respondeu piscando três vezes e bem rapidinho, o que fez sua mãe suspirar enquanto um sorriso banguela se abria nos lábios da pequena.

            - Mas Rose quer comer, e você também que comer – disse a senhora Hale querendo se manter firme ante o doce rosto de sua caçula.

            - Mas... – a pequena tentou negociar.

            - Anne – e não havia mais papo.

            Com um sorriso eu observava o jeitinho de Anne, apesar de ser mais terna do que Rosalie nessa idade, elas eram tão parecidas que me deixava encantado, e só me fazia lamentar pelo homem que Anne resolvesse conquistar, porque ela certamente conseguiria levá-lo pelo dedinho assim como Rose fazia comigo. Maneei a cabeça pensando pela primeira vez no sexo do bebê que viria, se fosse uma menina seria tão parecia com Rose quanto Victor era comigo? Se fosse eu teria de me preparar, porque desde pequena ela não havia sido tão dócil, e eu não sabia o que esperar.

            O que era um dos pontos mais fascinantes em Rosalie, ela sempre tinha o dom de me surpreender.

            Maneei outra vez a cabeça, negando quando Rose me olhou com o cenho franzido, como se eu estivesse pensando em algo ruim ou algo estivesse errado. Voltei a sorrir vendo como ela também não perdia a mania de estar sempre acariciando o ventre, e tive vontade de fazer o mesmo, mas com Anne entre nós dois se tornava difícil. Ela deu de ombros entendendo a minha vontade e voltou a jantar, porque não havia nada a ser feito.

            Dei de ombros também voltando a comer, mas em minha mente estava essa ligação que havia entre Rosalie e eu, esse modo como eu podia entender o que ela estava pensando apenas olhando-a, e como suas perguntas estavam sempre expostas em seu rosto e só eu parecia percebê-las.

            Esse era o tipo de conexão que eu não queria perder nunca. E duvidava mesmo que fosse possível de ser desfeita, porque havia algo entre nós querida, sempre houve, que não há como explicar.

 


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Notas finais do capítulo

n/a: chegamos ao capítulo 100! uau. pra ver como eu enrolo 'hihi
primeiro, bem vindas leitoras novas! não se acanhem e comentem sempre viu?

e em segundo lugar, uma das minhas queridas leitoras, a Puro_Sangue, está postando aqui no nyah mesmo uma fic, que são com vários pensamentos e poesias, e o capítulo 9 (a oração de um pai) foi inspirada nessa fic -queluxo!- então meninas não deixem de conferir
http://fanfiction.nyah.com.br/viewstory.php?sid=76675

espero que gostem desse capítulo!
o próximo é um dos que eu mais gosto, e vai ter música, então já certifiquem que as caixinhas de som estão funcionando

não esqueçam os reviews!
beijos e até o próximo.