17° Desafio Sherlolly - O Melhor Amigo da Noiva escrita por Raura


Capítulo 5
Infiltrado


Notas iniciais do capítulo

Era pra eu ter postado antes, porém resolvi por em prática umas ideias minhas e acabei levando mais tempo que calculei para terminá-las...
quem quiser música enquanto lê ~> http://som13.com.br/filmes/battle-without-honor-or-humanity-tomoyasu-hotei ~ https://www.youtube.com/watch?v=q_rmblX-xF0

Boa leitura!



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Sherlock levou Tom ao ginásio onde treinava boxe com os amigos, estava se preparando para começar a socar um dos sacos de areia, John e o amigo envolviam as mãos e punhos nas ataduras.

— Você convidou esse cara para treinar com a gente?! – o amigo não entendia o que o outro fazia ali.

— É... assim aproveito para saber seus pontos fortes e fracos – colocou as luvas e bateu uma na outra.

— Perdeu o dom da dedução Sherlock?

— Não, mas vou adorar vê-lo com um olho roxo – sorriu com o que tinha planejado.

— Vai lutar com ele?

— Não... Anderson vai.

— Vai é? – olharam na direção onde Tom, Lestrade e Anderson estavam sentados.

— Já praticou boxe alguma vez na vida Tom? – disse alto o suficiente para que o outro ouvisse.

— Na faculdade, por que?

— Estava discutindo com John, ele acha que Anderson venceria você fácil, já eu penso o contrário, acho que você daria uma surra no Anderson...

— O que acha de três rounds? – desafiou, Anderson faria de tudo para provar que Sherlock estava errado.

Tom não viu problemas em aceitar lutar contra o amigo de Sherlock, os dois se prepararam e começaram a disputa. Anderson de esquivava dos golpes de Tom e permaneceu a maior parte do tempo em guarda quando notou que ele era bom, ele sempre bloqueava os golpes que dava, acabou nocauteado três vezes.

— Foi uma boa luta – Lestrade comentou enquanto iam pro vestiário.

— A gente devia armar pra esse cara – sugeriu John na saída do ginásio.

— Tom não vai deixar barato – Sherlock não estava contente por Anderson ter perdido.

— Ele joga baixo, detona ele oras!

— Como assim joga baixo?

— Essa coisa toda com a Molly, ajudá-la em uma tempestade, dar uma de príncipe encantado, fazê-la se apaixonar...

— Okay, ele joga baixo – admitiu.

No outro dia Sherlock acompanhou os noivos ao aeroporto, Tom precisava voltar para Los Angeles, a única coisa que o fez suportar toda a cena melosa que o casal fazia, era saber que não teria que dividir a companhia da amiga com ninguém.

Aquilo que presenciava não era um beijo, aquilo mais parecia uma competição para ver quem engolia quem, ou quem suportasse mais tempo ficar sem respirar, o que viesse primeiro.

— Obrigado Sherlock! – Tom agradeceu quando finalmente deixou que Molly respirasse.

— Bye, boa viagem – Mala sem alça pensou, acenou para ele, viu-o puxar Molly para mais outro 'beijo' e grude completou mentalmente.

A amiga veio toda boba sorrindo na sua direção, iriam falar com o reverendo que casou os pais de Molly, ele iria até Los Angeles para o casamento, conseguiu um táxi para irem enquanto ela se recompunha.

— Obrigada por me acompanhar Sherlock, Tom precisou voltar para conversar com o conselho – andavam pelo jardim até a entrada da igreja.

— Conselho?!

— É, a família dele tem toda uma tradição, sabia ele descende de um duque?

— Um duque?! – o filha da mãe descendia de um duque!

— É.

Ótimo, mais essa ainda pensou antes de entrarem.

— Reverendo Charles!

— Molly querida! – se abraçaram após o cumprimento — Então este é o jovem sortudo que vai ser casar com a bela Molly? – perguntou referindo-se a Sherlock.

— Não, não é com ele que vou me casar, esse é Sherlock, a minha madrinha.

— É a madrinha?

— É.

Sherlock sabia que ele ia comentar algo, mas pela expressão que fez o que quer que o reverendo pretendesse dizer, preferiu guardar para si.

Sentaram-se em uma mesa para tomar chá enquanto continuavam a conversa.

— Então, vamos falar sobre o casamento, preciso de alguns detalhes sobre você e...

— Tom.

— Preciso de detalhes sobre você e Tom para a cerimônia.

— Sim, mas tudo aconteceu muito rápido...

— Eu sei, mas quero saber alguns detalhes, conte tudo Molly.

— Molly, você precisa abrir o coração para os votos e contar para o reverendo Charles tudo que sabe sobre Tom, tudo que ama nele – Sherlock incentivou-a, quem sabe assim ela não percebe que não o conhecia tão bem assim.

— Tá.

— E não só as características óbvias não, aquelas que são única do Tom.

— Uhum.

— Coisas que fazem você rir e dizer: 'É a cara do Tom!'

— Okay.

— O Senhor podia enfatizar a histórias dos dois – Sherlock sugeriu a Charles.

— É claro.

— Podemos falar de amor à primeira vista...

— Isso sempre agrada o público, Molly, pense melhor, me conte mais sobre ele, o que sente por ele... Onde se conheceram?

— Los Angeles.

— Mr Darcy – Sherlock disse de repente atraindo a atenção deles — Seu primeiro verão após se mudar para Londres, você estava namorando um cara que morava em Liverpool, ele te convidou para morar com ele e estava insegura, foi nessa época que descobriu Jane Austen, você ficou obcecada com a essência desse personagem...

— Não acredito que lembra disso ainda – Molly não acreditava que ele ainda se lembrava, encarava o amigo incrédula.

— Eu também me lembro que você surtou por ter ficado mais apaixonada pelo personagem do livro que pelo cara de Liverpool, aí pensou se um dia encontraria alguém que a fizesse se sentir tão apaixonada quanto por aquela obra literária.

— Isso é bom – comentou o reverendo — Jane Austen – anotou num bloco de notas — Agora sei porque ela o escolheu como madrinha – disse a Sherlock.

– - - - - - -

A noite John, Anderson e Lestrade subiam as escadas e entravam no apartamento de Sherlock, viram o amigo sentado de pernas cruzadas no chão rodeado por laços, fitas e cestas.

— Mas o que é isso tudo? – Anderson perguntou erguendo um laço cor de rosa.

— O chá da Molly é amanhã – explicou Sherlock terminando de fazer mais um laço.

— A gente não ia jogar? – John remexia nas coisas que iam dentro das cestas.

— A gente não vai a lugar nenhum enquanto não terminar essas cestas.

— Minha mulher tem um desses aqui – Lestrade colocou uma das máscaras de dormir e tateou o ar.

— Isso não é pra brincar Lestrade, é pra vocês me ajudarem.

— Não estou a fim de brincar de cestinhas, quero pôquer! – Anderson cruzou os braços.

Passaram a noite do pôquer arrumando as cestas para o chá de panelas de Molly, Anderson ficou, mas não ajudou, balançava a cabeça quando olhava para os amigos.

— Anderson, vem ajudar a gente com as fitinhas – John o chamou.

— Eu tô sentindo minha masculinidade morrendo dentro de mim sabiam?

— Cala essa boca e pega uma cesta – Sherlock jogou uma cesta na direção dele.

— Querem saber? Vou para um clube de strippers e depois arranjar uma briga – pegou seu casaco e encaminhou-se para porta — Me liga quando voltar a ser macho, Sherlock!

— Pode deixar Anderson.

— Fazer cestas para chá de panela eu pulo.

— Alguém tá com medo do seu lado feminino – John provou, não viu o gesto obsceno que ele fez antes de fechar a porta.

O chá de panela ocorria tranquilamente, tudo conforme planejado, Sherlock sendo a madrinha, era o único homem presente ali no meio de todas aquelas mulheres.

— Está tudo lindo Sherlock, obrigada! – Molly parabenizava o amigo — Como conseguiu fazer a festa aqui onde conseguir uma simples reserva é difícil?

— Conheço o dono por causa de um caso.

— Ele ficou grato por ajudá-lo em quê?

— Provei sua inocência quando foi acusado de assassinato.

— Eu adorei! – deu lhe um beijo no rosto.

— Gente! – ouviram a voz de Mary elevar-se do outro lado do salão — Vocês não sabem o que acabou de chegar para Molly!

As convidadas se agruparam para ver o que era, Molly pegou a caixa das mãos de Mary, a caixa tinha a tampa transparente, dentro dela tinha uma flor e um cartão preso, pegou-o e leu em voz alta:

''Molly meu amor, esse é uma botão da flor selvagem extremamente rara que lhe falei, ela só floresce quatro horas antes de morrer"

Todos no salão emitiram sons representando o quanto acharam a atitude fofa.

— Ele deve ter cronometrado para a flor não morrer – Janine comentou o óbvio, mais um sequência de 'awns' foi ouvida.

— Quando a gente se conheceu, Tom falou que vasculharia os campos para achar uma pra mim... E achou!

— É coisa mais romântica que já vi em minha vida! – a mãe de Molly deu um abraço na filha.

— Obrigada Mãe.

— Emily! – Sherlock cumprimentou a mãe de Molly — Não nos vemos desde a páscoa, não é?

— É , você dormiu com a nossa empregada.

— Ela te contou? Não sabia que falava nossa língua...

— Essa é a Vovó Eve – Molly aproximou-se apresentando a avó — Se lembra do Sherlock?

— Sim, você é o tarado não é?

— Ela lembra... – a amiga saiu andando pela festa.

A animadora da festa tinha acabado de chegar, arrumou suas coisas e deu início a sua performance.

— Aproximem-se – pediu, as convidadas ficaram a volta dela para assistir.

— Foi ideia minha, soube que adorou ela no chá da irmã da Janine – Sherlock sussurrou para Molly.

— Ela não estava no chá... – a amiga o olhou confusa.

— Não é? – opa...

— Não – Sherlock olhou na direção de Janine, ela tinha um sorriso cínico estampado na face fingindo não saber o que se passava.

— Vamos inspirar e expirar antes de iniciarmos – pediu a animadora — É importante abrirmos nosso terceiro olho para nos conectarmos com nosso primitivo 'rawr' – fez um gesto de garra enquanto falava — Que existe em nosso interior antes que eu apresente os objetos do prazer.

— Objetos do prazer?! – Sherlock disse mais alto que deveria.

— Pois bem – a apresentadora abriu uma mala — Esse objetos de prazer são melhores usados quando estamos num estado extremo de meditação, vou mostrar-lhes como ativar o chacra sexual. Todos esses itens estão a venda, olhem o que eu trouxe, a calcinha comestível! Fica com ela – jogou-a para uma das convidadas — Que festa do prazer seria completa sem o Colar Sensação Fosforescente! Quer experimentar? – perguntou a avó de Molly que se aproximou para observar mais de perto.

— E como eu uso isso? – perguntou.

Aquilo foi o limite para Molly, saiu de perto e foi até a sacada, precisava de ar, Sherlock seguiu-a.

— Molly, tudo bem?

— Sabia que meu sonho era ter um chá de panela desde os dez anos?

— Não.

— E minha avó Eve usando o colar sensação do prazer não fazia parte dele – Sherlock soltou uma risada, apesar de ter sido sacaneado por Janine, aquilo era engraçado.

— Não tem graça Sherlock!

— Okay – o amigo voltou a ficar sério.

— Você tem ideia de como isso é importante pra mim? Essa mulher ai...

— Foi Janine que armou pra mim!

— Para com isso Sherlock! Você sempre arruma uma desculpa! Eu nem devia ter te pedido para fazer isso, você não acredita em casamento.

— Mas eu posso.

— Preciso voltar – deixou-o sozinho, Sherlock observou sua tão amada Londres, soltou um pesado suspiro antes de voltar para a festa.

– - - - - - -

— Caramba! Janine não é fácil não! – John comentou no telefone após ouvir o relato do amigo sobre o ocorrido no chá de panelas.

— A intenção era provar a Molly que amadureci, que ela nem conhece esse Tom direito e que eu sou a pessoa certa pra ela, mas isso não aconteceu.

— Mas você ainda é a madrinha, não é Sherlock?

— Não sei, acho que ela me dispensou...

— Deixa disso, ninguém é dispensado de ser madrinha, eu tenho uma ideia, pra provar pra Molly que você é único homem para ela, temos que fazer de você a melhor madrinha do mundo...

– - - - - - -

Os quatro amigos estavam reunidos no apartamento de Sherlock tomando café da manhã:

— Eu dei uma pesquisava na vida dele, sabiam que esse Tom tem um recorde no Guiness? Ele também já foi condecorado pela aeronáutica... – Anderson comentou servindo-se de chá.

— E está prestes a ser derrubado pela madrinha – John apontou para Sherlock.

— O problema, é que Molly não vai esquecer esse cara, temos que fazê-la perder o interesse nele – Lestrade disse com uma torrada na boca.

— Temos que destacar você, mostrar pra ela que você finalmente cresceu.

— Eu estou mudando John...

— Eu trouxe estas revistas sobre noivas de diferentes países, todas com um artigo sobre as obrigações de ser uma madrinha – John colocou uma pilha de revistas na frente do amigo.

— Minha mulher gosta de ser perfeccionista, então quando foi madrinha da professora de pilates dela, ela alugou isso aqui – Lestrade estendeu um dvd à Sherlock.

Sherlock colocou o dvd no notebook, a tela ficou cor de rosa e cheia de brilhos, passarinhos desfizeram um laço e o título ''12 Passos Para o Casamento'' apareceu. Apertou 'play' e uma mulher começou o blá-blá-blá, ela dizia que no final do curso ia transformar a pessoa na madrinha perfeita, sabendo tudo sobre vestidos, louças, etiqueta nupcial e como tratar a amiga noiva.

Os amigos o ajudavam na tarefa, enquanto Sherlock socava um saco de areia John questionou:

— Qual o comprimento do vestido da dama de honra?

— Não pode ser mais longo que o da noiva.

— E se alguém não puder comparecer ao casamento? – Lestrade perguntou se esquivando de um golpe de Anderson.

— Tem que mandar o convite mesmo assim.

— Fila de cumprimentos? – Anderson questionou acertando um golpe em Lestrade.

— Se tiver uma fila, significa que falhei e Molly se casou.

— Minha pergunta foi uma armadilha.

Sherlock estava no vestiário, enxugando os cabelos, quando ouviu a voz de John vinda de um box.

— Deveres básicos da madrinha?

— Ficar com as alianças, cuidar das damas e da noiva.

— Seus deveres básicos? – Anderson fechava seu armário.

— Mostrar que amadureci, que assumo minhas responsabilidades e infiltrado destruir esse casamento.

— O que acontece se falhar? – Lestrade indagou enquanto abotoava a camisa.

— Tom fica com ela.

— O que a gente vai fazer? Roubar a noiva! – ouviram novamente a voz de John.

— O que a gente vai fazer? Roubar a noiva! – repetiu Anderson.

— O que a gente vai fazer? – reforçou Lestrade.

— Roubar a noiva! – Sherlock ecoou os amigos.

— Roubar a noiva! – os quatro disseram em coro.

Sherlock tinha prometido ajudar Molly, cancelou todos os compromissos do dia, encontrou-se com a amiga no centro de Londres, caminhavam pelas calçadas olhando as lojas antes de escolher qual ir primeiro.

— Não precisava cancelar seus compromissos Sherlock...

— Precisava sim, a madrinha perfeita fica com a noiva até a entrada na igreja! – parodiou o que tinha ouvido no dvd que Lestrade lhe emprestara.

— Você mudou – Molly comentou.

— Mudei mesmo.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam do capítulo? :3



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