17° Desafio Sherlolly - O Melhor Amigo da Noiva escrita por Raura


Capítulo 4
Madrinha


Notas iniciais do capítulo

E o que acontece quando Molly volta?...

Fico imensamente feliz por estar lhes agradando, sério ♥
quem quiser música para acompanhar ~> https://www.youtube.com/watch?v=MzaYHf32tvA

Boa leitura!



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Sherlock estava tão animado com a volta da amiga para a cidade que quase foi assoviando pelo caminho, entrou no restaurante que tinham marcado.

Como o restaurante era novo, várias pessoas também estavam lá, avistou Molly sentada no bar, acenou animado e ela se levantou para vir em sua direção, mas voltou ao bar como se tivesse esquecido algo. Estava com a atenção focada em Molly e só foi notar que ela tinha companhia quando percebeu que ela voltou ao bar e agora trazia consigo um rapaz pela mão.

O jantar não ia ser só Molly e ele? Pelo visto não. O rapaz devia ter a mesma idade que ele, suas aparências eram semelhantes, embora ele não tivesse os olhos claros, também era médico e claramente tinha se arrumado para esse jantar porque queria causar boa impressão.

Ficou tão concentrado analisando o homem que estava de mãos dadas com Molly e acabou não prestando atenção as pessoas ao seu redor, um garçom que passava com uma bandeja esbarrou em Sherlock, e ambos foram ao chão, espalhando comida, louças e as flores que havia comprado.

— Sherlock! – soltou a mão de seu acompanhante e correu na direção do amigo — Você está bem?

— Desculpa! Desculpa! – repetia, não era comum viver distraído.

— Você está bem? – perguntou novamente ajudando ele a se levantar.

— Estou sim.

— Aqui senhor – uma moça entregou-lhe algumas das flores que sobreviveram.

— Trouxe flores? – Molly perguntou sorrindo.

— Não! São deles – empurrou-as para o garçom, ele jogou-as no chão e voltou ao seu afazeres.

— Ai Sherlock! Senti tantas saudades! – abraçou o amigo — Vem cá, quero te apresentar uma pessoa – disse animada após se separarem.

Sherlock não estava nem um pouco animado para conhecer o acompanhante de Molly, deu um sorriso sem graça a seguiu-a até a mesa reservada para eles.

— Então começou a chover, e de repente um vento forte arrastou meu guarda-chuva pra longe – a amiga se empolgava com o relato — O tempo estava feio, e apesar de ser de tardezinha tinha escurecido com o temporal...

— Acho que ela chegou a pensar que estava num filme de terror – o acompanhante comentou imitando voz de vilão.

— E de repente, Tom apareceu com um guarda-chuva enorme, me protegendo da chuva, apesar de eu já estar ensopada a essa altura, perguntando se eu queria ajuda.

— Você parecia uma donzela em apuros, fiz o que devia ser feito.

— Awn, você foi meu príncipe encantado – beijou de leve os lábios dele, Sherlock apenas observava e sorria quando necessário com a maior indiferença aparente que conseguiu demonstrar — Ele me mostrou um hotel magnífico e depois me convidou para o pior jantar da minha vida! Eca!

— Realmente, aquele restaurante estava abaixo dos padrões de Los Angeles

— Ah! – foi o melhor comentário que Sherlock conseguiu fazer.

— Ai a gente passou o mês seguinte visitando museus, parques...

— Foi perfeito – disseram em unissono e trocaram mais um beijo.
Sherlock já tinha pensado em todas as variações existentes para a palavra tédio, soltou um pesado suspiro.

— E quando chegou a hora dela partir, eu não sei, não podia deixar ela ir – ao ouvir isso se remexeu na cadeira, não gostou nenhum pouco do rumo que a conversa tinha tomado — Eu me ajoelhei e...

— Ele pediu minha mão, e eu aceitei! – Molly terminou de contar mostrando o anel de noivado na mão — A gente pretende se casar logo, na casa de campo dos pais do Tom.

— Uma cerimônia mais íntima, não esperamos que muitas pessoas viajem para Los Angeles daqui a quinze dias.

— Hum... Quinze dias?! – Sherlock quis ter certeza que tinha ouvido direito — São duas semanas.

— Isso – Tom, o acomanhante e agora noivo de Molly afirmou.

— É loucura! – Molly disse em meio a um riso.

— Você já foi à Los Angeles, Sherlock?

— Nunca fui Tom.

— Devia ver a igreja onde vamos nos casar, Sherlock! É a mesma onde os pais do Tom se casaram!

— É linda!

— Hm

— Seguinte Sherlock, se você fosse se casar um dia, eu gostaria de ser seu padrinho... Sherlock, quer ser minha madrinha?

— Sua madrinha é? – Sherlock gargalhou de leve, arrastou a cadeira para se levantar, mais uma vez acabou esbarrando com o garçom e ambos foram ao chão com o barulho de pratos caindo — Desculpe! – pediu novamente ao se levantar.

— O que foi?! – o garçom perguntou irritado, batendo com o pano em Sherlock.

— Que violência é essa?! – defendia-se dos golpes.

– - - - - - -

— Madrinha?! Isso é engraçado.

John estava sentado na poltrona de frente a Sherlock se desmanchando em gargalhadas, Sra Hudson entrou no cômodo trazendo chá, deixou em cima de uma mesinha e saiu, enquanto o médico ainda ria, estreitava cada vez mais os olhos, deixando claro na sua expressão que se quisesse poderia fazer a queda do amigo pela janela parecer um acidente, fato que só serviu para fazê-lo rir ainda mais.

— Madrinha?! – repetiu quando finalmente parou de rir — Mas você é um homem!

— Ria mais um pouco John – disse mau humorado enquanto terminava uma das xícaras de chá que a Sra Hudson tinha deixado.

— E o que você respondeu? Disse que sim?

— Não, eu não sabia o que responder, disse que ia pensar.

— Pensar sobre o quê? Se a cor do vestido combina com a cor dos seus olhos? – perguntou soltando uma pequena risada.

— Dá um tempo John! – pediu bagunçando o cabelo.

— Ela gosta do cara?

— Você tinha que ver ela toda melosa com aquele ele – levantou-se de sua poltrona, jogou-se no sofá e fechou os olhos.

— Ih... Não gostei disso, acho que você vai ter que fazer o seguinte: vai ter que ser a madrinha.

— O quê? – abriu os olhos novamente para encarar John, não havia nenhum traço de brincadeira em sua expressão — Isso mesmo que ouviu Sherlock, pensa, assim você tem a perfeita desculpa para ficar ao lado da Molly o tempo todo, ajudando nos bastidores, sendo o confidente dela... E nesse tempo, você pode aproveitar para mostrar a Molly que o que ela está fazendo é uma loucura, que ela nem conhece o cara direito.

— Sem chance! Eu não vou fazer isso John.

— Escuta, você vai ter muito mais chances de impedir esse casamento participando dele.

— Argh John! – pegou uma almofada e cobriu o rosto.

— Você falou sério, não? Quer mesmo tirar a Molly desse cara. Então vai ter que fazer tudo que for preciso – ouviu John se levantar e parar no batente da porta

— Não desista – ouviu os passos do amigo chegarem no andar de baixo, soltou um pesado suspiro, era isso então?

– - - - - - -

— Seu vestido é lindo – comentou abraçando a amiga, encontrou-se com ela no hall de entrada do local combinado.

— Obrigada! Fiquei tão feliz por você ter aceitado!

— Foi um prazer! Estou disposto a fazer qualquer coisa por esse casamento – Molly não percebeu que Sherlock disse 'qualquer' com muita convicção.

— Ai... Estou tão animada!

— Eu também!

— Deixa eu te dizer quem serão as damas de honra, Mary...

— Mary! Ela é legal, John é apaixonado nela.

— E ela te adora! A outra é Janine...

— Ah não!

— Eu fui obrigada, ela é minha prima!

— A Janine não! Ela me odeia!

— Você partiu o coração dela.

— E ela partiu o meu nariz.

— Foi um acidente...

— Eu esperava um tapa, não que ela me desse um soco no meio da cara. Eu fui super sincero com ela, disse que não era nada sério, que só tinha me aproximado dela para poder ficar mais perto e investigar o patrão dela, ela concordou e pá... me deu um soco.

— Ás vezes a gente fala coisas que o coração não sente.

— É você devia dizer isso no altar – zombou.

— Ela queria ser minha madrinha desde que éramos crianças, agora que ela vai te odiar mesmo. E olha, elas estão vindo – disse virando-se para olhar as duas mulheres que entravam.

— Está bem, já que sou sua madrinha, prometo manter a paz – Sherlock virou-se também, ficou parado ao lado de Molly esperando.

Mary, era loira, usava um vestido de alças, Sherlock sempre gostou dela, talvez porque em alguns aspectos fossem parecidos. Janine era morena, usava um vestido decotado acima dos joelhos, e tinha sido uma das vítimas do cinismo e manipulação de Sherlock.

Acenaram, elas vieram de encontro com os amigos, e se cumprimentaram, Mary abraçou primeiro Sherlock e depois Molly, já Janine abraçou apenas Molly ignorando a presença de Sherlock ali, ia ser um encontro daqueles...
Se acomodaram na mesa reservada, o garçom serviu-lhes chá, e por um tempo ninguém comentou nada.

— E então Sherlock, já conheceu Tom? – Mary quis saber.

— Já sim.

— Ele é um sonho não é?

— É sim.

— Alguém, por favor, pode me passar o adoçante? – pediu Janine, Sherlock pegou o vidro para entregar a ela — Alguém que não odeie as mulheres, pode ser? – o celular de Molly tocou, quebrando a tensão que começava a se formar, Mary tirou o vidro das mão de Sherlock e entregou-o a Janine.

— Muito obrigada Mary!

— Alô?! É o Tom...

— Awwwn – os três disseram juntos, ela se levantou para falar com o noivo.

— Só faltam nove dias para irmos para Los Angeles, temos que mandar ver! – Mary comentou animada.

— Já fui MDC seis vezes, então vou organizar tudo que for preciso, apesar de não ser oficialmente a madrinha...

— MDC? – apesar de conhecer muitas siglas, essa que Janine disse Sherlock não conhecia.

— É MDC – repetiu petulante.

— Madrinha de Casamento – explicou Mary — Você é a madrinha.

— Ah!

— Temos o chá de panela, a despedida de solteiro, os vestidos... – Mary conferia na sua lista — E o trousseau – disse ainda mais animada.

— Trousseau?

— É a lingerie para noite de núpcias – dessa vez quem explicou foi Janine, colocou o maior menosprezo que pode na voz — Como você quer ser uma boa MDC se nem sabe disso?

— Olha! Ela tá falando comigo.

— Não tô não.

— Acabou de falar.

— Me desculpe, Sherlock. Eu quebrei uma regra sua.

— Gente foco! – Mary interrompeu — Qual seu manequim Janine?

— Quarenta, e qual o tamanho do seu vestido, madrinha? – cutucou.

— Não sei, qual o tamanho da sua cuequinha? – devolveu a provocação.

— Gente já chega! Parou! – Mary mais uma vez cortou-os, estavam atraindo alguns olhares das pessoas nas mesas em volta — Tenham um pouco de consideração! A Molly está feliz com alguém, dá pra pensar nela? A gente vai ficar feliz, com um sorriso no rosto e fingir que está tudo perfeito, okay? – repreendeu os dois — Ela está vindo, disfarcem.

Começaram a rir, fingindo serem bons e velhos amigos, Molly sentou-se novamente à mesa, perguntou como estava indo tudo, disseram que tudo estava ótimo e perfeito. Sherlock ia saindo na frente das mulheres, Janine lhe alcançou e lhe entregou um cartão.

— O que é isso? – o cartão era todo decorado, tinha um número de telefone atrás.

— Ela faz animação de chá de panela, contratei no chá da minha irmã e ela adorou.

— Obrigado Janine.

— Não faço por você, faço por Molly – e saiu andando, Mary e Molly o alcançaram, Mary se despediu dos dois.

— Sabe, o clima ruim com Janine deu uma aliviada – comentou com a amiga, ofereceu o braço e ela aceitou, caminhavam de braços dados.

— Posso te pedir um favor?

— Claro.

— Minha mãe e minha avó chegam amanhã, e como eu tenho muitas coisas a fazer, será que você e seus amigos podiam passar o dia com Tom...

— Passar o dia?

— É, pra conhecer ele melhor, o que você acha?

— Claro!

De madrinha à fazer companhia ao noivo Sherlock pensou isso está ficando cada vez melhor ironizou em pensamento.


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Notas finais do capítulo

e agora Sherlock?



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