Small obsession escrita por Rafa


Capítulo 35
Capítulo 35 - Começo de algo bom


Notas iniciais do capítulo

Uhuhuhuhuh
Voltei :3
Espero que gostem do capítulo
Boa leitura



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— Rukia —

Ouvindo o som da descarga soar pela terceira vez, já me encontrava sentada no chão de meu banheiro. Todo peso do mundo parecia descansar sobre minha cabeça e ela parecia a ponto de explodir.

Como já esperado, uma ressaca das grandes me atingirá ao abrir os olhos e tudo o que eu mais queria era voltar a dormir, mas ainda me sentia enjoada demais para isso.

Beber demais havia sido minha perdição. Sentia-me culpada por tudo o que acontecerá naquela noite tão confusa. Culpada por ter me deixado abater com as palavras maldosas de Kouga, culpada por não ter deixado as coisas realmente claras com Ichigo e culpada por ter deixado as coisas com Grimmjow chegarem tão longe.

Sim, eu havia deixado. Não era nenhum pouco ingênua para não perceber aquela grande atração que queimava entre a gente e eu havia deixado as coisas chegarem onde estavam. Tudo era minha culpa.

Levantei lentamente, enquanto o sangue pulsava em minhas orelhas. Lavei o rosto uma duas vezes encarrando meu reflexo no espelho.

Eu estava pálida e com os cabelos desgrenhados, mas me sentia completamente acabada e com uma grande vontade de voltar para cama, para nunca mais sair de lá.

Porém isso se mostrou impossível quando a campainha soou, quebrando o silencio ambiente.

Pensei em ignorar quem quer que fosse a porta, mas sabia que não conseguia me esconder para sempre.

— Boa tarde — foi tudo o que Grimmjow ousou dizer ao aparecer a minha porta.

— Não sei se está tão boa assim...

Um silencio tenso se instalou entre nós e eu queria acabar logo com aquilo.

— O que quer? — disparei vendo-o me olhar magoado.

— Só vim te entregar isso. — Estendeu a bolça preta em forma de carteira, que eu devia ter deixado em sua casa devido a presa em sair de baixo dele.

— Ah sim — respondei pegando a bolça evirando qualquer conta físico entre nós. — Obrigada.

Mais uma vez o silencio reinou entre nós e eu me sentia extremamente inquieta ao ter aqueles belos olhos azuis a me estudar arrependidos.

— Me perdoe por ontem — disparou parecendo tão angustiado com a situação como eu. — Não devia ter feito aquilo sem seu consentimento.

— Certo.

— Não. Você não está entendendo. Eu não devia ter feito, mas não me arrependo de ter te beijado, só me arrependo da forma como aconteceu — declarou.

— Grimmjow?!

— Rukia, eu gosto de você. Não entendo com isso foi acontecer, mas aconteceu. — Suas mãos alcançaram a minha, que segurava a bolça. — Sei de seus sentimentos por Ichigo, mas não vou desistir.

— Você não sabe do que está falando. Até pouco tempo atrás só acreditava que a única coisa verdadeira entre um homem e uma mulher era o desejo sexual. Então não me venha com essa agora — vociferei puxando minha mão.

— Você mudou isso em mim. A culpa é sua! Eu estava bem até conhecer você e esse sentimento começar a doer em meu peito — rebateu passando as mãos pelo cabelo, parecendo a beira do descontrole, assim como eu.

— Não jogue a culpa em mim!

— Então cale a boca e me deixe lutar por você — declarou ríspido, dando-me as costas.

— Não venha me dizer o que fazer, seu ogro! — gritei vendo-o sorrir de canto ao parar junto a porta de seu apartamento.

— A propósito; Ichigo ligou e não pareceu nada feliz ao ouvir minha voz.

Suas palavras pareciam se repetir em minha mente conforme eu absorvia tudo.

Não. Não. Não. NÃO!

Uma hora dessas Ichigo já devia ter enlouquecido e tirado várias conclusões precipitadas.

Pensei em ligar para ele imediatamente, mas sabia que não resolveria nada, então apenas me joguei no sofá. Iria até ele no dia seguinte e resolveria tudo. Isso era o mais certo a se fazer.

Uma conversa franca, cara-a-cara sempre era a melhor escolha.

Suspirei, minha cabeça parecia que iria estourar a qualquer momento e eu sentia a fome se remoer em meu estomago.

Peguei o celular e pediu uma comida de um restaurante que sempre ia com Ichigo. Nada melhor do que comida de verdade para seguir com a vida.

Ouvindo o interfone tocar, pensei que finalmente minha comida tivesse chegado, então caminhei com Kon em minhas pernas em direção ao aparelho.

“Pronto” — falei ao encostar o gancho em meu ouvido.

“Boa tarde, Rukia-sama. Tem alguém aqui embaixo que deseja falar com a senhorita” — declarou Otto, um senhor de idade, que trabalhava como porteiro ali no período da tarde.

“Pode mandar subir, Otto-san. Obrigada” — agradeci sem perguntar que era, tinha quase certeza de que o entregador não conheci o porteiro e esse era o motivo da ligação.

Sem nem me dar tempo para pensar a campainha logo ecoou mais uma vez pelo apartamento e eu corri para atender a porta.

Uma vertigem me atingiu ao fazer isso, mas o que realmente me abalou foi encontrar olhos verdes a me examinar encostado ao batente da porta.

— Kaien? — Minha voz saiu como um sussurro estrangulado.

— Yo!

Tudo nele ainda era como eu me lembrava, a não ser pelo cabelo, que agora era cortado curto como o de Ichigo.

— Não vai me convidar para entrar? — perguntou fazendo-me estremecer.

— O que veio fazer aquilo? — rebati, ignorando sua pergunta.

— Precisamos conversar, Rukia.

— Não. Não precisamos, Shiba Kaien. — Segurei a porta com força, pronta para bater com vontade a mesma na cara dele.

Suspirando profundamente, ele apenas me empurrou para o logo, adentrando minha casa se permissão.

— Você e o Ichigo são muito cabeça dura!

— O que pensa que está fazendo? Vai embora agora, Kaien!

— Não. Você precisa me ouvir e vai ouvir! — Seu tom de voz irritado me lembrava Ichigo, na verdade, tudo nele me lembrava o ruivo.

— Então fale logo e vai embora. Merda! — esbravejei vendo-o se acomodar no mesmo sofá onde já conversei com seu primo várias vezes.

— Certo — disse parecendo pensar em por onde começar. — Você precisa aceitar aquele paspalho de volta!

Um nó se fez em minha cabeça.

Do que ele estava falando?

— O que? Quem?

— Ichigo, oras essa.

— Por quê? — Nada ali estava fazendo sentido algum. — Você sabe o que ele fez? Das mentiras?

— Sim. — Meus olhos estavam arregalados.

— E então?

— Seja sincera consigo mesmo, Rukia. — Seus olhos encontraram os meus e eu via dor misturada ao verde cristalino de sua íris ao me dizer tais palavras. — Você nunca me amou. Na verdade, você nunca amou ninguém a não ser aquele idiota, ciumento e possessivo.

— Isso não é verdade...

— Não minta — repreendeu. — Você só se encantou comigo por causa da minha maldita semelhança com ele e com o Ashido foi a mesma coisa. Pense!

— Por que você está me dizendo tudo isso? Por quê? — Meus olhos imploravam pela verdade. Tudo estava tão confuso naquele dia.

— Porque eu realmente amei você. Amei tanto que chegava a doer e viver à sombra disso não é bom para mim e muito menos para você. Precisamos por um ponto final nisso e partir para o próximo parágrafo de nossas vidas. — A verdade naquelas palavras era gritante.

— Obrigada por isso — disparei sentando-me na poltrona a sua frente.

— Imagina, Rukia. Tudo o que quero e te ver feliz. Você e o Ichigo.

— Como ele está? — questionei apreensiva.

— Surtando, mas bem. Tia Masaki acordou do coma.

Minha voz ficou presa na garganta, junto do choro. Aquela era a melhor notícia que eu recebia em tempos.

— Ai meu Deus.... Isso é ótimo.

— Sim — concordo, segurando minhas mãos com as suas. — Tenho certeza de que você o ama, mas preciso perguntar se já o perdoou? — sua face esta seria.

— Eu o perdoei sim, só o deixei ir para ficar com a família. Mas acho que estraguei tudo com isso. Ele não confia em mim e tem o Grimmjow — comecei atropelando as palavras devido a meu nervosismo.

— Não estragou nada. Acalme-se, Rukia — pediu apertando de leve suas mãos nas minhas. — Tenho um plano para que tudo se acerte. Você só tem que concordar e seguir minha ideia.

— Plano?!

— Sim. Irei me casar em dois dias e Ichigo será o padrinho e espero que você o acompanhe como madrinha. — Sorri ao ouvir aquelas palavras enquanto um sentimento bom se espalhava por meu peito.

Algo que eu nem sonhava a poucos minutos se materializava a minha frente.

Eu estava realmente feliz ao ver Kaien e me acertar com ele.

— Vai ser uma baita honra. Obrigada — agradeci sem deixar de sorrir.

— Eu que agradeço... — o som da campainha cortou sua fala.

— Já volto. Deve ser meu almoço. — corri até a porta. Pagando pelo pedido e deixando-o sobre a mesa. — Aceita? — ofereci, me dando conta de que não havia lhe oferecido nada no calor do momento.

— Não. Já estou indo. Preciso cuidar dos preparativos do meu casamento e acalmar um idiota cabeça dura, que já deve estar enlouquecendo — riu-se ao lembrar de Ichigo.

— Obrigada por tudo — agradeci novamente ao segui-lo até a porta.

— Já disse que não precisa me agradecer por nada — rebateu abraçando-me calorosamente junto a porta.

— Vejo que tem mais gente nessa disputa — a voz azeda de Grimmjow me fez estremecer ao me afastar de Kaien, que o observou curioso. — Esse se parece bem com o Kurosaki. Você tem um péssimo gosto, nanica — completou.

— Shiba Kaien — se apresentou o moreno, sorrindo amigável ao estender a mão para o azulado, que o olhava desconfiado. Kaien não era tão fácil de irritar quanto Ichigo.

— Grimmjow Jaegerjaquez.

Apertando a mão um do outro com força, Kaien tomou a palavra mais uma vez:

— Vejo que já conhece meu primo.

— Sim.

— Aconselho você a ficar longe do caminho dele. Acredite em mim, pois sei o que estou dizendo. Essa luta que você acabou de citar não existe — afirmou com convicção, soltando a mão do escritor para apertar o botão para chamar o elevador.

— É o que veremos — rebateu ele parecendo confuso com o rumo que a conversa havia tomado.

— Boa noite, Rukia, Grimmjow — despediu-se ao adentrar a grande caixa de metal e se foi.

Grimmjow apenas me encarou por alguns segundos e adentrou seu apartamento sem me dirigir uma palavra sequer.

Realmente aquele dia havia sido confuso, mas ainda assim, foi um dos melhores dias que já tive. Nada mais acabaria com meu bom humor naquele dia.

A coisas haviam se acertado dentro de mim e aquele seria meu novo começo. O novo começo de algo bom.


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram?
Comentem, pf
Bjus



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