Small obsession escrita por Rafa


Capítulo 34
Capítulo 34 - Decaindo


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiieeee, pessoas lindas de meu coração!!!
Ainda tem alguém ai?!
Talvez sim, talvez não. Mas si que a culpa é minha :(
Fiquei sem postar, mas a culpa é da Universidade (explodam ela u.u)
Bom, sem mais enrolação:
Boa leitura



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— Ichigo —

Uma. Duas. Três. Esse foi o número de vezes que respirei fundo ao encarar meu reflexo em frente ao espelho do banheiro do hospital. Conseguia ver claramente todos os traços de cansaço em minha face, mas não queria sair dali até ter certeza de que minha mãe estava definitivamente bem.

Já havia sido mandado embora várias vezes, mas não arredaria o pé dali.

Era tão irreal ver as coisas dando certo em minha vida, que um sentimento angustiante de puro medo não me deixava, gritando em meu interior que nada daquilo era verdade e que eu logo acordaria em uma cruel realidade, onde minha mãe ainda estaria em coma e Rukia se tornava cada vez mais distante.

Não que ela estivesse perto agora, mas saber que Kaien estava a meu favor me fez criar uma certa esperança de que tudo daria certo, assim como estavam dando certo com minha família.

Eu não poderia descansar até ter certeza de que tudo aquilo era real, precisava abraçar minha mãe mais uma vez e senti-la próxima a mim. Precisava saber mais sobre minhas irmãs, sobre meu pai e também sobre o namoradinho de Karin. Definitivamente seria o bom irmão e filho que deveria ter sido antes.

— Ichigo — diz Kaien adentrando o ambiente. — Você está horrível — debochou ele. — O velhote me pediu para chama-lo — completa parado a minhas costas.

— Já disse que não vou sair daqui até...

— Cala boca e vamos logo. Não estou com paciência agora — interrompe-me ele rispidamente. Kaien também parecia bem cansado, então somente assenti, seguindo-o.

Caminhamos no mais completo silencio pelos corredores brancos até encontra meu pai amparando Karin e Yuzu, que dormiam desconfortavelmente com as cabeças apoiadas em seu colo.

— O que quer, velho? — perguntei, me aproximando.

— Preciso que leve as meninas para casa — declarou serio.

— Vá você — rebati, não estava a fim de cair em seu plano para me mandar para casa.

— Isso não é um pedido, Ichigo — sibilou. — Seja homem. Suas irmãs precisam de você. Kaien e eu vamos resolver as coisas aqui. Logo sua mãe irá para casa também — completou e seu tom deixava claro que não aceitaria ser contrariado.

— Eu já disse que não vou! — exclamei irritado.

— Ichigo, acho que seria legal você contar a Rukia sobre o despertar de tia Masaki — intrometeu-se Kaien fazendo-me recuar.

— Sim. Essa é uma boa idéia. Masaki ficará bem feliz com a visita de Rukia-chan — apressou-se o velho em concordar.

Uma onde de hesitação se apoderou de mim, talvez essa fosse uma ótima maneira de me reaproximar dela e eu não poderia perder essa oportunidade.

— Certo. Certo. Te vejo mais tarde, velho — respondi vencido, carregando Karin, enquanto Kaien se apressava em carregar Yuzu, seguindo-me em direção a saída, que nos levaria em direção ao estacionamento.

— Não esqueça de ligar para Rukia — resmungou Kaien ao deixar minha irmã no banco traseiro do veículo, pois a mesma ainda dormia, diferente de Karin, que acordou quando a coloquei no banco do passageiro ao meu lado.

— Não vou esquecer — sorri cansado, pegando o aparelho celular, o qual havia deixado no porta-luvas do carro. Rapidamente, o liguei vendo várias chamadas perdidas de Rukia e isso fez meu estômago embrulhar.

— O que houve? — perguntou o moreno, atento ao pequeno aparelho preto em minhas mãos. — Você está pálido — constatou. — Rukia me ligou. Acho que algo aconteceu — murmurei, discando seu número sem pestanejar.

Uma ansiedade estranha se contorcia dentro de mim a cada toque. Já estava a ponto de perder a esperança, quando uma voz soou do outro lado, fazendo todo meu sangue ferver ao reconhece-la.

"Alô" — saudou Grimmjow Jaegerjaquez.

"O que você esta fazendo com o celular da Rukia?" — indaguei sem cerimônia.

"Kurosaki? Nossa, a quanto tempo? Sumiu, hein?" — rebateu desdenhoso ignorando minha pergunta.

"Sem joguinhos, seu desgraçado. Onde Rukia esta?" — Urrei sem me importar com Karin e Kaien, que ainda me observam.

"Oras, Kurosaki. Vai dizer que não sabe? Rukia-chan tem suas necessidades" — sua voz maliciosa ecoava por meus ouvidos, fazendo uma dor se espalhar por meu peito, enquanto uma fúria crescia anestesiando a dor.

"Eu vou te matar!" — sibilei, ouvindo sua gargalhada do outro lado da linha.

Eu estava decaindo!

Era estranho ver tudo o que lutei para controlar voltando tão intensamente. Dor e ódio. Ciúmes e insegurança. Tudo se misturava de uma maneira violenta e eu já não conseguia mais me controlar. Aquele maldito sentimento obsessivo ainda estava ali e estava acordando. Queria chorar, bater em Grimmjow até meus dedos sangrarem. Precisava por tudo aquilo para fora, só não tinha idéia de como.

Trêmulo de odeio nem me importei quando Kaien tirou o celular de minhas mãos, tudo o que eu queria era pegar a estrada.

— Ichi-Nii — murmurou Karin ao meu lado, ela parecia assustada, mas nem isso me fez manter a calma.

— Eu vou voltar para Karakura — declarei friamente.

— Não — respondeu Kaien severamente. — Quando você vai aprender a não agir por impulso?

— Isso não tem nada a ver com você — rebati apertando o volante a minha frente.

— Tem sim e você sabe disso. Leve suas irmãs para casa e deixe tudo o resto comigo — falou o moreno devolvendo-me o aparelho celular.

— O que você vai fazer? — perguntei observando-o de soslaio.

— Tenho assuntos pendentes em Karakura — respondeu simplesmente, me entregando o celular, o qual joguei de volta no porta-luvas.

— Sabe que não sou obrigado a te obedecer, não é? — resmunguei.

— Eu sei, mas também sei que agora você é um homem e suas irmãs precisam ir para casa.

— Droga! — praguejei ouvindo o ronco do motor do carro ao liga-lo.

Não sabia o que fazer, mas algo nas palavras de Kaien me fizeram pensar, talvez deixar o tempo acertar as coisas fosse o melhor a se fazer e eu já não mais agiria como um adolescente amedrontado. Agora eu seria o homem que daria orgulho a minha família e também seria o homem a reconquistar Rukia. Tudo o que eu poderia fazer era viver um dia de cada vez e assim, logo tudo voltaria para seu devido lugar. Não poderia errar com ela nunca mais.

Já havia chegado tão longe, não poderia deixar o ciúme me ganhar mais uma vez.

— Ichi-Nii — chamou Karin. — Não se preocupe com a Rukia-chan — completou ela sinceramente.

— Não é isso — respondi envergonhado.

— Sabe, pode parecer estranho, mas sempre te observei. Era tão nítido o sentimento entre vocês, que me perguntava várias vezes quando iriam tomar coragem — confessou sorrindo.

— Karin?! — indaguei completamente surpreso com aquelas palavras.

— Relaxa, Ichi-Nii. Tudo vai dar certo. Sei que Rukia-chan também te ama. Um sentimento como o de vocês não acaba assim tão rápido — declarou sorrindo, fazendo um grande sentimento de paz se espalhar em meu coração.

— Obrigado — murmurei vendo seu sorriso aumentar.

— Disponha — sussurrou ela, virando-se para a janela fechada ao seu lado.

Era engraçado receber apoio moral de minha irmã caçula, mas, de certo modo, eu estava bem mais calmo e feliz ao ouvir as palavras de Karin. Isso só me mostrava o quanto tudo havia mudado. Mudado para melhor. Tudo estava se encaixando lentamente, eu só precisava ser paciente. Era isso que um homem forte faria, assim como meu pai havia feito a vida toda.


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Notas finais do capítulo

Então? Sei que ficou meio fraco, mas prometo melhorar!!!!
Logo volto com mais atualizações
Bjus



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