POV – Katniss

Os dias foram se passando e eu e Peeta ficávamos cada vez mais próximos, a gente até parou de brigar. Íamos e vínhamos juntos do colégio quase todos os dias, minha mãe até estranhou, mas gostou. Não sei por quê... Um dia, numa sexta-feira estávamos voltando do colégio juntos, como sempre fazíamos e então Peeta me fez uma pergunta.

— Katniss.

— Oi.

— Eu queria te fazer uma pergunta... – Ele diz com a cabeça baixa.

— Diga Peeta.

— Eu queria saber se... Se você queria sair comigo hoje à noite. Pra comer uma pizza ou sei lá, ir a um karaokê.

— Claro Peeta. – Respondo inocente. – Eu adoraria. – Sorrio e ele também.

Fomos conversando até chegar e marcamos de nos encontrar em frente á minha casa ás 20:00. Eu havia aceitado numa boa sair com Peeta, afinal agora nós éramos amigos e amigos saem juntos pra comer pizza. Quando deu 18:30 comecei a arrumar a minha roupa. Comecei a ficar nervosa sobre qual roupa colocar, se Peeta iria gostar. Mas ai eu pensei... Porque estou me importando se Peeta vai gostar ou não da minha roupa? Afinal estamos saindo apenas como dois amigos... Ou será que era eu que achava isso? Será que ele teria me pedido pra sair porque estava gostando de mim? Não... Claro que não! Ele apenas quis ser gentil...

Terminei de preparar a roupa e então entrei no banho, demorei bastante e depois sai, passei meus cremes, perfume, coloquei a roupa que havia preparado e então me maquiei. Dei uma boa olhada no espelho e deduzi que estava linda. Então desci até a sala e me sentei no sofá, a fim de assistir TV até que desse à hora combinada.

— Tá bonita Kat. – Prim diz e se senta ao meu lado.

— Obrigada Prim.

— Vai sair com a Annie?

— Não. Como Peeta. – Digo mirando a TV.

— Peeta? – Ela pergunta chocada.

— Sim. Ele me chamou pra comer pizza.

— E você aceitou assim? Numa boa?

— O que quer dizer com isso Prim? – Pergunto agora olhando pra ela.

— Ah, você e o Peeta não se suportam, vivem brigando por qualquer coisa, e agora ele te chama pra sair e você aceita numa boa?

— Ah, a gente conversou um dia desses e acabamos percebendo que essa nossa briga tava ficando chata.

— Hun... E ele gosta de você?

— Não, claro que não! – Respondo revirando os olhos. Bom, pelo menos eu acho que não. Ou será que ele gosta? Não... Deve ser imaginação da Prim...

Ficamos em silêncio assistindo á um programa de TV que na verdade nem estava prestando atenção quando deu 20:00. Levantei-me do sofá e peguei minha bolsa.

— Tchau Patinha. – Disse beijando seu rosto.

— Tchau Katniss.

Abro a porta da frente e lá está Peeta, saindo da casa dele e vindo até mim.

— Oi Katniss. – Ele diz meio nervoso.

— Oi Peeta. – Digo sorrindo.

— Você está muito bonita. – Ele diz com o rosto mais vermelho do que um tomate.

— Obrigada. Você também está. – Digo.

— Eu já liguei para o táxi, logo ele chegará. – Ele diz colocando as mãos no bolso.

— OK.

Ficamos em silêncio e dentro de mais ou menos cinco minutos o táxi chegou, nós entramos e Peeta falou para onde iríamos. Ficamos o caminho inteiro em silêncio, era estranho estar tão perto assim dele. Assim que chegamos á pizzaria, ele escolheu uma mesa num lugar meio vazio e nos sentamos. Logo um garçom vem nos atender, mas eu não olho, apenas folheio o cardápio.

— Já escolheram o que vão pedir? – Ele pergunta, e então eu reconheço aquela voz.

— Cato? – Pergunto olhando para o garoto.

— Katniss. – Ele diz sorrindo. Eu levanto da cadeira e o abraço. – Quanto tempo!

— É verdade! Desde o ano passado! – Digo me soltando do abraço e ele me olha dos pés á cabeça.

— Está bonita. – Ele diz sorrindo.

— Obrigada. – Respondo sorrindo. Olho para Peeta e ele está com cara de poucos amigos. – Peeta, esse é Cato, um velho amigo. – Peeta balança a cabeça para o garoto, mas não diz uma palavra e abaixa o rosto para olhar o cardápio. – Como está Clove? – Pergunto voltando a atenção á Cato.

— Eu fui visitá-la nas férias e ela me disse que sente saudades de você.

— Ah, eu também sinto. Quando ela vier pra cá, diga pra ir me visitar.

— Eu direi. – Ele sorri. – É seu namorado? – Ele pergunta sussurrando e olhando para Peeta. Faço que não com a cabeça e ele apenas sorri, então me sento novamente.

— Peeta já escolheu? – Pergunto.

— Já. Quero 4 queijos e você? – Ele respondeu seco.

— Portuguesa.

— Traz uma meia 4 queijos e meia portuguesa e uma coca-cola por favor? – Peeta pergunta para Cato.

— Ok. – Ele responde anotando o pedido e em seguida sai.

POV – Peeta

Quem esse cara pensa que é? Ele olhou pra Katniss com tanto desejo, parecia que ia devorar ela aqui mesmo... Idiota! Eu estava com tanta raiva, cego de ciúmes que nem ouvi quando Katniss falou comigo.

— Peeta? – Ela gritou.

— O que foi? – Perguntei irritado.

— O que aconteceu? Porque você está falando assim comigo? – Ela perguntou confusa.

— Desculpa. Eu estava irritado. – Falei.

— Comigo?

— Não. Com você não.

— Com Cato? – Ela perguntou me olhando.

— É. – Falei relutante. – Ele te olhou com tanto... Com tanto desejo...

— Sério? Nem percebi. – Ela falou dando de ombros.

— Ele gosta de você. – Falei olhando para o chão.

— Não! Claro que não! – Ela falou com certeza. – Nós somos apenas amigos.

— Assim como eu e você?

— É! Assim como eu e você. – Ela falou e sorriu.

— Hun... – Ri sem humor.

— O que foi? – Ela perguntou preocupada.

— Nada...

— Tem certeza?

— Uhun. – Disse assentindo com a cabeça.

— Então tá. Mas se quiser conversar...

— OK. – Respondo e depois não digo mais nada. Até que o celular dela toca.

— Oi Gale. Eu to numa pizzaria. Com um amigo. É Gale, é só um amigo. – Ela ri. – Para com isso não precisa vir aqui. É sério Gale, eu to bem. OK. Eu também te amo maninho. Tchau. – Ela desliga o celular e sorri. – Irmãos. – Ela revira os olhos.

— Ele não é seu irmão. – Digo ainda mais irritado.

— Mas é como se fosse. – Ela diz.

— Irmãos não se beijam. – Digo lembrando- me do beijo caloroso que os dois deram na festa, ela apenas abaixa a cabeça. – Katniss desculpa. – Ela não responde. – Katniss me desculpa. – Me levanto e me abaixo no chão ao seu lado. Levanto seu rosto com a mão para que ela me olhe. – Me desculpa. – Ela me olha nos olhos e uma lágrima escorre em seu rosto, e eu enxugo-a com o dedo. – Eu não queria te magoar. Estava apenas irritado. Desculpa. – Ela me olha novamente e sorri.

— Tudo bem.

— Você não gosta de se lembrar disso não é mesmo? – Ela apenas assente com a cabeça. – Então vamos esquecer isso.

— Ok. – Beijo sua testa e depois volto a me sentar no meu lugar.

Alguns minutos depois nossa pizza chega junto com a coca-cola. Enquanto comíamos Katniss fazia algumas gracinhas até que se engasgou com a coca-cola.

— Você está bem? – Perguntei preocupado.

— Sim eu estou. – Ela ria e tossia ao mesmo tempo. – Só que a coca-cola desceu pelo lugar errado.

— Odeio quando isso acontece. – Digo rindo.

— É. – Ela responde rindo.

Terminamos de comer e depois nos levantamos para ir embora, passei no caixa e paguei, e quando estávamos saindo o idiota do Cato a chama.

— Katniss.

— Oi Cato.

— A gente... Podia sair qualquer dia desses. – Ele diz passando a mão na nuca.

— Claro. – Ela diz.

— Então tá. Eu te ligo.

— Ok. – Ela responde e então saímos.

— Acho que vou ter que conversar com o Gale. – Digo.

— Por quê? – Ela pergunta inocente.

— Porque tem um gavião em cima da irmãzinha dele. – Rio.

— Peeta, você é tão bobo! – Ela dá um tapa no meu ombro e sorri. E que sorriso! Meu Deus! Porque só agora eu fui perceber o quão linda ela é?

— Já quer voltar pra casa? – Pergunto.

— Não, por quê? O que tem em mente? – Ela pergunta andando ao meu lado.

— Topa karaokê? – Perguntei me lembrando daquela voz doce que tanto me encantava.

— Ah... Não sei... Tenho vergonha! – Ela falou corando.

— Você não precisa cantar...

— Então tá... – Ela diz sorrindo.

O karaokê não ficava longe dali, então fomos a pé mesmo. Quando chegamos não tinha muita gente, pegamos uma das mesas do fundo e nos sentamos para conversar. Algumas das pessoas que iam cantar lá na frente eram boas, mas outras... Pelo amor de Deus! Eram simplesmente horríveis! O que nos rendeu várias risadas. Até que o palco se acalmou e ninguém mais subiu pra cantar.

— Por que não canta? – Perguntei.

— Ah não...

— Não tem muita gente, olha só. – Disse olhando em volta, ela seguiu meu olhar.

— Não sei Peeta, e se rirem de mim?

— Ninguém vai rir de você. Sua voz é linda. – No mesmo instante suas bochechas ficaram vermelhas. – Vai lá...

Ela assentiu e se retirou em direção á mesa do DJ. Falou alguma coisa e então ele subiu no palco e a anunciou. Logo ela subiu ao palco e ele lhe entregou o microfone e partiu em direção á mesa de som. Ela fez um sinal pra que ele soltasse a música e assim ele fez. Ela olhou para mim e sorriu e então começou a cantar.

I knew you were trouble – Taylor Swift

Once upon time
A few mistakes ago
I was in your sights
You got me alone
You found me
You found me
You found me
I guess you didn't care
And I guess I liked that
And when I fell hard
You took a step back
Without me, without me, without me
And he's long gone
When he's next to me
And I realize the blame is on me
‘Cause I knew you were trouble when you walked in
So shame on me now
Flew me to places I'd never been
Till you put me down, oh
I knew you were trouble when you walked in
So shame on me now
Flew me to places I'd never been
Now I'm lying on the cold hard ground
Oh, oh, trouble, trouble, trouble
Oh, oh, trouble, trouble, trouble

Todo mundo cantava junto e batia palmas, ela estava perfeita. Ela cantava e andava pelo palco, ás vezes até dançava meio sensual. Todos iam á loucura. Ela parecia uma cantora de verdade. E neste momento eu percebi que o palco havia sido feito somente para ela. E que era ela a garota mais linda que eu já havia visto. Eu vou conquistá-la, vou fazer com que ela se apaixone por mim!

No apologies
He'll never see you cry
Pretend he doesn't know
That he's the reason why
You're drowning, you're drowning, you're drowning
And I heard you moved on
From whispers on the street
A new notch in your belt
Is all I'll ever be
And now I see, now I see, now I see
He was long gone
When he met me
And I realize the joke is on me
I knew you were trouble when you walked in
So shame on me now
Flew me to places I'd never been
Till you put me down oh
I knew you were trouble when you walked in
So shame on me now
Flew me to places I'd never been
Now I'm lying on the cold hard ground
Oh, oh, trouble, trouble, trouble
Oh, oh, trouble, trouble, trouble
And the saddest fear comes creeping in
That you never loved me or her or anyone or anything
Yeah
I knew you were trouble when you walked in
So shame on me now
Flew me to places I'd never been
Till you put me down oh
I knew you were trouble when you walked in
So shame on me now
Flew me to places I'd never been
Now I'm lying on the cold hard ground
Oh, oh, trouble, trouble, trouble
Oh, oh, trouble, trouble, trouble
I knew you were trouble when you walked in
Trouble, trouble, trouble
I knew you were trouble when you walked in
Trouble, trouble, trouble

Quando a música acabou ela agradeceu e sorriu.

— Mais uma! Mais uma! – Todos gritavam em uníssono.

Fiz que sim com a cabeça para encorajá-la e então ela sorriu pra mim, desceu do palco e falou algo com o DJ e depois voltou para o palco. Ela vai cantar de novo!