A música suave tocava em meio à floresta, o suave som rodava por todo o mundo, a música tranquila fazia com que os animais pudessem relaxar, a lua minguante no topo do céu apenas mostrava que aquele som era perfeito para descansar.

...Sonhos que há muito se foram...

A armadura tilintou suave, o brilho azulado onde se encontra seus olhos. Ele olhou para o céu e suspirou ao ouvir a música. O som doloroso e ao mesmo tempo calmo. As duas vozes juntas eram perfeitas.

...Os anjos que me abandonaram...

...e os demônios que me destruíram...

As vozes pararam, ele parou de andar assim que viu o palco, as duas estavam de olhos fechados, ambas na mesma posição, uma de frente para a outra, como um espelho. A jovem de cabelos castanhos claros, White, estava com a perna esquerda levantada e a cintura baixada para frente, com seu rosto quase tocando o da jovem de cabelos negros, Bloody. Sua mão direita segurando a esquerda de Bloody e a mão esquerda tocando seu peito. Bloody estava com a perna direita levantada e a cintura baixada para frente, com o rosto da mesma forma que White. Sua mão direita segurando a esquerda de White e a mão esquerda tocando seu peito.

...Foram extintos.

As duas terminaram a música, soltaram as mãos e com o mesmo movimento, deram um giro e pararam retas, a perna esquerda em frente à direita, as mãos perto da cintura e olhos fechados. Elas abriram os olhos e olharam para o homem a sua frente.

– Litch King, bem-vindo ao mundo da Música. – As duas falaram ao mesmo tempo, White sem qualquer sentimento em sua voz e Bloody animada.

– Eu vim até aqui... – Antes que pudesse continuar, elas riram.

– Dance conosco! – Ambas falaram e voltaram a cantar.

Seja real, seja você mesmo. Mostre seu amor.

Uma segurou a cintura da outra e rodopiaram entre si. Bloody sorria e White manteve o rosto vazio e sem qualquer sentimento.

Mostre seu carinho por seu reino.

Seguraram suas mãos, Bloody com a direita e White com a esquerda, soltaram as respectivas mãos e fizeram sinal para o céu, a imagem de um castelo se formou no céu, elas cruzaram as pernas e soltaram as mãos, girando.

Mostre ser real, mostre ser verdadeiro!

Ambas esticaram as mãos para o céu e caíram para trás, mas antes de tocar o chão, jogaram as pernas para trás, girando o corpo e caindo e ficando de pé.

Seu amor e sua lealdade serão recompensados.

Elas abriram suas asas e pularam, abrindo as asas e planando em círculos, uma sempre ao contrário da outra, assim que tocaram o chão, elas se deram as costas.

A dor que pode sentir...

Bloody esticou o braço direito para frente, uma expressão de dor em seu rosto, a outra mão foi direcionada a seu coração.

Os sentimentos que pode esquecer...

White esticou o braço esquerdo para frente, sem qualquer sentimento em seu rosto, e a outra mão em cima de seu coração.

Nada será realmente em vão.

Elas se viraram uma para a outra, as asas abertas e esticadas o máximo possível, sem cantar, elas seguraram as mãos uma da outra e fecharam os olhos, Litch King olhou para o céu e viu flocos de neve começarem a cair, e uma calma inacreditável começar a tomar conta de si.

Mostre sua lealdade e sua coragem, jovem Rei.

Ambas cantaram, se virando para ele, esticando a mão para frente, as duas com uma expressão amena e sem sentimento. Ele olhou para as duas, surpreso. Elas fecharam os olhos e se afastaram, soltaram um longo suspiro.

Elas recomeçaram a dança e continuaram com ela, e ele apenas assistia, elas fazendo pausas cada vez mais curtas, até que a música parou de ter pausas, ele notou que elas sequer olhavam para ele, permaneciam de olhos fechados, como se soubessem e confiassem uma na outra. Ele estudou cada movimento de seus braços e de seus lábios, tentando descobrir o que deveria fazer.

Dance conosco. Essa frase ecoo em sua cabeça e ele estralou os dedos. Ele observou elas cantando e dançando, então antes de recomeçarem, ele entrou entre elas, Bloody sorriu e White fez um barulho de contentamento com sua tentativa.

Seja real, seja você mesmo. Mostre seu amor.

Uma segurou a cintura da outra e rodopiaram ao redor do Litch King, ele piscou confuso e notou que fez errado, saiu de entre elas e esperou elas recomeçarem a música, ele suspirou cansado após a sexta tentativa.

Seja real, seja você mesmo. Mostre seu amor.

Uma segurou a cintura da outra e rodopiaram entre si. Bloody sorria e White manteve o rosto vazio e sem qualquer sentimento.

Litch segurou os ombros de White e ela colocou as mãos em sua cintura, e ela o forçou a rodopiar com ela, ele ficou surpreso com a força que a garota tinha nesse movimento. Ele finalmente entendeu o que tinha que fazer.

Mostre seu carinho por seu reino.

Litch segurou as mãos de Bloody, ele com a esquerda e Bloody com a direita, ele fez o mesmo movimento que as duas, fazendo sinal para o céu, mesmo através de sua armadura, era possível notar que ele estava corado. Ele seguiu o ultimo movimento delas.

Mostre ser real, mostre ser verdadeiro!

Ambas estivaram as mãos para o céu e caíram para trás, ele pegou as duas, elas se jogaram para trás e seguraram em suas mãos, girando em seus braços e ficando em pé em suas mãos, ele ficou surpreso com o fato delas serem leves como plumas.

Seu amor e sua lealdade serão recompensados.

Elas abriram suas asas e pularam, algo diferente aconteceu dessa vez, elas começaram a planar, girando ao redor do Litch, fagulhas e neve começaram a cair ao seu redor. Assim que tocaram o chão, elas deram as costas para ele.

A dor que pode sentir...

Bloody esticou o braço direito para frente, uma expressão de dor em seu rosto, a outra mão foi direcionada para ele, ela colocou a mão em seu rosto.

Os sentimentos que pode esquecer...

White esticou o braço esquerdo para frente, sem qualquer sentimento em seu rosto, ela direcionou sua outra mão para o peito dele, onde deveria estar seu coração.

Nada será realmente em vão.

Elas se viraram uma para a outra, as asas abertas e esticadas o máximo possível, sem cantar, elas seguraram as mãos uma da outra e fecharam os olhos, Litch King olhou para o céu e viu flocos de neve começarem a cair, ele entendeu o que era aquilo, aquela paz, é o sentimento que ele teve há muito tempo, antes de Baphomet perder a cabeça.

Mostre sua lealdade e sua coragem, jovem Rei.

Ambas cantaram, se virando para ele, esticando a mão para ele, as duas com uma expressão amena e sem sentimento. Ele olhou para as duas. Elas fecharam os olhos e ele segurou suas mãos, as fazendo rodopiar.

– Seus reflexos são lentos. – White falou e ele olhou para ela, irritado.

– E seu corpo é nada flexível. – Bloody terminou, ele olhou para as duas e entendeu o proposito de tudo aquilo.

Elas testaram ele na dança, forçando ele a repetir os movimentos mais complexos delas. Ou não. Ele olhou as duas e arregalou os olhos por baixo do capacete. White jogou a cintura para trás e tocou o chão, ainda estando de pé e Bloody apenas ria da Anja de asas azuis. Ela voltou ao normal e sorriu, algo que ele sentiu ser raro.

– Treinar seu corpo. – White falou, seu tom monótono não combinou com seu sorriso.

– Treinar sua mente. – Bloody falou com animada.

– Treinar sua magia. – Ambas falaram, uma segurou a mão da outra e as ergueram ao céu, duas notas de música se formaram, uma de cabeça para baixo e uma normal. A de cabeça para baixo se tornou uma caveira e foi para a mão de White e a normal se tornou um coração e foi para a mão de Bloody.

– Eu preciso mesmo passar por isso? – Litch King perguntou, elas apenas acenaram com a cabeça, ele suspirou, entendendo o quanto isso era importante.

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– Como vocês fazem isso... PARECER TÃO FÁCIL! – Litch King perguntou, tentando tocar o chão de costas, ainda em pé, como White e Bloody estavam fazendo, as duas riram, White uma risada seca e Bloody uma risada suave.

– Continue tentando, minha magia precisa disso. – Bloody falou, White sentou e olhou para o céu, Litch desistiu e sentou, respirando pesado.

– Como conseguem fazer isso parecer simples...? – Ele parou de falar e viu que Bloody estava de cabeça baixa, assim que olhou para White, entendeu a depressão repentina. White tinha uma lágrima vermelha descendo de seu olho direito. – Está tudo bem? – Ele perguntou.

– Bloody, ensine a ele, vou destruir o portal. – White levantou e desapareceu em flocos de neve, Bloody assentiu para o nada e olhou para ele.

– Eu vou te ensinar a magia da vida. – Bloody esticou a mão para frente e o coração apareceu, ele brilhou e o brilho a envolveu. – Healing Soul. – Ela falou simplesmente, a magia se alastrou pelo chão e as plantas começaram a brilhar. – Tente.

– Como quer que eu faça isso? – Ele perguntou, parecia realmente curioso.

– Use sua alma, invoque todos os sentimentos bons de seu coração e os use a seu favor. Se você não tiver sentimentos, simplesmente pense em algo que lhe agrade e que ame. – Bloody falou apressada, ela olhou para o céu. – WHITE! – Ela chamou, o Anjo-Azul apareceu a sua frente. – Switch. – Bloody falou e sumiu em fagulhas.

– Eu vou te ensinar a magia da morte, eu sei que não tens tempo de treinar, mas temos que lhe tirar daqui o quanto antes. – White avisou, ele arregalou os olhos ao notar que ela estava segurando o braço direito e que um líquido dourado descia dele. – Não se preocupe se precisarmos de socorro, iremos até Life. – Ela avisou e fechou os olhos, a caveira apareceu em frente a ela. – Re-Incarnation. – Ela abriu os olhos e eles estavam vermelhos, uma aura sombria tomou controle dela, e as lindas asas azuis se tornaram asas escarlates, o antes Anjo-Azul agora era o Seraphim-Escarlate. – Use sua alma, sentimentos negativos, coisas que lhe dê raiva. – Ela falou rapidamente.

– Espera, mas... Eu posso ajudar! – Litch King começou a reclamar, ele levantou e andou na direção de White, ela sorriu fracamente.

– Não jovem Rei. Não tens força para lutar contra o selo, imagina contra os filhos de Baphomet. – White soltou a mão de seu braço e esticou para frente. – Sobreviva criança, adeus. – Uma gota de seu sangue caiu no chão e um selo apareceu abaixo de Litch, o selo rubro se tornou negro e o símbolo da musica se fez presente.

– NÃO! – Ele tentou sair, mas era tarde, uma luz o cegou e quando viu, estava com os outros, todos eles pareciam diferentes. – Temos que derrotar Baphomet.