Passei o dia todo sem falar com meu querido irmão. Idiota completo. Só tem tamanho, porque de mente aquele ali é uma criança. Depois de tomar um banho, me arrumei sem me preocupar muito com o que estava vestindo. Sentei no no chão do meu quarto e comecei a arrumar a minha bulldog May.

Como ela ainda é uma filhote, tem mais ruguinhas do que qualquer coisa, o que me dá uma vontade enorme de mordê-la.

–Awn que coisa gostosa da mamãe - acaricio sua barriguinha escutando um gemido zangado - Não faz isso que a mamãe fica triste.

Depois de pôr uns sapatinhos de cachorro nela, vou esperar os queridos convidados do meu irmão, na sala de estar.

–O que esse cachorro tá fazendo aqui Clove? - pergunta Finnick entediado.

–Nick, - solto um suspiro - ela se comporta, não é meu bebê?

Ele balança a cabeça negativamente e começa a batucar os dedos no centro da sala. Quando a campainha toca, Finnick passa por mim como um vento. Essa garota é tão importante assim?

Escuto passos, e levanto meu olhar para ver quem era a tal prostituta e fiquei de boca aberta quando notei o look comportado da namorada do Nick. Atrás dela vinha um garoto alto e loiro.

–Clove, estes aqui são Annie Cresta minha namorada e Cato Cresta, irmão da Annie.

–Olá. - digo simplesmente, baixando o olhar para baixo quando Cato pisca para mim.

–Que coisa mais linda - Annie se aproxima de mim, e aponta para May - posso segurar?

Normalmente eu diria não. Mas como a Annie me pareceu ser bem diferente do que eu havia pensado, estendi May para ela. Pelo menos esse foi o jeito que eu arranjei de me desculpar com ela, por tê-la xingado de coisinhas desagradáveis.

–Qual o nome dele?

–Na verdade é uma fêmea - corrijo - o nome dela é May.

–Clove - Finnick me olha sorrindo maliciosamente - Será que dá para você e Cato ficarem aqui em baixo rapidinho, enquanto eu e Annie vamos lá para cima discutir a relação?

Olho para ele sem acreditar. Que safado, como ele faz isso na frente do irmão dela?

–Discutir a relação hein? - brinco fazendo os dois ficarem vermelhos - podem ir, e divirtam-se. Mas fechem a porta do quarto ok?

–Vai catar coquinho Clove. Até mais tarde.

Os dois sobem se beijando e eu viro o rosto enojada. Nem pra disfarçar...

–Couve? - saio dos meus desvaneios ao ouvir o tarado me chamando.

–Meu nome é Clove - falo apertando os punhos.

Ficamos quietos por alguns segundos até o retardado romper o silêncio.

–Sabe... a gente bem que podia curtir um pouco também né?

–O QUE?

–Minha irmã e seu irmão estão lá no quarto "discutindo a relação" - fala fazendo o sinal de aspas nos dedos - nós podíamos fazer o mesmo, o que você acha?

Demoro a responder, mas volto a realidade e levanto rapidamente do sofá.

–Você é idiota? - pergunto pausadamente apontando o dedo na cara dele -Será que você parou pra pensar no que acabou de dizer pra mim?

Ele levanta e me prensa na parede.

–Pensei.

Empurro ele para trás e vou para cozinha resmungando.

–Eu não sei que tipo de família vocês são, ok? Mas eu não sou uma vadia, entendeu?

Olho para trás e ele está me seguindo.

–Wow. Espera aí. Ninguém disse que você era uma vadia.

–Mas foi o que pareceu - grito indignada - Quer saber? Você é um vadio.

–Um vadio?

–É. E é mais vadio do que a irmã.

Vejo Cato ficar vermelho e me viro de costas para ele, e sinto meu corpo ser puxado para trás com brutalidade.

–QUEM VOCÊ PENSA QUE É? - ele grita me empurrando, me fazendo cair.

–OLHA O QUE VOCÊ FEZ, IDIOTA? - sinto meu rosto ficar vermelho, mas não levanto - SEU CRETINO!

Ele se abaixa e segura meus braços.

–VOCÊ NÃO SABE PORQUE MINHA IRMÃ FAZIA AQUILO!- ele me dá um tapa no rosto.

–VOCÊ FICOU MALUCO? -escuto Finnick gritar - LARGA ELA SEU IMBECIL.

Finnick dá um soco no rosto de Cato que logo revida.

–PAREM! PAREM! - escuto Annie gritar e olho os dois se embolando na minha frente, mas estou asustada demais para impedir.

Finalmente, tomo coragem e junto com Annie, separamos os dois.

–SAIA DA MINHA CASA! - Finnick grita - E eu não quero ver você nunca mais. Depois eu falo com você Annie, mas eu não quero ele aqui em casa.

–Vamos embora Cato. - Annie arrasta o irmão até a saída e ele passa pela porta de cabeça baixa.

Passo a mão na minha cabeça e vou para meu quarto sem me importar em falar com Finnick.